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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Jesus bebeu vinagre do banheiro público? Mirra e Vinho era Narcótico? Será? Conheça as duas bebidas oferecidas a Cristo na cruz.

 

Banheiro Romano


Xilospongium- tersório


Rodrigo Silva, apresentador do programa Novo Tempo apresentou a teoria que teria sido oferecido a Jesus vinagre  e uma esponja, ambos provenientes de banheiro publico romano.

 Ele afirmou que a vasilha de vinagre era usada para limpar a esponja após o uso e limpeza no canal de água, representado na figura acima como uma canaleta no chão.




Resposta:
1- O Xilospongium era uma esponja montada em uma vara, como tersório, instrumento de higiene anal. A esponja usada para dar de beber a Jesus foi montada de improviso:

Jo 19:28  Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede!
29  Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo, lha chegaram à boca.
30  Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.

Mc 15:36  E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de um caniço, deu-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo!
37  Mas Jesus, dando um grande brado, expirou.



2- Não se usava  vinagre após lavar a espoja em água corrente. Se não houvesse água corrente se usava lavar a esponja presa na vara em um vaso de vinagre ou água com sal.

Os romanos, pelo menos as classes mais altas e certamente o imperador, usavam um tersório, também chamado de xilospongium, uma esponja montada em uma vara. A esponja poderia ser mergulhada em um canal de água em frente à fileira de banheiros comunitários na latrina e enxaguada nesse canal após o uso. Se não houvesse canal de água corrente, um balde de água salgada ou vinagre seria usado, como Sêneca descreveu em suas Cartas para Lucilo [70,20]. 
Se não houvesse tersório nem água, os gregos e romanos usavam  πεσσοι ou pessoi, pequenas pedras. A tradição começou com os gregos antigos de que três pedras deveriam ser suficientes para terminar o trabalho. " https://toilet-guru.com/galerius.php

3- A crucificação era de fora da cidade, onde não havia banheiro público

Hebreus 13:12  Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta.

Hebreus 13:13  Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando o seu vitupério.


4- O vinagre em questão era a famosa bebida usada pelos soldados romanos. E não um vaso de vinagre usado como substancia de limpeza do xiloporium.

O episódio em João 19.29 tem seu paralelo mais exatamente em Marcos 15.36. Longe de ser um sedativo, ele prolongaria a vida e, portanto, prolongaria a dor. O ‘vinagre’ (oxos) era um vinho barato e amargo usado pelos soldados; o uso dessa palavra lembra Salmo 69.21, em que o mesmo substantivo aparece [na tradução grega]. O uso de uma esponja para levar um pouco do vinagre até os lábios de Jesus também é registrado em Marcos 15.36 par. Somente João, entretanto, menciona que a esponja foi colocada na ponta de um caniço de hissopo (gr. hyssôpo). O hissopo é uma planta pequena, um raminho ideal para se usar em aspersões - muito usado nos tempos do Antigo Testamento.  O comentário de João / D.A. Carson ;  São Paulo :Shedd Publicações, 2007, p. 621
 Mt 27:28; Mc 15:36; Lc 23:36; e Jo 19:29-30 narram que um soldado subseqüentemente deu a Jesus oxos, vinho azedo ou vinagre de vinho, que aliviava a sede de modo mais eficaz do que a água, e que era popular nas camadas mais pobres da sociedade por causa de ser mais barato do que o vinho normal [Arndt, 577-8]. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, p.822

5- Foram oferecidas duas bebidas a Jesus e não uma: Vinho com mirra e depois vinagre.

A- Antes da crucifixão foi oferecido uma mistura feita de vinho e mirra (gosto amargo como fel):


Mt 27:33 ¶ E, chegando a um lugar chamado Gólgota, que significa Lugar da Caveira,
34  deram-lhe a beber vinho com fel (chole); mas ele, provando-o, não o quis beber.

35  Depois de o crucificarem, repartiram entre si as suas vestes, tirando a sorte.


 chole -  de um equivalente talvez semelhante ao mesmo que 5514 (de tom esverdeado); ; n f 

1) bílis, amargura 
2) no AT, usado de coisas amargas 
2a) amargo; absinto 

2b) possivelmente mirra 

Mc 15:22 ¶ E levaram Jesus para o Gólgota, que quer dizer Lugar da Caveira.
23  Deram-lhe a beber vinho com mirra; ele, porém, não tomou.

24  Então, o crucificaram e repartiram entre si as vestes dele, lançando-lhes sorte, para ver o que levaria cada um.



B- Foi oferecido depois da crucificação o vinagre ou vinho azedo dos soldados romanos, numa esponja junto a um hissopo, num caniço por meio de uma cana. 

Jo 19:28  Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede!
Jo 19:29  Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja e, pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca. ARC
30  Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: Está consumado; e inclinando a cabeça, rendeu o espírito.

Mc 15:36  E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de um caniço, deu-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo!
37  Mas Jesus, dando um grande brado, expirou.


6- A primeira bebida, vinho misturado com fel, era um narcótico ou anestésico?

Alguns sustentam que a mirra (fel) era um anestésico: 

Jo 19:29. A bebida oferecida aqui não deve ser confundida com o “vinho misturado com mirra” que alguma pessoa caridosa lhe ofereceu no caminho para a cruz (Mc 15.23). Aquela era uma bebida sedativa que visava aliviar a agonia, e Jesus se negou a bebê-la. Ele estava completamente resolvido a beber, em lugar disso, o cálice de sofrimento que o Pai lhe designara. 
O Talmude de Jerusalém relata que, antes da crucificação, se oferecia ao condenado uma bebida anestesiante, que pessoas compadecidas, geralmente mulheres distintas de Jerusalém, mandavam preparar por sua conta. ...
bebida oferecida a Jesus era a mesma que os soldados sempre carregavam consigo em seus exercícios, a chamada posca, uma limonada preparada com água, vinagre e ovos batidos. Jesus, que rejeitara a primeira bebida anestésica, agora bebeu avidamente esse líquido refrescante (Jo 19.30). Quanto ele deve ter sofrido na cruz! Precisamente esse seu último gesto de beber revela muito a esse respeito. Em seguida falou: “Está consumado” (Jo 19.30). Gritando novamente com voz forte, rendeu o espírito (cf. Lauck; Strack-Billerbeck; e Bornhauser). Comentário Bíblico esperança
19:29 Os soldados deram-lhe a beber vinagre . Possivelmente amarrou uma esponja para o final de uma haste com hissopo , e pressionou contra seus lábios. (O hissopo planta também é usado na Páscoa Ex 12:22) -. Não deve ser confundido com o vinagre misturado com fel, que havia sido oferecido antes (Mt. 27:34). Ele não bebia por causa do que ele teria agido embotamento sua capacidade de sofrer.  Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento versículo por versículo. São Paulo: Vida Nova , 2008.
 Quando se chegava ao lugar era preciso empalar o criminoso sobre sua cruz. Suas mãos eram atravessadas com pregos, mas em general os pés eram atados frouxamente à cruz. Nesse momento, e para adormecer sua dor, davam-lhe a beber vinho drogado, preparado por um grupo de mulheres abastadas de Jerusalém como um ato de misericórdia. Um escrito judeu diz: "Quando se leva a um homem para matá-lo, deve-se permitir que beba um grão de incenso em uma taça de vinho para adormecer seus sentidos... As mulheres abastadas de Jerusalém costumavam doar estar coisas e levá-las ao lugar." A taça drogada foi oferecida a Jesus mas Ele se recusou a bebê-la, porque se propôs aceitar a morte em seu aspecto mais amargo e lúgubre e não evitar nem a mais mínima dor William Barclay. Comentário do Novo Testamento. p. 785



D. A . Carson o famoso erudito nega que a mistura de vinho e mirra aliviasse a dor, antes veneno:
34 Marcos diz que eles ofereceram vinho misturado com mirra para Jesus, e ele o recusou; Mateus diz que eles ofereceram vinho misturado com fel, ele o experimentou e, depois, recusou-o. Uma explicação comum é que Marcos descreve um costume em que as mulheres de Jerusalém, respondendo a Provérbios 31.6,7 (o alegado costume é judaico, não romano), preparavam uma bebida de vinho e incenso [olíbano] — a menção de Marcos à mirra, em vez de ao olíbano é explicada de várias maneiras (e.g., Lane, Mark [Marcos], p. 124) — como uma bebida analgésica para abrandar a dor dos sofredores (b Sanhedrin 43a). Jesus recusou essa bebida a fim de beber todo o cálice do sofrimento com todos os sentidos
intatos. Então, Mateus muda “mirra” (Marcos) por “fel” a fim de ligar o evento a Salmos 69.21.
 Embora essa interpretação permaneça popular, há outra mais convincente(cf. Moo, “Use of OT” [“Uso do AT”], p. 249-52). Nem Marcos nem Mateus mencionam as mulheres, e os dois sugerem que os soldados administraram a bebida. Além disso, o fato de Mateus dizer que Jesus provou a bebida antes de recusá-la argumenta contra a percepção de que era uma bebida costumeira para entorpecer e, assim, mitigar a dor; pois se fosse uma bebida costumeira, Jesus saberia o que continha no que lhe deram para beber: por que ele a provaria se, no fim, recusaria a bebida? É muito melhor presumir que o gesto em Mateus e em Marcos não foi de compaixão, mas de tortura.
Pode ser que usassem vinho com mirra para deixar a bebida mais forte (TDNT, p. 7:458), mas ela não tinha efeito sobre a dor (cf. John Wilkison, “The Seven Words From the Cross” [“As sete palavras da cruz”], SJT 17 [1964], p. 77, n. 1).
Mas a mirra tinha sabor amargo, portanto, uma grande dose dela misturada com vinho deixaria este intragável. Quer fosse costume quer não, a bebida foi oferecida a Jesus, mas era tão amarga que ele a recusou e, de acordo com essa percepção, os soldados se divertiram com isso. Marcos mantém a palavra “mirra” para descrever o conteúdo da bebida, e Mateus usa “fel” para descrever o gosto da bebida e para fornecer uma ligação com Salmos 69.21. No hebraico e no grego, a palavra para “fel” em Salmos 69.21 ( r õ ’s e cholê, respectivamente) refere-se a várias substâncias amargas ou venenosas. Jesus, como seu pai Davi, procurou solidariedade, mas não encontrou nenhuma (SI 69.20,21). Comentário de Mateus D.A. Carson. São Paulo: Shedd, 2010, p. 665

Marcos 15.23 fala de "vinho misturado com mirra" (AV) e a maioria dos comentaristas considera a mirra como anódina ou narcótica, mas nunca é usada como tal na farmacologia. Mirra ( smurna ) é a resina de goma obtida das pequenas árvores do gênero Commiphora e, em particular, da espécie Commiphora myrrha. Tem um odor aromático e um sabor amargo, e foi usado como um anti-séptico aromático moderado em métodos antigos de embalsamamento (cf. João 19.39), e como uma substância estimulante suave em lavagens de boca. Existem várias referências a ele no Antigo Testamento, onde foi altamente considerado como um perfume (cf. Salmo 45.8, Provérbios 7.17 e Cânticos 1.13, 5.5), e era um ingrediente do óleo da unção do Tabernáculo (Êxodo 30.23). Wilkinson, J. (1964). The Seven words from the Cross. Scottish Journal of Theology, 17(1), 69-82. doi:10.1017/S0036930600006086   
https://www.cambridge.org/core/journals/scottish-journal-of-theology/article/seven-words-from-the-cross/9A01FC4515D823CF70BE3E2A49543713

O particípio passivo do vb. smymizõ ocorre em Mc. 15:23, com referência ao‘Vinho misturado com mirra” que os soldados ofereceram a Jesus antes da crucificação. Freqüentemente aquele tem sido entendido como anódino que se oferecia aos prisioneiros condenados, para embotar seu estado de consciência (cf. San. 43a). W. Michaelis, no entanto, entende que não passava de uma bebida que os soldados ofereciam aos exaustos (TDNT VII 459).Ver, porém, Fel, Veneno, Absinto.

 
CL e AT cholè parece ser cognato do latim (h)olus, talvez também com o grego chloê (“broto verde”, “grama”), e se referir, em primeira instância, à cor do bílis, e daí chega a ser empregado com respeito ao próprio fel ou bílis. O que impressionava, porém, era seu gosto amargo. Arndt (891) cita o escritor de tragédias, Fílocles; epekaleito Cholè dia to pikron (que “era chamado Cholè por causa da sua amargura”). Na LXX a palavra traduz uma variedade de palavras hebraicas., e acham-se todos os três significados, “fel”, “veneno” e “absinto” : (1) merórâh> “fel” (Jó 20:14); (2) rõs“veneno” (Dt 32:32; Sl 69:21 [68:22]; cf. Mt 27:34); (3) laanah> “absinto” (Pv 5:4; Lm 3:15). Ocasionalmente, a palavra se refere a uma planta (e.g, Dt 29:18; 32:32), mas permanece a incerteza quanto à identidade da planta referida. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, p.822 821

 
Dois dos termos se empregam no NT no sentido literal, cholè se emprega do vinho misturado com “fel” que foi oferecido a Jesus enquanto os soldados se preparavam para crucificá-lo (Mt 27:24). Tendo em vista o paralelo em Mc 15:23, parece que a palavra se refere à mirra. “Conforme o Talmude (San. 43a, cf. Pv. 31:6-7) um homem que estava para ser executado podia pedir ‘um grãó de incenso’ (um narcótico) em vinho a fim de embotar seus sentidos e aliviar a dor. Jesus recusa o sedativo e heroicamente suporta Seus sofrimentos até o fim” [ D. Hill, The Gospel of Matthew, 1972, 353], Mt 27:28; Mc 15:36; Lc 23:36; e Jo 19:29-30 narram que um soldado subseqüentemente deu a Jesus oxos, vinho azedo ou vinagre de vinho, que aliviava a sede de modo mais eficaz do que a água, e que era popular nas camadas mais pobres da sociedade por causa de ser mais barato do que o vinho normal [Arndt, 577-8]. Como Mt 27:34, isto também pode ter sido considerado como um cumprimento de Sl 69:21 [68:22]. Evangelho de Pe 5:15-16 dá a impressão de que cholè fosse na realidade veneno [cf. o TM de Sl 69:21] que era misturado com o vinho e dado a Jesus a fim de apressar a Sua morte antes do anoitecer. A morte de Jesus se seguiu pouco após),  Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, p.822



Conclusões:

1- Jesus antes da crucifixão provou vinho com fel, mas não quis beber.
2- Jesus depois da crucifixão pediu água , e lhe deram vinagre.
3- O vinho com mirra não tinha propriedade anestésica, antes era provavelmente um veneno usado para apressar a morte ou estava tão saturado de mirra que o tornava intragável 
4- Jesus não tomou vinagre de latrina, nem tão pouco a esponja usada para dar o vinagre era proveniente de sanitários