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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Você sabe o que é Direita e Esquerda?- definição e origem dos termos.



Por que há tanta confusão em classificar a direita da esquerda?
Porque sendo o Espaço Politico pluridimensional, as pessoas tentam jogar todos os aspectos políticos em um único eixo, a divisão linear esquerda direita.



1- Origem dos termos: centro, direita e esquerda.

A classificação direita-esquerda remonta à reunião dos Estados Gerais durante a Revolução Francesa, onde delegados se posicionavam ou direita ou a esquerda ou ao centro da Assembléia Legislativa:
Objetivamente, porém, a definição de Esquerda/Direita nasce com uma opção que jacobinos e girondinos exerceram ao ocupar os assentos à esquerda e à direita do plenário da Assembléia Legislativa da República Francesa em 1792, logo após a vitória da Revolução e a promulgação da histórica Constituição de setembro de 1791.


Os jacobinos representavam a pequena burguesia e o proletariado; os girondinos, a burguesia que desejava resgatar e conservar os antigos privilégios. Certo é que ambas as correntes se insurgiam contra o absolutismo e, no plano político, 
se situavam como liberais. https://norbertobobbio.wordpress.com/2010/06/20/direita-esquerda-e-a-falha-dos-rotulos/

Em 1794 "O poder da Convenção caiu nas mãos do Pântano, formado por representantes da alta burguesia ligados aos girondinos. Instalou-se a Reação Termindoriana. Os clubes jacobinos foram fechados. Preparou-se uma nova Constituição, a do ano III (1795)...
configuração pólítica da Convenção mudou: no centro os girondinos; á direita os realistas, que pregavam a volta da monarquia; a esquerda, os poucos jacobinos que restavam reclamavam medidas de caráter social." Toda a História . 12ª edição. Livro do Professor. São Paulo: Ática, p. 240, 2003.

2- A noção de esquerda e direita varia historicamente:
1-na origem opunha liberais a conservadores;
2-depois passou a opor socialistas a liberais e conservadores; 
3-depois, comunistas, socialistas e socialdemocratas a liberais, conservadores e fascistas

3- O espaço político não se resume a direita, esquerda e centro.
  • Os termos direita, esquerda e centro são conceitos lineares, abrangem apenas uma dimensão do espaço político
  • O espaço político que por sua vez é pluridimensional. Temas ligados a religião, ecologia, moral (sexualidade), etnias, linguistica podem estar ligados tanto à esquerda quanto a direita, embora  possa pender para um dos lados, dentro de cada momento histórico.
  • é um conceito relativo ao momento histórico.
  • é um conceito que pode não abranger certas estratégias do partido
“Direita e Esquerda não são conceitos absolutos. Não são conceitos substantivos ou ontológicos. Não são qualidades intrínsecas no universo político. São lugares do ‘espaço político”. Representam uma determinada topologia política. Que nada tem a ver com a ontologia política”. (Direita e Esquerda. Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995, p. 91)

Podemos ter regimes libertários tanto de direita como de esquerda.
Exemplo: Anarquismo (extrema esquerda) e  capitalismo de centro direita.

Podemos ter regimes autoritários ou ditatoriais tanto de direita como de esquerda.
Exemplo:  Socialismo (extrema esquerda) e Nazismo (Fascismo e regimes autoritários).

Observe o gráfico abaixo, o qual tem dois eixos, um vertical que mede a liberdade individual e o outro  que classifica (diferencia) a direita da esquerda:


Como procurei mostrar, desenvolvendo melhor o argumento nesta nova edição, o contraste entre libertários e autoritários corresponde a uma outra distinção, que não se superpõe à distinção entre direita e esquerda, mas com ela se cruza. Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995,  p. 20
Diagrama Nolan
diagrama de Nolan


 4- Critérios para se diferenciar direita, esquerda

4.1- Direita e esquerda em relação ao status  quo (estado atual)
Direita- grupo desfavorável à mudança.
Esquerda- grupo favorável á mudança.

Ou seja, dentro de um partido ou grupo as pessoas favoráveis a uma revisão ou proposta são de esquerda e as não favoráveis são de direita. O revisionismo marxista apresentou téóricos a favor da revisão (esquerda) e teóricos contra (direita)
 Para Lipset e muitos outros, o divisor de águas entre esquerda e direita está na atitude favorável ou não às políticas de mudança no status quo. Seja qual for a sua interpretação mais correta, não há dúvida de que, nas modernas democracias de massa, as noções de esquerda e direita desempenham um papel importante no âmbito da disputa eleitoral ... Dicionário de política I Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino;Brasília : Editora Universidade de Brasília, 1 la ed., 1998, p.392

4.2 Direita e esquerda em relação a critérios clássicos:

EsquerdaSocialismo/Comunismo e Anarquismo
Fim da Propriedade Privada dos meios de produção
Defesa Coletividade dos meios de produção.
Fim das classes sociais (igualitarismo)

Direita- Capitalismo
Defesa da propriedade privada dos meios de produção.
Inigualitarismo (classes sociais permanecem)- a igualdade entre as classes é inatingível,  Suas diferenças podem ser amenizadas


4.3 Esquerda e direita em relação ao intervencionismo estatal
Esta análise é economicista, reduz todos os aspectos da sociedade apenas aos aspectos econômicos.
Por Espaço político se entende a área de conflito que constitui a base da  Relação entre eleitores e partidos, num dado sistema político e num certo momento histórico....
 O Espaço político mais simples e mais utilizado, tanto no âmbito da pesquisa científica
como no do debate político, é o da dimensão esquerdadireita. Esta dimensão ou continuum tem sido variadamente interpretada:
 Anthony Dows, o primeiro politólogo que usou de maneira sistemática a noção de Espaço político neste sentido, a interpreta como grau de intervenção do Estado na economia, quando uma posição de esquerda se identifica com uma maior propensão a favor de políticas de intervenção.
Dicionário de política I Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino;Brasília : Editora Universidade de Brasília, 1 la ed., 1998, p.392
critério de intervenção estatal tem três problemas:

  • Anarquismo  é considerado  extrema esquerda,não defende nenhum tipo de intervenção estatal, contrariando assim este critério
  • Os regimes totalitários como o Fascismo (e Nazismo) e o Comunismo de Stalin, embora fossem regimes antagônicos e inimigos mortais, apresentavam, ambos,um controle estatal da economia e da sociedade muito forte ,  mas são representantes respectivamente da extrema direita e extrema esquerda, tolindo ou diminuindo assim a liberdade individual
  • Os regimes autoritários de direita também apresentavam uma alta intervenção estatal.
No início do século XX, a Espanha era uma monarquia que havia perdido a riqueza colonial, não tendo desenvolvimento industrial suficiente para se comparar a outras potências europeias. Politicamente,socialistas, anarquistas e comunistas opunham-se à monarquia. Enquanto os socialistas defendiam reformas sociais que garantissem melhores condições de vida aos trabalhadores, os comunistas acreditavam que o Estado burguês deveria ser superado e pregavam a tomada do poder pela força. Os anarquistas, por sua vez, defendiam a extinção do Estado e suas instituições e a criação de comunidades autônomas, que seriam geridas por todos que nela vivessem e trabalhassem.Várias greves e atos terroristas liderados por esses grupos de esquerda ocorreram nos anos 1910, colocando em dúvida a legitimidade da monarquia e reivindicando mudanças na ordem social. Esse contexto favoreceu a intervenção de militares, que, em 1923, sob o comando do general Primo de Rivera, estabeleceram uma ditadura com o apoio real p.  Conexão História. Roberto Catelli Júnior. vol 3.São Paulo: AJS – 2013 1ª- edição p. 105

“Foi em meio a ideologias que mobilizavam multidões que surgiu o Estado Novo no Brasil (1937-45). Estado Novo foi também o nome que receberam outras ditaduras na mesma época: a de Franco, na Espanha, e a de Salazar, em Portugal, por exemplo. O ‘novo’ aqui representava o ideal político de encontrar uma ‘via’ que se afastasse tanto do capitalismo liberal, quanto do comunismo, duas doutrinas políticas que, desde o século XIX, e mais intensamente a partir da revolução soviética, competiam entre si no sentido de oferecer uma nova alternativa política e econômica para o mundo.” Vereda Digital. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 5ª edição , 2017, p. 496

 Na Itália, por exemplo, o governo fascista desenvolveu um modelo de corporativismo em que o Estado mediava as relações entre patrões e empregados para evitar conflitos entre as classes. Esse modelo inspirou o governo brasileiro. Uma das primeiras iniciativas de Vargas para atender a algumas reivindicações dos trabalhadores (e ao mesmo tempo controlá-los) foi a criação do Ministério do Trabalho, em novembro de 1930.  Vereda Digital. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 5ª edição , 2017, p.488

 O fascismo italiano e o nazismo alemão serviram de inspiração para movimentos políticos de extrema direita e a implantação de regimes autoritários em Portugal e na Espanha.A república foi proclamada em Portugal no ano de 1910. No entanto, o governo republicano não conseguiu solucionar seus sérios problemas socioeconômicos, e a experiência republicana parlamentarista foi encerrada com um golpe militar em 1926. Diante do clima de agitação e confronto, a elite portuguesa apoiou as propostas ditatoriais e de forte cunho nacionalista e anticomunista dos militares.
Inspirado no modelo fascista da Itália, o ministro das Finanças António de Oliveira Salazar, nomeado em 1928, adotou uma política econômica rigorosa que equilibrou as contas do país e garantiu sua ascensão ao cargo de chefe do governo em 1932. No ano seguinte, Salazar promulgou uma Constituição de natureza fascista, iniciando uma fase política no país denominada Estado Novo. A política salazarista foi pautada pelo autoritarismo de partido único, pela proibição de sindicatos independentes e pela utilização da imprensa escrita e do rádio como instrumentos de propaganda.
A ditadura portuguesa do Estado Novo foi uma das mais longas do século XX. Ela chegou ao fim somente em abril de 1974, com a deposição do sucessor de Salazar, Marcelo Caetano.
Tal como Portugal, a Espanha enfrentou uma série de perturbações políticas nas décadas de 1920 e 1930. As eleições de 1936 conduziram ao poder a Frente Popular (coligação formada por socialistas, republicanos e comunistas), resultado das alianças de trabalhadores organizadas em todo o país. Essa vitória provocou uma reação violenta dos grupos de direita contra o governo eleito.
Em julho de 1936, um grupo de generais simpatizantes do fascismo, liderado por Francisco Franco, tentou dar um golpe de Estado e derrubar o governo. Os golpistas tinham o apoio do bloco conservador, que se estendia dos monarquistas aos fascistas da Falange, uma facção política conservadora. Porém milícias improvisadas pelos trabalhadores e demais setores populares conseguiram resistir, dando tempo para que as tropas republicanas se organizassem. Iniciou-se, assim, uma guerra civil que se estendeu por três anos.
A Espanha dividiu-se em dois campos político-militares. De um lado, estavam as milícias de trabalhadores, dirigidas por comunistas, socialistas, anarquistas e setores do exército leais ao governo eleito; do outro, os milicianos monarquistas e fascistas e os militares golpistas, que controlavam a maioria do exército, apoiados pelos latifundiários e pela Igreja. O bloco republicano tinha o apoio da União Soviética e das Brigadas Internacionais, organizadas por voluntários de vários países.
Os golpistas, que se autodenominavam nacionalistas, eram apoiados por Salazar, Hitler e Mussolini. Em abril de 1937, a Força Aérea Alemã, a Luftwaffe, bombardeou a cidade de Guernica, com o objetivo de testar a eficiência dos seus equipamentos e apoiar os fascistas na guerra. O conflito chegou ao fim em março de 1939, com a vitória dos nacionalistas do general Franco, que governou o país até 
1975.Vereda Digital. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 5ª edição , 2017, p 462 
.


No que diz respeito à definição de esquerda e direita, a distinção entre as duas díades adquire particular relevância, pois um dos modos mais comuns de caracterizar a direita em relação à esquerda é contrapondo a direita libertária à esquerda igualitária. Não tenho qualquer dificuldade em admitir a existência de doutrinas e movimentos mais igualitários e de doutrinas e movimentos mais libertários,mas teria alguma dificuldade em admitir que esta distinção serve para distinguir a direita da esquerda. Existiram e ainda existem doutrinas e movimentos libertários tanto à direita quanto à esquerda" Direita e Esquerda: Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995,  pp. 117-118

4.4 Direita e esquerda em relação a questões morais, ecológicas, etc..
Como já vimos o conceito de esquerda é direita è linear, abrange apenas uma dimensão do Espaço Politico, que por sua vez é pluridimensional, composto de muitos aspectos, âmbitos, áreas.

Historicamente, o Marxismo sempre perseguiu os homossexuais, mas no Brasil recentemente os partidos de extrema esquerda e centro esquerda tem assumido a causa LGBTQ.https://averacidadedafecrista.blogspot.com/2018/03/erros-catolicos-e-evangelicos-sobre.html

 Isso mostra que
não se pode usar questões morais como critério de direita ou esquerda.  Isso acontece porque o espaço político é pluridimensional e não linear . Assim questões religiosas, morais, étnicas, linguisticas e ecologicas dentre outras, podem cruzar a dimensão esquerda direita:  
No interior desta tendência , que vê a natureza..., tendo sido possível, por exemplo, fazer a distinção entre verdes de direita e verdes de esquerda...problemas de ordem moral e jurídica, como acontece no caso  de muitas reivindicações  do movimento feminista, dentre as quais a mais complexa é a do aborto. Mas por um caminho ou outro estas reivindicações acabaram se enquadrando mais à esquerda... Norberto Bobbio e o debate politico contemporâneo. Sérgio Cândido de Mello. São Paulo:Annablume, 2ª edição.  2008, p. 132 
 ...Depois disto, apesar da notável contribuição que o uso da dimensão esquerda-direita trouxe ao estudo da disputa política, não é lícito fazer coincidir com ela, como pretendem alguns investigadores, a noção de Espaço político, pois isso a empobreceria do ponto de vista analítico e fundamental Os espaços lineares são simples e, por isso, fáceis de utilizar e interpretar; mas, devido justamente à sua simplicidade, nem sempre podem explicar certas estratégias de partido ou certos comportamentos de voto, por esquecerem a existência de outras dimensões de identificação e de competição quepodem cruzar-se com a dimensão esquerda-direita, e alterar assim a dinâmica global da luta política. Uma dessas outras dimensões é, por exemplo, a religiosamas podemos citar também a propósito a dimensão étnica, a lingüística e outras. Às vezes, tais dimensões podem sobrepor-se ao continuum esquerda-direita. O mais freqüente é entrecruzarem-se. Neste caso, Espaço político há de ser considerado, para todos os efeitos, como pluridimensional, e não linear.Dicionário de política I Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino;Brasília : Editora Universidade de Brasília, 1 la ed., 1998, p.393 
4.5 Direita e esquerda no aspecto atual- Igualdade x Desigualdade


No que diz respeito à definição de esquerda e direita, a distinção entre as duas díades adquire particular relevância, pois um dos modos mais comuns de caracterizar a direita em relação à esquerda é contrapondo a direita libertária à esquerda igualitária. Não tenho qualquer dificuldade em admitir a existência de doutrinas e movimentos mais igualitários e de doutrinas e movimentos mais libertários, mas teria alguma dificuldade em admitir que esta distinção serve para distinguir a direita da esquerda. Existiram e ainda existem doutrinas e movimentos libertários tanto à direita quanto à esquerda" Direita e Esquerda: Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995,  pp. 117-118

 "para mim, a liberdade pode ser tanto de direita quanto de esquerda, e a verdadeira disputa entre esquerda e direita repousa em atribuir maior estima à igualdade ou à diversidade "Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995,  p. 12

Mais uma vez não estou dizendo que uma maior igualdade é um bem e uma maior desigualdade um mal. Não desejo sequer dizer que uma maior igualdade seja sempre e
em todos os casos preferível a outros valores como a liber
dade, o bem-estar, a paz. Com estas referências a situações históricas pretendo simplesmente reafirmar minha tese de que o elemento que melhor caracteriza as doutrinas e os movimentos que se chamam de "esquerda" e como tais têm o igualitarismo desde que entendido, repito, não como a utopia de uma sociedade em que todos são iguais em tudo mas como tendência, de um lado, a exaltar mais o que faz os homens iguais do que o que os faz desiguais, e de outro, em termos práticos, a favorecer as políticas que objetivam tornar mais iguais os desiguais. Direita e Esquerda Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995,  p. 20
"Quanto à relação entre direita e desigualdade, disse e repeti várias vezes que a direita é inigualitária não por más intenções- e portanto, para mim, a afirmação de que o inigualitarismo é a característica principal dos movimentos de direita não se mostra como um juízo moral -, mas porque considera que as desigualdades entre os homens são não apenas inelimináveis (ou são elimináveis apenas com o sufocamento da liberdade) como são também úteis, na medida em que promovem a incessante luta pelo melhoramento da sociedade"Direita e Esquerda Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995,  p. 20

"um movimento de esquerda é o fim ou o resultado a que se propõe: derrubada de um regime despótico fundado na desigualdade entre quem está em cima e quem está embaixo na escala social, percebido _como uma ordem injusta, injusta precisamente porque inigualitária, porque hierarquicamente constituída; e a luta contra uma sociedade na qual existem classes privilegiadas e, portanto, em defesa e pela instauração de uma sociedade de iguais juridicamente, politicamente, socialmente, contra as mais comuns formas de discriminação, como são as que estão elencadas no Artigo 3 da Constituição Italiana, corretamente considerado a maior contribuição dada pelos partidos de esquerda à formação da Carta Constitucional da Itália." Direita e Esquerda:Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995,  p. 19
  "O mencionado artigo estabelece... :Todos os cidadãos têm paridade social e são iguais perante a lei, sem distinção de sexo, raça, língua, religiões, opiniões políticas, condições pessoais e sociais. Cabe à República remover os obstáculos de ordem social e econômica que, limitando de fato a liberdade e a igualdade dos cidadãos, impedem o pleno desenvolvimento da pessoa humana e a efetiva participação de todos os trabalhadores na organização política, econômica e social do país." "Direita e Esquerda:Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995,  p. 108 e 121
"pois são infinitas as possibilidades de serem apresentados exemplos de casos diminutos ou mínimos de medidas igualitárias que limitam a liberdade e, vice-versa, de medidas libertárias que aumentam a desigualdade.aumentam a desigualdade.Uma norma igualitária que impusesse a todos os cidadãos a ultilização unicamente de meios de trasporte públicos para aliviar [alleggerire] o tráfego ofenderia a liberdade de escolher  meio de trasporte preferido" Direita e Esquerda:Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995,  p. 113.
 Uma das mais convincentes provas históricas da tese até aqui defendida, segundo a qual o igualitarismo é  a característica distintiva da esquerda, pode ser deduzida do fato de que um dos temas principais, senão o principal, da esquerda histórica, comum tanto aos comunistas quanto aos socialistas, é a remoção daquilo que se considerou, não só no século \ passado mas desde a antiguidade, um dos maiores, senão o maior, obstáculo à igualdade entre os homens: a propriedade individual, o "terrível direito"
...A luta pela abolição da propriedade individual, pela coletivização, ainda que não integral, dos meios de produção, sempre foi, para a esquerda, uma luta pela igualdadepela remoção do principal obstáculo para a realização de uma sociedade de iguais. Até mesmo a política das nacionalizações, que por um longo período de tempo caracterizou a política econômica dos partidos socialistas, foi conduzida em nome de um ideal igualitário, não tanto no sentido positivo de aumentar a igualdade, mas no sentido negativo de diminuir uma fonte de desigualdade.  Direita e Esquerda:Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995,  p. 121-123
 No entanto, na primeira vez em que uma utopia igualitária entrou na história, passando do reino dos "discursos" para o reino das coisas, acabou por se transformar em seu contrário.  Direita e Esquerda:Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995,  p.124
"Se me for concedido que o critério para distinguir a direita e a esquerda é a diversa apreciação da idéia da igualdade, e que o critério para distinguir a ala moderada da ala extremista, tanto na direita quanto na esquerda, é a diversa postura diante da liberdade, pode-se então repartir esquematicamente o espectro em que se colocam doutrinas e movimentos políticos nas quatro seguintes partes:
a) na extrema-esquerda estão os movimentos simultaneamente igualitários e autoritários, dos quais o jacobinismo é o exemplo histórico mais importante, a ponto de se ter tornado uma abstrata categoria aplicável, e efetivamente aplicada, a períodos e situações históricas diversas;

b) no centro-esquerda, doutrinas e movimentos simultaneamente igualitários e libertários, para os quais podemos empregar hoje a expressão “liberalismo social”, nela compreendendo todos os partidos social-democratas, em que pesem suas diferentes práxis políticas;
c) no centro-direita, doutrinas e movimentos simultaneamente libertário e inigualitários, entre os quais se inserem os partidos conservadores, que se distinguem das direitas reacionárias por sua fidelidade ao método democrático, mas que, com respeito ao ideal de igualdade, se prendem à igualdade diante da lei, que implica unicamente o dever por parte do juiz de aplicar imparcialmente as leis, e à liberdade idêntica, que caracteriza aquilo que chamei de igualitarismo mínimo;
d) na extrema-direita, doutrinas e movimento antiliberais e antiigualitários, dos quais creio ser supérfluo indicar exemplos históricos bem conhecidos como o fascismo e o nazismo. Direita e Esquerda. Razóes e significados de uma distinção política. 2ª reimpressão.Norberto Bobbio, 1995, p.118-119
Para um estudo sobre o Nazismo  click:

https://averacidadedafecrista.blogspot.com/2018/06/o-nazismo-e-o-fascismo-direita-ou.html

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Por que o Brasil é pobre? Por que os países ricos intervém na economia? Por que existem países pobres?


Chutando a escada
Após subir ao topo usando a escada da intervenção os paises ricos chutam a escada da intervenção estatal para que os paises pobres não alcancem seu patamar


Por que para um país crescer ele precisa da intervenção estatal?
 Pelo mesmo motivo que enviamos os nossos filhos para a escola em vez de obrigá-los a competir com os adultos no mercado de trabalho, os países em desenvolvimento precisam proteger e cultivar os seus produtores antes que eles adquiram a capacidade de competir sem ajuda no mercado mundial. Segundo, nos primeiros estágios de desenvolvimento, os mercados não funcionam muito bem por várias razões — transporte ineficiente, fluxo de informações insatisfatório, o pequeno tamanho do mercado que faz com que os grandes participantes tenham mais facilidade em manipular as coisas e assim por diante. Isso significa que o governo precisa regulamentar mais ativamente o mercado e, às vezes, deliberadamente criar alguns mercados. Terceiro, nesses estágios, o governo precisa fazer ele mesmo muitas coisas por intermédio de empresas estatais, porque simplesmente não há um número suficiente de empresas no setor privado capazes de assumir projetos de alto risco em grande escala. 23 coisas que não te contaram sobre o capitalismo, Ha Joon Chang.São Paulo: Cultrix, 2017p. 111
Hoje, quando olhamos para os países ricos, em sua maioria, eles praticam o livre comércio. Por isso, é comum pensarmos que foi com esta receita que eles se desenvolveram. Mas, na realidade, eles se tornaram ricos usando o protecionismo e as empresas estatais. Foi só quando eles enriqueceram é que adotaram o livre comércio para si e também como uma imposição a outros Estados. O nome do meu livro, Chutando a escada, faz referência a um livro de um economista alemão do século XIX, Friedrich List, que foi exilado político nos Estados Unidos em 1820. Ele critica a Inglaterra por querer impor aos EUA e à Alemanha o livre comércio. Afinal, quando você olha para a história inglesa, eles usaram todo o tipo de protecionismo para se tornar uma nação rica. A Inglaterra dizendo que
Chutando a escada
Do mesmo jeito que mandamos nossas crianças para a escola ao invés do trabalho quando são pequenas, e as protegemos elas crescerem, os Governos de economias emergentes têm que proteger suas indústrias até que elas cresçam e possam competir com as indústrias de países ricos. Praticamente todos os países ricos, começando pela Inglaterra no século XVIII, Estados Unidos e Alemanha, no século XIX, Suécia no começo do século XX, além de Japão, Coreia do Sul e Taiwan...todos estes países se desenvolveram usando protecionismo, subsídios estatais, controle do investimento direto estrangeiro, e em alguns casos, até mesmo empresas estatais.
Coreia do Sul depois da crise asiática de 1997 abraçou o neoliberalismo, não tanto como os países da América Latina, mas desregulamentou o mercado financeiro e alavancou políticas industriais. O resultado é que uma economia que costumava crescer 6%, 7%, 8% até 1990, agora está sofrendo para crescer 3%. Isso porque as mudanças que criaram líderes globais na área industrial, automotiva e eletrônica, também produziram baixo crescimento, falta de trabalho e não impediram que estas indústrias migrassem para outros países. E mesmo assim, não tivemos o colapso industrial que se vê no Brasil. 

HA-JOON CHANG | ECONOMISTA DA UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE   https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/05/economia/1515177346_780498.html


Os países que se tornaram ricos usaram de intervenção estatal
Com apenas algumas exceçõestodos os países ricos de hoje, entre eles a Grã-Bretanha e os Estados Unidos — os supostos lares do livre comércio e do livre mercado — ficaram ricos por meio da combinação do protecionismo, subsídioe outras políticas que hoje eles aconselham os países em desenvolvimento a não adotar p. 100

Os Estados Unidos podem ter sido favorecidos por um grande mercado interno, mas o que dizer da minúscula Finlândia ou da Dinamarca? Se você acha que os Estados Unidos foram beneficiados com a abundância de recursos naturais, como você explica o sucesso de países como a Coreia e a Suíça que praticamente não tinham recursos naturais? Se a imigração foi um fator positivo para os Estados Unidos, o que dizer de todos esses outros países — entre eles a Alemanha e Taiwan — que perderam alguns dos seus melhores cidadãos para os Estados Unidos e outros países do Novo Mundo? O argumento das “condições especiais” simplesmente não funciona
 p. 108

Em meados do século XVIII, a Grã-Bretanha entrou na indústria manufatureira da lã, a indústria de tecnologia avançada da época e que fora dominada pelos Países Baixos (que são hoje a Bélgica e a Holanda), com a ajuda da proteção tarifária, de subsídios e outros respaldos que Walpole e os seus sucessores proporcionaram aos fabricantes de lã do país. A indústria logo passou a fornecer a principal fonte de receita de exportação da Grã-Bretanha, o que permitiu que o país importasse os alimentos e a matéria-prima de que necessitava para iniciar a Revolução Industrial no final do século XVIII e no início do século XIX. A Grã-Bretanha só veio a adotar o livre comércio na década de 1860, quando a sua dominância industrial era absoluta. Da mesma maneira pela qual os Estados Unidos eram o país mais protecionista do mundo durante a maior parte da sua fase de ascendência (da década de 1830 até a década de 1940), a Grã-Bretanha foi um dos países mais protecionistas do mundo durante grande parte da sua ascensão econômica (da década de 1720 à década de 1850).
Praticamente todos os países ricos da atualidade usaram o protecionismo e subsídios para promover as suas indústrias na infância. Muitos deles (especialmente o Japão, a Finlândia e a Coreia) também restringiram fortemente o investimento estrangeiro. Entre as décadas de 1930 e 1980, a Finlândia costumava classificar todas as empresas com mais de 20% de propriedade estrangeira como “empreendimentos perigosos”. Vários deles (especialmente a França, a Áustria, a Finlândia, Cingapura e Taiwan) usavam empresas estatais para promover indústrias essenciais. Cingapura, que é famosa pelas suas políticas de livre comércio e atitudes receptivas para com os investidores estrangeiros, gera mais de 20% da sua produção por meio de empresas estatais quando a média internacional está situada em torno de 10%. Tampouco os países ricos de hoje protegeram muito bem os direitos de propriedade intelectual dos estrangeiros, às vezes até deixando de fazê-lo completamente; em muitos deles, era legal patentear a invenção de outra pessoa, desde que essa pessoa fosse um estrangeiro 1
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a Coreia não é o único país no qual o governo fez escolhas acertadas.[42] Outras economias milagrosas do Leste Asiático fizeram o mesmo. A estratégia coreana de escolher vencedores, embora envolvendo métodos mais agressivos, foi copiada daquela praticada pelo governo japonês. E os governos de Taiwan e de Cingapura não tiveram um desempenho pior do que o seu correspondente coreano, embora as ferramentas políticas utilizadas tenham sido um tanto diferentes. O mais importante é que não foram apenas os governos do Leste Asiático que fizeram boas escolhas. Na segunda metade do século XX, o governo de países como a França, a Finlândia, a Noruega e a Áustria moldaram e conduziram o desenvolvimento industrial com grande sucesso por meio da proteção, de subsídios e de investimentos de empresas estatais. Embora o governo americano finja que não é verdade, ele escolheu quase todos os vencedores industriais do país a partir da Segunda Guerra Mundial por meio de um enorme apoio à pesquisa e desenvolvimento (P&D). As indústrias de computador, de semicondutores, de aeronaves, da internet e de biotecnologia foram desenvolvidas graças à P&D subsidiada pelo governo americano.186-187


Uma maneira óbvia para um governo garantir o acesso a informações vantajosas é criar uma empresa estatal e administrá-la ele mesmo. Países como Cingapura, França, Áustria, Noruega e Finlândia recorreram intensamente a essa solução. Em segundo lugar, o governo pode exigir legalmente que empresas e indústrias que recebem apoio governamental informem regularmente alguns aspectos essenciais dos seus negócios. O governo coreano fez isso meticulosamente nos anos 1970, quando estava fornecendo um forte apoio financeiro para várias novas indústrias, como as de construção naval, de eletrônica e as siderúrgicas188
 É claro que houve exceções. A Holanda, a Suíça (até a Primeira Guerra Mundial) e Hong Kong usaram pouco protecionismo, mas nem mesmo esses países seguiam as doutrinas ortodoxas atuais. Argumentando que as patentes são monopólios artificiais que contrariam o princípio do livre comércio (um ponto que estranhamente perdeu terreno com a maioria dos economistas que hoje defendem o livro comércio), a Holanda e a Suíça se recusaram a proteger patentes até o início do século XX. Embora não fizesse o mesmo baseado nesses mesmos princípios, Hong Kong era até recentemente ainda mais notório pela violação de direitos de propriedade intelectual do que os países que acabo de citar. Aposto como você conhece alguém — ou pelo menos tem um amigo que conhece alguém — que comprou software pirata, a imitação de um Rolex ou uma camiseta “não oficial” de Calvin & Hobbes de Hong Kong. A maioria dos leitores poderá considerar o meu relato histórico ilógico. Depois de ter ouvido repetidamente que as políticas de livre mercado são as melhores para o desenvolvimento econômico, eles talvez achem misterioso o fato de quase todos os países de hoje poderem ter usado todas essas políticas supostamente nocivas — como o protecionismo, os subsídios, a regulamentação e a propriedade estatal da indústria — e mesmo assim terem ficado ricos p. 110-111

POR QUE O BRASIL É POBRE?

Não pratica o protecionismo
"Bem, teorias econômicas e evidencias históricas estão fortes do lado do protecionismo, então assim como eu tento mostrar nos meus livros quase todos os países desenvolvidos de hoje, talvez com exceção dos Países Baixos nos séculos 17 e 18, Suíça no século 18, há algumas exceções, mas a maioria deles basicamente usaram politicas de protecionismo para desenvolver suas economias contra concorrentes de poder superior....
Então a ideia do protecionismo nesse panorama moderno foi criada por Alexander Hamilton que era secretario do tesouro ou ministro das finanças como chamamos em outros países, nos EUA é o homem na nota de 10 dólares. Ele inventa uma teoria dizendo que o governo ou nações com apoio econômico precisam fornecer proteção, subsídios, investimento de infraestrutura e assim por diante, para poder promover a indústria da terra mãe contra a concorrência superior. No caso dele, produtores da Inglaterra e outros países europeus.Então essa ideia têm sido aplicada repetidamente para produzir esse sucesso econômico; Claro que como toda “formula” para o sucesso não são todos os países que usam a ideia que o obtém. Mas, isso não tira o credito da ideia em si porque sem primeiro criar e crescer; você tem produtores... mercado aberto, competição e comercio internacional apenas iriam destruir seus produtores.Claro que alguns países têm usado o protecionismo com muito mais eficácia como a Coreia do Sul, Japão e Taiwan do que outros.
Tem uma alta taxa de juros
Então você tinha uma situação que o Brasil junto com a África do Sul tinha uma das maiores taxas de juros do mundo. Absolutamente. Então como, quando você tem uma alta taxa de juros... ... Porque eles tem um grande retorno e começam a comprar títulos públicos e coisas do tipo, mas para os produtores isso é um fardo muito grande. Então, em contraste outros países como o Japão e a Coreia asseguraram-se que as taxas de juros ficassem em um nível relativamente baixo para o investimento local ser possível. Então essa foi uma grande diferença; Outra diferença foi: para terem a certeza que as companhias protegidas aumentassem a produtividade e se tornassem competidoras internacionais você precisa fornecer outras contribuições.
Não tomas as medidas básicas que geram crescimento econômico
Então você tem que fornecer infraestrutura, pesquisa de desenvolvimento, educação e o mais importante – treinamento de trabalhadores. E os países do leste asiático são muito bons em fornecer essas coisas enquanto que no Brasil onde tem não diria uma ausência completa mas sim muitas eficiências em fornecer essas coisas. Claro que vocês tiveram uma situação muito difícil nas décadas de 80 e 90, com a crise da divida e o setor de investimento publico basicamente ruindo, então a infraestrutura ficou deteriorada. vocês poderiam ter feito mais, existiam outras áreas como o treinamento de trabalhadores, mas vocês não o fizeram e isso é uma outra questão também.

E em terceiro lugar, vocês precisam aceitar que algumas dessas politicas tem melhor concepção e implementação em alguns países do que outros. 
Então, eu não sei detalhes suficientes sobre a situação do Brasil, mas quando você fornece proteção e subsídios você tem que assegurar-se que os beneficiários entreguem um resultado em termos de investimento, produtividade, treinamento de trabalhadores. Você tem que assegurar-se que os ganhos sejam ativamente divididos. Não igualmente claro, mas ativamente divididos... Infelizmente alguns países não são tão bons como outros em tirar proveito dessas coisas então os resultados têm sido diferentes, mas mesmo aceitando que... a politica de seleção industrial no Brasil não teve tanto sucesso quanto na Coreia do Sul ou Japão;

uma coisa que eu não consigo entender é: como os brasileiros e outros povos latino-americanos aceitam esse argumento liberal que todas aquelas politicas de infraestrutura nos anos 50, 60 e 70 são um fracasso, e que o único jeito é o liberalismo. 
Não, evidencias mostram... eu não tenho dados sobre o Brasil singularmente, mas... A renda per capita na América Latina cresceu 3,1% nos anos 60 e 70 e, nos 35 anos seguintes do liberalismo o crescimento foi de 0,8% então, o que é que eles estão falando? Claro, esses são os dados que importam se você quiser fazer uma comparação E você mencionou um ponto importante, que um dos elementos que deveriam ser adicionados à estratégia de desenvolvimento nacional é a transferência de tecnologia, conhecimento, desenvolvimento de pesquisa e ciência, que obviamente é um ponto fraco da nossa região; ...


Não investe mais no setor industrial
Na verdade...eu fico bravo sabe, porque essa era a indústria potencia do hemisfério sul.Até 1970 acho que o Brasil produziu mais produtos manufaturados do que a Coreia, China, Taiwan, Singapura e Hong Kong todas juntas. ... E até a década de 80 apesar de muitas dificuldades setores de manufatura estavam contando como 35% do PIB, agora são apenas 11%, 10% então o que tem acontecido é a regressão da estrutura econômica, porque quando pessoas como Furtado e assim por diante argumentam a favor da industrialização, a justificativa é que o setor de commodities primarias não é dinâmico, então o setor de manufatura é onde está a inovação, é onde a produtividade cresce, é onde a tecnologia de ponta se desenvolve e a não ser que você ganhe o controle dessa tecnologia de ponta você sempre estará mais abaixo na divisão internacional de trabalho, e se tornará basicamente fornecedor de matéria-prima. Agora, vendo as coisas a partir dessa perspectiva, o que tem acontecido no Brasil nos últimos 30 anos, é um desastre completo porque a economia andou pra trás.

A exportações de commodities não gera crescimento economico signficativo
No sentido que agora vocês estão propondo termos que são ainda mais dependentes decommodities primarias do que, digamos, há 25 anos atrás. Com certeza. Então eu acho que isso é um problema sério e eu gostaria muito que alguma coisa fosse feita antes que essa regressão se torne irreversível, o que talvez aconteça logo. Infelizmente vocês estão exatamente com o governo errado, empurrando as coisas na direção oposta. Porque a partir do momento que você começa a perder a base manufatureira tudo começa a se desintegrar. Foi isso que aconteceu no Reino Unido, esse pais que costumava produzir ao redor de 50% do total dos produtos manufaturados no mundo. Agora é insignificante, em termos per capita estão em vigésimo terceiro no ranking mundial,com uma base manufatureira que está desaparecendo e o Brasil talvez alcance esse estagio em breve, apesar de ainda nunca ter atingido esse pico como fez o Reino Unido.E não como muitos outros países em desenvolvimento, o Brasil tem a capacidade de reverter isso através de inovação acelerada e crescimento da produtividade.
 Em alguns países em desenvolvimento eles não tem a habilidade de gerar suas próprias tecnologias. O Brasil tem isso, então ainda existe alguma esperança, mas, se essas politicas liberais persistirem por mais 5, 10 anos, até essa possibilidade pode desaparecer. Quero dizer, como vocês vão reconstruir a economia? Vocês vão manter o mesmo padrão alto de vida, num pais do tamanho de um continente, baseado em feijão de soja e carne? Sei lá, e coisas do tipo sabe. Sim, até petróleo. .... 
Mercado de capital aberto prejudica o Brasil
Mas...qual você acha que é o atual capital financeiro que contribui para essas dificuldades que estamos enfrentando no setor manufatureiro?Sim, isso é crucial porque muito do que as corporações fazem hoje é basicamente  agradar o capital financeiro orientado por curto prazo, porque essas são pessoas que não tem nenhum compromisso em particular com nenhuma empresa, indústria ou pais. Sabe, pra eles, investir na Embraer é a mesma coisa que comprar títulos públicos na Burkina Fasso ou investir em algum produto dubio nos EUA.Então pra eles a coisa mais importante é o maior retorno em menos tempo possível.Então muitas das coisas que essas previsões logicas fazem, nos EUA e no Reino Unido, porque em países como Japão ou Alemanha, a influencia deles é bem mais baixa porque existe uma estrutura ortodoxa e representação dos trabalhadores, que fazem dessas politicas orientadas por curto prazo difíceis de implementar. Mas em países como os EUA e Reino Unido, isso é basicamente no que as empresas estão totalmente focadas. Então nesse esquema, se você é uma companhia em um pais de desenvolvimento, você está totalmente à mercê dessas pessoas no caso de você ter mercado de capital aberto, o que o Brasil tem. A China não tem.A Índia é mais aberta que a China mas ainda tem varias restrições. Mas o Brasil está totalmente aberto, então o que acontece no Brasil está basicamente determinado por Wall Street, eventualmente. Sim, é verdade e a maior dificuldade dos negócios no Brasil e dos industrialistas hoje é: como nós podemos nos unir com uma cadeia mundial de produção reunindo talvez coisas simples aqui, com o lucro obviamente sendo investido no mercado financeiro. Não sei, quero dizer, por que os capitalistas brasileiros tem uma ambição tão baixa? Sim, é impressionante. Pense no caso da Coreia do Sul. Claro que eu não estou dizendo que os nossos capitalistas são algum tipo de anjo, mas sabe... companhias como Samsung ou LG, essas lideres em produção de eletrônicos, eles começaram reunindo os produtos eletrônicos mais baratos que existiam na década de 60 para companhias americanas e japonesas. Os rádios transmissores baratos, a TV básica em preto em branco; mas esses caras queriam estar na Liga Principal, por assim dizer. Então eles continuaram investindo, melhorando a produtividade, treinando trabalhadores, continuaram investindo em pesquisa e desenvolvimento. E agora eles estão na Liga Principal.
Mas por que os capitalistas brasileiros são tão pouco ambiciosos? Essa é uma boa pergunta, um de seus colegas da Universidade de Campinas dizia que capitalistas brasileiros não existem mais. Provavelmente essa é a definição certa. Então, finalmente... você acha que existe alguma perspectiva, pelo menos a médio prazo, de mais regulamentação e controle de fluxo de capital?Muita gente concorda que isso é necessário mas os setores financeiros tornaram-se tão extensos e tão poderosos que logo começam a jogar dinheiro em lobismo... Até os reguladores financeiros quando estão implementando regulamentações, eles basicamente estão criando regulamentações que afetam seus futuros empregadores, então eles pensam duas vezes. Hoje talvez você tenha um regulador de autoridade que amanhã estará trabalhando no setor financeiro. Você tem que criar uma reputação que disfarce finanças vazias sabe? Então essas pessoas tem uma influencia enorme, mas no fim é exatamente por isso que nos precisamos de uma democracia. Porque só quando os cidadãos quiserem que isso seja controlado que os políticos vão o fazer, e mesmo assim o setor financeiro tentará ter a certeza que existam o mínimo de regulamentações possíveis. A não ser que os cidadãos se manifestem, a não ser que eles demandem, não irá acontecer. Porque o setor financeiro não irá fazê-lo voluntariamente, os oficiais do governo não o farão sem pressão politica, só as pressões democráticas podem fazer isso.  https://www.youtube.com/watch?v=sI9F5nYYX_E  Ha Jonn Chang (entrevista)









 Planejamento indicativo
As economias capitalistas são em grande parte planejadas. Os governos nas economias capitalistas também praticam o planejamento, embora de uma maneira mais limitada do que no planejamento central comunista. Todos financiam uma parcela significativa do investimento em P&D e infraestrutura. A maioria deles planeja uma parte significativa da economia por meio do planejamento das atividades das empresas estatais. Muitos governos capitalistas planejam a configuração futura dos setores industriais por intermédio da política industrial setorial ou até mesmo a da economia nacional por intermédio do planejamento indicativo. O mais importante é que as modernas economias capitalistas são formadas por grandes corporações hierárquicas que planejam detalhadamente as suas atividades, até mesmo além das fronteiras nacionais. Por conseguinte, a questão não é planejar ou deixar de planejar, e sim planejar as coisas certas nos níveis adequados.273-274

No entanto, o que é mais importante, muitos países capitalistas usaram com êxito o que é conhecido como “planejamento indicativo”. Trata-se de um tipo de planejamento no qual o governo de um país capitalista define alguns objetivos amplos relacionados com importantes variáveis econômicas (p. ex., investimentos nas indústrias estratégicas, desenvolvimento da infraestrutura, exportações) e trabalha junto com o setor privado, e não contra ele, para alcançá-los. Ao contrário do que ocorre no planejamento central, esses objetivos não são obrigatórios do ponto de vista jurídico, daí o adjetivo “indicativo”. Entretanto, o governo se esforçará ao máximo para atingi-los mobilizando vários incentivos (p. ex., subsídios, a concessão de direitos de monopólio) e punições (p279)

Politica industrial setorial
 Na maioria dos países capitalistas, o governo é dono, e com frequência também opera, uma parcela considerável da economia nacional por intermédio das empresas estatais (SOEs). Estas últimas são frequentemente encontradas nos setores de infraestrutura fundamentais (p. ex., estradas de ferro, rodovias, portos, aeroportos) ou nos serviços essenciais (p. ex., água, eletricidade, correios), mas também existem nos setores industrial e financeiro (mais histórias sobre as empresas estatais podem ser encontradas no capítulo “Man Exploits Man” do meu livro Bad Samaritans). A parcela de empresas estatais na produção nacional pode chegar a mais de 20%, como no caso de Cingapura, ou ser apenas de 1%, como no caso dos Estados Unidos, mas a média internacional gira em torno de 10%. Como o governo planeja as atividades das empresas estatais, isso significa que uma parte significativa da economia capitalista típica é diretamente planejada. Quando consideramos o fato que as empresas estatais geralmente atuam em setores que exercem um impacto desproporcional no restante da economia, o efeito indireto do planejamento por intermédio das empresas estatais é ainda maior do que é indicado pelo percentual de participação das empresas estatais na produção nacional. p. 281
Neo liberalismo e  a desaceleração do crescimento economico
A verdade é que os países em desenvolvimento não tiveram um mau desempenho nos “velhos dias perniciosos” do protecionismo e da intervenção estatal dos anos 1960 e 1970. Na realidade, o seu crescimento econômico nesse período foi bem superior ao que eles alcançaram a partir de 1980 na presença de uma maior abertura e desregulamentação.
Desde os anos 1980, além da crescente desigualdade (o que era de se esperar devido à natureza das reformas, que favorece os ricos —, a maioria dos países em desenvolvimento experimentou uma significativa desaceleração do crescimento econômico. O crescimento da renda per capita no mundo em desenvolvimento caiu de 3% ao ano nas décadas de 1960 e 1970 para 1,7% no período de 1980 a 2000, quando teve lugar o maior número de reformas de livre mercado. Durante a década de 2000, houve uma recuperação no crescimento do mundo em desenvolvimento, o que elevou a taxa de crescimento para 2,6% no período de 1980 a 2009, mas esse aumento foi causado em grande medida pelo rápido crescimento da China e da Índia — dois gigantes que, embora tenham tomado medidas liberalizantes, não adotaram políticas neoliberais.
O desempenho do crescimento em regiões que seguiram religiosamente a receita neoliberal, ou seja, a América Latina e a África subsaariana, foi muito inferior ao que fora nos “velhos dias perniciosos”. Nos anos de 1960 e 1970, o crescimento per capita da América Latina foi de 3,1%. Entre 1980 e 2009, esse crescimento foi apenas levemente superior a um terço desse percentual: 1,1%. E mesmo assim, essa taxa deveuse, em parte, ao rápido crescimento de países da região que haviam explicitamente rejeitado as políticas neoliberais em algum momento da década de 2000, a saber, a Argentina, o Equador, o Uruguai e a Venezuela. O crescimento per capita da África subsaariana foi de 1,6% durante os “velhos dias perniciosos”, mas a sua taxa de crescimento entre 1980 e 2009 foi de apenas 0,2%. Resumindo, o livre comércio, as políticas de livre mercado são políticas que raramente funcionaram, se é que um dia deram certo. A maioria dos países ricos não utilizou essas políticas quando eram países em desenvolvimento, enquanto essas políticas desaceleraram o crescimento e aumentaram a desigualdade da renda nos países em desenvolvimento nas últimas três décadas p. 111-113

No entanto, a pole position da Grã-Bretanha durou pouco. Depois de liberalizar completamente o seu comércio por volta de 1860, a sua posição relativa começou a declinar a partir da década de 1880, quando países como os Estados Unidos e a Alemanha rapidamente a alcançaram. Ela perdeu a posição de liderança na hierarquia industrial do mundo na época da Primeira Guerra Mundial, mas a dominância do setor industrial na economia britânica em si continuou durante um longo tempo depois disso. Até o início da década de 1970, junto com a Alemanha, a Grã-Bretanha tinha uma das maiores proporções do mundo de emprego industrial no emprego total, em torno de 35%. Na época, a Grã-Bretanha era a economia industrial por excelência, exportando produtos manufaturados e importando alimentos, combustível e matéria-prima. O seu superávit comercial do setor industrial (exportações industriais menos importações industriais) permaneceu sistematicamente entre 4 e 6% do PIB durante as décadas de 1960 e 1970 p. 133

Chutando a escada após subir no topo

Apesar da sua história, os países ricos obrigam os países em desenvolvimento a abrir as fronteiras e expor a sua economia à plena força da concorrência internacional, usando as condições agregadas à sua ajuda econômica bilateral e aos empréstimos das instituições financeiras internacionais que eles controlam (como o FMI e o Banco Mundial) bem como a influência ideológica que eles exercem por meio da dominância intelectual. Ao promover políticas que não usaram quando eram países em desenvolvimento, eles estão dizendo aos países em desenvolvimento de hoje: “Façam o que eu digo, e não o que fiz.111-112


Serviços x Industrialização
 Quanto à ideia de que os países em desenvolvimento podem em grande medida passar por cima da industrialização e entrar diretamente na fase pósindustrial, trata-se de uma fantasia. O escopo limitado deles para o crescimento da produtividade torna os serviços um mecanismo de crescimento ineficaz. A baixa negociabilidade dos serviços significa que uma economia mais baseada em serviços terá uma menor capacidade de exportar. Uma receita menor com a exportação significa uma capacidade mais fraca de comprar tecnologias avançadas do exterior, o que por sua vez conduz a um crescimento mais lento p. 132


Politicas Internacionais prejudicam os países pobres

Desde o final dos anos 1970 (começando pelo Senegal em 1979), os países da África subsaariana foram obrigados a adotar políticas de livre mercado e de livre comércio devido às condições impostas pelos chamados Programas de Ajustamento Estrutural (PAEs) do Banco Mundial e do FMI (e pelos países ricos que, em última análise, controlam essas entidades). Ao contrário do que diz a sabedoria convencional, essas políticas não são vantajosas para o desenvolvimento econômico. Por expor de repente produtores imaturos à concorrência internacional, essas políticas resultaram no colapso dos pequenos setores industriais que esses países haviam conseguido formar durante os anos 1960 e 1970. Portanto, tendo sido forçados a retroceder e se apoiar novamente na exportação de commodities primárias, como o cacau, o café e o cobre, os países africanos continuaram a sofrer com as violentas flutuações de preços e tecnologias de produção estagnadas que caracterizam a maioria dessas commodities. Além disso, quando os PAEs exigiram um rápido aumento das exportações, os países africanos, com recursos tecnológicos somente em uma gama limitada de atividades, acabaram tentando exportar coisas semelhantes — fossem eles produtos tradicionais como o café e o cacau ou produtos novos como flores de corte. O resultado foi com frequência um colapso de preços nessas commodities devido a um grande aumento da oferta, o que às vezes significou que esses países estavam exportando uma quantidade maior porém tendo uma receita menor 168-169

Apesar da sua história, os países ricos obrigam os países em desenvolvimento a abrir as fronteiras e expor a sua economia à plena força da concorrência internacional, usando as condições agregadas à sua ajuda econômica bilateral e aos empréstimos das instituições financeiras internacionais que eles controlam (como o FMI e o Banco Mundial) bem como a influência ideológica que eles exercem por meio da dominância intelectual. Ao promover políticas que não usaram quando eram países em desenvolvimento, eles estão dizendo aos países em desenvolvimento de hoje: “Façam o que eu digo, e não o que fiz.” p. 112

O milagre japonês

"Reagindo à investida ocidental, em 1860 os japoneses começaram a enviar jovens a universidades da Europa e dos Estados Unidos para aprender ciência e tecnologia modernas. Com o conhecimento técnico adquirido no Ocidente, os japoneses impulsionaram seu processo de industrialização. Paralelamente, o Japão passou a reestruturar seu exército e sua marinha. 
...o...imperador Mutsuhito Meiji, que iniciou uma série de reformas com o objetivo de modernizar o país. O poder dos grandes senhores de terras foi substituído por um sistema de prefeituras controladas por uma burocracia central. Tais reformas ficaram conhecidas como Revolução Meiji.
Essa revolução transformou o Japão em exemplo de industrialização no Oriente. Uma reforma tributária garantiu boas fontes de renda ao governo, que investiu cerca de um terço de seu orçamento no comércio e na indústria, além de subsidiar a construção naval
A modernização econômica foi obtida graças aos investimentos no aperfeiçoamento da indústria metalúrgica, à ampliação da rede de transportes, sobretudo com a construção de ferrovias, e à consolidação dos bancos, responsáveis por um ambiente financeiro eficiente. Além disso, o governo investiu na agricultura e na educação:
“As autoridades [japonesas] argumentavam que a riqueza e o poder do país como um todo seriam prejudicados se as pessoas comuns fossem iletradas. Em 1940 [...] 99% da população já estava alfabetizada, em contraste com os números de 1873, quando as cifras chegavam a 39,9% para os homens e apenas 15,2% para as mulheres. [...] As escolas serviram igualmente à promoção da disciplina [...] e da subserviência ao imperador. [...] fomentaram a identidade nacional japonesa, minando provincianismos e antigas distinções sociais: a educação deveria qualificar os cidadãos sem distinção de nível social.” 
História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 5ª edição , 2017, p.409.
ESTATISMO X LIVRE MERCADO. 

Se são verdadeiras as críticas feitas ao socialismo real e ao capitalismo real, é preciso
reinventar a política. Se, como disse Bobbio, o capitalismo é o estado da injustiça e o
socialismo, o da não-liberdade, é preciso agora descobrir a maneira de conciliar a igualdade de oportunidades com a liberdade, ou seja, unir socialismo e democracia.
Há quem considere tratar -se de empresa impossível, argumentando serem incompativeis a economia socialista e a política democrática.
Segundo alguns críticos, a implantação do socialismo exige a estatização, o centralismo da economia planejada, donde decorre a burocracia e consequentemente a hierarquia e a perda de procedimentos democráticos.
 Quanto mais existe planejamento central, mais próximo fica o autoritarismo e /ou o totalitarismo. Portanto, o stalinismo não teria sido apenas "desvio" de rota, mas o caminho inevitável do socialismo.
Para outros, no entanto, o que existe é apenas a constataçao de que o "socialismo real" não soube fazer a conciliação com a democracia, e seria bom que essa experiência ajudasse a experimentar novos caminhos.
A saída estaria na economia mista, reunindo empresas estatais e particulares a fim de conjugar a economia de planejamento com a economia de mercado. Afinal, entre os extremos do laissez-faire e e do estatismo, devem existir fórmulas as mais variadas e inteligentes de controle da economia.
Para o funcionamento adequado desta, seriam necessários mecanismos políticos para garantir o prevalecimento de valores coletivos sobre os individuais. Os abusos, tanto do Estado como dos grupos privados , seriam controlados pelo estado de direito e por organizações da sociedade civil que pudessem garantir a coparticipação na formação das vontades e decisões.
Nesse sentido, o reconhecimento do fracasso da economia de planos pode significar não o retorno puro e simples à economia de mercado, mas a exigência de novas estruturas políticas, sociais e econômicas que permitam a gestão do patrimônio público e privado de maneira a impedir privilégios ou exploração e garantir iguais oportunidades de trabalho e de a cesso aos bens produzidos pela sociedade. 

Filosofando. Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna  2ª Edição Atualizada p. 271


Uma coisa é clara, nem todo país rico hoje foi imperialista ou colonialista como é o caso da Inglaterra e Estados Unidos, mas todos eles lançaram mão e ainda lançam de intervenção estatal

Resultado de imagem para 23 coisas que não nos contaram sobre o capitalismo

Muito bom.  Adquiram!!



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