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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

História do ministério das mulheres na Assembléias de Deus- diaconizas, pregadoras e evangelistas



Você sabia que a igreja Assembléia de Deus nos primórdios consagrava mulheres ao ministério

Você sabia que Gunar Vingren e Frida Vingren foram "impedidos" de trabalhar para o Senhor utilizando o ministério de mulheres, e por isso voltaram para a Suécia?

Você sabia que a Convenção de 1930 foi feita principalmente para banir o ministério de mulheres?

Você sabia que houve profecias que o diabo queria destruir o ministério das mulheres?
Ainda em setembro, no culto da sexta-feira, dia 27, destinado somente para os membros da igreja, Vingren pregou concernente aos dons espirituais e sobre o direito de a mulher falar na igreja. Um dos crentes foi usado por Deus em profecia e falou que Vingren não temesse, mas que continuasse a ensinar a sã doutrina, e predisse que muitos se levantariam contra ele. No dia seguinte, 28 de setembro, Vingren recebeu uma carta dura, com ameaças, do missionário Samuel Nyström, pastor da Assembleia de Deus de Belém do Pará na época e era, desde 1923, o diretor-gerente do jornal Boa Semente, órgão oficial e nacional das Assembleias de Deus no Brasil. Possivelmente, o assunto dessa missiva teria sido a sua posição contrária ao ministério da mulher na igreja Frida Vingren, Israel de Araújo. Rio de Janeiro:CPAD 2015 p. 102
Samuel Nynstrom lidera a destruição do ministério de mulheres:
Unicamente sob o comando de Samuel Nyström, o jornal Boa Semente de outubro de 1929, página 7, publicou um artigo sob o título “O Serviço das Irmãs na Igreja”, traduzido de livro editado por uma convenção pentecostal em Berlim (Alemanha). O artigo dizia que, para a edificação da igreja, há uma tarefa definida, deixada às irmãs, dentro das linhas traçadas nas Escrituras. O autor condenava, ao mesmo tempo, a limitação do serviço da mulher dentro da igreja, como se estivesse a sua tarefa só dentro da família, e os esforços para simplesmente igualar o serviço das irmãs aos dos irmãos na igreja. Ele afirmava que ambas as atitudes eram contra a natureza e as Escrituras. Defendia que se devia permitir ao Espírito Santo ajudar a igreja a encontrar as diretrizes que foram determinadas para as especialidades do gênero feminino. Às irmãs cabia o serviço auxiliar nas igrejas. Uma quantidade de referências bíblicas é citada e o autor afirmou que, por meio delas, encontra-se a grande tarefa que as irmãs têm na edificação da igreja de Deus na terrap. Frida Vingren, Israel de Araújo. Rio de Janeiro:CPAD 2015 102-103


Em 4 de novembro, os Vingren receberam a visita do missionário Samuel Nystrom. Ele veio de Belém do Pará certamente para conversar pessoalmente com Vingren, que era considerado o líder nacional das Assembleias de Deus no Brasil naquela época. Vingren escreveu no diário que Samuel Nyström não se humilhou e continuou sustentando que a mulher não podia pregar nem ensinar, só testificar. Disse mais que, provavelmente, iria embora do Brasil.
 No dia seguinte, Nyström viajou a São Paulo para se encontrar com Daniel Berg, e de lá para Santos, para se avistar com Simon Lundgren. Sua intenção era conquistar a adesão de Berg e Lundgren para pressionar Vingren a mudar de ideia. Assim, em 13 de novembro, Nyström visitou Vingren para mais uma conversa, dessa vez acompanhado de Lundgren e Berg. Depois desse segundo encontro, a divergência chegou ao clímax. Vingren escreveu: “Chegaram Samuel, Simon e Daniel. Samuel não se humilhou. Separamo-nos em paz, mas para não trabalhar mais juntos, nem com jornal ou nas escolas bíblicas, até o Senhor nos unir. Simon disse que ficava de fora, e Daniel tinha convidado Samuel a trabalhar em São Paulo”. Assim, Vingren disse a Nyström: “Estamos separados”. Apesar disso, Nyström ainda permaneceu no Rio de Janeiro por mais quatro dias e participou do culto do domingo à noite, quando cinco pessoas aceitaram a Jesus" Frida Vingren, Israel de Araújo. Rio de Janeiro:CPAD 2015 p. 104

Em 26 de março de 1930, o missionário Samuel Nyström voltou a se encontrar com Vingren no Rio de Janeiro e conversaram a respeito do papel da mulher na igreja. Vingren escreveu em sua agenda: “Samuel chegou do Pará em viagem para São Paulo. Ele não tem mudado a opinião concernente à mulher. Disse que não é bíblico a mulher pregar, ensinar e doutrinar”. Nyström, nessa época, havia deixado o pastorado da Assembleia de Deus de Belém e se transferido para o estado de São Paulo, onde assumiu o pastorado da Assembleia de Deus da capital em substituição ao missionário Daniel Berg p. 112
Gunnar Vingren responde a Samuel:


Em 1º de abril de 1930, Vingren escreveu uma carta para Samuel Nyström tentando convencê-lo de que a necessidade premente de mais obreiros para a obra no Brasil deveria levá-los a aproveitar melhor as mulheres, dando-lhes maiores responsabilidades e liberdade de atuação. Nesta missiva, Vingren defende:
Deus é testemunha de que o meu único desejo é que o Espírito Santo possa ter o seu caminho, o seu próprio caminho neste país, e que esta gloriosa obra divina possa continuar da mesma forma que começou. Não posso deixar de apresentar a minha convicção de que o Senhor chamou e ainda está chamando homens e mulheres para o serviço do evangelho, para ganhar almas e testificar do seu amor. Sei que todos nós, juntos no Céu, nos alegraremos um dia pelas almas que ganhamos para Jesus durante a nossa vida. Eu mesmo fui salvo por uma irmã evangelista que veio visitar e realizar cultos na povoação de Björka, Smaland, Suécia, há quase trinta anos. Depois veio uma irmã dos Estados Unidos e me instruiu sobre o batismo com o Espírito Santo. Também quem orou por mim para que eu recebesse a promessa foram irmãs. Eu creio que Deus quer fazer uma obra maravilhosa neste país. Porém, com o nosso modo de agir, podemos impedi-la. Para não impedi-la, devemos dar plena liberdade ao Espírito Santo para operar como Ele quiser. 

Para saber mais compre o livro do autor, muito bom.

A primeira diaconiza

Emílio Conde escreveu no livro História das Assembleias de Deus no Brasil que no Rio de Janeiro, como cada membro da igreja era um evangelista voluntário e eficiente, parecia não haver necessidade de separar obreiros para determinados fins. “Contudo, de acordo com a Palavra de Deus, a igreja separou para servir como diácono o irmão Palatino dos Santos, que mais tarde foi consagrado a pastor. Também separou Emília Costa como diaconisa, a única que ocupou esse cargo na igreja.”
Emília foi separada pelo missionário Gunnar Vingren. Ela era bastante ativa na evangelização, ganhando muitas pessoas para Cristo. Trabalhava realizando cultos nas cadeias da cidade. A separação dela e do irmão Palatino aconteceu em 6 de fevereiro de 1928, num culto de segunda-feira. Frida Vingren, Israel de Araújo. Rio de Janeiro:CPAD 2015, p. 92

diaconiza Emilia Costa- 1928 separada ao ministério
Então todos os obreiros do Estado se reuniram para uma semana de oração e estudos bíblicos, o que foi de grande proveito para a obra. Os assuntos tratados nessas reuniões foram: “Como ter um espírito excelente”, “A vida de Jesus”, “Como deve ser o servo de Deus”, “A igreja e os dons espirituais” e “A segunda vinda de Cristo”. Era a primeira escola bíblica e foi dirigida e ministrada pelos missionários Gunnar Vingren e Frida Vingren.  Frida Vingren, Israel de Araújo. Rio de Janeiro:CPAD 2015p. 100 -101


A primeira evangelista mulher
Os outros dois novos evangelistas separados para a obra na seara do Senhor foram os irmãos João Evangelista e sua esposa Deolinda, a primeira mulher brasileira separada evangelista segundo escreveu Gunnar Vingren na reportagem publicada sobre a escola bíblica no jornal sueco Evangelli Hårold. João Evangelista e Deolinda foram os fundadores das Assembleias de Deus nos municípios de Rio Bonito, Silva Jardim e em outras regiões do interior fluminense, e por meio dos quais surgiram muitos outros obreiros, entre eles, pastor Moysés Soares da Fonseca. Frida Vingren, Israel de Araújo. Rio de Janeiro:CPAD 2015,p.101


 Mais detalhes do ministério de Frida Vingren:
"Em 27 de maio de 1917, Frida foi ordenada missionária na Igreja Filadélfia de Estocolmo, para trabalhar no Brasil, principalmente, como bibelkvinna (antiga palavra sueca para designar uma mulher que exercia o ministério de ensinadora da Palavra de Deus nas igrejas).(Frida Vingren, Israel de AraújoCPAD 2015, p. 32)
Livro Fantástico- muito bom!

 Substituta de Vingren na direção da Assembleia de Deus de Belém do Pará... Três meses substituindo Vingren na direção da Assembleia de Deus de Belém ao lado de Samuel Nyström... Dirigente auxiliar da Assembleia de Deus de São Cristóvão (Frida Vingren, CPAD 2014, p. 10-12)
Como Vingren precisava viajar bastante, Frida ficava responsável pela direção da igreja e dos cultos muitas vezes. Seu bom conhecimento bíblico foi de grande bênção tanto verbalmente como por escrito nessas ocasiões e nos anos vindouros do ministério do casal, tanto no Pará como no Rio de Janeiro. Ela era enérgica, mas procurava compreender e solucionar os diferentes problemas que surgiam. p´. 46
 Frida foi a principal redatora do jornal Boa Semente, iniciado por Vingren em 1919, na cidade de Belém do Pará, para a divulgação das doutrinas apostólicas em todo o país.
p. 47
Vingren resolveu então fazer outra viagem ao Sudeste, e partiu em meados de outubro de 1923. Após quase três meses, no dia 14 de dezembro, embarcou de novo em um navio e voltou ao Pará. Durante esse tempo que Vingren se ausentou do Pará, Frida também foi um dos colaboradores na direção da igreja ao lado dos pastores auxiliares que sempre cumpriam essa tarefa nas viagens do pioneiro. Ela foi de grande ajuda para Vingren em orações, cânticos, visitas e testemunhosp.65

Paulo Leivas Macalão, um jovem gaúcho, um dos primeiros membros da igreja, realizou o primeiro culto ao ar livre no Campo de Santana. Nenhuma alma se converteu. Frida tomou a frente dos cultos ao ar livre. Faziam-se cultos na Praça da Bandeira, Estação Central, Praça 11 e Largo da Lapa. Dessa forma muitas pessoas ouviram a Palavra de Deus. Frida foi responsável pelas atividades evangelísticas em diversas áreas da cidade do Rio de Janeiro. Ela era responsável pela oração e visitação aos crentes. Na abertura dos cultos, era ela quem fazia a leitura bíblica com a igreja. Quando Gunnar se ausentava em suas viagens, era Frida quem pregava a mensagem nos cultos e também cuidava de outras atividades da igreja. Ela gostava muito de ministrar estudos bíblicos.p. 76

Frida era um dos pregadores mais ativos nesses trabalhos evangelísticos ao lado do seu esposo, e de dois jovens evangelistas: Paulo Leivas Macalão e Sylvio Brito. Além dessas atuações na igreja carioca, Frida, em 1925, ainda produziu artigos para o jornal Boa Semente, editado no Pará. Na edição de maio de 1925, saiu o artigo traduzido sob o título “A Foice e o Trigo” e, em setembro, foi publicado seu artigo intitulado “A Peleja Gloriosa”p.81

Também, Frida foi bastante ativa tanto na igreja como na área da literatura e imprensa das Assembleias de Deus.p. 87


 Vingren começou a realizar cultos na prisão do Rio, tendo à frente do trabalho a sua esposa Frida, junto com muitos outros irmãos e irmãs.p. 99
Durante esse tempo de viagens de Vingren, Frida ficou à frente da igreja do Rio de Janeiro sendo auxiliada pelos seus obreiros
. p. 106




" irmã Frida foi uma das mais profícuas da história das Assembléias de Deus. Ela é autora de hinos belíssimos da Harpa Cristã e foi a única mulher a escrever comentários da revista de Escola Dominical Lições Bíblicas. Foi também uma colaboradora efetiva do jornal Mensageiro da Paz em seus primeiros anos, com artigos e poesias edificantes. Mesmo aqueles que criticam a sua presença no jornal (seu marido a incentivava, não por nepotismo, mas por Frida ser notoriamente talentosa) eram unânimes em reconhecer que ela era vocacionada para aquele trabalho e uma das mais bem preparadas missionárias evangélicas que já pisaram em solo brasileiro. Sabe-se que a irmã Frida Vingren também se destacava muito na obra pela sua atuação em várias outras áreas. Ela era extremamente atuante.Quando Gunnar Vingren não podia dirigir os cultos na igreja de São Cristóvão devido às suas muitas enfermidades, quem os dirigia era sua esposa (DANIEL, S. História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: Cpad, 2004, p. 34.)

Nesse período, Frida Vingren exercia o trabalho de evangelização, pregação, ensino, abertura de novos pontos de culto, dirigia a Escola Dominical, tocava órgão e violão, enfim, executava um intenso trabalho na igreja. Frida também escrevia para Lições Bíblicas, ao passo que, em mais de cem anos de Assembleias de Deus, foi a única mulher comentarista dessas lições; além disso, Frida foi autora de 24 hinos da Harpa Cristã. Em 1926, Gunnar Vingren designou para o cargo de diaconisa uma mulher chamada Emília Costa, o que pode ter acontecido por influência 64 CIÊNCIAS DA RELIGIÃO – HISTÓRIA E SOCIEDADE v. 11 • n. 2 • 2013 de Frida; essa atitude de Gunnar Vingren desagradou aos pastores assembleianos. (MEMÓRIA COLETIVA E PENTECOSTALISMO – FRIDA VINGREN, A PIONEIRA ESQUECIDA, p. 63-64) 
file:///C:/Users/Reginaldo/Downloads/Frida%20Vingren%20-%20A%20pioneira%20esquecida.pdf
 Com relação ao ministério de Frida, Gunnar Vingren (1982, p. 56) afirmou:
durante a minha enfermidade, a minha esposa, junto com os obreiros da Igreja, tem assumido a responsabilidade pela obra”. Percebe-se pelas palavras de Gunnar Vingren que sua mulher pastoreava a igreja nas ocasiões  que ele esteve doente, ou seja, Frida ocupou a função de “pastora-presidente”.
Essa intensa atuação de Frida nas Assembleias de Deus causou incômodo, principalmente entre os pastores brasileiros e os pastores suecos que atuavam no Brasil, dos quais o maior opositor ao ministério de Frida foi o sueco Samuel Nystrom. Quanto a isso, Vingren (1982, p. 58) escreveu:

Samuel Nystrom chegou do Pará. Não se humilhou. Sustenta que a mulher não pode pregar nem ensinar, só testificar. Disse mais que provavelmente vai embora do Brasil”. Tal impasse gerou conflitos entre os dois pastores, pois segundo Gunnar Vingren (1982, p. 60),
[...] chegaram Samuel, Simon e Daniel. Samuel não se humilhou. Separamo-nos em paz, mas para não trabalhar mais juntos, nem com jornal ou nas escolas bíblicas, até o Senhor nos unir. Simon disse que ficava de fora, e Daniel tinha convidado Samuel a trabalhar em São Paulo. Assim, disse para ele: “Estamos separados”. Vingren procurou mais uma vez Nystrom para tentar resolver a questão, mas este continuou irredutível quanto ao ministério feminino: “Samuel Nystrom chegou do Pará. Está indo para São Paulo. Ele não tem mudado de opinião concernente à mulher. Disse que não é bíblico a mulher pregar, ensinar e doutrinar” (VINGREN, 1982, p. 67).

Por fim, Gunnar Vingren (1982, p. 78) escreveu uma última carta a Nystrom a fim de tentar convencê-lo da importância da mulher na igreja: Eu mesmo fui salvo por uma irmã evangelista que veio visitar e realizar cultos na povoação de Borka, Smaland, Suécia, há quase trinta anos. Depois veio uma irmã dos Estados Unidos e me instruiu sobre o batismo no Espírito Santo. Também quem orou por mim para que eu recebesse a promessa foram as irmãs. Eu creio que Deus vai fazer uma obra maravilhosa neste país. Porém, com o nosso modo de agir, podemos impedi-la. Para não impedi-la, devemos dar plena liberdade ao Espírito Santo para operar como ele quiser. (Idem p. 65)
"3. A AD é uma igreja grande, burocratizada e conservadora.
  •  Em 1917, ela usa o que há de mais moderno na comunicação da época: jornal escrito
  •  Em 1930 há mulher no exercício ministerial,
  •  e diversos jovens solteiros pastores dirigindo igrejas. Mas já na década de 40, passa anos discutindo se é ou não “pecado” usar rádio, e repete a discussão nas décadas seguintes com a televisão. Perdeu o trem da história. No início, ela tinha ministros jovens e solteiros e até mulheres abrindo e dirigindo igrejas, a partir de agora ela se compõe de uma liderança envelhecida e reacionária, preocupada em preservar a pretensa “tradição assembleiana”; (TODO PODER AOS PASTORES, TODO TRABALHO AO POVO, TODO LOUVOR A DEUS. Gedeon Freire de Alencar, p. 123-124)
"1ª convenção geral:
"Em segundo lugar, nesta convenção foi discutida a posição da mulher no Ministério em razão de haver diferentes opiniões sobre o trabalho na mulher na igreja”, a Convenção publicou a seguinte declaração: 
“As irmãs têm todo direito de participar na obra evangélica, testificando de Jesus e as sua salvação, e também apresentando instrução se assim for necessário. Mas não se considera justo que uma irmã tenha a função de pastor de uma igreja ou de ensinadora da mesma, salvo em casos de exceção mencionados em Mt. 12:3-8. Assim dever ser, especialmente quando não existem na igreja irmãos capacitados para pastorear ou ensinar

Díário do pioneiro, p. 179, CPAD

 “Os assuntos tratados nessa convenção podem ser resumidos em: em relatório do trabalho realizado pelos missionários; a nova direção do trabalho pentecostal no Norte e Nordeste; a circulação dos dois jornais existentes e o trabalho feminino na igreja. (...) Os missionários suecos(...) sentiam que era chegada a hora de deixarem a Obra nas mãos dos trabalhadores nacionais e partirem para as áridas terras do Sul do País. Todos os templos e locais de reuniões que pertenciam à Missão foram entregues às igrejas brasileiras” Versão da 2ª história (Almeida, 1982:30)
Moderno demais para a época? Afinal, as mulheres ainda não participavam da vida política do país nem mesmo como eleitoras, mas a AD permite que elas, excepcionalmente, sejam pastoras e ensinadoras. A AD no Rio de Janeiro, em 1925 (Conde, 1960:229), já havia consagrado uma diaconisa. É a única da história, assunto que morreu completamente depois disto. 
Influência de Frida Vingren? Com certeza. Ela prega, canta, toca, escreve poemas, textos escatológicos, visita hospitais, presídios, realiza cultos e – nada comum dirige a igreja na ausência do marido (e, segundo algumas insinuações, na presença também). 
Numa entrevista com um pastor de mais de oitenta anos, perguntei-lhe por que na foto dos missionários (jornal Mensageiro de Paz, no. 03, março de 31) participantes da Convenção de Natal ela é única mulher que aparece? Onde estão as esposas dos outros? Ele respondeu ríspido: “Mas a Convenção de 30 aconteceu por causa dela!”74.
Frida chega a escrever um texto no Mensageiro de Paz (no. 5, maio, 30) disciplinando a conduta dos obreiros. “A minha esposa, junto com os obreiros da Igreja, têm levado a responsabilidade pela obra” (Vingren, 1987:194)"
TODO PODER AOS PASTORES, TODO TRABALHO AO POVO, TODO LOUVOR A DEUS. Gedeon Freire de Alencar, p. 113-114)
https://haroldoxsilva.files.wordpress.com/2014/12/assembleia-de-deus-origem-implantac3a7c3a3o-e-militc3a2ncia-1911-1946-por-gedeon-freire-de-alencar-umesp-2000.pdf
Cinco meses depois da primeira Convenção Geral, Frida escreveu um texto chamado de “Deus mobilizando suas tropas”: Despertemo-nos, para atender o chamado do Rei, alistando-nos nas suas fileiras. As irmãs das “assembleias de Deus”, que igualmente, como os irmãos têm recebido o Espírito Santo, e portanto, possuem a mesma responsabilidade de levar a mensagem aos pecadores precisam convencer-se que precisam fazer mais do que tratar dos deveres domésticos. Sim, podem também, quando chamadas pelo Espírito Santo, sair e anunciar o Evan gelho. Em todas as partes do mundo, e especialmente no trabalho pentecostal, as irmãs tomam grande parte na evangelização. Na Suécia, país pequeno com cerca de 7 milhões de habitantes, existem um grande número de irmãs evangelistas, que saem por toda parte anunciando o Evangelho, entrando em lugares novos e trabalhando exclusivamente no Evangelho. Dirigem cultos, testificam e falam da palavra do Senhor, aonde há uma porta aberta. (Os que estiveram na convenção em Natal e ouviram o pastor Lewi Pethrus falar desse assunto sabem que é verdade). Por qual razão, as irmãs brasileiras hão de ficar atrasadas? Será, que o campo não chega, ou que Deus não quer? Creio que não. Será falta de coragem? Na “parada das tropas” a qual teve lugar aqui no Rio, depois da revolução, tomou também parte, um batalhão de moças do estado de Minas Gerais, as quais tinha se alistado para a luta (MENSAGEIRO DA PAZ, 1º.2.1931, p. 6).

 Em mais um artigo publicado no jornal Mensageiro da Paz (15.02.1931, p. 3), Frida afirmou o seguinte: Muitos pensam que é consagração que faz o pastor. É um erro – esta é apenas uma confirmação de Deus, e um auxílio, diante da lei social, poder exercer as funções de um ministro do Evangelho. É preferível, então, ter a realidade sem os títulos. O verdadeiro pastor nunca é “dirigente” em absoluto. Elle tem o Espírito Santo como dirigente, e não como “auxiliar”.(MEMÓRIA COLETIVA E PENTECOSTALISMO – FRIDA VINGREN, A PIONEIRA ESQUECIDA,  p. 67)

Para uma defesa bíblica do ministério feminino click:
 http://averacidadedafecrista.blogspot.com.br/2014/05/mulher-pode-ser-pastora-ou-exercer.html