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quinta-feira, 25 de junho de 2020

GLOBALISMO- OS PERIGOS DESTA TEORIA DA CONSPIRAÇÃO E A SEDUÇÃO DOS EVANGÉLICOS E DO GOVERNO BRASILEIRO





Diferença entre Globalização, Globalismo e Globalismo como teoria da conspiração.


1-DEFINIÇÃO   

GLOBALISMO -Teoria da Conspiração defendida por Olavo e seus seguidores

 Seria um esquema de dominação global que visa substituir as culturas tradicionais por uma moral secular, cosmopolita e esquerdista. A elite (banqueiros, intelectuais que controla o esquema globalista é composta por organismos internacionais como a ONU, OTAN. BANCO MUNDIAL , ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMERCIO,  UNIÃO EUROPÉIA, por ONGs internacionais e financiado por bilionários “esquerdistas” como o George Soros.


GLOBALISMO- dicionários

1 condição de interligação planetária que envolve redes de comunicação entre os continentes
2 Rubrica: política.política nacional que vê no mundo inteiro uma esfera propícia de influência política; internacionalismo, imperialismo
3 aquisição global, ou em comum, de conhecimentos não parcelados
4 Rubrica: pedagogia.princípio da didática elementar fundado na globalização Dicionario Houaiss Eletronico

1 Aquisição de conhecimento em totalidade ou em comum, e não parcelado.
2 ECONOMIA, POLÍTICA Visão econômica e política que considera o mundo inteiro suscetível a influências e domínio políticos; internacionalismo. Dicionário Michaelis

GLOBALIZAÇÃO
1 ato ou efeito de globalizar(-se)
2 Rubrica: sociologia.
processo pelo qual a vida social e cultural nos diversos países do mundo é cada vez mais afetada por influências internacionais em razão de injunções políticas e econômicas
2.1 Rubrica: economia, política.intercâmbio econômico e cultural entre diversos países, devido à informatização, ao desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte, à ação neocolonialista de empresas transnacionais e à pressão política no sentido da abdicação de medidas protecionistas
2.2 Rubrica: economia, política.espécie de mercado financeiro mundial criado a partir da união dos mercados de diferentes países e da quebra das fronteiras entre esses mercados
 Obs.: cf. capital volátil
2.3 Rubrica: economia, política.
integração cada vez maior das empresas transnacionais, num contexto mundial de livre-comércio e de diminuição da presença do Estado, em que empresas podem operar simultaneamente em muitos países diferentes e explorar em vantagem própria as variações nas condições locais
3 Rubrica: pedagogia.
processo de percepção e aquisição mais sintético do que analítico, característico da estrutura mental ou psíquica da criança 
Dicionario Houaiss Eletrônico

1 Ação ou efeito de globalizar(-se).
2 ECONOMIA  Integração entre os mercados produtores e consumidores de diversos países graças ao desenvolvimento e barateamento dos custos de transporte, aos importantes avanços tecnológicos dos meios de comunicação, que reduziram significantemente o tempo e a distância (rede de computadores, satélites etc.), e ao surgimento e à ação de empresas multinacionais, integrando as economias e tornando o mundo um mercado único imenso.
3 ECONOMINA, POLÍTICA União dos mercados de diferentes países e a quebra de fronteiras entre esses mercados.
4 COMUNICAÇÃO, SOCIOLOGIA Processo pelo qual a arte, a cultura, a música, o comportamento, o vestuário dos indivíduos de um país sofrem e assimilam as influências de outros, devido ao desenvolvimento dos meios de comunicação de massa, tornando o mundo unificado em uma grande “aldeia global”, termo criado pelo escritor canadense Marshall McLuhan (1911-1980) nos anos 1960.
5 EDUCAÇÃO, PEDAGOGIA Percepção sintética, sem atenção aos detalhes, típica do desenvolvimento psíquico e mental das crianças. Dicionário Michaelis
2- PERIGOS DO GLOBALISMO (Teoria da Conspiração)


"o globalismo uma tese  de que a ordem mundial na qual a gente vive
na qual mundo vive desde o fim da segunda guerra,uma ordem criada pelos Estados Unidos
baseado em tratados Internacionais em órgãos internacionais como ONU como o banco mundial, a organização mundial do comércio, OTAN enfim, todo esse sistema de cooperação global entre os países é uma na verdade uma conspiração da parte de  uma pequena elite
global que quer exercer o poder total e irrestrito sobre o mundo todo e principalmente sobre o acidente. Conta com braço político, essas organizações internacionais e tratados multilaterais
que em tese acabariam com a soberania dos governos de cada país, mas também com
braço cultural que visa acabar com as resistências na cultura e nas características individuais de cada povo, então financiada por exemplo por ongs internacionais e outros grupos utilizaria acabar com as religiões acabar com o patriotismo acabar com todas as tradições locais para deixar a a população dos diversos países totalmente desamparada tanto do ponto de
vista material,no subemprego, sendo explorados pelo por essa pequena elite
global elite formada de banqueiros,  de alguns intelectuais, de burocratas da politica  internacional, deixando a população totalmente desamparada tanto do ponto de vista material, quanto espiritual sem nenhuma defesa cultural do seu país. E na política deixando. neutralizando os governos,  tirando poder os governos e levando para as instâncias  internacionais. Essa é a tese qual a  reação deles?
Quem acredita no globalismo defende  uma reação a isso, que é o fortalecer que seria  supostamente recuperar a soberania do seu país, se contrapor essa ordem global
e acabar com os tratados por exemplo, o acordo de Paris  que tem aí uma  uma
finalidade de preservação do meio ambiente, e de combate ao efeito estufa. E possivelmente até sair de órgãos internacionais como a ONU, então abandonar essa ordem mundial e lutar
pela soberania,  fechar as fronteiras nacionais e muitas vezes  fechar também o comércio.
Aí há um pouco mais variabilidade, tem alguns que economicamente ainda defendem um
pouco mais livre comércio embora sejam contra os grandes tratados de livre comércio, embora sejam contra por exemplo a organização mundial do comércio que garante uma liberdade
,obviamente imperfeita, que existe hoje em dia. São contra isso, talvez são a favor de
acordos bilaterais,  mas outros são a favor do nacionalismo também do
ponto de vista econômico.


A reação ao que se vem dessa conspiração global é um nacionalismo  em todos os
pontos e a gente sabe muito bem que o nacionalismo já fez na história da humanidade. O século 20 mostra muito bem pra gente o que acontece quando nacionalismo cresce, o resultado mais direto disso é a guerra Bom, quais são os problemas dessa crença no globalismo, eu separaria em dois: o primeiro intelectual ,essa crença na conspiração é muito confortável acreditar que tudo que acontece no mundo é fruto de uma conspiração de malvados e que portanto se a gente se sente meio impotente pelo menos a gente justifica e diz ah mas a gente tão poderosa que eu jamais poderia fazer nada contra isso, não tem como melhorar omla tá dando as cartas no mundo. Isto simplesmente não é verdade
. Tem um monte de processos culturais em jogo na humanidade, fruto de diversas forças entre diferentes direções e que ninguém controla, a própria política também é assim. A ONU não governa política de nada, pelo contrário é muito fraca, por que a ONU não tem exército, não têm força própria, ela tem  a força dos países que a compõem. Quando os  Estados Unidos resolve ir contra o conselho de segurança da ONU, o que acontece? Não acontece nada.
Então realmente a ONU não tá tirando a soberania de ninguém ... e mais, os países estão ali  voluntariamente,então também não caberia falar em fim da soberania mas, nem que quisesse mesmo que algum desses grupos, uma dessas organizações quisesse não tem o poder para isso e é bom que isso.
Por um lado então a questão intelectual de ver uma conspiração onde não existe, primeiro porque o mundo é muito mais caótico e tem um milhão de atores, então pega o Jorge Soros por exemplo que é um bilionário que financia algumas agendas  que ele considera importante de valores ao redor do mundo.
Tem bilionários de todos os tipos financiando muita coisa,  você tem os irmãos Koch, americanos, que já trazem uma agenda economicamente liberal , mas moralmente mais conservadora,  você tem igreja católica que também financia ações ao redor do mundo, financia os seus valores ao redor do mundo, a igreja universal do reino de Deus aqui no Brasil faz isso,  ...tem um monte de gente lutando e tentando influenciar o caminho da sociedade sem nunca conseguir direito. Não existe essa pequena conspiração dos iluminados que de fato dando as cartas,  existe um mundo em constante transformação, muitas vezes indo contra o
que pessoas muito poderosas gostariam. 
Trazem às vezes o espectro do marxismo cultural.* No marxismo cultural seria essa essa tentativa dos comunistas, que estão por trás da do globalismo, de destruírem a cultura. A então escola de Frankfurt que criou certas idéias, não tem gente que estava mais perdido no seu tempo do que os membros da escola de Frankfurt, o Adorno um dos principais intelectuais ...mas o Adorno por exemplo era contra revolução sexual e estava horrorizado com ela, enquanto acontecia estava totalmente perdido.,  ele estava tentando interpretar o mundo que a contra tudo o que eles acreditavam, seja no lado capitalista seja no comunista, também porque eles eram contra a União Soviética,  contra o totalitarismo que se impôs no mundo soviético. No mundo socialista real, de maneira geral por produtores tentando pensar, tentando levar suas idéias adiante, mas não conseguiram muito.  Hoje em dia são estudados por poucos, também não é por causa de nenhum deles que  processos tem acontecido, muitos acreditam nisso, acreditam que  intelectual escrevendo por si só tem o poder, de sem nenhum, sem grande apoio, sem ter  muitos aderentes às suas idéias é no fundo um secreto e perverso o pai e das transformações na cultura, o mundo simplesmente não é assim. 
 Porque é perigoso o discurso do globalismo? Essa teoria da conspiração é perigosa porque ela dá ensejo ela fortalece a volta do nacionalismo é isso que a gente está vendo em diversos governos, e diversos partidos que tentam chegar ao poder, algumas das alas do governo,  funcionários são expressamente nacionalistas querem que o Brasil saia da ONU quer que o
Brasil não participe de tratados internacionais, querem no máximo acordos bilaterais, que do ponto de vista do comércio, acordos bilaterais podem ser bom sim, mas esses eles dão conta de pressões das tarifas nem as barreiras tarifárias ao comércio existem barreiras
não tarifárias, barreiras de regulamentações e cada país impõe e Esses grandes tratados internacionais multilaterais são importantíssimos porque eles homogenização essas regulamentações todas e permitem e acabam portanto com essas barreiras que são não tarifárias. Eles são burocráticos sim são burocráticos A ONU é burocrática, sim a
ONU é burocrática, agora um acordo multilateral burocrático, disse ele
substitui o que elas diversas burocracias também enormes de cada um
dos países membros, cada um dos países que participam.
Os países não cedem soberania ao  fazer um acordo multilateral ou entrar no ou a participar da ONU por exemplo, eles entram livremente, a questão aqui em jogo não é a soberania,
ea soberania está garantido. Hoje em dia cada um dos países a é soberano, a questão que está em jogo é outra será que o benefício do meu país... será que o interesse do meu país está em consonância em harmonia com os demais países ou será que ele tem oposição?
Mostrar que para o meu país crescer é necessário que os outros percam são essas as razões estão em jogo por trás da ONU por trás da atual ordem mundial que tenta ser um pouquinho mais baseada em regras e baseada na diplomacia ao invés de apenas a lei do mais forte, em grande parte continua a lei do mais forte nunca vai deixar de ser,  mas é um pouquinho mais baseada em regras, o que anima esta tentativa é a crença de que o bem dos países o bem das populações ao redor do mundo, está em harmonia, é possível todos crescerem juntos, é
possível a diplomacia dar conta dos conflitos. Por trás do nacionalismo, a idéia de que não,  os interesses são inconciliáveis,a guerra é o único jeito ele previsivelmente nos leva à guerra também.
 Também a gente tá tendo o renascimento do nacionalismo,hoje em dia às vezes com o nome falso de soberanismo, soberanistas.  Mas a soberania nacional não está em jogo,  países são soberanos, o que eles querem acabar com os acordos, é sair de uma ordem global que presava...A  ONU é ineficiente muito ineficiente, a ONU é fraca? é muito fraca, a ONU tem um blablablá burocrático que não acaba nunca, mas mesmo assim. Mas bem ou mal, é graças a essa ordem mundial que depois da segunda guerra, a gente não teve mais grandes guerras em que a guerra é um fenômeno da periferia do mundo, uma coisa que Estados Unidos acerta com o  leste europeu. com o oriente médio. Pra gente é  inconcebível pensar,por exemplo, que os países da Europa entrem em guerra uns com os outros na  Europa ocidental. Isso foi a regra mas na maior parte da história;  graças ao  tipo de visão que se instalou depois da segunda guerra baseada na cooperação e que um dos frutos foi a união européia, que eu também tenho muitas críticas, tem muito que a se  melhorar, tem muitos erros ali, mas que conseguiu sim promover a paz. E a gente não tem ideia, como já está acostumado, como a gente acredita, que a paz é o estado natural do mundo, que não é verdade, a gente dá pouco valor a isso e parece que é fácil se livrar de uma ordem mundial mais globalizado de maior interação de maiores acordos entre os países e entrar numa nova ordem, a lei do mais forte. Mas essa ordem leva à guerra, isso é que não se percebe muitas vezes claro, aqueles que propõem o nacionalismo sabem disso muito bem, sabem que o mundo será menos livre.
Eles criticam a liberdade,  o que a gente tem hoje de fato é uma liberdade imperfeita, a paz é uma paz imperfeita a ONU,toda a união europeia,  a organização mundial do comércio, o  banco mundial são todos imperfeitos, muitas falhas. A gente nunca vai viver num mundo de perfeição, também né? mas o que eles querem botar no lugar não é uma ordem mais liberal, muito pelo contrário são países mais fechados cada país olhando mais para dentro de si fortalecendo a sua identidade nacional em oposição aos outros e isso é uma receita clara, o que a gente viu foi, o que foi a segunda guerra mundial e a primeira também,  a ascensão do nacionalismo... sentimento nacionalista acima de tudo né, e se você vai com essa cabeça, é inevitável que os conflitos cresçam e que a diplomacia não seja mais o caminho escolhido, a ordem global que a gente vive é imperfeita? sim, a ONU é imperfeita? sim, é  ineficiente e burocrática. A liberdade de comércio avança muito lentamente mas ela é muito superior à alternativa e ela conseguiu promover uma certa liberdade imperfeita uma paz imperfeita, direitos humanos também de forma imperfeita, sempre. Mas de uma maneira real, ea gente corre o risco de perder tudo isso se o mundo se países importantes como Estados Unidos e o Brasil se deixarem levar pela crença nessa tese conspiratória, desse delírio conspiratório do globalismo e como reação aderirem ao perigo real do nacionalismo, que não é fruto de uma grande conspiração global não, existe até um movimento chamado the Movement que tenta reunir partidos e governos que esse pendor nacionalista e ao redor do mundo, se as coisas piorarem não vai ser por causa dele, ele também surfa uma onda ele tenta organizar algumas coisas mas não é por causa dele A gente tem que olhar pra dentro de nós, pro nosso país e para as discussões políticas aqui e não ficar culpando um grande vilão externo e se a gente não fizer isso infelizmente o mundo pode se deteriorar muito e a paz que parecia ser o estado natural da humanidade vai voltar a ser a exceção e isso é um grande perigo  Joel Pinheiro
*Obs Para saber que MARXISMO CULTURAL não existe  click  http://averacidadedafecrista.blogspot.com/2020/01/mitos-e-verdades-sobre-marxismo.html


3- A TEORIA DO GLOBALISMO NO BRASIL
Foi propagada por Olavo de Carvalho e difundida por seus alunos e simpatizantes (inclusive membros do governo Bolsonaro como Ernesto Araújo), além de ser endossada até mesmo pela igreja católica e parte do segmento evangélico

Recentemente alguns lideres evangélicos amalgamaram profecia bíblica com esta teoria da conspiração, invocando as reportagens abaixo e o texto de Ernesto Araujo, chanceler.

Como diz o ditado, em uma crise somos todos socialistas. Até mesmo Trump cogita uma forma de Renda Básica Universal: um cheque de US$ 1 mil na mão de cada cidadão adulto. Trilhões serão gastos, violando todas as regras do mercado — mas como, onde e para quem? Será que esse socialismo forçado será um socialismo para os ricos? (Lembremos do resgate dos bancos feito em 2008 enquanto milhões de pessoas comuns perderam suas pequenas economias.) Será que a epidemia vai ser reduzida a outro capítulo da longa e triste história daquilo que Naomi Klein denominou “capitalismo de desastre”, ou será que uma nova ordem mundial (mais modesta, talvez, mas também mais equilibrada) poderá surgir dela?

3- A reportagem Zizek vê o poder subversivo do Coronavírus
 não prevê mudança de regime capitalista para socialista ou comunista, como visto na reportagem 2, que cita também o filósofo Žižek  

Outro fenômeno bizarro que podemos observar é o retorno triunfante do animismo capitalista, de tratar fenômenos sociais como mercados ou o capital financeiro como uma entidade viva. Lendo a mídia empresarial, ficamos com a impressão de que, na verdade, não deveríamos nos preocupar com os milhares que morreram (nem com os outros milhares que ainda vão morrer), mas com os “mercados que estão ficando apreensivos”. O coronavírus perturba cada vez mais o bom funcionamento do mercado mundial e, segundo o que ouvimos, o crescimento pode cair dois ou três por cento.Tudo isso não indica claramente a necessidade urgente de uma reorganização da economia global, que não esteja mais à mercê dos mecanismos de mercado? É óbvio que não estamos falando de comunismo às antigas, mas de alguma forma de organização mundial que consiga controlar e regular a economia — bem como limitar a soberania dos estados-nação quando necessário. Os países já conseguiram fazer isso no contexto da guerra no passado, e agora todos nós estamos, efetivamente, nos aproximando de uma guerra clínica.Além do mais, não devemos ter medo de reparar em alguns efeitos colaterais positivos da epidemia. Um de seus símbolos são os passageiros aprisionados (em quarentena) em grandes cruzeiros — boa maneira de se libertar da obscenidade desses navios, devo dizer. (Só precisamos tomar cuidado para que as viagens a ilhas isoladas ou a outros resorts exclusivos não se torne, novamente, o privilégio de uns poucos ricos, como aconteceu décadas atrás com voos de avião). A produção de automóveis também se vê seriamente afetada pelo coronavírus — o que não é de todo ruim, já que isso pode nos levar a pensar em alternativas à nossa obsessão pelos veículos individuais. E a lista não para por aí.Num discurso recente, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, declarou: “Não existe essa coisa de liberal. Um liberal nada mais é do que um comunista com um diploma”.E se o contrário estiver certo? Se designarmos como “liberais” todos aqueles que se preocupam com a nossa liberdade; e, como “comunistas”, aqueles que sabem que só poderemos salvá-la por meio de mudanças radicais — já que o capitalismo global está cada vez mais próximo de uma crise? Então, deveríamos dizer que, atualmente, aqueles que ainda se reconhecem comunistas são liberais com diplomas — liberais que estudaram seriamente o porquê de nossos valores liberais estarem sob ameaça, e que tomaram consciência de que só uma mudança radical poderá salvá-los .https://outraspalavras.net/crise-civilizatoria/zizek-ve-o-poder-subversivo-do-coronavirus/

4- A reportagem É hora de pensar um governo global democrático?
não fala de fim das soberanias nacionais, apesar de um governo mundial democrático. A reportagem mostra que hoje está em voga um exacerbado nacionalismo e o governo mundial é apenas um pensamento:
A proposta terá de ser necessariamente de um governo mundial democrático, ou não será: um órgão representativo do conjunto das nações do mundo, democraticamente constituído, que equilibre as forças políticas e econômicas do planeta, sem impositivos, fluindo do local para o global, de baixo para cima. Neste momento de exacerbados nacionalismos, a proposta pode parecer utópica. Não há um modelo prévio, debates serão necessários. Há, entretanto, experimentos que fornecem pistas de encaminhamentos futuros. Como se estruturará um uma governança global democrática? Que molde seguirá?...
A Comunidade Econômica Européia (UE) criada em 1992 administra hoje interesses comuns de 27 nações independentes da região, que abriga mais de 500 milhões de cidadãos. Há 24 idiomas oficiais e outras 150 línguas são faladas. Não é fácil levar adiante um empreendimento dessa dimensão e diversidade levando-se em conta que a Europa é um continente conturbado, de históricas rivalidades. Apesar das discórdias, é bom recordar que a iniciativa da UE ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2012, demonstração inequívoca de uma iniciativa transnacional para fins pacíficos e o bem estar social. Os cidadãos de cada país membro tornaram-se cidadãos de uma comunidade sem fronteiras. A UE criou o Parlamento Europeu que tem 750 representantes da comunidade eleitos por sufrágio universal direto. O poder executivo é a Comissão Européia, cujos 27 comissários elegem um presidente executivo. É um exemplo de sucesso de um governo transnacional com representação da sociedade civil que não fere a soberania de cada país. Nações independentes abriram voluntariamente mão de pequenas individualidades a fim de consolidar a soberania continental. Por isso, no momento que a Inglaterra sai do bloco, outras dez nações esperam na fila para serem admitidas.


O que se propõe como um governo mundial - independente do formato que vier a tomar - terá de ser uma organização democrática com uma estrutura representativa civil, e um órgão executivo que a ONU não tem. Uma organização onde não apenas os governos, mas os cidadãos do mundo se sintam representados. Será necessário preservar a soberania das nações, mas é imperativo conciliar a autodeterminação com as necessidades maiores do planeta.
Por enquanto, como diz o ambientalista Maurício Andrés, a governança global é um exercício de imaginação visto com entusiasmo por uns, mas com suspeitas e criticas de idealista e utópico por outros. A tensão por que passa o mundo neste momento de disseminação do covid-19 trouxe desafios para os quais as nações não estavam preparadas para enfrentar isoladamente. Ao mesmo tempo, gerou uma conjuntura singular para pensar um governo mundial. Uma propícia oportunidade de se dar um passo além rumo a um governo transnacional democrático, humanista e justo. Para salvar a humanidade e o planeta. 
https://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/colunas/e-hora-de-pensar-um-governo-global-democratico/