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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Terra rara- estamos sós no Universo!




 Nesse espaço inimaginavelmente vasto, a Terra e tudo que existe nela não passam de menos que um grão de areia. Com efeito, há mais estrelas no Universo que grãos de areia em todas as praias do nosso planeta. E, no entanto, ainda que não passe de um farelinho em meio à vastidão do Universo, nosso mundo tem uma peculiaridade que faz dele um lugar especial. Trata-se de um mundo com vida. Até o momento, o único que conhecemos que reconhecidamente serviu de palco para esse fenômeno incrível.   Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF, p. 6-7
Água em Marte

A descoberta da água em marte, no ano de 2015 gerou alarde entre os que acreditam em vida extra-terrrena. Mas este é penas um dos muitos requisitos para a existência da vida.

Adaptação da reportagem da Revista Superinteressante de Abril de 2000.

Zonas mortas no Cosmo?

Veja os argumentos de Peter Ward e Donald Brownlee contra a existência de seres complexos em outros mundos e confira as ponderações a favor de outros especialistas. E meus comentários em vermelho

Galáxias estéreis

Ward e Brownlee sustentam que apenas as galáxias espirais (1) , parecidas com a Via Láctea, poderiam ter planetas com condições de abrigar seres complexos, pois têm elementos vitais como oxigênio, ferro ou carbono. Esses não existem em galáxias elípticas (2). Já as galáxias anãs (3) e as que estão em colisão (4) são violentas demais. Sobram as espirais, cerca de 20% do total.

Limite estreito
Dentro das galáxias espirais, dizem Ward e Brownlee, só uma faixa relativamente estreita de astros (5) teria condições semelhantes às que o Sol oferece ao desenvolvimento de criaturas complexas. No centro da galáxia (6) há tantas estrelas que sua luz torraria os possíveis ETs. Na borda (7) , a pobreza de elementos químicos dificultaria a evolução.

Bastam 5% dos astros
Mas o planetologista James Kasting diz que diversos tipos de astros, não só os semelhantes ao Sol, poderiam sustentar uma zoologia complexa. Além disso, a quantidade de estrelas como o Sol não é pequena, pois ela pode superar a marca dos 20 bilhões, segundo as estimativas aceitas.

Estrelas de sobra
Muitos especialistas alegam que o número de galáxias é imenso – em torno de 100 bilhões, segundo as estimativas. Assim, mesmo se apenas um quinto delas – 20 bilhões – tiver condições propícias deve haver uma grande quantidade de planetas habitados por aí.
Resposta:
É muito claro que é necessário Ozônio para que as radiações ultravioletas não venham destruir os seres vivos! Logo para se ter vida é preciso uma camada de ozônio.

Ajuda extra
Não basta só uma estrela ser adequada, afirmam Ward e Brownlee. A Terra é protegida pelo planeta Júpiter (8) : por ter uma massa elevada, ele atrai cometas e asteróides que poderiam cair aqui e extinguir as espécies. A Lua (9) , ao girar em torno Terra, lhe dá estabilidade. Assim, nosso planeta não balança instavelmente, o que abalaria toda a sua biologia.

Biologia resistente
Não está claro se a Biologia precisa mesmo de proteção especial para se desenvolver. De fato, a Terra já foi bombardeada em diversas ocasiões, ao longo de sua história. A despeito de diversos episódios de extinção em massa, a evolução não deixou de avançar em sua superfície.
1-o argumento acima esquece que se a Terra não tivesse a proteção de Júpiter ela seria bombardeada numa frequência e intensidade muito maior


Subsolo privilegiado
O interior do nosso planeta, por ser quente, move os continentes, gerando vulcões (1) e terremotos. Esse processo recicla, na medida certa, elementos químicos essenciais à irrupção biológica. Dificilmente haverá condições geológicas semelhantes em outros mundos.

Calor interno
Geologia ativa não é, necessariamente, prerrogativa terrestre. A Astronomia mostra que só corpos celestes pequenos como as luas perdem a energia produzida durante sua formação e carecem de substâncias radioativas para gerar calor interno. No Sistema Solar, além da Terra, Vênus e Marte também tiveram movimentos geológicos no passado. 
1-Ninguém disse que isso é prerrogativa terrestre.
2- As erupções vulcânicas liberam vapor d'água, essencial para existência da vida.
3- Não é qualquer planeta que tem água, aliás poucos.
http://super.abril.com.br/tecnologia/inteligencia-solitaria


Leia mais esta: Terra rara São Paulo, domingo, 12 de julho de 2009          


Mesmo a emergência de vida unicelular é um mistério completo



No ano 2000, dois cientistas americanos publicaram um livro de extrema coragem intelectual: "Rare Earth -Why Complex Life Is Uncommon in the Universe" (Terra Rara -Por que a Vida Complexa é Rara no Universo).
Nele, Peter Ward e Donald Brownlee argumentaram que, contrariamente às expectativas de muitos, a Terra é um planeta raro, e a vida, especialmente a vida complexa, mais rara ainda. Seu argumento é baseado na profunda relação entre a evolução da vida e o ambiente terrestre.

Claro, suspeitava-se há muito que a vida depende de uma série de circunstâncias climáticas e geológicas. Mas nos últimos 20 anos, descobertas em várias áreas, da geofísica à astronomia, demonstraram que essa relação é crucial.

Os avanços vão em duas direções. Por um lado, a descoberta de seres "extremófilos", bactérias capazes de sobreviver em ambientes tradicionalmente considerados extremamente hostis à vida, como o frio e o calor extremos, ausência de luz e oxigênio, ou ainda altíssimos níveis de radioatividade, mostram que a vida é extremamente maleável, ao menos no nível dos seres unicelulares. Com isso, ganhou força o argumento de que se procurarmos nos ambientes exóticos do nosso sistema solar, nas planícies áridas e expostas à radiação de Marte, no subsolo marciano, ou nos oceanos sob a superfície gelada de Europa, talvez possamos encontrar algo digno de ser chamado de vida. Dado que as leis da física funcionam pelo Universo afora, e que as estrelas forjam os mesmos elementos químicos pela vastidão do espaço, ao menos os ingredientes básicos da vida devem existir com certa facilidade.  O consenso é que se acharmos planetas parecidos com a Terra, com água líquida e uma boa concentração de elementos químicos, alguma forma de vida alienígena será encontrada. 

Ward e Brownlee não questionam isso. Por outro lado, o que vemos é que a vida na Terra passou por vários estágios de complexidade cada vez maior. Cada um desses "pulos" necessita de condições muito difíceis de serem reproduzidas com frequência.

Mesmo a emergência de vida unicelular é ainda um mistério completo. Não sabemos como moléculas se organizaram para criar uma entidade viva. Mas digamos que esse processo seja relativamente fácil de ser atingido; afinal, o que vemos aqui na Terra é que os bombardeios cósmicos mais intensos cessaram há 3,9 bilhões de anos e os primeiros sinais de vida datam de 3,5 bilhões de anos, ou até 3,8 bilhões de anos.

Bem rápido. O próximo passo, a formação das primeiras células procariotas, envolve também etapas desconhecidas. Esses seres reinaram sobre a Terra por quase 2 bilhões de anos, quando os seres eucariotos, ainda unicelulares, começaram a surgir. Esses dois tipos de criatura contribuíram para mudar o planeta. Por meio de uma fotossíntese simplificada, geraram o oxigênio que tornou possível o próximo passo, a formação de seres multicelulares.

Entra a Terra. Sem gás carbônico na atmosfera, não seria possível regular a temperatura de modo a manter a água líquida por bilhões de anos.

Sem a Lua, o ângulo de rotação da Terra em torno de si mesma variaria continuamente e as estações do ano não existiriam.

Sem um campo magnético, seres vivos sofreriam doses letais de radiação do espaço. A lista é longa, e a probabilidade de encontrarmos planetas como a Terra é muito pequena. Se Ward e Brownlee estiverem certos, a vida complexa é uma raridade. A vida inteligente, mais ainda. Seria uma volta ao antropocentrismo da Antiguidade, mas com uma diferença fundamental. Agora sabemos por que somos importantes.

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "A Harmonia do Mundo"

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1207200902.htm#_=_

Para ver os problemas com cada passo na Evolução da vida click http://fatosdoevolucionismo.blogspot.com.br/2014/01/os-fatos-sobre-origem-da-vida.html




Não existe vida simples


"Note que eu não usei o termo “simples” para esse tipo de vida, pois não hánada de “simples” na vida, seja ela qual for. O que nos trás de volta à pergunta: o que é vida?  Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF, p. 6-7

 Incrível porque as reações químicas envolvidas no metabolismo dos organismos vivos – as complexas trocas e permutações de moléculas que estão acontecendo exatamente neste momento em todas as células do seu corpo, inclusive nos neurônios do seu cérebro que de algum modo estão transformando a informação visual presente nas páginas deste livro numa mensagem inteligível para você – são muito mais intrincadas do que tudo mais que já vimos por aí.
Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,p. 10

...as reações moleculares envolvidas no metabolismo dos organismos vivos. É um nível de complexidade tão alto que, até hoje, não sabemos como ele apareceu pela primeira vez.
Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,10-11

As mesmas leis operam em todos lugares do cosmos
  as mesmas leis da física regem fenômenos em toda parte e que a química básica que permeia o Sol e sua família de planetas, incluindo aí o nosso, não é diferente da que encontramos em outras partes do Cosmo.Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,p. 12


A vida na terra é base, parâmetro, para supostas outras vidas
 para entendermos se a vida pode se originar em outro planeta, temos que estudar amplamente o caso terrestre, considerando o meio astronômico, a geologia do planeta, os eventos atmosféricos e as reações químicas que poderiam ocorrer. Da mesma forma, para sabermos o que procurar em outro planeta, tomamos como base a vida como a conhecemos na Terra e tentamos extrapolar nosso conhecimento biológico para as condições ambientais extraterrestres.Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,p. 30


A origem da vida ainda é um enigma para a ciência
Química prebiótica e origem da vida Após a formação dos elementos químicos e de algumas moléculas no meio interestelar, o passo seguinte foi a formação das moléculas-base para a vida: as proteínas, lipídeos, ácidos nucleicos entre outros. Entretanto, esse processo de formação de moléculas complexas, com funções biológicas como armazenamento de informação química e de energia, estrutura etc., não está completamente compreendido. E como essas moléculas se organizaram em sistemas químicos autossuficientes, capazes de se multiplicarem e evoluírem (o que já podemos chamar de vida, segundo algumas definições), é um dos temas mais desafiadores na pesquisa sobre a origem da vida. Acredita-se que minerais presentes na superfície da Terra catalisaram essas reações e que existem diversos ambientes no planeta onde a vida poderia ter surgido. Certamente esse processo teve diversas etapas que ainda não foram bem elucidadas pela ciência. Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF, p.33




HABITABILIDADE




1- UM SOL DE LONGA VIDA

Entre as propriedades mais essenciais está uma estrela de longa vida, como o Sol, capaz de proporcionar energia luminosa de modo estável durante vários bilhões de anos... Esse longo tempo é necessário em função do que aprendemos com o exemplo da Terra: a evolução da vida em nosso planeta exigiu uma longa trajetória desde os mais simples micro-organismos até o surgimento de vida complexa, ou pelo menos de seu aparecimento no registro fóssil, e por fim de inteligência. Parece razoável supor que tal evolução exigirá também em outros planetas um tempo bastante longo, de pelo menos alguns bilhões de anos. P.76-77




2- PLANETA ROCHOSO
existência de um planeta dito “rochoso”, tal como a Terra, que seja capaz de manter água líquida na superfície durante os bilhões de anos supostamente necessários para a evolução de vida multicelular. Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,P. 77

Se crescem muito rapidamente, podem tornar-se tão massivos que são capazes de aglutinar o material mais leve, principalmente o gás hidrogênio, e nesse caso incham de modo galopante e se transformam em gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno. Caso não consigam acumular muito gás, tornam-se gigantes de gelo como Urano e Netuno; se nunca atingirem o tamanho necessário para acumular gás, serão planetas rochosos como Terra, Vênus e Marte. Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,P. 78



3- PLANETA QUE TEM ÁGUA NA FORMA LIQUIDA

 A importância da água líquida é tão grande que ela governa nossa definição de habitabilidade planetária. Definimos como a zona habitável de um sistema planetário aquela região ao redor de uma estrela em que sua energia luminosa permite temperaturas suficientes para que a água se mantenha no estado líquido, ou seja, entre 0 e 100 °C, para condições normais de pressão. p. 80
 O funcionamento da vida é governado por reações químicas moleculares complexas, autoestruturadas e auto-organizadas. Essas reações não podem ocorrer em um meio sólido: não haveria contato entre as moléculas, impedindo o metabolismo. Em um meio gasoso, esses processos também seriam impossíveis: a velocidade das reações seria excessiva e incontrolável, impedindo a auto- -organização. Um meio líquido permite, ao mesmo tempo, a troca molecular eficiente e sua organização p. 87


4- O EFEITO ESTUFA
, a luminosidade de uma estrela e sua distância de um planeta não são os únicos fatores que influenciam sua habitabilidade. A temperatura na superfície de um planeta, que determina a possibilidade da existência de água líquida, depende, obviamente, da energia recebida da estrela, mas também de uma propriedade fundamental de sua atmosfera, que é a capacidade de receber a energia luminosa estelar, transformá-la em calor e reter esse calor na superfície. Essa capacidade recebe o nome de efeito estufa, e ele está em total evidência na mídia e nos assuntos atuais da humanidade... Sem sua presença, a Terra não teria a mesma capacidade de manter água líquida em sua superfície e seria habitável por muito menos tempo – ou mesmo seria hoje um planeta inabitável, sem água líquida e sem vida.Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,P. 80


5- COMPOSIÇÃO DA ATMOSFERA
A atuação do efeito estufa, assim chamado porque é capaz de acumular energia luminosa sob a forma de calor e aumentar a temperatura da superfície planetária (um processo idêntico ao que permite o crescimento de plantas tropicais em estufas com paredes de vidro em países frios), depende de diversos fatores. Todos estão ligados às propriedades planetárias, e a principal delas é a composição da atmosfera. Diversas moléculas que compõem a atmosfera dos planetas do Sistema Solar possuem a propriedade de deixar passar livremente a radiação luminosa, mas impedir a saída da radiação infravermelha, ou radiação do calor. Os principais gases que contribuem para o efeito estufa são o dióxido de carbono (ou gás carbônico), o vapor de água e o metano. Molécula por molécula, o metano é o mais eficiente dos três, mas possui concentração na atmosfera extremamente baixa, por ser facilmente destruído pelo oxigênio. Depois vem o dióxido de carbono, que tem concentração baixa e pouco variável. Por último, temos o vapor d’água, que dá conta da maior parte do efeito estufa, mas cuja concentração é altamente variável na atmosfera (Figura 4.3). Essa é ). Essa é a razão pela qual a Terra possui um ciclo hidrológico, com incessante evaporação da água dos lagos, rios e oceanos e sua posterior condensação e precipitação, além do acúmulo de água congelada em regiões frias. Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,P. 81-82

6-  PLANETA COM CAMPO MAGNÉTICO EXPRESSIVO
Esse planeta deve ainda possuir um campo magnético expressivo, capaz de proteger sua superfície e sua biosfera do ataque de partículas energéticas provenientes dos ventos estelares e dos raios cósmicos.Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,P. 77
O fato de termos um campo geomagnético e uma atmosfera acaba por proteger a vida na superfície do impacto da radiação. A vida nos oceanos e sob o solo também recebe proteção pela blindagem conferida por esses materiais, para a maioria dos tipos de partículas que atinge o planeta.


7- PLANETA COM ATIVIDADE GEOLÓGICA DURADOURA

Deve também ser capaz de manter atividade geológica durante bilhões de anos, como veremos adiante.Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,P. 77
A presença desses gases por si só, porém, não é capaz de manter o efeito estufa operacional por longas escalas de tempo. São necessários mecanismos que regulem a presença desses gases na atmosfera, impedindo que seu excesso aqueça demasiadamente o planeta, e que sua escassez torne a temperatura baixa demais. Esses mecanismos são essencialmente geológicos: a atividade vulcânica, que abastece a atmosfera continuamente com esses gases; a tectônica de placas, que faz com que material rochoso da superfície terrestre seja reciclado no magma abaixo da crosta, e que material jovem e incandescente desse magma seja trazido para a superfície; e a erosão ou intemperismo, que faz que os minerais da superfície reajam constantemente com os gases atmosféricos, ajudando a controlar sua concentração. A conexão entre o vulcanismo, a tectônica de placas e a erosão determina um ciclo chamado de “carbonato-silicato”, do qual alguns detalhes permanecem ignorados, mas cujo funcionamento essencial é bem compreendido. A presença de gases do efeito estufa na atmosfera aquece o planeta, provocando a evaporação da água e sua precipitação sobre os continentes. A água dissolve o solo e as rochas com o auxílio do gás carbônico, transformando-os em uma classe de minerais chamada de carbonatos. Esses minerais são carregados sob a forma de sedimentos para o mar, acumulando-se no fundo dos oceanos. O processo de tectônica de placas eventualmente faz que esses sedimentos sejam transportados para o magma, sendo volatilizados e devolvendo o gás carbônico, que finalmente retorna à atmosfera nas erupções vulcânicas, fechando o ciclo Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,p. 82-83

8- GRAVIDADE NÃO MUITO BAIXA
 Marte. Pequeno e de baixa gravidade, o planeta não possui a mesma capacidade da Terra de manter uma atmosfera espessa: sua atmosfera possui menos de 1% da pressão terrestre.Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,P. 85 


9- CAMPO MAGNETICO SIGNIFICATIVO
Marte... Incapaz de manter a atividade tectônica de placas, incapaz de manter seu vulcanismo e sem possuir um campo magnético protetor para sua atmosfera, Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,p. 85
 O campo magnético é uma das proteções que temos contra a radiação na forma de partículas carregadas vinda do espaço (vento solar e raios cósmicos) e, ficando mais fraco, o planeta ficará vulnerável aos seus efeitos Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,p. 319

10- ARQUITETURA PLANETÁRIA DE "PLANETAS" VIZINHOS

Simulações de computador mostram que a presença dos planetas gigantes nas partes externas do Sistema Solar, como Júpiter e Saturno, foi essencial para que esse material volátil pudesse finalmente ser trazido para a Terra. Alguns cientistas sugeriram que uma arquitetura planetária diferente em nosso Sistema Solar, sem a gravidade dos planetas gigantes perturbando os pequenos corpos ricos em água das regiões distantes, teria produzido um planeta Terra com pouca ou nenhuma água – e talvez sem vida Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,P. 79


11- CAMADA DE OZÕNIO
Diferente da atmosfera de hoje, a concentração de oxigênio (O2) da Terra prebiótica era muito baixa, e a exata composição química da atmosfera da Terra prebiótica é assunto controverso no meio científico, porém os seguintes gases muito provavelmente estavam presentes na atmosfera: CO2, CO, CH4, N2, H2, H2O (vapor) e H2S. Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,P. 101

 Ambientes hidrotermais apresentam diversas vantagens para o estudo da química prebiótica: a) no fundo do mar, as moléculas ficavam protegidas da radiação ultravioleta do Sol que poderia degradá-las;  Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF, p.107


Haveria substitutos para a água e o carbono? 

Talvez. A água é uma molécula dita polar, ou seja, diferenças de cargas elétricas produzem pequenas forças dentro da molécula que se atraem entre si. Essa propriedade está na raiz da capacidade da água de se manter líquida em um grande intervalo de temperaturas. Existem outras moléculas polares e abundantes no Universo, como a amônia e o metano, mas nenhuma delas reproduz bem as propriedades da água. O carbono, por sua vez, não é o único átomo capaz de formar complexos polímeros, mas é de longe o que faz isso com maior eficiência. Uma possível alternativa ao carbono seria o silício, que é vizinho do carbono na tabela periódica dos elementos. Mas o silício forma ligações químicas extremamente fracas entre seus átomos e jamais conseguiria funcionar na água. Cientistas propuseram, então, um tipo alternativo de vida baseado em moléculas de silício, chamadas de silanos, em um substrato de nitrogênio líquido. O nitrogênio é um líquido apolar, ou seja, sem assimetrias de cargas elétricas, e assim não prejudicaria as fracas ligações entre as moléculas de silício. Seria um tipo de vida com metabolismo incrivelmente lento se comparado com o nosso: seu funcionamento se daria a 180 °C abaixo de zero, temperatura na qual o nitrogênio permanece líquido. Astrobiologia : uma ciência emergente / Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. -- São Paulo : Tikinet Edição : IAG/USP, 2016. 10 Mb ; ePUB e PDF,P. 87-88 😆😆😆😆😆

A vida se resume  a leis matemáticas, físicas e químicas? É um processo automático?

A evolução da vida na Terra está, desde seu início, intrinsecamente ligada a eventos “evolutivos” astronômicos e planetários em nosso ambiente astrofísico, a começar pela região galáctica “privilegiada” na qual se encontra o Sistema Solar. Os elementos químicos em que a vida se baseia, e mesmo a abundância de cada um deles, é resultado de seus processos cósmicos de síntese, do Big Bang às estrelas, supernovas e raios cósmicos; a formação dos aglomerados de galáxias, das próprias galáxias e, por fim, dos sistemas planetários não é mais que um resultado da evolução natural da distribuição de massa no Universo; a disponibilidade de moléculas orgânicas na Terra primitiva é resultado dos processos químicos que ocorrem no meio interestelar, no disco protoplanetário e na superfície do próprio planeta, nos processos de química prebiótica.
A origem da vida parece ser o simples resultado da combinação de todos os processos anteriores e da existência de  condições adequadas em nosso planeta, refletindo, assim, em última instância, apenas as leis matemáticas, físicas e químicas de nosso Universo (Pross, 2012).Daquele momento inicial em diante, no qual o primeiro ser vivo emergiu do não vivo, toda a evolução da vida no planeta seguiu o processo de evolução darwiniana, respondendo, a cada instante, a processos interno-biológicos e externo-ambientais, fazendo que a biodiversidade florescesse e se estendesse por praticamente todos os ambientes do planeta, do fundo dos oceanos ao alto das montanhas e atmosfera – havendo um conjunto mínimo de condições, haverá vida.   p.315-316