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quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Templo judaico no Egito


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Na época do governo grego foi construído em Heliópolis um templo, cópia do do templo judaico, este permaneceu ativo por 343 anos, desde Antíoco Epifâneo até Vespasiano. De acordo com Onias, a construção deste templo seria o cumprimento de uma profecia de Isaías 19:19 

 Naquele dia, o SENHOR terá um altar no meio da terra do Egito, e uma coluna se erigirá ao SENHOR na sua fronteira.


Foi construído sem a ordem de Deus ou de algum profeta. Veja o que escreveu o historiador Flavio Josepho:

Antiguidades Judaicas
Livro 11
cap. 15
486.  O filho do sumo sacerdote Onias, que era apenas uma criança quando o pai morreu, vendo que o rei, a conselho de Lísias, mandara matar Menelau, seu tio, e dado o cargo a Alcim, que não era da casta sacerdotal, transferindo assim aquela honra para outra família, refugiou-se junto de Ptolomeu, rei do Egito. Foi muito bem recebido por este e pela rainha Cleópatra, sua esposa, que lhe permitiram construir na cidade de Heliópolis um templo semelhante ao de Jerusalém, de que falaremos a seu tempo.

cap. 18
543.  Todavia, não era somente em Jerusalém, na Judéia, que os judeus estavam em franco progresso. Eles também eram poderosos em Alexandria, no Egito, e na ilha de Chipre. A rainha Cleopatra, estando incompatibilizada com Ptoiomeu Latur, deu o comando de seu exército a Chelcias e a Ananias, filho de Onias que, como vimos, construiu no território de Heliópolis um templo semelhante ao de Jerusalém. A princesa nada fazia sem o conselho deles, como refere Estrabão da Capadócia, com estas palavras: "Vários daqueles que tinham vindo conosco a Chipre e dos que para lá foram enviados depois pela rainha Cleopatra abandonaram o seu partido para seguir o de Ptolomeu. Somente os judeus, que conservam o afeto a Onias, mantiveram-se fiéis à princesa, por causa da confiança que ela depositava em Chelcias e em Ananias, seus compatriotas". 

Livro 20
cap. 8
Depois do cativeiro de setenta e dois anos, Ciro, rei da Pérsia, permitiu aos judeus regressar ao seu país, reconstruir o Templo, sendo então Jesus, filho de Josedeque, sumo sacerdote. Quinze dos seus descendentes, todos sumos sacerdotes, como ele, durante quatrocentos e quatorze anos governaram a República, até que o rei Antioco Eupator e Lísias, general de seu exército, tendo feito morrer Onias, em Beroé, o qual era sumo sacerdote, deram esse cargo a Jacim, da família de Aarão, não, porém, da mesma família, que o possuíra antes e dele privaram o filho de Onias, que tinha o seu mesmo nome. 

Esse jovem Onias foi para o Egito onde, tendo caído nas boas graças do rei Ptolomeu e da rainha Cleópatra, sua mulher, permitiram-lhe construir em Heliópolis, um Templo semelhante ao de Jerusalém, do qual ele foi feito sumo sacerdote, como já dissemos. Jacim morreu no fim de três anos e o sumo sacerdócio ficou vago durante sete anos. Quando nossa nação revoltou-se contra os macedônios e escolheu para príncipe os da família dos asmoneus,* Jônatas, um deles, foi escolhido com unânime consentimento, para exercer esse grande cargo. Exerceu-o por sete anos; Trifom fê-lo morrer à traição e Simão, seu irmão, sucedeu-o. Simão foi assassinado por seu genro num banquete e Hircano, seu filho, foi elevado àquela honra. Dela ficou de posse, durante trinta e um anos e morreu em idade muito avançada. Judas, seu filho, cognominado Aristóbulo, sucedeu-o e foi o primeiro que teve o título de rei. Só reinou um ano e Alexandre, seu irmão, sucedeu-o no reino e no sumo sacerdócio. Reinou vinte e sete anos e deixou ao morrer, Alexandra, sua mulher, como regente, com o poder de estabelecer no cargo de sumo sacerdote, aquele, dos filhos, que bem quisesse. Ela deu-o a Hircano, que o exerceu durante os nove anos em que ela reinou, mas depois que ela morreu, Aristóbulo, seu irmão, que era mais moço do que ele, fez-lhe guerra, venceu-o, obrigou-o a viver vida privada e usurpoulhe ao mesmo tempo, o reino e o sumo sacerdócio. Gozou durante três anos de um e de outro, mas Pompeu, depois de ter tomado Jerusalém, levou-o prisioneiro a Roma, com seus filhos, e restabeleceu Hircano no cargo de sumo sacerdote e de príncipe do judeus, sem, todavia, dar-lhe o título de rei. Dele gozou durante vinte e três anos, além dos nove, de que falamos, mas, no fim desse tempo, Pacoro e Barzafarnes, generais do exército dos partos, vieram de além do Eufrates, fizeram-lhe guerra, levaram-no prisioneiro e constituíram rei dos judeus a Antígono, filho de Aristóbulo. Três anos e três meses depois, esse príncipe foi aprisionado em Jerusalém, por Herodes e por Sósio que o enviaram a Antônio, o qual lhe mandou cortar a cabeça em Antioquia.


livro 13
cap. 6
504

504. Onias, filho de Onias, sumo sacerdote, que, como dissemos, se retirara para Alexandria, a Ptolomeu Filometer, rei do Egito, vendo que a Judéia fora destruída pelos macedônios e pelos seus reis, e desejando eternizar-lhe a memória, escreveu ao rei e à rainha Cleópatra para suplicar que lhe permitissem construir no Egito um templo semelhante ao de Jerusalém e lá constituir sacerdotes e levitas de sua nação. Uma profecia de Isaías, que havia predito, cem anos antes, que um judeu edificaria no Egito um templo em honra ao Deus Todo-poderoso, fortaleceu ainda mais o seu desígnio. Sua carta assim estava escrita: "Quando, com a ajuda de Deus, prestei a vossa majestade grandes serviços na guerra, notei, passando pela Baixa Síria, pela Fenícia e por Leontópolis, que é do governo de Heliópolis, e por outros lugares, que os judeus lá haviam construído diversos templos sem observar as regras necessárias para esse fim, o que causou entre eles grande divergência. Os egípcios cometem a mesma falta, pela multidão de templos e pela diversidade de seus sentimentos nas coisas da religião. Mas encontrei em um castelo chamado Bubaste, o Selvagem, um lugar muito apropriado para a construção de um templo, porque lá se encontram animais em abundância e outras coisas próprias para os sacrifícios, e onde já existe um templo, meio destruído e que não está consagrado a divindade alguma, cuja demolição, se vossa majestade o permitir, poderá servir à construção de um outro, em honra ao Deus Todo-poderoso, que será semelhante ao de Jerusalém e nele se rogará pela prosperidade de vossas majestades e dos príncipes vossos filhos. Ele congregará todos os judeus que moram no Egito, porque eles aí se reunirão para cantar louvores a Deus, como o predisse profeta Isaías, nestas palavras: Haverá no Egito um lugar consagrado a Deus (ao que ele acrescenta diversas coisas referentes a esse lugar)".
O rei Ptolomeu e a rainha Cleópatra, a qual era ao mesmo tempo sua mulher e irmã, mostraram a sua piedade em uma resposta cujos termos lançavam sobre Onias todo o pecado, se houvesse naquilo transgressão à Lei. Eis as palavras: "O rei Ptolomeu e a rainha Cleópatra a Onias, saudação. Vimos por vossa carta o pedido que nos fazeis de permitir-vos reconstruir o templo em rumas de Bubaste, o Selvagem, perto de Leontópolis, que é do governo de Heliópolis, e temos dificuldades em crer que seja coisa agradável a Deus consagrar-lhe um templo num lugar tão impuro e cheio de animais. Como nos afirmais, todavia, que o profeta Isaías predisse há muito tempo que isso iria acontecer, nós vô-lo permitimos, caso seja coisa que se possa fazer sem desobedecer à vossa lei, pois não queremos absolutamente ofender a Deus". Onias, depois dessa permissão, construiu um templo igual ao  Jerusalém, contudo um pouco menor e não tão rico. Não lhe citarei as medidas nem os vasos que foram consagrados, pois disso já falei no sétimo livro da Guerra dos Judeus. Onias não teve dificuldade em encontrar entre os judeus sacerdotes e levitas com os mesmos sentimentos para servirem naquele templo. 



Guerra dos Judeus

LIVRO 6
cap. 36
541. Lupo, que então era governador de Alexandria, avisou imediatamente o imperador [Vespasiano], dessa perturbação entre os judeus; o soberano considerando como o povo era inclinado à revolta e o motivo que tinha de temer, que eles se reunissem sempre mais e que outros a eles se juntassem, ordenou a esse governador que destruísse o templo que eles tinham na cidade de Oniom, que começara a ser construído e que assim fora denominado pelo motivo que passo a expor: Onias, filho de Simão, um dos sumo sacerdotes, fugira de Jerusalém, quando Antíoco, rei da Síria, fazia guerra aos judeus e retirou-se para Alexandria. Ptolomeu, que então reinava no Egito, recebeu-o mui favoravelmente, pelo ódio que tinha de Antíoco, e com promessa de Onias de atrair os de sua nação ao seu partido, se ele lhes concedesse um favor, o príncipe prometeu-lho, se fosse algo que ele pudesse cumprir. Onias então pediu-lhe que lhe permitisse construir um templo no seu reino, onde os judeus pudessem servir a Deus, segundo os preceitos de sua religião e garantiu-lhe, que aquela graça os teria presos ao seu serviço, aumentaria ainda o ódio que eles tinham de Antíoco, porque ele tinha destruído o templo de Jerusalém e faria várias deles passar para o Egito, a fim de gozar da liberdade de viver segundo suas leis. 

Ptolomeu aprovou essa proposta e deu-lhe um terreno na região de Heliópolis, a cento e oitenta estádios de Mênfis. Onias mandou construir um templo e um castelo, que não era semelhante ao de Jerusalém, mas tinha uma torre parecida, cuja altura era de sessenta côvados e tinha sido construída com pedras enormes. Lá mandou fazer também um altar à imitação do de Jerusalém, colocou ornamentos semelhantes, exceto o grande candelabro, no lugar do qual havia uma lâmpada de ouro que brilhava como uma luz, inferior à estrela da manhã e estava pendurada a uma corrente. As portas desse templo eram de pedra e a torre de tijolos. Obteve também da liberalidade do soberano uma grande quantidade de terras e uma renda em dinheiro, a fim de que os sacerdotes pudessem prover às despesas necessárias ao culto de Deus. Onias não resolveu tentar esse empreendimento, pelo afeto aos mais ilustres dos judeus, que moravam em Jerusalém, contra os quais, ao contrário, a lembrança de sua fuga o animava; mas seu fim era levar o povo a abandoná-los para vir para junto dele e havia mais de seiscentos anos que o profeta Isaías tinha predito que aquele templo construído no Egito, por um judeu, seria destruído. Logo depois da ordem recebida do imperador o governador foi ao templo, tirou-lhe uma parte dos ornamentos e mandou fechá-lo. Depois de sua morte Paulino, seu sucessor no governo, obrigou os sacerdotes com graves ameaças a entregar-lhe todos os ornamentos que existiam, tomou-os, mandou fechar o Templo, e proibiu a quem quer que fosse lá ir adorar a Deus; aboliu assim até os menores sinais do culto divino. Fazia então trezentos e quarenta e três anos que aquele Templo tinha sido construído.
Logo depois da ordem recebida do imperador o governador foi ao templo, tirou-lhe uma parte dos ornamentos e mandou fechá-lo. Depois de sua morte Paulino, seu sucessor no governo, obrigou os sacerdotes com graves ameaças a entregar-lhe todos os ornamentos que existiam, tomou-os, mandou fechar o Templo, e proibiu a quem quer que fosse lá ir adorar a Deus; aboliu assim até os menores sinais do culto divino. Fazia então trezentos e quarenta e três anos que aquele Templo tinha sido construído