O que se denomina aqui de espiritualidade holística aproxima-se ao que Lenoir (2005) define como religiosidade alternativa e holística ao referir-se ao movimento que iniciou no início do século XX com físicos, químicos, biólogos, filósofos e psicólogos, cada qual com suas teorias e contribuições ao movimento de abertura e diálogo entre ciência e religião....... A religiosidade alternativa holística, está particularmente atenta à reabilitação no campo das ciências humanas, da dimensão mística e mesmo mitológica da realidade humana, em particular da consciência humana74. (LENOIR, 2005, p. 227).Torralba (2001, 2001, p. 1) afirma que é complexa a definição e reconhece o movimento espiritual contemporâneo pelo desejo de grupos de pessoas que pretendem dar um novo sentido à vida mediante a experiência que envolva a espiritualidade: “Envolve um conjunto heterogéneo de elementos que expressa muma nova forma de contemplar o universo, de compreender o ser humano e de compreender a relação entre o humano e o divino”75.Nesta visão, o mundo é visto como uma rede interconectada e não linear, em que o fim representa o início de um novo ciclo e assim sucessivamente. Início e fim são complementados pelo fio da vida que também não termina quando é constatada a morte do corpo físico. É comum que neste movimento tenha a abertura e inclusão a temas relacionados a elementos que envolvam o conhecimento dos astros, dos anjos, de forças da natureza, entre outros, que de alguma maneira representam a mobilidade vivenciada pelo peregrino na atualidade.Uma das críticas deste movimento gira em torno do desenvolvimento de uma ‘espiritualidade egoísta’ (LENOIR, 2005) e outro fator diz respeito ao conceito propagado do termo holístico considerado como uma visão totalitária de vários setores da sociedade, o que caminhava na contramão do que estava em largos passos de evolução que era o desenvolvimento científico e tecnológico da própria modernidade.Outra consideração diz respeito ao nível de igualdade em que é equiparado o homem, os animais, minerais e vegetais. Esta visão de equidade pautada no movimento da Psicologia Profunda surge na Nova Era e é desenvolvida nos Estados Unidos oriunda dos pensamentos de Arne Ness, em 1973 (LENOIR, 2005). Nota-se que há uma circulação de pessoas em relação ao campo de experimentação que ocorre nas espiritualidades alternativas com o objetivo de vivenciar atividades que ocorrem, muitas delas, sem análises científicas e com valorização da experimentação por si só. Este movimento aflora a multidiversidade de vivências e um de seus objetivos é promover o resgate da relação do ser humano com a espiritualidade por meio de experiências e aproximações com o Sagrado, com abertura para o reconhecimento de diferentes conceitos e formas de relação com o transcendente. Representa um convite para o diálogo e abertura para a multiculturalidade. Há uma efervescência experimental sem, contudo, aprofundar nas inúmeras práticas ofertadas. Sendo um movimento de raiz plural, não se pretende dar unidade e sim visibilidade às diferentes formas e possibilidades de acesso ao espiritual....
De acordo com Torralba (2001, p. 5), o Deus dos movimentos espiritualistas contemporâneos não é um Deus trinitário (Pai, Filho e Espírito Santo), mas sim, é representado pelo Cosmos, pela Natureza e na relação com este Deus há aspectos emocionais e não necessariamente racionais. Deus não se revela ao mundo porque Deus é o seu próprio mundo. Deus não abala o homem porque Deus não é uma pessoa. Deus não ama o mundo porque o amor só é possível no ser pessoal. Pelo contrário, Deus é amor e o homem deve descobri-lo através do conhecimento superior, isto é, através da superação do marco das diferenças e da tentativa de captar a unidade subterrânea do Todo....
O que diferencia a espiritualidade contemporânea em relação à espiritualidade que está imersa nas religiões institucionalizadas? Na raiz de seus fundamentos, não há tradição e isto é um dos fatores que lhe confere uma significativa diferença da categoria de Religião: “Deus não é mais que o símbolo da experiência do próprio eu, em sua profunda unidade” (TORRALBA, 2001, p. 5)....
Pelo viés da psicologia, o envolvimento com atividades espirituais de cunho psicológico representa uma busca espiritual por meio de terapias e experiências de estados ampliados de consciência que lhes oferecem uma vivência de plenitude com o Divino.
Muitos indivíduos ignoram o conhecimento do passado em nome do futuro e vivem sua busca espiritual com professores exóticos, alguns ocultos e de orientações veladas, representando uma certa forma de narcisismo espiritual. Ocorre também uma confusão entre as várias formas de canalização e uma variedade de oferta de contato com seres de outras realidades, sem nenhuma análise crítica do contexto.A diferença da mística cristã para a mística da espiritualidade contemporânea diz respeito à forma de conexão com o transcendente. Para a mística cristã, a vida espiritual consiste na relação com Deus, por meio da visão da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) e ocorre por meio da graça e de relação com os irmãos dentro da comunidade religiosa. Consiste também na conversão ao Pai, por meio do Filho e pela intercessão do Espírito Santo. Para a mística contemporânea da espiritualidade holística, ela se dá de forma vivencial, experimentando vários estados de consciência que permitam a vivência do Deus imanente, em um116 sentimento de comunhão com o universo de forma individualizada e plena. Por meio de técnicas e exercícios, o indivíduo acessa a divindade em seu interior, o que lhe promove uma mudança de consciência da visão de si e da vida e uma conexão ampliada com a realidade que o cerca....
Um dos maiores desafios que seus adeptos enfrentam é se apropriar do reconhecimento da divindade em si mesmo, pois, em sua maioria, não reconhecem um Deus personalizado e externo, mas compreendem que o ser humano traz em si a centelha divina e todo o trabalho consiste em desvelar este potencial em si mesmo e manifestá-lo na vida. Oliveira, Helyda Di. Espiritualidade holística: as contribuições da Universidade Internacional da Paz. 2020. 206 fl. Tese( Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências da Religião) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia.
- Panteísmo- Deus é tudo, tudo é Deus. Deus é visto como uma energia cósmica presente em tudo que existe: cristais, plantas, animais, água, etc.[Hinduísmo, Nova Era, Igreja M. Mundial, etc].
- Deísmo ou Lei Universal- Crença na existência de um Deus impessoal, uma inteligência universal, isto é, Deus é a própria lei que rege o Universo.[Hinduísmo, Nova Era, Budismo, Jainismo, Confucionismo, Taoísmo, Igreja M. Mundial, Perfect Libert, etc]
- Politeísmo- crença e adoração de vários deuses.[Hinduísmo, Confucionismo, Xintoísmo, Hare Krishna, Zoroastrismo (Pérsia), etc].
- Monoteísmo- Crença e adoração de um só Deus. Porém este Deus geralmente é o fundador da religião que após sua morte passa a ser considerado como a encarnação de Deus.[Budismo- Buda, Confucionismo- Confúcio, Jainismo- Mahavira]. O Islamismo por ser proveniente do Cristianismo e do Judaísmo é monoteísta, e o Sikhismo por Ter elementos Islâmicos também é monoteísta.
- Sincretismo dos conceitos anteriores- Hinduísmo e Nova Era.
- Nenhuma religião oriental admite a ideia de pecar contra um Deus Pessoal, no sentido de ofendê-lo.
- Definem pecado como uma ação que agride as Leis da Natureza [matar, fumar, roubar, etc] .
- Outras não admitem a ideia da existência de pecado ou doenças, pois “são criações da mente”.[Seicho-No-Ie, Ciência cristã, etc].
- Aos ancestrais [confucionismo, Xintoísmo, Igreja M. Mundial, Hinduísmo, Seicho-No-Ie, etc]
- Aos deuses [Hinduísmo, Xintoísmo, etc]
- Ao “eu”[Nova Era, Hinduísmo]
- Reencarnação sucessiva com acúmulo de carma bom (boas ações).[Hinduísmo, Jainismo, Budismo, Sikhismo, Igreja M. Mundial, Hare Krishna, Seicho-No-Ie, Perfect Libert]. Algumas seitas admitem a idéia de reencarnar em seres inferiores.[rato, macaco, etc.]
- Algumas falam que ele é essencialmente bom, outras que ele é neutro.
- Dizem que o homem tem potencial paranormal.
- espíritos humanos evoluídos ou primitivos,
- pensamentos bons ou ruins, deuses bons ou ruins.
- A maioria não crê num céu cristão, crêem que atingirão o ultimo estado da reencarnação, o Nirvana, seguindo a vereda das boas obras [Dharma] e desapego às coisas terrenas que afasta o homem das leis naturais.
- Crença antiga com raízes babilônicas e no Hinduísmo, que se espalhou por todo o mundo através de diversas religiões[Budismo, Sikhismo, Hare-krishina, Igreja Messiânica Mundial, Seicho-no-ie, Teosofismo, Perfect Libert, etc]. Ensina que os espíritos evoluem ou se purificam através de sucessivas encarnações em um invólucro temporário que no caso do Espiritismo é o corpo humano; a Terra é o lugar de expiação. Baseado em Jo 14:2 acreditam que os espíritos podem reencarnar em outros planetas como ensina Alan Kardec pai do Kardecismo [daí a crença em seres extra-terrestres]. AK diz que os judeus conheciam a reencarnação pelo nome de ressurreição. A. A palavra ressurreição vem de uma palavra grega que significa levantar, se refere a levantar no mesmo corpo Jo 11:17-44; 20:27; Dn 12:2; Mt 27:52. B. Hb 9:27 e Jó 7:9-10 diz que o homem só morre uma vez. C. O malfeitor crucificado não reencarnou para ser salvo Lc 23:39-42. D. A reencarnação anularia o sacrifício expiatório de Jesus Cristo caso existisse Jo 14:6; Rm 5:6-11. Além disso o espírito é criado dentro do homem Zc 12:1. E. João Batista não era Elias reencarnado como afirma AK, Mt 17:10-13:
- João negou ser Elias Jo1:21.
- Elias não morreu II Rs 2:5,11, assim como Enoque Hb11:5 pois ambos foram arrebatados, como será a Igreja. I Ts 4:17; Jo 14:1-4.
- João Batista veio “no poder e espírito de Elias” Lc 1:17, no sentido de ter a mesma unção do Espírito que estava sobre Elias, compare com II Rs 2:9. F. O evento da transfiguração Lc 9:28-36 não prova a reencarnação nem mesmo a comunicação dos espíritos dos falecidos com os vivos.
- Moisés e Elias aparecem em “glória” Lc 9:31 compare c/ I Co15:50,51; Fl 3:21, isto é próprio de corpos transformados. Pois “carne e sangue não podem herdar o reino de Deus” I Co 15:50-51. Moisés morreu , mas como apareceu em glória foi provavelmente ressuscitado, pois ninguém sairia do Hades[na parte dos justos] a não ser por ressurreição Lc 16:31.
- Moisés e Elias apareceram nesta ocasião por vontade direta e exclusiva de Deus, eram os representantes da Lei e dos Profetas[Antigo Testamento] respectivamente; apareceram no monte para falar a respeito da morte de Cristo.
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