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terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Democracia - igualdade -educação uso dessa tríade a favor do reino das trevas- Quando a democracia assume o papel das ditaduras. C. S Lewis

O cenário é o Inferno, no jantar anual da Academia de Treinamento de Tentadores para jovens demônios, o diretor, Dr. Remeleca, acabou de brindar à saúde dos seus convidados.

Discurso de um demônio:

Democracia é a palavra que vocês devem usar para mantê-lo no cabresto. O ótimo trabalho de corrupção da língua humana que nossos especialistas em Filologia já fizeram torna desnecessário alertá-los para o fato de que eles nunca poderão dar a essa palavra um sentido claro e definível. Aliás, eles não o teriam de qualquer maneira. Jamais lhes ocorrerá que a democracia é propriamente o nome de um sistema político de votação e que isso tem apenas uma conotação muito tênue e remota com o que vocês estão tentando lhes vender. Nem, é claro, jamais deverão receber a permissão para levantar a questão de Aristóteles: Se o “comportamento democrático” significa o comportamento preferido pelas democracias ou o comportamento que vai preservar a democracia. Pois, se eles o fizerem, dificilmente lhes deixará de ocorrer que essas coisas não têm que ser iguais. Vocês devem usar a palavra como se fosse puramente mágica; caso prefiram, usem-na apenas pelo seu poder mercadológico. Trata-se de um nome que eles veneram. E é claro que está associado ao ideal político de que os homens devam ser tratados com igualdade. E vocês, então, deveriam fazer uma transição furtiva na mente deles, desse ideal político para uma crença objetiva de que todos os homens são realmente iguais. Especialmente aqueles homens que vocês estiverem manipulando. 


Consequentemente, vocês podem usar a palavra Democracia para sancionar o mais degradante (e também o menos apreciável) de todos os sentimentos humanos. Podem fazê-lo assumir um tipo de conduta não apenas descarada, mas até com certo brilho positivo de autoaceitação, que, se não for defendida pela palavra mágica, será ridicularizada por todos. O sentimento a que me refiro, obviamente, é aquele que predispõe uma pessoa a dizer “eu sou tão bom quanto você”. A primeira e mais óbvia vantagem disso é que, dessa forma, vocês o induzem a fazer de uma bela e deslavada mentira o centro de sua vida. Não quero dizer com isso apenas que o que afirmam seja pura e simplesmente falso, que eles não se equiparam em termos de bondade, honestidade e bom senso aos outros mais do que nas suas medidas de peso e altura ou na largura de sua cintura.

 Quero dizer que nem mesmo eles acreditam nisso. Nenhuma pessoa que diga “Eu sou tão bom quanto você” acredita nisso, e ele não o diria se acreditasse. O cão São Bernardo jamais dirá isso para um cachorro de brinquedo, nem o estudioso para o ignorante, nem a pessoa que tem um emprego para um mendicante, nem a mulher bonita para aquela de aparência mediana. A reivindicação de igualdade, fora do campo estritamente político, é feita apenas por aqueles que se sentem, de uma forma ou de outra, inferiores. O que ela expressa são precisamente a coceira, a esperteza, a consciência distorcida de uma inferioridade que o paciente se recusa a aceitar. E, por isso, ele se sente ofendido. Sim, e, portanto, se ressente de qualquer tipo de superioridade nos outros; passa a caluniá-la e a desejar o seu aniquilamento. Na verdade, suspeita que a mera diferença seja uma reivindicação de superioridade. Ninguém deve ser diferente dele na voz, nas roupas, nas maneiras, nas recreações, nas preferências de comida. “Lá vai alguém que fala inglês de modo mais claro e agradável aos ouvidos do que eu — deve ser uma afetação vil, arrogante, cheia de pompa. Aqui está um camarada que diz que não gosta de cachorros — sem dúvida pensa que é bom demais para eles. Lá vai outro que não pôs uma moeda no jukebox — deve ser um daqueles eruditos que faz tudo para ser notado. Se eles fossem o tipo certo de sujeito, seriam iguaizinhos a mim. Não têm o direito de ser diferentes. É antidemocrático”. Agora, esse fenômeno útil não é nenhuma novidade. Tornou-se público e notório pelo nome de inveja, coisa que já era conhecida dos seres humanos há milhares de anos. Mas, até aqui, eles sempre a consideraram o vício mais odioso e também o mais cômico de todos. Os que estavam conscientes de sentir inveja tinham vergonha disso; aqueles que tinham a consciência dela não a perdoavam nos outros. A novidade prazerosa da situação presente é que vocês podem sancioná-la — torná-la respeitável ou até louvável pelo uso encantatório da palavra mágica democrático.


Sob a influência desse encantamento, aqueles que são, de um modo ou de outro, inferiores podem se dedicar de forma mais intensa e com mais sucesso do que nunca a puxar para baixo todo o restante do mundo, trazendo-os ao seu próprio nível. Mas isso não é tudo. Sob a mesma influência, aqueles que chegaram ou puderam chegar mais perto da humanidade no sentido mais genuíno, na verdade se afastaram dela, precisamente por medo de serem antidemocráticos. Fui informado, a partir de fontes seguras, de que os jovens de hoje muitas vezes suprimem um gosto incipiente por música clássica ou boa literatura porque isso os impediria de serem iguais a todo o mundo, e que as pessoas que realmente desejassem ser, e recebem a graça que os capacita para ser honestas, castas ou temperantes, a recusam, pois aceitá-la poderia torná-las diferentes, ofender novamente a “normalidade das coisas”, tirá-las do círculo da “irmandade”, prejudicar sua integração com o grupo. Elas poderiam tornar-se indivíduos (que horror!). 

Tudo está resumido na prece que supostamente uma jovem pronunciou recentemente: “Oh Deus, faça de mim uma garota normal do século vinte!” Graças aos nossos esforços, isso vai significar cada vez mais: “Faça de mim uma devassa, uma débil mental, uma parasita”. Nesse meio-tempo, como um efeito colateral bem-vindo, os poucos (cada vez menos) que não se encaixam na normalidade, tornando-se “como todo o mundo” de forma regular, homogênea e integrada, tendem cada vez mais a se tornarem os verdadeiros pedantes, excêntricos que todo o mundo de qualquer forma já achava que eles eram. Pois a suspeita muitas vezes gera a coisa suspeitada. (“Já que, independente do que eu faça, os vizinhos vão me achar uma bruxa ou um agente comunista, aquilo de que me rotularem, irei acabar me tornando”.) Em consequência disso, temos agora uma intelligentsia que, embora seja muito pequena, é muito útil à causa do Inferno. 


Mas isso não passa de um efeito colateral. Gostaria de fixar a sua atenção no movimento vasto, completo, rumo ao descrédito, e, finalmente, à eliminação de todo o tipo de excelência humanamoral, cultural, social ou intelectual. E não é lindo ver como a Democracia (no sentido mágico) está agora fazendo para nós todo o trabalho outrora feito pelas ditaduras mais antigas e pelos mesmos métodos? Vocês se lembram da história de como um dos ditadores gregos (eles os chamavam de “tiranos” na época) enviou um mensageiro a outro ditador para solicitar o seu conselho sobre os princípios do governo. O segundo ditador conduziu o mensageiro a um milharal e lá cortou com sua foice todas as hastes que estivessem um centímetro acima do nível das outras. A moral da história é simples: Não admita que ninguém entre os seus súditos se destaque, não deixe sobreviver ninguém que seja mais sábio, melhor, mais famoso ou até mesmo mais bonito que a massa. Passe a régua em todos para ficarem no mesmo nível; todos escravos, todos números, todos zé-ninguém. Todos iguais. Assim, os tiranos podem, em certo sentido, praticar a “democracia”.


Mas agora a “democracia” é capaz de fazer o mesmo trabalho sem qualquer outra tirania que não seja a sua própria. Ninguém agora necessita passar pelo campo com uma foice. As hastes menores vão agora passar a cortar fora as pontas das mais altas. As grandes começarão a cortar as suas próprias pontas pelo desejo de serem como todo o mundo. Já disse que garantir a danação dessas almazinhas, dessas criaturas que quase deixaram de ser indivíduos, é uma tarefa árdua e ardilosa. Mas, se vocês fizerem o esforço necessário e empregarem suas habilidades, poderão prever, com certo grau de certeza, o resultado. Os grandes pecadores parecem uma presa mais fácil de capturar. Mas acontece que eles são imprevisíveis. Mesmo depois de vocês os terem manipulado por setenta anos, o Inimigo poderá muito bem arrancá-los das suas garras no ano seguinte. Vejam bem, eles são capazes de um arrependimento verdadeiro. Eles têm uma consciência da culpa verdadeira. Se as coisas tomarem o rumo errado, estarão tão prontos a desafiar as pressões sociais em nome do Inimigo quanto estavam para desafiá-las em nosso nome. De certa forma, é mais trabalhoso rastrear e golpear uma mosca que foge rapidamente do que atirar a pouca distância num elefante selvagem. Mas o elefante dará mais trabalho se vocês não forem bons de mira. A minha experiência, como já disse, deu-se no setor inglês, e ainda recebo mais notícias a respeito dele do que dos outros setores. Assim, o que eu vou dizer agora poderá não se aplicar totalmente aos setores onde alguns de vocês vão atuar. Mas vocês poderão fazer as adaptações necessárias quando chegarem lá. Apesar disso, quase que com certeza, o que direi terá alguma aplicação. Se ela for muito pequena, vocês deverão trabalhar para fazer com que o país de que estiverem encarregados se torne mais parecido com aquilo em que a Inglaterra já se tornou.


 Naquela terra promissora, o espírito do eu sou tão bom quanto você já passou a ser mais do que uma influência puramente social e começa a se infiltrar no sistema educacional. Não sei dizer com certeza até onde ele chegou no presente momento, e isso não importa. Uma vez que tenham entendido qual é a tendência, poderão facilmente prever seus desdobramentos futuros; especialmente se nós mesmos desempenharmos um papel nesses desdobramentos. O princípio básico da nova educação é que os alunos ignorantes e vagabundos não devem sentir-se inferiores aos alunos inteligentes e esforçados. Isso seria “antidemocrático”. Essas diferenças entre os alunos — porque se trata, muito obviamente, de diferenças flagrantemente individuais — precisam ser disfarçadas. Isso pode ser feito em vários níveis. 

Nas universidades, as provas devem ser elaboradas de tal forma que quase todos os alunos obtenham boas notas. Os vestibulares devem ser feitos para que todos ou quase todos os cidadãos possam entrar nas universidades, quer tenham a capacidade (ou o desejo) de se beneficiarem com uma educação superior, quer não. Nas escolas, as crianças que forem muito estúpidas ou preguiçosas demais para aprender línguas, matemática e ciências podem ser levadas a fazer aquilo que as crianças costumavam fazer em seu tempo livre. É possível deixá-las, por exemplo, fazer bonequinhos de lama e dar a isso o nome de modelagem. Mas, em todo esse tempo, em nenhum momento deve-se mencionar o fato de elas serem inferiores às crianças que estão empenhadas. 

Não importa qual seja a bobagem em que estiverem envolvidas, a nova educação deve contemplar — penso que os ingleses já estejam usando essa expressão — a “igualdade de valor”. E é possível conceber um esquema ainda mais drástico. As crianças que estiverem aptas a passarem para uma classe mais adiantada podem ser mantidas na classe anterior usando métodos artificiais, com a justificativa de que as outras poderiam contrair algum tipo de trauma — por Belzebu, que palavra mais útil! — por serem deixadas para trás. Assim, o aluno mais inteligente permanecerá democraticamente acorrentado a seus colegas da mesma idade por toda a sua carreira escolar, e um menino capaz de compreender Ésquilo ou Dante será obrigado a ficar sentado, ouvindo seus contemporâneos tentando soletrar “Vovô viu a uva”. Em uma palavra, não seria absurdo esperar pela extinção virtual da educação quando o espírito do Eu sou tão bom quanto você tiver terminado de abrir seu caminho. Todos os incentivos para aprender e todas as penalidades por não se querer aprender vão desaparecer. Os poucos que possam querer aprender serão pervertidos; afinal, quem são eles para querer se destacar de seus colegas? De qualquer forma, os professores — ou devo dizer as babás? — estarão muito ocupados dando assistência aos ignorantes e tapinhas nas suas costas para gastar o seu tempo com o ensino de verdade. Não temos mais que planejar e trabalhar duro para espalhar prepotência imperturbável e ignorância incurável entre os homens. Os pequenos vermes mesmos farão isso por nós. É claro que isso só aconteceria se toda a educação se tornasse estatal. E é isso mesmo que vai acontecer, pois faz parte do mesmo movimento. 

Os impostos, designados para esse propósito, estão liquidando a classe média, a classe que estava preparada para salvar, gastar e fazer sacrifícios a fim de dar educação para seus filhos em escolas particulares. A extinção dessa classe, além de se associar à extinção da educação felizmente, é um efeito inequívoco do espírito que diz “eu sou tão bom quanto você”. Foi esse, afinal de contas, o grupo social que deu aos humanos a maioria absoluta dos seus cientistas, médicos, filósofos, teólogos, poetas, artistas, compositores, arquitetos, juristas e administradores. Se algum dia houve um feixe de trigo que necessitava que suas pontas fossem cortadas, com certeza era esse. Como um político inglês observou não muito tempo atrás: “Uma democracia não deseja grandes homens”. Seria despropositado perguntar a essa criatura se por desejar ela quer dizer “necessitar” ou “gostar de”. Mas é melhor deixar as coisas claras, pois aqui a questão de Aristóteles surge de novo. 

Nós, no Inferno, daríamos as boas-vindas ao desaparecimento da Democracia no senso estrito da palavra, o tal sistema político. Como todas as outras formas de governo, a democracia trabalha muitas vezes a nosso favor; mas, de uma maneira geral, ela está menos do nosso lado do que as outras formas. E o que temos de nos dar conta é que a “democracia” no sentido diabólico (eu sou tão bom quanto você, ser como todo o mundo, pertença ao grupo) é o instrumento mais refinado que podemos ter para extirpar as democracias políticas da face da terra. Pois a “democracia” ou o “espírito democrático” (no sentido diabólico) produz uma nação desprovida de grandes homens, uma nação composta essencialmente de analfabetos, seres moralmente frouxos pela falta de disciplina na juventude, cheios de autoconfiança que as bajulações criaram em cima da ignorância, e molengas em virtude de toda uma vida de mimos. E é nisso que o Inferno deseja que todas as pessoas democráticas se tornem.

 Pois quando uma nação assim entra em conflito com uma nação em que os filhos foram postos para estudar, onde o talento é colocado em um alto patamar, e onde a massa ignorante não é autorizada a ter nenhuma voz em assuntos públicos, apenas um resultado é possível. Recentemente, uma democracia surpreendeu-se ao descobrir que a Rússia a havia superado no avanço científico. Que exemplar delicioso de cegueira humana! Se toda aquela sociedade tem a tendência de se opor a qualquer tipo de excelência, como é que esperava que seus cientistas fossem excelentes? Nossa função é encorajar o comportamento, as maneiras, toda a disposição mental que as democracias naturalmente preferem e apreciam, porque são precisamente as coisas que, se descontroladas, irão destruir a democracia. Vocês podem até mesmo perguntar-se por que os próprios humanos não enxergam isso. Mesmo que não tenham lido Aristóteles (isso seria antidemocrático), era de se esperar que a Revolução Francesa lhes tivesse ensinado que o comportamento que os aristocratas apreciam naturalmente não é o comportamento que preserva a aristocracia. Então, eles poderiam ter aplicado o mesmo princípio a todas as formas de governo. Mas eu não gostaria de terminar nesse tom. Eu jamais gostaria — o Inferno nos livre! — de encorajar em suas mentes a ilusão — que vocês têm de incutir nas mentes de suas vítimas humanas — de que o destino das nações seja, em si mesmo, mais importante do que aquele de almas individuais. A derrota de povos livres e a multiplicação de estados escravos são para nós um meio (além, é claro, de ser divertido), mas o fim real é a destruição de indivíduos, pois somente os indivíduos podem ser salvos ou condenados, tornar-se filhos do Inimigo ou nosso alimento. O valor supremo, para nós, de qualquer revolução, guerra ou fome está na angústia individual, na traição, no ódio, na raiva e no desespero que elas são capazes de produzir.

 Eu sou tão bom quanto você é um meio útil para a destruição de sociedades democráticas. Mas essa ideia tem um valor muito mais profundo como um fim em si mesma, como um estado mental, que, ao excluir a humildade, a caridade, a satisfação e todos os prazeres da gratidão ou da admiração desvia um ser humano de quase toda estrada que poderia, por fim, conduzi-lo aos Céus. 


Mas vamos agora à parte mais prazerosa de minha tarefa. É minha incumbência propor um brinde em nome dos convidados, à saúde do Diretor Remeleca e da Academia de Treinamento de Tentadores. Encham suas taças. O que é isto que estou vendo? E esse delicioso buquê que exala do copo? Será possível? Senhor Diretor, retiro todas as minhas palavras ásperas com relação ao jantar. Pelo que posso perceber, e pelo odor que sinto, mesmo sob as precárias condições de guerra, a adega da Academia ainda possui algumas garrafas do clássico vinho Fariseu. Ora, ora, ora. É como nos velhos tempos… Segurem a taça debaixo de suas narinas por um momento, gentis-demônios. Segurem-na contra a luz. Olhem só para essas pequenas listras de fogo que se retorcem e emaranham, como se estivessem lutando entre si. E estão mesmo. Vocês sabem como esse vinho é destilado? Diferentes tipos de fariseus foram colhidos, pisoteados e fermentados num só recipiente para produzir um sabor delicado. Trata-se de tipos que foram bastante antagônicos uns para com os outros na Terra. Para alguns, seu único interesse eram regras, relíquias e rosários; outros só se interessavam por roupas sinistras, expressões tristes e fúteis e tradicionais abstinências ao vinho, ao carteado ou ao cinema. Ambos tinham em comum a presunção e a distância quase infinita entre a sua atitude verdadeira e qualquer coisa que o Inimigo realmente é ou ordena. A perversidade de outras religiões era a única doutrina realmente viva na religião de cada um deles; a difamação era o seu evangelho e difamar os outros, a sua litania. Como eles se odiavam uns aos outros lá em cima onde o sol brilha! Quanto mais ainda se odeiam agora que eles estão para sempre associados, mas nunca reconciliados. Seu assombro, seu ressentimento, combinados à exasperação de sua maldade eternamente impenitente, passando para a nossa digestão espiritual, funcionará como fogo. Fogo negro. Tendo dito isso, meus amigos, será péssimo para nós se o que a maioria dos humanos entenderem por “religião” se esvanecer da Terra, pois ela ainda pode nos enviar pecados realmente deliciosos. A fina flor do profano só pode crescer na vizinhança íntima do sagrado. Em nenhum lugar a nossa tentação é tão bem-sucedida quanto precisamente aos pés do altar. Vossa Iminência, vossas Malevolências, queridos Espinhentos, Sombrios e demais Gentis demônios: ergamos nossas taças e brindemos ao Diretor Remeleca e à Academia!"  CARTAS DE UM DIABO A SEU APRENDIZ