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domingo, 26 de abril de 2020

Destruição do templo judaico- 4 coisas que você não sabia.

 RELEVO INTERNO do Arco de Tito- construído por volta de 82 d.C pelo imperador Domiciano
Mostra judeus levados cativos com objetos do templo judaico


Este artigo relata:

1- A profanação e destruição do templo foi iniciativa judaica

2- Os soldados das legiões que continuaram a destruição eram povos vizinhos dos judeus, na sua maioria. Isto é, não romanos.

3-  A intenção inicial de Tito era preservar o templo

4- A destruição do templo era sinal da desaprovação divina.


1- Os judeus rebeldes profanam, e incendiam o templo e vão demolindo



As facções judaicas profanam o templo e o saqueiam

303.  Os zelotes (pois esses ímpios davam-se a si mesmos tal nome) para se salvar dos efeitos da ira do povo, fugiram para o Templo e lá fizeram sua fortaleza, estabelecendo nele a sede de seu governo tirânico. Dentre tantos males que causavam, nada era tão intolerável quanto seu desprezo pelas coisas mais santas. Para experimentar até onde poderiam chegar suas forças e o temor do povo, tentaram servir-se da sorte para escolher o sumo sacerdote, afirmando que assim se fazia antigamente, quando tal dignidade era hereditária; aboliam a lei para estabelecer sua injusta autoridade. História dos Hebreus. Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 2006  livro 4cap. 12 p. 1228

306.  Por mais irritada, porém, que estivesse a multidão contra homens tão detestáveis não se resolvia a atacá-los, porque os julgava muito fortes, e temia não poder fazê-lo com resultado. Então o sumo sacerdote Anano, fitando o Templo, com os olhos marejados de lágrimas, assim lhes falou: "Não devia eu morrer, antes que ver a casa de Deus manchada, com tanta abominação e celerados calcarem aos pés os santos lugares, que deveriam ser inacessíveis mesmo aos homens de bem? História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 2006 Livro 4 cap 13 p. 1229

"Não é evidente então que jamais o caminho das armas nos não foi favorável em semelhantes ocasiões, mas que os assédios que sustentamos nos foram sempre funestos? Não tenho pois eu razão em acreditar que aqueles que ocupavam um lugar tão sagrado, como o Templo, devem, sem confiar em forças humanas, abandonar-se inteiramente ao governo de Deus, quando sua consciência não lhes censura ter desobedecido às suas leis? Mas haverá uma das ações que mais Ele tem em abominação, que não a tenhais cometido? E de quanto sobrepujais em impiedade àqueles que vimos tão repentinamente feridos pelos raios da sua justiça? Os pecados ocultos, como os latrocínios, as traições, os adultérios, vos parecem muito comuns. Praticais a porfia, a rapina, os assassínios e inventastes mesmos novos crimes. Fazeis do Templo vosso refúgio, e esse lugar sagrado, tão respeitado pelos romanos, que lá adoravam a Deus, embora o culto que nós lhe prestamos não esteja de acordo com sua religião, foi conspurcado pelos sacrilégios daqueles cujo nascimento obriga à observância de suas leis e que são o seu mesmo povo. Podeis esperar, depois de tudo isso, ser ajudado por aqueles a quem ofendeis com tantos crimes? São justos? Estais em estado de suplicantes? Vossas mãos são puras como eram as do nosso rei, quando implorava o auxílio do céu, contra os assírios e Deus fez morrer numa só noite todo seu exército? Ou podeis dizer que os romanos, agindo como faziam os assírios, tendes motivo de esperar que Deus os castigará do mesmo modo? Mas não sabeis que seu rei, depois de ter recebido dinheiro nosso para compensar o saque da cidade, não temeu violar o juramento e incendiar o Templo? Os romanos, ao contrário, só vos pedem o pagamento do tributo que vossos antepassados solenemente se comprometeram e lhe pagavam. Dando-lhes essa satisfação, eles não saquearão vossa cidade nem tocarão nas coisas santas; continuareis livres com vossas famílias, gozareis pacificamente de todos os vossos bens e não sereis perturbados na observância de vossas santas leis. História dos Hebreus. Guerra dos Judeus .Rio de Janeiro: CPAD. 2009. Livro 5 cap. 26 p. 1319-1320
Poder-se-ia contemplar com os olhos enxutos os judeus despojarem o Templo dos dons que os romanos mesmos ofereceram, mancharem suas mãos no sangue daqueles que eles teriam poupado depois da vitória e desfigurar toda a beleza dessa rainha de nossas cidades, que outrora vimos tão homenageada e florescente? Esses soberbos conquistadores jamais ousaram pôr os pés naqueles lugares, cuja entrada é proibida aos profanos. Eles honraram nossos santos costumes e só contemplaram de longe, com respeito, essa casa santa. E homens nascidos entre nós, instruídos nos nossos costumes e que têm o nome de judeus, com as mãos ainda tintas de sangue de seus concidadãos, têm a ousadia de entrar nesses lugares, cuja santidade devê-los-ia fazer tremerHistória dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 2006 Livro 4 cap 13 p. 1231

Aqueles homens animados pelos demônios não se contentavam de calcar aos pés tudo o que é mais digno de respeito; eles zombavam do mesmo Deus e tomavam como loucura e ilusão as predições dos profetas. Mas as conseqüências os fizeram ver que eram bastante verdadeiras. Aqueles celerados foram os executores da predição feita há muito tempo, de que, depois de uma grande divisão, Jerusalém seria tomada e depois que os que mais deviam respeitar o Templo de Deus, o tivessem profanado com sua impiedadeele seria queimado e reduzido a cinzas, por aqueles aos quais as leis da guerra permitiam usar como lhes aprouvesse de sua vitória.  História dos Hebreus. Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. livro 4 cap. 22 p.1251

431. Depois que João reduziu o Templo a esse estado, que nele nada mais lhe restava para saquear, tendo-o despojado completamente, passou das pilhagens ordinárias aos sacrilégios. Atreveu-se, por uma impiedade inominável, que sobrepuja mesmo a toda credulidade, a tomar diversos dons oferecidos a Deus no Templo, e o que era destinado para o divino serviço, como taças, cálices, pratos, mesas, até mesmo vasos de ouro que Augusto e a imperatriz sua esposa tinham oferecido. Os imperadores romanos sempre tiveram veneração por esse Templo e demonstraram, por meio de presentes, o prazer que sentiam em enriquecê-lo. Assim, viu-se um judeu arrancar daquele lugar sagrado, por uma execrável impiedade, aqueles objetos veneráveis que estrangeiros lhe haviam dado e tinha ele ainda a desfaçatez de dizer aos que tinham entrado na sociedade de seus crimes, que podiam sem temor usar das coisas consagradas a Deus, pois era por Deus que eles combatiam. Ousou mesmo tomar, sem receio, e dividir com eles, o vinho e o óleo que os sacerdotes conservavam na parte interior do Templo, para empregá-los nos sacrifícios. Deve-se pois perdoar à minha dor, o que ouso dizer: que se os romanos tivessem diferido em castigar pelas armas tão grandes criminosos, creio que a terra se teria aberto para tragar aquela miserável cidade; ou ela teria perecido por um outro dilúvio, ou teria sido destruída pelo fogo do céu como Gomorra, pois as abominações que ali se cometiam e que por fim causaram a ruína de todo o povo sobrepujavam as que obrigaram Deus a lançar seus raios vingadores sobre aquela outra detestável cidade. História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. Livro 5 Cap. 37 p. 1336-1337

 490.  Um sacerdote de nome Jesus, filho de Tebute, a quem Tito tinha prometido salvar a vida, com a condição que lhe entregasse uma parte dos tesouros do Templo, saiu e deu, do alto do muro do Templo, dois candelabros, mesas, taças e alguns vasos de ouro maciço, muito pesados, como também véus, vestes sacerdotais, pedras preciosas e vários vasos próprios para os sacrifícios.História dos Hebreus. Guerra dos Judeus.Rio de Janeiro: CPAD. 2009. Livro 6,  cap. 41, p. 1379.


328.  Assim estava Jerusalém tão amargurada e oprimida, ao mesmo tempo pela guerra e pela tirania, pela contestação de dois partidos. A guerra, por mais temível que fosse, parecia o mais suportável dos três males; os habitantes deixavam suas casas para refugiar-se junto dos romanos e procurar na compaixão de um povo estrangeiro a segurança que não podiam encontrar entre os de sua própria nação. História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD.1252  livro 4 cap. 23


353.  Depois que Simão reconquistou sua mulher voltou seu furor contra o que restava de idumeus. Perseguiu-os de tal modo, que estando reduzidos ao desespero, vários fugiram para Jerusalém. Ele os perseguiu até às muralhas e lá matou os que voltavam do campo, quando pretendiam entrar na cidade. Assim, Simão era, no exterior, mais temível aos habitantes do que os romanos, e os zelotes eram-no, no interior, muito mais que os romanos e Simão. História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 1266  livro 4 cap. 34

376. Por outro lado, Simão, filho de Gioras, que o povo, no desespero, havia chamado em seu auxílio e não tivera receio em receber como tirano, tendo ocupado a cidade alta e a maior parte da cidade baixa, atacava João, tanto mais corajosamente quanto o via empenhado também em sustentar a luta contra Eleazar.
Mas como João tinha as mesmas vantagens sobre Simão, que Eleazar tinha sobre ele, porque assim como a parte exterior do Templo era dominada pela superior, ela dominava a cidade e ele não tinha grande dificuldade em repelir Simão; empregava para se defender de Eleazar longos pedaços de pau e máquinas que atiravam pedras. E por esse meio não somente matava muitos partidários de Eleazar, mas também muitas pessoas que vinham oferecer sacrifícios. Ainda que não houvesse impiedade que a raiva daqueles malvados não os levasse a cometer, não recusavam a entrada dos santos lugares aos que vinham para oferecer sacrifícios, mas antes os faziam esbulhar por pessoas destinadas por eles a esse fim, embora fossem judeus; os estrangeiros, quando se julgavam em segurança depois de ter achado alguma complacência entre aqueles homens furiosos, eram mortos pelas pedras que as máquinas de João atiravam, cujos golpes chegavam até o altar e matavam os sacerdotes, com os que estavam oferecendo os sacrifícios. Viam-se assim pessoas que vinham dos extremos do mundo, para adorar a Deus naquele lugar sagrado, cair mortas com suas vítimas e banhar com seu sangue o altar, cultuado não somente pelos gregos, mas ainda pelas nações mais bárbaras. Via-se esse sangue correr em rios de corpos feridos tanto dos sacerdotes, como dos outros, dos originários do país, como dos estrangeiros, de que aqueles lugares santos estavam cheios. História dos Hebreus.
Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. Livro 5 cap. 1 p. 1280

388. Os atos de hostilidade cessaram por momentos na parte exterior de Jerusalém e por isso recomeçou uma guerra no seu interior. A quatorze de abril, quando os judeus celebram a festa da Páscoa, em memória da libertação da escravidão do Egito, Eleazar mandou abrir a porta do Templo para receber as pessoas do povo que quisessem vir adorar a Deus. João serviu-se dessa ocasião para executar uma empresa que sua impiedade lhe havia sugerido.Ordenou a alguns dos seus, que eram menos conhecidos e dos quais a maior parte era constituída de profanos e não se importava de se purificar, que escondessem as espadas sob as vestes e se misturassem com os que iam ao Templo. Apenas lá entraram, tiraram os mantos e se apresentaram armados; suscitou-se imediatamente perturbação e tumulto, e, ante tal estupefação o povo pensou que era um atentado contra ele; mas os do partido de Eleazar compreenderam que era a eles que se visava. Os que estavam encarregados da guarda das portas, abandonaram-nas; outros, sem ousar colocar-se na defensiva, desceram dos lugares que haviam fortificado para se esconder nos esgotos, e o povo, que se havia retirado para junto do altar e em redor do Templo, era calcado sob os pés, feridos a pauladas, e muitos foram mortos à espada. Aqueles assassinos tomavam como pretexto vingar-se dos inimigos que eram do partido contrário; era suficiente ter ofendido a qualquer um deles, para não poder evitar a morte. Depois de assim se terem apoderado da parte interior do Templo, os três partidos ficaram reduzidos somente a dois, e João continuou mais atrevidamente ainda a fazer guerra a Simão.  História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. livro 5 cap. 11 p. 1289-1290

401. Os mais valentes e os mais obstinados dos facciosos seguiam opartido de Simão; seu número era de dez mil, subordinados à autoridade decinqüenta oficiais. Havia, além disso, cinco mil idumeus, comandados por dezchefes cujos principais eram Sosa, filho de Tiago, e Catlas, filho de Simão.João tinha ocupado com seis mil homens, comandados por vinte oficiais;e dois mil e quatrocentos zelotes, que haviam passado ao seu partido, tinhampor chefe a Eleazar, a quem antes obedeciam, e Simão, filho de Jair.Na guerra que esses dois partidos contrários faziam-se reciprocamente, opovo era-lhes a presa comum e eles não perdoavam a um só deles, se não fossede seu partido. Simão era senhor da cidade alta, do maior muro até o vale doCedrom: e desse espaço do muro antigo, que se estende desde a fonte de Siloéaté o lugar onde ele se volta para o oriente, e até o palácio de Monobazo, rei dosadiabenianos, que moram além do Eufrates. Ocupava também o monte Acra,onde está a cidade baixa, até o palácio real de Helena, mãe de Monobazo.João, por seu lado, era senhor do Templo e de alguma parte dosarredores, como também de Oflam e do vale de Cedrom, e tudo o que seencontrava entre Simão e ele fora consumido pelo fogo e era como uma grandepraça de armas, que servia de campo de batalha. Ainda que os romanosestivessem acampados às suas portas e estivessem organizando o assédio, suaanimosidade não cessava. Eles reuniam-se somente durante algumas horaspara se opor aos seus inimigos comuns e recomeçavam imediatamente a lutavoltando suas armas contra si mesmos, como se para ser agradáveis aosromanos, tivessem conjurado sua própria perda. Podemos dizer com verdadeque uma guerra tão cruel em seu interior não lhes era menos funesta que umaguerra externa, e que Jerusalém não sofreu mais da parte dos romanos, do queo furor dessas infelizes divisões, que já lhe havia feito experimentar males aindamaiores. Assim não tenho receio de afirmar que é principalmente a essesinimigos de sua pátria e não aos romanos, que devemos atribuir a ruína dessa poderosa cidade, e que a única glória que lhes pode caber é ter exterminadoesses malfeitores, cuja impiedade unida a tantos outros crimes que nempoderíamos imaginar, lhe tinha destruído a união que lhe dava muito maisforça que suas mesmas muralhas. Não podemos pois dizer, com razão, que oscrimes dos judeus são a verdadeira causa de suas desgraças e o que osromanos lhes fizeram sofrer, foi um justo castigo? Deixo, porém, a cada qual,que julgue como lhe aprouver.  História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. livro 5 cap. 16 p. 1302-1303

Assim terminou Josefo suas palavras, derramando muitas lágrimas. Mas não conseguiu comover os rebeldes, nem persuadi-los de que encontrariam sua salvação na conversão. O povo, ao contrário, ficou muito comovido e pensou em se salvar, fugindo. Muitos venderam o que tinham de mais precioso, por alguma pequena quantidade de peças de ouro, de medo que os rebeldes os apanhassem e fugiram para junto dos romanos. Tito permitiu-lhes refugiar-se em qualquer lugar do país que eles escolhessem. Essa liberdade que lhes deu aumentava ainda mais nos outros o desejo de se livrar, pela fuga, dos males que suportavam. Mas João e Simão puseram guardas nas portas com ordem de não deixar sair os judeus, bem como entrar os romanos; e ante a menor suspeita eram mortos os que se pensava estar dispostos a fugir. História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. livro 5 cap, 26 p.1321
O templo se assemelhava a uma cidadela e tinha suas próprias paredes, que eram mais laboriosamente construído do que os outros. Até as colunatas com que foi cercado formou um trabalho admirável. Continha um inesgotável fonte; havia escavações subterrâneas no morro e tanques e cisternas para retenção de água da chuva. Os fundadores do estado previram que guerras freqüentes resultariam da singularidade de seus costumes, e assim, fez todas as provisões contra o cerco mais prolongado. Depois de captura de sua cidade por Pompeu, experiência e apreensão ensinou-lhes Muito de. Aproveitando-se da política sórdida da era claudiana para comprar o direito de fortificação, eles levantaram em tempos de paz tais paredes como eram adequados para a guerra. Seus números foram aumentados por uma vasta multidão recolhida da derrubada das outras cidades. Todos os rebeldes mais obstinados tinham escapou para o lugar, e as seduções perpétuas foram a consequência. Lá eram três generais e tantos exércitos. Simon segurou o exterior e maior circuito de paredes. João, também chamado Bargioras, ocupou a cidade do meio. Eleazar fortaleceu o templo. João e Simão eram fortes em números e equipamento, Eleazar em posição. Houve escaramuças contínuas, surpresas, e incêndios incendiários, e uma grande quantidade de milho foi queimada. Muito antes João enviou alguns emissários, que, sob o pretexto de sacrificar, abatidos Eleazar e seus partidários, e ganhou a posse do templo. A cidade foi assim dividido entre duas facções, até que, como os romanos se aproximaram, a guerra com o estrangeiro provocou uma reconciliação.  Tácito. History book 5 http://classics.mit.edu/Tacitus/histories.5.v.htm

452. Os judeus, enfraquecidos pelas perdas que haviam sofrido em
tantos combates, vendo que a guerra se acendia cada vez mais e que o perigo de
que o Templo estava ameaçado crescia sempre, resolveram destruir-lhe uma
parte, para salvar o restante; do mesmo modo que se cortam os membros de
um corpo atacado de gangrena, para impedir que ela passe adiante.
Começaram por incendiar aquela parte da galeria que unia à fortaleza Antônia,do lado do vento norte e do ocidente, e derrubaram depois quase vinte côvados
e foram assim os primeiros que empreenderam a destruição daquela soberba
construção.
453. Dois dias depois, vinte e quatro de julho, os romanos incendiaram a
mesma galeria. Depois de terem arruinado uns catorze côvados, os judeus derrubaram o restante e continuaram assim trabalhando na destruição de tudo que podia ter comunicação com a fortaleza Antônia embora tivessem podido,
se quisessem, impedir aquele incêndio. Eles consideravam sem se inquietar o
curso que o fogo tomava para dele servir-se em seu proveito, e as escaramuças
se faziam todas em redor do Templo.
História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 2009 Livro 6 cap. 16 p. 1355 

455. Nada se podia acrescentar à resistência, que os que defendiam o
Templo ofereciam aos romanos, os quais atacavam-nos do alto de suas plataformas. A vinte e sete do mesmo mês de julho, eles resolveram unir a astúcia à
força. Encheram de madeira, de enxofre e de betume o espaço do pórtico do
lado do ocidente, que está entre as vigas e o teto, e quando foram atacados,
fingiram fugir. Os mais temerários entre os romanos perseguiram-nos e toma-
ram escadas para subir ao pórtico; os mais sensatos, porém, não os imitaram,
porque não viam motivo que pudesse obrigar os judeus a fugir. Quando o
pórtico estava cheio dos que queriam subir a ele, os judeus puseram fogo naquele material que já havia sido preparado para aquele fim e então ergueu-seuma enorme chama, que encheu de terror os romanos, 
História dos HebreusGuerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 2009Templo. Livro 6 cap. 16 p. 1356

459...Os romanos também logo souberam de tudo, isto é, da criança sacrificada
por sua própria mãe, para que ela pudesse continuar a viver. Uns não podiam
crer no que se dizia; outros sentiam imensa compaixão, mas a maior parte viu
acender-se ainda mais o ódio que já sentiam contra os judeus. Tito, para sejustificar diante de Deus a esse respeito, protestou em voz alta que ele tinhaoferecido aos judeus uma anistia geral de todo o passado e visto que eles
tinham preferido a revolta à obediência, a guerra à paz, a carestia à abundância
e tinham sido os primeiros a incendiar com suas próprias mãos o Templo, que
ele tinha se esforçado por conservar, mereciam ser obrigados a se alimentar de
tão execrável iguaria. No entanto, ele sepultaria aquele horrível crime sob as
ruínas da sua capital, a fim de que o sol, fazendo a volta ao mundo, não fosse
obrigado a esconder seus raios, pelo horror, de iluminar uma cidade onde as
mães se nutriam de carne dos próprios filhos, onde os pais não eram menos
culpados que elas, pois tão estranhas misérias não os podiam decidir a
abandonar as armas. Estas as palavras do grande príncipe, porque,considerando até que excesso ia a raiva daqueles revoltosos, ele não achava,que depois de ter sofrido tantos males, dos quais apenas o temor deveria trazê-los ao cumprimento do dever, nada poderia jamais fazê-los mudar. 
História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 2009. Livro 6 Cap. 21 p. 1359

 465. Quando Tito se retirou para a torre Antônia, resolveu atacar no dia seguinte pela manhã, dez de agosto, o Templo, com todo seu exército; e assim estava-se na véspera desse dia fatal, em que Deus tinha, há tanto tempo,condenado aquele lugar santo a ser incendiado e destruído depois de uma longa série de anos, como ele tinha outrora, no mesmo dia, sido destruído por Nabucodonosor, rei de Babilônia. Mas não foram estrangeiros, foram os mesmos judeus a causa única de tão funesto incêndio.Entretanto, os revoltosos não descansaram; deram outro ataque contra os romanos e travaram uma luta com os que apagavam o fogo por ordem de Tito.Os romanos puseram-nos em fuga e os perseguiram até o Templo.História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 2009. Livro 6 cap. 26, p. 1364



 2- Os soldados enfurecidos contra os judeus incendiam o templo
466. Um soldado, então, sem para isso ter recebido ordem alguma, e sem temer cometer um horrível sacrilégio, mas, como levado por inspiração divina,fez-se levantar por um companheiro e atirou pela janela de ouro um pedaço demadeira aceso no lugar pelo qual se ia aos edifícios, ao redor do Templo do lado do norte. O fogo ateou-se imediatamente; em tão grande desgraça, os judeus lançavam gritos espantosos. Corriam procurando apagá-lo e nada mais os obrigava a poupar suas vidas, quando viam desaparecer diante de seus olhos aquele Templo que os levava a poupá-las pelo desejo de conservá-lo. Hebreus.Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 2009. Livro 6 cap. 26, p. 1364

467. Imediatamente avisaram a Tito, que à volta do combate, descansavaum pouco em sua tenda. Ele partiu no mesmo instante, para mandar apagar o fogo. Todos os chefes seguiram-no e as legiões depois dele, com grande confusão e tumulto, clamores tais, que se pode imaginar, quando em tal contingência um grande exército marcha, sem ordem e sem disciplina. Tito gritava com todas as forças, fazia sinais com a mão para obrigar os seus a apagar o fogo, mas tão grande barulho impedia que ele fosse ouvido; o ardor e a cólera de que os soldados estavam cheios, naquela guerra, não lhes permitia notar os sinais que lhe fazia. Assim, aquelas legiões que entravam em massa,não podiam em sua impetuosidade ser contidas nem por suas ordens, nem porsuas ameaças; o furor as conduzia; elas apertavam-se de tal modo que muitos caíam e eram pisados, outros, caindo sobre as ruínas do pórtico e das galerias,ainda acesas e fumegantes, não eram, embora vencedores, menos infelizes que os vencidos. Quando todos aqueles soldados chegaram ao Templo fingiram não entender as ordens que o imperador lhes dava. Os que estavam atrás exortavam os mais adiantados a pôr fogo e não restava então aos revoltosos nem uma esperança de poderem impedi-lo.  História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 2006 Cap. 26 p. 1365
Tito entra no santuário em chamas. Mas se retira.
469. Tito, vendo que lhe era impossível deter o furor dos soldados e o fogo
começava a incendiar tudo em toda parte, entrou com os seus principais chefes
no Santuário 
e achou, depois de tê-lo observado, que sua magnificência e rique-
za sobrepujavam ainda de muito o que a fama havia espalhado entre as nações
estrangeiras e que tudo o que os judeus diziam a esse respeito, ainda que pare-
cesse incrível, nada acrescentava à verdade.
Quando viu que o fogo não tinha ainda chegado ali, mas consumia então
somente o que estava nas vizinhanças do Templo, julgou, como era verdade,
que ainda poderia ser conservado; rogou, ele mesmo, aos soldados que
apagassem o fogo e 
mandou um oficial de nome Liberal, um de seus guardas,
que desse mesmo pauladas, nos que se recusassem a obedecer. Mas nem o
temor do castigo nem o respeito pelo general puderam impedir-lhes o efeito do
furor, da cólera e do ódio pelos judeus; alguns mesmos eram impelidos pela
esperança de encontrar aqueles lugares santos cheios de riquezas, porque viam
que as portas estavam recobertas de lâminas de ouro e quando Tito avançava
para impedir o incêndio, um dos soldados que havia entrado, já tinha posto
fogo na porta. Dentro acendeu-se então uma grande labareda que obrigou Tito e os que o acompanhavam a se retirar sem que nenhum dos que estavam fora procurasse apagá-la. Assim, esse santo e soberbo Templo foi incendiado, não 
obstante todos os esforços de Tito para impedi-lo História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 2006 Livro 6  Cap. 26 p;. 1365-1366
O templo é enfim destruído
480...No entanto, quando meu pai veio à Judéia, ele não queria castigar-vos por vossa
revolta contra Céstio, mas somente trazer-vos ao arrependimento, pelas boas
maneiras. Se sua intenção tivesse sido destruir vossa nação, ele teria começado
por tomar e destruir esta cidade, ao passo que ele se contentou em fazer sentir
o poder de suas armas à Galiléia e às províncias vizinhas, a fim de vos dar a
oportunidade de vos arrependerdes. Mas sua bondade passou por fraqueza, em
vossa imaginação e só fez aumentar vossa ousadia. Depois da morte de Nero
vos tomastes ainda mais insolentes e atrevidos, na esperança do vos
aproveitardes das perturbações que avassalavam o império....

Quando me aproximei do Templo, em vez de me servir do meu poder para destruí-lo,
segundo o direito da guerra, vos exortei a conservá-lo e o permiti que saíssem
com todas as garantias, para combatermos em outro lugar, se tínheis tanto
amor à guerra. Desprezastes todas estas graças, que vos fiz; vós mesmos
incendiastes o Templo
 e quereis agora parlamentar comigo, como se ainda
estivesse em vosso poder conservar o que vossa impiedade não teve receio de
destruir, e como se a ruína desse Templo não vos tornasse indignos de todo
perdão. Ousais mesmo em tal extremo e fingindo vir como suplicantes, vos
apresentardes diante de mim, com vossas armas. Em que, então, miseráveis
que sois, vos baseais para serdes tão ousados? A guerra, a fome e vossas
horríveis crueldades fizeram perecer todo vosso povo.
 O Templo não existe
mais, a cidade está em meu poder, vossa vida, nas minhas mãos, e imaginareis
depois de tudo isso, que depende de vós terminá-la com uma morte honrosa?
 História dos Hebreus.Guerra dos Judeus. Livro Guerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 2006  Livro 6 cap. 34 p. 1372

 3- Esforço e respeito pelo templo por parte de Tito, o general.
 Mostrarei também quantas vezes Tito se esforçou para salvar a cidade e o Templo e reunir os que estavam tão obstinadamente divididos. Falarei dos muitos e diversos males suportados pelo povo, o qual, depois de sofrer todas as misérias que a guerra, a carestia e as sedições podem causar, ainda se viu reduzido à servidão, pela tomada dessa grande e poderosa cidade.  História dos Hebreus.Prefácio de Josefo. Rio de Janeiro:CPAD. 2009.  p. 72

Tito mandou cortar as mãos a vários e os mandou nesse estado a João e a Simão para lhes mostrar, com esse tratamento excessivamente severo, que eles não eram desertores e mostrar-lhes que eles deviam pelo menos então deixar de querer obrigá-lo a destruir a cidade e pensar antes naquela contingência extrema em salvar a vida, sua pátria e aquele Templo, ao qual nenhum outro se podia comparar. Mas ao mesmo tempo ele apressava os trabalhos para reduzir pela força àqueles que não podia convencer pela razão. História dos Hebreus. Rio de Janeiro:CPAD. 2009.  Livro 5 cap. 28 1324


 Mas sem isso não saberíamos admirar o bastante a grandeza da coragem de Vespasiano e de Tito, os quais, depois de se haverem exposto a tantos perigos e dificuldades na guerra que sustentamos contra eles, em vez de se deixarem levar pelo ressentimento, procederam com tanta moderação e justiça. Devemos, porém, retomar agora o fio de nossa narração.  História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD. 2009. Antiguidades Judaicas. Livro décimo segundo.cap. 3 p. 549

Mas, o que pode melhor, que o imperador Tito, que teve a direção de toda a guerra, dela referiu como testemunha, dar a conhecer que nossas divisões domésticas foram a causa da nossa derrota e que não foi voluntariamente, mas por culpa daqueles que se tinham tornado nossos tiranos, que os romanos incendiaram nosso Templo? Esse grande príncipe, não somente teve compaixão desse pobre povo, vendo-o correr para sua ruína, pela violência daqueles facciosos, mas ele mesmo, muitas vezes diferiu a tomada da praça, para lhe dar tempo e ocasião de se arrepender História dos Hebreus.Prefácio de Josefo. Rio de Janeiro: CPAD. 2009. p. 984

 Farei ver também a crueldade de nossos tiranos contra os da própria nação e a humanidade dos romanos conosco, que éramos estrangeiros com relação a eles; quantas vezes Tito fez tudo o que pôde para salvar a cidade e o Templo e reunir os que estavam tão obstinadamente divididos.História dos Hebreus.História dos Hebreus.Prefácio de Josefo. Rio de Janeiro: CPAD. 2009 p. 987

 Mas todos os chefes, embora antes irritados contra ele, sentiram seu ódio acalmar-se e Tito, mais que qualquer outro, pois tinha a alma muito nobre, pela grandeza da coragem que Josefo demonstrava em sua infelicidade e por sua idade, ainda em plena virilidade, sentiu extrema compaixão. História dos Hebreus. Guerra dos Judeus.Rio de Janeiro: CPAD. 2009 Livro 3 cap. 26 p. 1201


411. Tito, vendo, pela queda da torre, uma abertura feita no segundo muro, cinco dias depois de se ter apoderado do primeiro, de lá expulsou os judeus e entrou com dois mil homens escolhidos na cidade nova, cujas ruas eram muito estreitas. Era habitada somente por comerciantes de lã, de quinquilharias, caldeireiros e vendedores de roupas. Se logo no princípio tivesse querido derrubar uma boa parte desse muro e usar do poder que lhe dava o direito da guerra, destruindo também as casas, eu não duvido de que teria então podido mui facilmente tornar-se senhor de todo o restante. Mas na persuasão de que a condição dos judeus tê-los-ia com facilidade feito recorrer a sua clemência, não quis empregar tanta força. Assim, proibiu absolutamente que se matassem os prisioneiros e se incendiassem as casas; permitiu aos sediciosos, se não queriam paz, que saíssem com faculdade de poder continuar a guerra, contanto que não fizessem mal algum ao povo; a este prometeu deixá- lo no gozo pacífico de seus bens, porque ele queria conservar a cidade para o império e o Templo para a cidade. História dos Hebreus. Guerra dos JudeusRio de Janeiro: CPAD. 2009. Livro 5 cap. 24 1311-1312

Aqueles monstros de impiedade, no começo, enterravam os mortos à custa do poder público, para se livrar do mau cheiro. Mas não podendo mais fazê-lo, jogavam-nos por cima do muro, ao fundo dos vales. O horror que Tito sentiu por vê-los, quando deu a
volta a toda a praça e o estranho fedor do apodrecimento dos cadáveres, fê-lo
soltar um profundo suspiro; ele elevou suas mãos para o céu e tomou a Deuspor testemunha de que não era culpado de tudo aquilo. Este é o estado mais
que deplorável de tão infeliz e miserável cidade.
Como os romanos não temiam mais os ataques dos judeus, que o desânimo, bem como a fome, mantinha dentro de seus muros, viviam tranqüilos e nada faltava ao seu exército, porque traziam da Síria e das províncias vizinhas trigo e todas as outras provisões de que podiam ter necessidade. Eles os expunham à vista dos judeus e tão grande abundância de alimentos incitava-lhes ainda mais a fome, aumentando neles o pavor de sua miséria. Nada, porém, era capaz de mover os rebeldes. Tito para salvar, pelo menos, tomando a cidade o mais depressa possível, o restante desse pobre povo, de que ele sentia compaixão, mandou erguer novas plataformas, embora tivessem de fazê-lo com
grandes dificuldades, pela falta de materiais, porque haviam empregado toda a
madeira naquelas que haviam sido destruídas pelo fogo, e os soldados deviam ir
buscar novos troncos de árvores a noventa estádios da cidade 
História dos HebreusGuerra dos Judeus. Rio de Janeiro: CPAD. 2009 livro 5 cap. 32 p.1331
445...Tito ficou possuído de tão viva dor que, dirigindo ele mesmo sua palavra a João e aos seus companheiros, disse-lhes: "ímpios que sois, não foram os vossos
antepassados que rodearam esse lugar sagrado de balaustradas, a fim de
impedir que dele nos aproximássemos? Não foram eles que mandaram gravar em colunas, em caracteres gregos e romanos, proibições de passar além desse
limite? Não vos permiti eu que fizésseis morrer aqueles que tinham a ousadia
de violar essas ordens, mesmo que fossem romanos? Que raiva vos leva pois a
profanar esse Templo, não somente com o sangue dos estrangeiros, mas dos de
vossa mesma nação e a vos vangloriardes de calcar aos pés os corpos daqueles
que massacrais? Tomo aos deuses como testemunhas, aos deuses aos quais
adoro e aquele que outrora contemplou este Templo com vistas favoráveis,
digo outrora, pois não creio que haja atualmente uma só divindade que dele
não afaste os olhos. Tomo como testemunha todo meu exército, todos os judeus
que se refugiaram junto de mim e tomo-vos a vós mesmos como testemunhas,
de que não tenho parte alguma nessa profanação, e que se quereis sair desse lugar sagrado, nenhum romano se há de aproximar do santuário nem cometerá menor insolência, mesmo contra vossa vontade, eu conservarei esse célebreTemplo". 
História dos Hebreus.Guerra dos Judeus  Rio de Janeiro: CPAD. 2009 .Livro 6 cap 10p. 1351


4- A destruição do templo indicava a desaprovação de Deus ao judaísmo praticado na época de Jesus
 https://averacidadedafecrista.blogspot.com/2019/04/a-desaprovacao-de-deus-ao-judaismo.html