Pesquisar e

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Lendas, Mitos e fábulas viralizam entre os evangélicos. 7 Teorias da Conspiração



 Timóteo 1:4  nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem discussões do que o serviço de Deus, na fé.

1 Timóteo 4:7  Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade.

2 Timóteo 4:3  Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos;

4  e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.

Tito 1:14  e não se ocupem com fábulas judaicas, nem com mandamentos de homens desviados da verdade.

2 Pedro 1:16  Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade,

Teoria da Conspiração:
Tentativa de explicar eventos prejudiciais ou trágicos como resultado das ações de um grupo pequeno e poderoso. Tais explicações rejeitam a narrativa aceita em torno desses eventos; na verdade, a versão oficial pode ser vista como mais uma prova da conspiração
As teorias da conspiração aumentam em prevalência em períodos de ansiedade generalizada, incerteza ou sofrimento, como durante guerras e depressões econômicas e após desastres naturais como tsunamis , terremotos e pandemias
O conteúdo das teorias da conspiração é carregado de emoções e sua alegada descoberta pode ser gratificante. Os padrões de evidência para corroborar teorias da conspiração são tipicamente fracos e geralmente resistentes à falsificação. A capacidade de sobrevivência das teorias da conspiração pode ser auxiliada por preconceitos psicológicos e pela desconfiança em fontes oficiais. https://www.britannica.com/topic/conspiracy-theory

Evangélicos e católicos tem dado soco no ar ao tentar combater inimigos imaginários. Misturam profecias bíblicas com teorias da conspiração. Veja abaixo várias teorias da conspiração:



1- Iluminatti


O Iluminados Bávaros
Talvez o grupo mais intimamente associado ao nome illuminati tenha sido um movimento de pensamento livre republicano de curta duração fundado no dia de maio de 1776 por Adam Weishaupt, professor de direito canônico em Ingolstadt e ex- jesuíta . Os membros desta sociedade secreta se autodenominavam "Perfectibilistas". O objetivo de seu fundador era substituir o cristianismo por uma religião da razão , como fizeram mais tarde os revolucionários da França e o filósofo positivista do século 19 Auguste Comte . A ordem foi organizada segundo as linhas jesuítas e manteve a disciplina internae um sistema de vigilância mútua baseado nesse modelo. Seus membros juravam obediência a seus superiores e eram divididos em três classes principais: a primeira incluía “noviços”, “minervais” e “iluminados menores”; o segundo consistia em maçons (“ordinários”, “escoceses” e “cavaleiros escoceses”); e a terceira classe ou classe de "mistério" compreendia duas classes de "sacerdote" e "regente", bem como "mago" e "rei".
Começando com um círculo estreito de discípulos cuidadosamente selecionados entre seus próprios alunos, Weishaupt gradualmente estendeu seus esforços de recrutamento de Ingolstadt para Eichstätt, Freising , Munique e outros lugares, com atenção especial para o alistamento de jovens ricos, posição e importância social. A partir de 1778, os illuminati de Weishaupt começaram a fazer contato com várias lojas maçônicas , onde, sob o impulso deAdolf Franz Friedrich, Freiherr von Knigge , um de seus principais convertidos, eles muitas vezes conseguiam ganhar uma posição de comando. Era a Knigge que a sociedade devia pela constituição extremamente elaborada (nunca, no entanto, realmente realizada), bem como por sua sistema de comunicação. Cada membro da ordem havia lhe dado um nome especial, geralmente clássico , pelo qual somente ele era chamado por escrito oficial (Weishaupt era referido como Spartacus enquanto Knigge era Philo ). Toda a correspondência interna era conduzida em cifra e, para aumentar a mistificação, cidades e províncias foram investidas de novas designações totalmente arbitrárias .


Em seu período de maior desenvolvimento, os “Illuminati da Baviera” de Weishaupt incluíram em suas operações uma área muito ampla, que se estendia da Itália à Dinamarca e de Varsóvia a Paris ; em nenhum momento, entretanto, seus números parecem ter ultrapassado 2.000. A ordem e suas doutrinas atraíram gigantes literários como Johann Wolfgang von Goethe e Johann Gottfried von Herder , bem como os duques Ernest II de Gotha e Carlos Augusto de Saxe-Weimar-Eisenach . Esses notáveis ​​foram reivindicados como membros, embora seja questionável se realmente o fossem. Acredita-se que os illuminati de Weishaupt incluíram o astrônomo Johann Bode, o escritor e livreiro Friedrich Nicolai , o filósofo Friedrich Jacobi e o poeta Friedrich Leopold, Graf zu Stolberg-Stolberg .

Sociedades secretas desse tipo se encaixavam na ideia do despotismo benevolente como veículo do Iluminismo , como Goethe mostra em Wilhelm Meister's Apprenticeship . O movimento sofreu dissensão interna e foi finalmente banido por um decreto doGoverno da Baviera em 1785. Alguns membros foram presos, enquanto outros foram expulsos de suas casas. Weishaupt foi destituído de sua cadeira em Ingolstadt e banido da Baviera. Depois de 1785, o registro histórico não contém mais atividades dos illuminati de Weishaupt, mas a ordem figurou com destaque nas teorias da conspiração por séculos após sua dissolução. Ele foi creditado com atividades que vão desde a instigação da Revolução Francesa ao assassinato do presidente dos EUA. John F. Kennedy e a noção de uma conspiração onisciente de mestres antigos permaneceram uma imagem poderosa na consciência popular no século XXI. https://www.britannica.com/topic/illuminati-group-designation

Veja mais em :  http://averacidadedafecrista.blogspot.com/2020/07/teorias-da-conspiracao-luz-da-biblia-e.html

2- Nova Ordem mundial

Adeptos das teorias da conspiração não sabem o que significa Nova Ordem Mundial, e assim ao ouvir esta palavra acham que se trata da nova geopolitica a ser implantada no futuro pela Elite global, os Illuminatis. http://averacidadedafecrista.blogspot.com/2014/05/maconaria-e-nova-ordem-mundial.html

3- Globalismo

Geralmente os adptos da teoria da conspiração ligam o globalismo à nova ordem mundial e aos Illuminatis

http://averacidadedafecrista.blogspot.com/2020/06/globalismo-os-perigos-desta-teoria-da.html

4-Vacinas com chip e alteração de codigo genético

Com o advento do Covid 16 surgiram teorias que esta doença foi um teste para outra doença maior para diminuir a população mnndial em 500 milhoes de pessoas , como está no monumento da Georgia. E que a vacina seria um meio de implantar chips na população para ser monitorada para a implantação da Nova Ordem Mundial. 
44% dos republicanos acreditam que Bill Gates queira usar uma vacina em massa contra a covid-19 como pretexto para instalar microchips que monitoram as pessoas. https://exame.com/mundo/para-republicanos-gates-vai-usar-vacina-da-covid-19-para-implantar-chips/


Vacinas não tem microchips e também não mudam o código genético
https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2020/07/22/verificamos-vacinas-covid-altera-dna/

5- Projeto  Blue blean 

Teoria da conspiração baseada em supostas imagens holográficas veja no link:

http://averacidadedafecrista.blogspot.com/2015/10/projeto-blue-beam-da-nasa-desmascarado.html

6- Marxismo Cultural

Teoria da conspiração baseada em conceitos verdadeiros e falsos do marxismo e muitas outras coisas.

http://averacidadedafecrista.blogspot.com/2020/01/mitos-e-verdades-sobre-marxismo.html


7- Ideologia de Gênero

Teoria da conspiração que tem pontos falsos e verdadeiros sobre a teoria queer e outros estudos de gênero

http://averacidadedafecrista.blogspot.com/2018/03/erros-catolicos-e-evangelicos-sobre.html


Para saber a fonte das Teorias da Conspiração veja: http://averacidadedafecrista.blogspot.com/2020/07/teorias-da-conspiracao-luz-da-biblia-e.html 

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Acupuntura causa mal espiritual? é científica?


 


 

Algumas pessoas usam os seguintes argumentos para  rejeitar a acupuntura:

 

1-Origem pagã

2- Mecanismo de ação místico e praticada por pessoas místicas e ocultistas, e paranormais
"Visto que a acupuntura é baseada numa filosofia do ocultismo que envolve a manipulação de energias vitais místicas; visto que a acupuntura é associada tradicionalmente com a magia, a astrologia e o ocultismo, e visto que muitos acupunturistas modernos são de fato paranormais que operam através de poderes do ocultismo, sem dúvida parte do sucesso da acupuntura é também devido a forças espirituais".  http://www.cacp.org.br/acupuntura-religioso-ou-cientifico/

 

3- Sem comprovação científica, teatro de agulhas, efeito placebo e efeito residual
"Acupunturistas alegam que a prática é eficaz para vários tipos de doença, como artrite, asma, alergias, infecções, bronquite, diarreia, epilepsia, obesidade, enxaquecas, disfunção sexual, paralisia, tendinite, daltonismo, surdez, etc.. No entanto, é na busca pelo alívio da dor que a prática parece fazer mais sucesso. De fato, a causa de inúmeras dores crônicas é difícil de diagnosticar e tratar, e muitos pacientes desiludidos pela medicina buscam alívio em práticas alternativas. Infelizmente, porém, o alívio é inconsistente, e não dura. A acupuntura é apenas um grande placebo. Talvez o melhor deles, mas ainda assim, um placebo. Um teatro com agulhas. ..."

"Como dito acima, acupuntura é uma das práticas alternativas mais difíceis de avaliar com testes clínicos adequados. Um teste ideal deve ser duplo-cego – ou seja, nem o paciente, nem o provedor de cuidado podem saber que o que está sendo aplicado é o tratamento real ou o placebo. No caso da acupuntura, o provedor sempre sabe se está usando agulhas reais ou retráteis, se está espetando os meridianos ou pontos aleatórios. Isso, por si só, gera um efeito placebo residual, com uma relevância clínica desprezível, que pode ser, e muitas vezes é, interpretado como sinal de que a acupuntura funciona “melhor que o placebo”. Se este efeito residual fosse encontrado em um teste clínico de um medicamento convencional, o remédio jamais seria aprovado. 

Mas esse é só um fator: a verdade é que a maioria dos estudos sobre acupuntura com resultados positivos sequer atende ao requisito mínimo de “cegar” os pacientes em tratamento, além de apresentar diversos outros problemas metodológicos."

https://www.revistaquestaodeciencia.com.br/index.php/questao-de-fato/2020/02/26/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-acupuntura




Os tratamentos médicos geralmente ocorrem no contexto de uma interação social entre profissionais de saúde e pacientes. Embora décadas de pesquisa tenham demonstrado que as expectativas dos pacientes podem afetar dramaticamente os resultados do tratamento, pouco se sabe sobre a influência das expectativas dos provedores. Aqui, manipulamos sistematicamente as expectativas dos provedores em uma interação clínica simulada envolvendo a administração de dor térmica e descobrimos que as experiências subjetivas de dor dos pacientes foram moduladas diretamente pelas expectativas dos provedores de sucesso do tratamento, conforme refletido nas avaliações subjetivas dos pacientes, respostas de condutância da pele e comportamentos de expressão facial. A manipulação de crenças também afetou as percepções dos pacientes sobre a empatia dos provedores durante o procedimento de dor e se manifestou como mudanças sutis nos comportamentos de expressão facial dos provedores durante a interação clínica. É importante ressaltar que esses resultados foram replicados em mais duas amostras independentes. Juntos, nossos resultados fornecem evidências de um efeito placebo transmitido socialmente, destacando como o comportamento dos profissionais de saúde e as mentalidades cognitivas podem afetar as interações clínicas. Chen, PA, Cheong, JH, Jolly, E. et al. Efeitos do placebo transmitidos socialmente. Nat Hum Behav 3, 1295–1305 (2019). https://doi.org/10.1038/s41562-019-0749-5

4- A mais recente meta-análise refuta a eficácia da acupuntura
Além destes trabalhos isolados, diversas meta-análises, que agregam resultados de diversos estudos sobre um mesmo assunto, já tentaram medir a eficácia da acupuntura. A mais recente avaliou o uso das agulhas justamente para dor, sua função mais popular. Os autores agregaram diversos trabalhos, e sua maior dificuldade foi encontrar estudos de qualidade. Assim como a grande maioria das práticas alternativas, existe um número assombroso de artigos publicados em revistas de baixa qualidade e/ou específicas para medicina alternativa, que não são feitos com o devido rigor científico.

A conclusão dos autores deixa isso claro: “Nossa análise das evidências revela que o debate perene sobre a eficácia clínica da acupuntura para alívio da dor está baseado em um enorme volume de ensaios clínicos inconclusivos. Se agentes e profissionais de saúde querem fazer escolhas informadas sobre o uso de acupuntura para o alívio da dor crônica, é essencial que tenhamos mais qualidade nos ensaios clínicos desta prática.”

https://www.revistaquestaodeciencia.com.br/index.php/questao-de-fato/2020/02/26/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-acupuntura

Respostas:

1- A acupuntura só pode ser exercida no Brasil por profissional da medicina  ou odontologia (em seres humanos)  e o exercício destas especialidades não permite o uso de magia, astrologia, ocultismo, ou paranormalidade. Ou seja só é permitido o uso de técnicas, medicamentos cientificamente comprovados

Portanto a alegação de operação de forças por ocultismo está descartada é pratica vedada aos dentistas e médicos.

 

"RESOLUÇÃO CFO-160/2015 Reconhece a Acupuntura, a Homeopatia e a Odontologia do Esporte como especialidades odontológicas. O presidente do Conselho Federal de Odontologia, no uso de suas atribuições regimentais, considerando as decisões da III Assembleia Nacional de Especialidades Odontológicas (ANEO), realizada nos dias 13 e 14 de outubro de 2014, em São Paulo (SP), “ad referendum” do plenário, RESOLVE: 
Art. 1º. Reconhecer a Acupuntura, a Homeopatia e a Odontologia do Esporte como especialidades odontológicas. 
Art. 2º. A Acupuntura consiste na aplicação dos conceitos básicos da Medicina Tradicional Chinesa como um sistema de conhecimento, aplicando-o como método para o tratamento, prevenção e/ou manutenção do estado geral de saúde do paciente odontológico, sempre que existirem circunstâncias clínicas das quais haja a participação das estruturas do sistema estomatognático, respeitando o limite de atuação do campo profissional do cirurgião-dentista.
 Parágrafo único. As áreas de atuação do especialista em Acupuntura incluem: 
a) a atuação multiprofissional, interdisciplinar e transdisciplinarmente na promoção de saúde baseada na convicção científica, de cidadania, de ética e de humanização;
 b) a incorporação da ciência e da Acupuntura como instrumento na arte de curar na prática profissional odontológica;
 c) a atuação em todos os níveis de atenção à saúde, em Odontologia, integrando-se em programas de promoção, manutenção, prevenção, proteção e recuperação da saúde, sempre sensibilizados e comprometidos com o ser humano, respeitando-o e valorizando-o, segundo os fundamentos da prática da Medicina Tradicional Chinesa e da ciência atual, aplicados ao sistema estomatognático; e, 
d) o desenvolvimento, a participação e a aplicação de pesquisas e/ou outras formas de produção de conhecimento, que objetivem a qualificação e a prática profissional com base nos pressupostos da Medicina Tradicional Chinesa, no campo da Odontologia.
 
CÓDIGO DE ÉTICA ODONTOLÓGICA Aprovado pela Resolução CFO-118/2012 

Art. 11. Constitui infração ética:

...IX - adotar novas técnicas ou materiais que não tenham efetiva comprovação científica;



Art. 44. Constitui infração ética:

...III - anunciar ou divulgar técnicas, terapias de tratamento, área da atuação, que não estejam devidamente comprovadas cientificamente, assim como instalações e equipamentos que não tenham seu registro validado pelos órgãos competentes;"

"Código de Ética Médica

CAPÍTULO I

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

XXI - No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus ditames de consciência e as previsões legais, o médico aceitará as escolhas de seus pacientes relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas.

XXVI - A medicina será exercida com a utilização dos meios técnicos e científicos disponíveis que visem aos melhores resultados.

 Capítulo II


DIREITOS DOS MÉDICOS

É direito do médico:

II - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas cientificamente reconhecidas e respeitada a legislação vigente.

 Capiutulo III

 Art. 20 Permitir que interesses pecuniários, políticos, religiosos ou de quaisquer outras ordens, do seu empregador ou superior hierárquico ou do financiador público ou privado da assistência à saúde, interfiram na escolha dos melhores meios de prevenção, diagnóstico ou tratamento disponíveis e cientificamente reconhecidos no interesse da saúde do paciente ou da sociedade.

Capítulo V
É vedado ao médico:
Art. 32 Deixar de usar todos os meios disponíveis de promoção de saúde e de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente.'

2- A origem pagã de algo não contraindica uma prática pois diversas coisas tem origem pagã e são realizadas por muitas pessoas e inclusive cirstãos:

a-  Buque de flores aos mortos
Isso era para que os mortos não incomodassem os vivos (prática superticiosa espírita)

b-  Aliança de casamento(que dizem ter origem pagã)

c- Cobrir a boca ao boceja
Isso era para que o espírito não saísse pela boca (prática superticiosa espírita)

d-- Utilização do  véu: O uso do véu esteve presente na cultura oriental ,era associado a Ishtar,a Deusa do Amor .Teria sido a primeira representante feminina a usar o véu,que fazia uma ligação a fertilidade e sedução,não demorando a ser um costume usado por mulheres mortais dos povos da Babilônia e Mesopotâmia,chegando depois aos gregos.

Na Grécia Antiga, o véu era usado como parte da veste feminina da nobreza, a protegendo de males naturais como o sol,vento e insetos.Durante a cerimônia de casamento, a noiva fazia questão do uso do véu por uma questão cultural,acreditando que estaria protegida de maus espíritos, infortúnios e possíveis admiradores.


e- Embalsamento de corpos



"Os primórdios da arte e as técnicas de embalsamamento estão associadas principalmente com a antigaEgito , onde, como em partes da Ásia e da América do Sul, um solo seco e clima incentivado seu desenvolvimento. A prática precoce de envolver os mortos em pano e enterrá-los em carvão e areia fora do alcance das águas do Nilo preservou os cadáveres, que manteve forma e características por um longo período. Aqueles naturalmente preservada múmias são acreditados ter influenciado as doutrinas religiosas, porque parecia provar que existia o indivíduo depois de sua morte. A crença na imortalidade e ressurreição física era fundamental para a religião egípcia, tanto para a adoração do sol de períodos de início e ao culto depois de Osíris. Central para o último foi a crença de que, quando todos os elementos que estavam presentes na vida da alma, nome, sombra, coração e corpo foram reunidos, a pessoa seria ressuscitado, como o deus Osíris que foi morto por seu irmão...Desde que o corpo tinha que ser atraente o suficiente para atrair de volta a alma e outros elementos, os embalsamadores altamente qualificados e treinados cuidou requintado para preservá-la." (Enciclopédia Britânica  on line) http://global.britannica.com/EBchecked/topic/185498/embalming/2094/History

f- circuncisão - era uma prática pagã usada bem antes do judaísmo bem antes de Abrão, como atesta Flávio Josepho.

g- a própria medicina na antiguidade era ligada ao paganismo, mas as explicações anticientíficas foram abandonadas e substituídas por explicações científicas comprovadas.

 

3- A explicação oriental  (mística)foi substituída  por explicações científicas, o CFO (Conselho Federal de Odontologia), CFM (Conselho Federal de Medicina), Organização Mundial de Saúde reconhecem a acupuntura como científica, assim como dezenas de países. Atribuir a aceitação da Acupuntura como ciencia, como corporativismo do CRO e CFO no Brasil,  é  desprezar todos os trabalhos científicos sérios no mundo:

 

As teorias tradicionais da Acupuntura foram contestadas no Ocidente. Conceitos antigos foram substituídos por um modelo neurológico, baseado em evidências de que as agulhas estimulam terminações nervosas e alteram a função cerebral, particularmente os mecanismos da dor.

Há várias teorias em relação aos mecanismos de ação, mas poucos dados válidos sobre quais deles são relevantes para a prática clínica. Evidência de eficácia clínica também é satisfatória para muitas patologias, como a dor crônica. Nos últimos anos, revisões sistemáticas forneceram evidências mais confiáveis do valor da acupuntura no tratamento de náusea (de várias causas), dor orofacial, lombalgias e cefaleias.

A crescente procura pela terapia de acupuntura é justificada, de um lado, pela credibilidade desta por parte da população e, de outro, pelo desejo de melhor qualidade de vida, porque o paciente, ao ser tratado com a acupuntura, registra melhora em vários aspectos e, praticamente, sem desagradáveis efeitos adversos.

Entretanto, a quase totalidade dos pacientes desconhece o mecanismo de ação da acupuntura. Alguns só sabem um pouco de sua história, e, outros, que as agulhas são inseridas em alguns lugares do corpo, proporcionando resultados favoráveis. Alguns pacientes recebem as informações por meio de colegas ou de sites que, muitas vezes, limitam-se a divulgar notícias pouco científicas e que, em vez de esclarecer, acabam gerando mais dúvidas.

O progresso da acupuntura e da MTC tem sido constante e notável. Evidências científicas acumulam-se acerca de sua eficácia, e a explicação de seu mecanismo de ação está sendo buscada em muitos centros médicos do mundo, incluindo hospitais universitários na China e em nosso próprio País. Para que se obtenham os melhores resultados, a tendência é, de fato, a inclusão da acupuntura na especialidade do médico, como, por exemplo, a acupuntura aplicada à pediatria, à ortopedia, à ginecologia, e assim por diante. É fundamental a associação dos conceitos da MTC com os da Medicina Ocidental, potencializando assim os resultados positivos almejados pelos pacientes.  *Médico voluntário de Acupuntura do Centro de Dor da Neurologia do HC- FMUSP, professor colaborador do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC- FMUSP, e Prof. pelo World Federation of Chinese Medicine Societies  https://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Revista&id=1032
  Revista Ser Médico n. 88 ano 81 Jul/Ago/Set 2019 Ano XXI , Acesse a versão digital da Ser Médico na íntegra.


4- A Acupuntura tem suas indicações restritas a algumas doenças. Não funciona para todo tipo de doenças, nem há comprovação científica para todas,. A OMS em 2002 publicou as seguntes indicações: 

 
1. Doenças, sintomas ou condições para as quais a acupuntura provou - por meio de ensaios controlados - ser um tratamento eficaz:

  • Reações adversas à radioterapia e / ou quimioterapia
  • Rinite alérgica (incluindo febre do feno)
  • Cólica biliar
  • Depressão (incluindo neurose depressiva e depressão curso seguinte)
  • Disenteria, bacilar agudo
  • Dismenorreia primária
  • Epigastralgia aguda (em úlcera péptica, aguda e crônica gastrite e gastrospasmo)
  •  Dor facial (incluindo distúrbios craniomandibulares) Dor de cabeça Hipertensão, essencial Hipotensão primária Indução de trabalho
  • Dor no joelho
  • Leucopenia
  • Dor lombar
  • Mau posicionamento do feto,
  • correção de Enjoo matinal
  • Nausea e vomito
  • Dor de pescoço
  • Dor na odontologia (incluindo dor dentária e disfunção temporomandibular)
  • Periartrite do ombro
  • Dor pós-operatória
  • Cólica renal
  • Artrite reumatoide Ciática
  • Entorse
  • Derrame
  • Cotovelo de tenista
ACUPUNCTURE: REVIEW AND ANALYSIS OF REPORTS ON CONTROLLED CLINICAL TRIALS Genebra; World Health Organization; 2002. 81 p. tab.

5- Em relação a existência de estudos duplo-cegos. Há sim diversos estudos duplo cego em acupuntura, aqui temos alguns exemplos:

"Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar a eficácia clínica da acupuntura a laser para o tratamento de mulheres com bexiga hiperativa (OAB) em Taiwan.
Métodos: Um ensaio clínico duplo-cego randomizado foi conduzido em pacientes do sexo feminino com sintomas de BH encaminhadas por ginecologistas, e os indivíduos foram divididos em dois grupos usando randomização bloqueada. LaserPan (RJ-Laser, Alemanha) foi aplicado a sete pontos de acupuntura selecionados. Os sujeitos receberam acupuntura a laser 3 vezes por semana durante 3 semanas, 9 sessões no total. Dados básicos do paciente, pontuação de sintomas de bexiga hiperativa (OABSS), questionário de impacto da incontinência (IIQ-7) e pontuação do inventário de angústia urogenital (UDI-6) foram registrados antes do primeiro tratamento e no final do 3º , 6º e 9º tratamentos th .
Resultados: Trinta pacientes foram incluídos, e vinte e sete pacientes completaram todos os tratamentos neste estudo. A pontuação total OABSS do grupo experimental diminuiu significativamente de 3,13 ( p ≤ 0,001), 4,60 ( p ≤ 0,001), e 3,79 ( p ≤ 0,001) após 3 rd , 6 th , e 9 th tratamentos, respectivamente, em comparação com a de o grupo de controle. A pontuação do IIQ-7 diminuiu significativamente desde a linha de base em 4,57 ( p = 0,003) e 3,63 ( p = 0,023) após o 3º e 6ºtratamentos, respectivamente, em comparação com o grupo de controle. Do mesmo modo, a pontuação UDI-6 do grupo experimental apresentaram uma redução significativa do valor de base de 1,90 ( p = 0,042) e 2,25 ( p = 0,025) após 6 th e 9 th intervenções, respectivamente, em comparação com a do grupo de controlo.
Conclusões: Este estudo demonstra que a acupuntura a laser pode aliviar os sintomas de Bechiga Hiperativa e melhorar a qualidade de vida. Este dispositivo não invasivo pode ser uma terapia eficaz para mulheres com BH." Chang YW, Lo TS, Chang HN, Shiao YH, Yeh YC. Laser Acupuncture Alleviates Symptoms and Improves Quality of Life in Women with Overactive Bladder: A Double-Blind, Pilot Randomized Controlled Trial. Evid Based Complement Alternat Med. 2020 Apr 25;2020:1705964. doi: 10.1155/2020/1705964. PMID: 32419791; PMCID: PMC7201846.

  "O manejo de emergência da dor na pulpite irreversível sintomática geralmente inclui o uso de analgésicos não narcóticos. A acupuntura tem sido usada na odontologia para aliviar a dor após a extração do dente. O objetivo deste ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo foi avaliar e comparar a eficácia da terapia com acupuntura e ibuprofeno para o tratamento da dor em tais pacientes. Um total de 157 pacientes participaram deste estudo e foram divididos aleatoriamente em três grupos, Grupo I-acupuntura clássica com comprimido de placebo, Grupo II-acupuntura simulada com comprimido de placebo e Grupo III-acupuntura simulada com ibuprofeno. Antes do início do experimento, a avaliação inicial da dor foi feita usando uma escala HP-VAS. O tratamento foi feito pelo primeiro operador, enquanto a avaliação da dor foi feita pelo segundo operador que desconhecia o procedimento realizado. As agulhas de acupuntura foram inseridas por 15-20 minutos em pontos de acupuntura para acupuntura clássica e em pontos de não acupuntura para acupuntura simulada. A avaliação da dor pós-tratamento foi realizada em intervalos de 15, 30, 45 e 60 minutos. A análise de acompanhamento foi registrada em 12, 24 e 48 horas usando a escala verbal VAS. Os valores médios finais do HP VAS para o Grupo I mostraram valores menores de dor estatisticamente significantes quando comparados aos grupos II e III (p <0,05), sem diferença significativa entre os grupos II e III. A análise de acompanhamento mostrou o Grupo I com maior percentual de ausência de dor, o que foi estatisticamente significativo quando comparado aos outros dois grupos".Murugesan H, Venkatappan S, Renganathan SK, Narasimhan S, Sekar M. Comparison of Acupuncture with Ibuprofen for Pain Management in Patients with Symptomatic Irreversible Pulpitis: A Randomized Double-Blind Clinical Trial. J Acupunct Meridian Stud. 2017 Dec;10(6):396-401. doi: 10.1016/j.jams.2017.09.002. Epub 2017 Oct 18. PMID: 29275795.



"Métodos: Realizamos um ensaio piloto randomizado, duplo-cego e controlado por placebo para avaliar o efeito clínico da acupuntura na CRF em pacientes com câncer de pulmão. Vinte e oito pacientes apresentando CRF foram aleatoriamente designados para grupos de acupuntura ativa ou acupuntura placebo para receber estimulação de pontos de acupuntura (LI-4, Ren-6, St-36, KI-3 e Sp-6) duas vezes por semana durante 4 semanas, seguido por 2 semanas de acompanhamento. O resultado primário foi a mudança na intensidade do CFR com base na versão chinesa do Brief Fatigue Inventory (BFI-C). Como desfecho secundário, a Avaliação Funcional da Subescala de Terapia do Câncer-Câncer de Pulmão (FACT-LCS) foi adotada para avaliar a influência da acupuntura na qualidade de vida (QV) dos pacientes. Os eventos adversos e a segurança dos tratamentos foram monitorados ao longo do ensaio.

Resultados: Nosso estudo piloto demonstrou viabilidade entre pacientes com critérios de  inclusão adequados e boa adesão ao tratamento com acupuntura. Uma redução significativa na pontuação BFI-C foi observada em 2 semanas nos 14 participantes que receberam acupuntura ativa em comparação com aqueles que receberam o placebo (P <0,01). Na semana 6, os sintomas melhoraram ainda mais de acordo com o BFI-C (P <0,001) e o FACT-LCS (P = 0,002). Não houve diferenças significativas na incidência de eventos adversos em nenhum dos grupos (P> 0,05).

Conclusão: A fadiga é um sintoma comum vivenciado por pacientes com câncer de pulmão. A acupuntura pode ser um método opcional seguro e viável para o tratamento adjuvante em cuidados paliativos do câncer, e ensaios com potência apropriada são garantidos para avaliar os efeitos da acupuntura. 
Cheng CS, Chen LY, Ning ZY, Zhang CY, Chen H, Chen Z, Zhu XY, Xie J. Acupuncture for cancer-related fatigue in lung cancer patients: a randomized, double blind, placebo-controlled pilot trial. Support Care Cancer. 2017 Dec;25(12):3807-3814. doi: 10.1007/s00520-017-3812-7. Epub 2017 Jul 13. PMID: 28707168.

 

"Estudo randomizado, controlado e duplo-cego incluindo 36 pacientes portadores de fibromialgia (ACR 1990) selecionados no ambulatório de Reumatologia da Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa, PR. Vinte e um pacientes foram submetidos a uma sessão de acupuntura, nos moldes da Medicina Tradicional Chinesa, e 15 pacientes foram submetidos a um procedimento placebo (acupuntura sham). Para avaliação da dor, os indivíduos preencheram uma Escala Visual Analógica (VAS) antes e imediatamente após o procedimento proposto. As médias na variação da VAS foram comparadas entre os grupos.

Resultados:

A variação entre o valor da EVA final e da EVA inicial foi de –4,36±3,23 (P=0,0001) no grupo de tratamento e de –1,70±1,55 no grupo de controle (P=0,06). A diferença na amplitude de variação da EVA (EVA inicial – final) entre os grupos favoreceu o procedimento verdadeiro (P=0,005). O tamanho de efeito (effect size – ES) para o grupo de tratamento foi de d=1,7, o que é considerado um efeito grande. Embora com uma amostra reduzida, seu poder estatístico para esses resultados foi bastante relevante (94,8%).

Conclusão: A acupuntura mostrou ser eficaz na redução imediata da dor em pacientes portadores de fibromialgia, com um tamanho de efeito (effect size) bastante significativo.   MARCHESINI STIVAL, Rebecca Saray et al . Acupuntura na fibromialgia: um estudo randomizado-controlado abordando a resposta imediata da dor. Rev. Bras. Reumatol.,  São Paulo ,  v. 54, n. 6, p. 431-436,  dez.  2014 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042014000600431&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  10  out.  2020. 



"O efeito analgésico imediato de um único tratamento de estimulação não segmentar da acupuntura sobre a dor crônica cotovelo de tenista foi estudada em um estudo controlado com placebo duplo-cego concluída até 48 pacientes. Antes e após o tratamento, todos os pacientes foram examinados fisicamente por um examinador independente imparcial. Escalas Eleven ponto-caixa foram usados ​​[13] para a mensuração da dor. Os pacientes no grupo Verum foram tratadas em não-segmentares pontos distais (perna homolateral) para a dor do cotovelo seguintes regras acupuntura chinesa, enquanto que os doentes no grupo de placebo foram tratados com placebo acupuntura evitando a penetração da pele com uma agulha de acupuntura. Redução global na pontuação da dor foi de 55,8% (S = 2,95) no grupo Verum e 15% (S = 2,77) no grupo do placebo. Depois de um tratamento 19 dos 24 pacientes no grupo Verum (79,2%) relataram o alívio da dor de pelo menos 50% (grupo do placebo: seis pacientes em 24). A duração média da analgesia após um tratamento foi 20,2 h, no grupo Verum (S = 21,54) e 1,4 h (S = 3,50) no grupo do placebo. Os resultados são estatisticamente significativos (P <0,01), eles mostram que não segmentar acupuntura verum [verdadeira] tem um efeito analgésico intrínseco no tratamento clínico de dor cotovelo de tenista que excede o de acupuntura placebo. Molsberger A, Hille E. The analgesic effect of acupuncture in chronic tennis elbow pain. Br J Rheumatol. 1994 Dec;33(12):1162-5. doi: 10.1093/rheumatology/33.12.1162. PMID: 8000747.


"Em 2008, Gottschling et al5 elaboraram um estudo prospetivo, aleatorizado, controlado e duplo-cego, envolvendo 43 crianças com o diagnóstico de cefaleias (22 com enxaqueca e 21 com cefaleias de tensão) e idades entre 10 e 14 anos, com o objetivo de investigar se a acupuntura a laser seria eficiente no tratamento das cefaleias e se o tratamento ativo seria superior ao laser placebo....Este grupo de investigadores concluiu que o tratamento das cefaleias em crianças através do recurso a esta técnica proporcionou benefício significativo no padrão de dor, sendo que o tratamento com laser ativo foi claramente mais eficaz que o laser placebo.Acupuntura no Tratamento da Dor em Pediatria: Revisão da Literatura. REVISTA 30 DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE ANESTESIOLOGIA VOL. 28 - Nº 1 - 2019p. 30

Lin, et al11 (2009) através de um estudo clínico aleatorizado e duplo-cego avaliaram a eficácia da acupuntura no controle da dor e da agitação pós-operatórias, em 60 crianças com idades entre 1 e 6 anos, não pré-medicadas, submetidas a miringotomia com colocação bilateral de tubos....Este estudo demonstrou que a acupuntura realizada no intraoperatório, logo após a indução anestésica e antes do início do procedimento cirúrgico, foi eficaz na diminuição da dor e da agitação no pós-operatório imediato, em crianças submetidas a miringotomia com colocação bilateral de tubos. Acupuntura no Tratamento da Dor em Pediatria: Revisão da Literatura. REVISTA 30 DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE ANESTESIOLOGIA VOL. 28 - Nº 1 - 2019, p. 32

6- A mais recente meta-análise refuta a acupuntura?
Não, por diversas razões:
  • O estudo citado só se baseou em dados em inglês
  • Não utilizou o critério de duplo cego, advogado pela pesquisadora como essencial nestes estudos
  • Excluiu dor aguda, acupuntura, acupuntura a laser
"O desejo de minimizar o impacto das expectativas dos pacientes, bem como das expectativas dos médicos que podem ser comunicadas aos pacientes, levou à adoção do ensaio clínico randomizado duplo-cego como o padrão ouro para testar tratamentos medicamentosos. Na verdade, reduzir a expectativa e outros efeitos 'não específicos' do tratamento é um desenvolvimento crítico na medicina moderna e acelerou o rápido avanço dos tratamentos médicos no século 20 6 , 7 . Estudos de efeitos de placebo demonstraram que as manipulações do contexto interpessoal 8 - 14 e do tratamento físico podem, em alguns casos, produzir efeitos substanciais nos sintomas , no comportamento 15 - 17e no cérebro ..." Chen, P. A., Cheong, J. H., Jolly, E., Elhence, H., Wager, T. D., & Chang, L. J. (2019). Socially transmitted placebo effects. Nature human behaviour, 3(12), 1295–1305. https://doi.org/10.1038/s41562-019-0749-5 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7494051/

Uma pesquisa em bancos de dados eletrônicos (MEDLINE, o Banco de Dados de Resumos de Avaliações de Efeitos (DARE) e a Biblioteca Cochrane) foi realizada em abril de 2019 e atualizada em julho de 2019 usando termos de pesquisa de texto livre 'acupuntura', 'dor crônica', 'analgesia ',' controle da dor ',' revisão sistemática 'e / ou' meta-análise '. A busca foi restrita a bancos de dados em inglês. Revisões sistemáticas e meta-análises foram selecionadas para elegibilidade.

2.1. Critério de inclusão
Os resultados da pesquisa foram selecionados pelos autores, CAP e MIJ. Todas as RSs com ou sem meta-análises de estudos usando acupuntura manual, eletroacupuntura, agulhamento seco ou auriculoterapia (acupuntura de ouvido) para qualquer condição de dor crônica foram incluídos. Avaliações foram incluídas onde a acupuntura foi comparada com a acupuntura simulada ou placebo, nenhum tratamento ou outra intervenção (farmacológica e não farmacológica). Incluímos revisões Cochrane e não Cochrane e visões gerais de RSs. Revisões sistemáticas contendo estudos não-RCT foram incluídas para que as informações dos RCTs pudessem ser extraídas.
2.2. Critério de exclusão
As avaliações foram excluídas se não avaliaram a acupuntura invasiva (por exemplo, avaliações sobre acupressão ou acupuntura a laser). As revisões sistemáticas foram excluídas se avaliaram a dor aguda, mas não a dor crônica (por exemplo, com foco específico na dor pós-operatória ou na dor em ambiente de emergência). Avaliações com foco em elementos adicionais, como veneno de abelha, também foram excluídas. Resenhas não em inglês foram incluídas se contivessem um resumo em inglês. No entanto, as resenhas em outros idiomas não foram traduzidas. Paley, CA; Johnson, MI Acupuntura para o Alívio da Dor Crônica: Uma Síntese de Revisões Sistemáticas. Medicina 2020 , 56 , 6.
Conclusão: Esta meta-análise não pode ser usada (dadas suas limitações acima descritas) para afirmar que a acupuntura, nas suas diversas vertentes, é um placebo ou não tem comprovação científica

7-Efeito Residual em acupuntura e a alegação de ser apenas um efeito placebo

A acupuntura é apenas um grande placebo. Talvez o melhor deles, mas ainda assim, um placebo. Um teatro com agulhas. ..."

"Como dito acima, acupuntura é uma das práticas alternativas mais difíceis de avaliar com testes clínicos adequados. Um teste ideal deve ser duplo-cego – ou seja, nem o paciente, nem o provedor de cuidado podem saber que o que está sendo aplicado é o tratamento real ou o placebo. No caso da acupuntura, o provedor sempre sabe se está usando agulhas reais ou retráteis, se está espetando os meridianos ou pontos aleatórios. Isso, por si só, gera um efeito placebo residual, com uma relevância clínica desprezível, que pode ser, e muitas vezes é, interpretado como sinal de que a acupuntura funciona “melhor que o placebo”. Se este efeito residual fosse encontrado em um teste clínico de um medicamento convencional, o remédio jamais seria aprovado.  " https://www.revistaquestaodeciencia.com.br/index.php/questao-de-fato/2020/02/26/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-acupuntura

1-Se não é possível avaliar o validade do efeito da acupuntura, não se pode avaliar a acupuntura como um 'grande  placebo", trata-se de uma violação do princípio lógico da não contradição.

2-  Como o artigo afirma o médico pode passar por meio da expressão facial se está aplicando ou não um tratamento, no caso aqui a acupuntura real ou não.  Para evitar essa comunicação facial, basta deixar o paciente  com os olhos vendados ou fechados, pois mesmo sabendo se uma agulha é retrátil ou não, se o laser é real ou não, esta crença do médico ou dentista não seá transmitida por meio da expressão facial do profissional. Chen, P. A., Cheong, J. H., Jolly, E., Elhence, H., Wager, T. D., & Chang, L. J. (2019). Socially transmitted placebo effects. Nature human behaviour, 3(12), 1295–1305. https://doi.org/10.1038/s41562-019-0749-5

Conclusões:
1- Origem pagã não é um critério vago para se rejeitar a acupuntura.
2- A acupunutra não pode ser exercida por charlatões ou curandeiros,  ou ocultistas, mas somente por médicos e dentistas em seres humanos.
3- A odontologia e medicina não aceita técnicas sem fundamento científico.
4- A odontologia e medicina não usam de explicações místicas ou ocultistas.
5- Existem estudos duplo cegos que comprovam a eficácia da acupuntura.


 

 

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Blasfemias judaicas contra Jesus x Verdadeiros Judeus



Para ser Judeu não basta ser descendente de Abraão por parte de Isaque ou mesmo ser circuncidado

Rm 9:4  São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas;

5  deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!

6 ¶ E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas;n

nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.

8  Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa.


Romanos 2: 28  Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne.

29  Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.

1 ¶ Qual é, pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão?

2  Muita, sob todos os aspectos. Principalmente porque aos judeus foram confiados os oráculos de Deus.

3  E daí? Se alguns não creram, a incredulidade deles virá desfazer a fidelidade de Deus?

Os "judeus" que não creem em Cristo foram retirados da oliveira, caso creiam em Cristo serão enxertados

Rm 11:12  Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!
13  Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério,
14  para ver se, de algum modo, posso incitar à emulação os do meu povo e salvar alguns deles.
15  Porque, se o fato de terem sido eles rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos?
16  E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão.
17  Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira,
18  não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti.
19  Dirás, pois: Alguns ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado.
20  Bem! Pela sua incredulidade, foram quebrados; tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme.
21  Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará.
22  Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado.
23  Eles também, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para os enxertar de novo.
24  Pois, se foste cortado da que, por natureza, era oliveira brava e, contra a natureza, enxertado em boa oliveira, quanto mais não serão enxertados na sua própria oliveira aqueles que são ramos naturais!
25  Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios.
26  E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades.
27  Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados.
28  Quanto ao evangelho, são eles inimigos por vossa causa; quanto, porém, à eleição, amados por causa dos patriarcas;
29  porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.
30  Porque assim como vós também, outrora, fostes desobedientes a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia, à vista da desobediência deles,
31  assim também estes, agora, foram desobedientes, para que, igualmente, eles alcancem misericórdia, à vista da que vos foi concedida.
32  Porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos.

Os judeus que negam que Jesus é o Messias são anticristos
1 João 2:22  Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho.
23  Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai


Os escritos Judaicos  blasfemam de Cristo

Orígenes, "Contra Celsum", i. 28). Celso faz a mesma afirmação em outra passagem, onde se refere até a uma fonte escrita (ἀναγέγραπται), acrescentando que o sedutor era um soldado com o nome de PantheralcEu. 32). O nome "Panthera" ocorre aqui pela primeira vez; dois séculos depois, ocorre em Epifânio ("Hæres." lxxviii. 7), que atribui o sobrenome "Pantera" a Jacó, um ancestral de Jesus; e João de Damasco ("De Orthod. Fide." iv., § 15) inclui os nomes "Pantera" e "Barpanther" na genealogia de Maria. É certo, em qualquer caso, que as fontes rabínicas também consideram Jesus como o "filho de Pandera" ), embora seja digno de nota que ele também é chamado de "Ben Sṭada" ( ) (Shab. 104b; Sanh. 67a). http://www.jewishencyclopedia.com/articles/8616-jesus-of-nazareth

 

 O Talmud também diz que Jesus esteve no Egito na juventude. R. Joshua b. Diz-se que Peraḥyah fugiu com seu discípulo Jesus para Alexandria, a fim de escapar das perseguições do rei judeu Yannai (103-76AC); no retorno deles, Jesus fez uma observação sobre a beleza impecável de sua anfitriã, ao que R. Joshua o excomungou; e quando Jesus se aproximou dele novamente e não foi recebido, ele armou um tijolo para o seu deus e levou todo o Israel à apostasia (Sanh. 107b; Soṭah 47a; Yer. Ḥag. 77d). Este relato é complementado pela declaração, feita na suposição de que Ben Sṭada é idêntico a Ben Pandera, que Ben Sṭada trouxe magia do Egito (Shab. 104b). A história de que Josué b. Peraḥyah, um contemporâneo de Simeão b. Sheṭaḥ, foi a professora de Jesus, não é claramente declarada nos vários "Toledot"; diz-se apenas que Jesus recebeu o nome deste irmão de sua mãe. A suposição de que Josué b. Peraḥyah era tio de Jesus é confirmado por Ḳirḳisani, que escreveu cerca de 937 uma história das seitas judaicas (ed. Harkavy, § 1, São Petersburgo, 1894; comp. "JQR" vii. 687). As referências a Yannai, Salome Alexandra e Joshua b. Peraḥyah indica que, de acordo com as lendas judaicas, o advento de Jesus ocorreu apenas um século antes da data histórica real; e alguns apologistas medievais do judaísmo, como Naḥmanides e Salman Ẓebi, com base neste fato, sua afirmação de que o "Yeshu '" mencionado no Talmud não era idêntico a  Jesus; isso, no entanto, é apenas um subterfúgio.

 De acordo com Celsus (em Orígenes, "Contra Celsum", i. 28) e com o Talmud (Shab. 104b), Jesus aprendeu magia no Egito e realizou seus milagres por meio dela; o último trabalho, além disso, afirma que ele cortou as fórmulas mágicas em sua pele. Não menciona, no entanto, a natureza de suas performances mágicas (Tosef., Shab. Xi. 4; Yer. Shab. 13d); mas como afirma que os discípulos de Jesus curaram os enfermos "em nome de Jesus Pandera" (Yer. Shab. 14d; 'Ab. Zarah 27b; Eccl. R. i. 8), pode-se presumir que seu autor sustentou o os milagres de Jesus também foram curas milagrosas. De natureza diferente é a feitiçaria atribuída a Jesus nos "Toledot". Quando Jesus foi expulso do círculo de estudiosos, ele teria retornado secretamente da Galiléia para Jerusalém, onde ele inseriu um pergaminho contendo o "nome declarado de Deus" ("Shem ha-Meforash"), que era guardado no Templo, em sua pele, levou-o embora e, então, tirando-o de sua pele, ele executou seu milagres por seus meios. Essa fórmula mágica então teve que ser recuperada dele, e Judá, o Jardineiro (um personagem do "Toledot" correspondente a Judas Iscariotes) se ofereceu para fazê-lo; ele e Jesus então se envolveram em uma batalha aérea (emprestada da lenda de correspondendo a Judas Iscariotes) se ofereceu para fazê-lo; ele e Jesus então se envolveram em uma batalha aérea (emprestada  de Simon Magus ), em que Judá permaneceu vitorioso e Jesus fugiu.

A acusação de magia é freqüentemente feita contra Jesus. Jerônimo menciona, citando os judeus: "Magum vocant et Judæi Dominum meum" ("Ep. Lv., Ad Ascellam," i. 196, ed. Vallarsi); Marcus, da seita dos valentinianos, era, segundo Jerônimo, natural do Egito, e foi acusado de ser, como Jesus, um mágico (Hilgenfeld, "Ketzergesch." P. 370, Leipsic, 1884).    http://www.jewishencyclopedia.com/articles/8616-jesus-of-nazareth


 


32. Voltemos às palavras atribuídas ao judeu: a mãe de Jesus foi expulsa pelo carpinteiro que a tinha pedido em casamento, por ser culpada de adultério e ter engravidado de um soldado chamado Pantera, e vejamos se os autores desta fábula de adultério da Virgem com Pantera e repudiada pelo carpinteiro não a forjaram cegamente para poderem negar a conceição milagrosa pelo Espírito Santo. Efetivamente, por causa de seu caráter inteiramente miraculoso, eles poderiam ter falsificado a história de outra maneira, mesmo sem admitir involuntariamente, por assim dizer, que Jesus não tinha nascido de matrimônio comum. Era muito natural que aqueles que não admitem o nascimento milagroso de Jesus forjassem alguma mentira. Mas fazer isso sem nenhuma base e mantendo que a Virgem não tinha concebido Jesus de José fazia escancarar a mentira a toda pessoa capaz de discernir e refutar as ficções. Seria uma coisa razoável, com efeito: o homem que tanto fez pela salvação do gênero humano para que todos, gregos e bárbaros, enquanto dependesse dele, na espera do juízo de Deus, se abstivessem do vício e fizessem tudo para agradar ao Criador do universo, este homem não tivesse nascimento miraculoso, mas o mais ilegítimo e vergonhoso de todos os nascimentos? Orígenes contra Celso, São Paulo: Paulus, p. 47

Apresenta então um judeu em diálogo com o próprio Jesus, com a pretensão de convencê-lo de várias coisas, e a primeira, de ter inventado seu nascimento de uma virgem. A seguir, censura-o por ter nascido numa cidadezinha da Judeia, e nascido de uma mulher do interior, pobre fiandeira. Ele afirma: Convencida de adultério, foi expulsa por seu marido, carpinteiro de sua categoria social. Ele diz em seguida que, rejeitada por seu marido, vergonhosamente vagabunda, deu à luz Jesus ocultamente; que este foi obrigado, por pobreza, a prestar seus serviços no Egito; neste país adquiriu experiência de certos poderes mágicos de que se gabam os egípcios; voltou daí muito orgulhoso desses poderes, e graças a eles, proclamou-se Deus. Examinando tudo o que os homens sem fé afirmam e analisando a fundo a base de todas as questões, encontro aí uma série de elementos que me parecem estar em harmonia com o fato de que Jesus foi um ser divino e digno de ser proclamado Filho de Deus. p. 45


 Inventa ainda outra coisa: de um lado, dá certa adesão aos milagres extraordinários realizados por Jesus, graças aos quais este persuadiu a multidão a que o seguisse como Cristo, e por outro lado, pretende desqualificá-los como artes de magia e não ações do poder divino. Pois afirma: ele foi educado ocultamente, dirigiu-se ao Egito para alugar seus serviços e, depois de adquirir neste país a experiência de certos poderes, voltou proclamando que era Deus, graças a tais poderes. Mas eu mesmo não compreendo como um mago pôde se dar ao trabalho de ensinar uma doutrina segundo a qual se deve fazer tudo tendo em mente que Deus julga cada um segundo seus atos, e se deve passar esta disposição a seus discípulos a quem ele faria ministros de seu ensinamento. Porventura estes conquistavam seus ouvintes por meio dos milagres aprendidos desta forma, ou sem operar qualquer milagre? Mas é o cúmulo do absurdo dizer que eles não operavam qualquer milagre, e que depois de terem crido, sem nenhum poder de persuasão que se parecesse com a sabedoria dialética dos gregos, dedicaram-se ao ensino de uma doutrina nova por aqueles com quem conviviam: de onde lhes veio a audácia de ensinar a doutrina e as inovações? E se eles realizavam milagres, que probabilidade haverá de magos se exporem a perigos tão graves por uma doutrina que proíbe a magia? p. 51

 

 

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Teonomia x Política Segundo a Bíblia- Grudem

 


O primeiro ponto de vista equivocado (em minha opinião) é a visão de que o governo civil deve obrigar as pessoas a apoiar ou seguir determinada religião. É calamitoso que essa visão de impor a religião tenha sido adotada por tantos cristãos em séculos passados. E la teve um papel importante na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que começou como um conflito entre protestantes e católicos desejosos de controlar vários territórios, principalmente na Alemanha. Nos séculos 16 e 17, houve muitas outras “guerras religiosas” na Europa, especialmente entre católicos e protestantes. Também no século 16, protestantes reformados e luteranos perseguiram e mataram milhares de membros de  grupos anabatistas na Suíça e na Alemanha, que desejavam ter igrejas “só para os crentes” e que batizavam por imersão aqueles que faziam um a profissão pessoal de fé. Com o passar do tempo, cada vez mais cristãos perceberam que a visão de impor a religião é incompatível com os ensinamentos de Cristo e com a própria natureza da fé (cf. a discussão adiante). Hoje, não conheço nenhum grupo cristão importante que continue a defender a visão de que o governo deve tentar obrigar as pessoas a seguir a fé cristã.1' O reconstrucionismo cristão [teonomia] é um pequeno movimento marginal que defende a imposição pelo governo, hoje, das leis do Antigo Testamento (cf. discussão nas páginas 92-93), mas quase todos ou todos os líderes reconhecidos do movimento evangélico nos Estados Unidos se distanciaram claramente desse posicionamento quanto às leis civis. 

O utras religiões, porém, ainda promovem a imposição de suas crenças pelo governo. Pode-se observar isso em países como a Arábia Saudita, onde há leis que obrigam o povo a seguir o islamismo e onde aqueles que não obedecem a essas leis estão sujeitos a penas severas aplicadas pela polícia religiosa. A lei proíbe a expressão pública de qualquer outra religião além do islamismo e não perm ite que os sauditas se convertam a outras religiões...
A visão de impor a religião também é usada ao redor do mundo por grupos violentos para justificar a perseguição aos cristãos, como no caso em que muçulmanos queimaram um vilarejo cristão inteiro no Paquistão, resultando na morte de seis cristãos, no início de agosto de 2009.3 Outro exemplo é a guerra travada por grupos militantes islâmicos contra cristãos na Nigéria, no Sudão e em outros países da África subsaariana. ...
  Nos primeiros anos da história dos Estados Unidos, o apoio à liberdade religiosa nas colônias norte-americanas se desenvolveu tanto pela necessidade de formar um país coeso, com pessoas originárias de diversos contextos religiosos (congregacionais, episcopais, presbiterianos, quacres, batistas, católicos e judeus, entre outros), como pelo fato de muitos habitantes das colônias terem fugido de perseguição religiosa em seus países de origem. Os primeiros colonos que se estabeleceram na Nova Inglaterra, por exemplo, fugiram da Inglaterra, onde haviam pago multas e sido presos por não freqüentarem os cultos da Igreja Anglicana e por realizarem seus próprios cultos. Em 1779, apenas três anos depois da Declaração da Independência, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Virgínia para a Instituição da Liberdade Religiosa, que refletia o apoio crescente à liberdade de expressão religiosa nos Estados Unidos. Seguem as palavras de Jefferson: Seja decretado pela Assembleia Geral que nenhum homem poderá ser obrigado a freqüentar ou apoiar qualquer culto, local ou ministério religioso, nem será forçado, impedido, prejudicado ou afligido, em seu corpo ou em seus bens, nem sofrerá de qualquer outro modo em razão de suas opiniões ou crenças religiosas. Antes, todos os homens terão liberdade de professar e, por argumentos, defender suas opiniões em questões religiosas, o que não diminuirá, nem aumentará, nem afetará de qualquer outro modo sua capacidade civil.6
  6A “Declaração de Virgínia para a Instituição da Liberdade Religiosa”, redigida por Thomas JefFerson em 1779, foi aprovada pela Assembleia Geral de Virgínia em 1786. 
Vários ensinamentos da Bíblia mostram que a visão de que o governo deve impor a religião é equivocada e contrária ao próprio ensino bíblico.
 1. Jesus fez distinção entre o reino de Deus e o de César O primeiro argumento bíblico contra a visão de impor a religião vem do ensinamento de Jesus em M ateus 22. Seus oponentes judeus tentaram apanhá-lo por meio da pergunta: “E correto pagar tributo a César, ou não?” (M t 22.17). Caso Jesus se mostrasse favorável aos impostos romanos, arriscaria dar a impressão de que apoiava o odiado governo de Roma. Caso se mostrasse contrário aos impostos romanos, daria a impressão de que era um revolucionário perigoso, hostil ao poder de Rom a. Jesus surpreendeu seus oponentes ao dizer: “Mostrai-m e a moeda do tributo”, e eles “trouxeram-lhe um denário” (v. 19). Em seguida, apresentou seu ensinamento da seguinte forma: “Ele lhes perguntou: De quem são esta imagem e inscrição? Eles responderam: De César. Então lhes disse: D ai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (M t 22.20,21). Trata-se de um a declaração notável, pois Jesus mostra que devem existir dois âmbitos distintos de influência, um para o governo, outro para a vida religiosa do povo de Deus. Algumas coisas, como impostos, dizem respeito ao governo civil (“o que é de César”), logo, a igreja não deve tentar controlá-las. Em contrapartida, outras coisas dizem respeito à vida religiosa das pessoas (“o que é de Deus”), logo, o governo civil não deve tentar controlá-las. Jesus não especificou um a lista de itens para cada categoria, mas a simples distinção das duas categorias é de enorme relevância para a história do mundo, pois indica a aprovação de um sistema diferente daquele que fora dado à nação de Israel, que era constituído pelas leis dadas no Antigo Testamento. No Antigo Testamento, a nação de Israel como um todo era um a “teocracia”, ou seja, Deus era o governante do povo, as leis foram dadas a Israel diretamente por Deus (e não decididas pelo povo ou por um rei humano) e a nação inteira era considerada “povo de Deus”. Esperava-se, portanto, que todos os que faziam parte dela adorassem a Deus, e as leis de Israel abrangiam não apenas aquilo que hoje consideraríamos “questões seculares”, como homicídio e roubo, mas também “questões religiosas”, como o sacrifício de animais e penalidades no caso de adoração a outros deuses (cf. Lv 21— 23; D t 13.6-11). Na declaração de Jesus a respeito de Deus e de César, ele definiu os contornos mais amplos de um a nova ordem na qual “o que é de Deus” não deve estar sob o controle do governo civil (“o que é de César”). Esse sistema é muito diferente da teocracia que governava o povo de Israel no Antigo Testamento. O novo ensinamento de Jesus sugere que todos os governos civis, inclusive os de hoje, devem dar liberdade no tocante à fé religiosa que as pessoas escolhem seguir ou não, às doutrinas religiosas que adotam e ao modo como adoram a Deus. “César” não deve controlar essas coisas, pois elas são “de Deus”.


2. Jesus não tentou obrigar as pessoas a crer nele. Outro episódio na vida de Jesus também mostra como ele se opunha à visão de im por a religião, pois ele repreendeu seus discípulos quando quiseram castigar de im ediato aqueles que o rejeitaram : E enviou mensageiros à sua frente; estes foram e entraram num povoado de samaritanos para lhe preparar pousada. Mas os samaritanos não o receberam, pois viajava para Jerusalém. Quando viram isso, os discípulos Tiago e João disseram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir? (Lc 9.52-54). Ao que parece, os discípulos im aginaram que seria uma excelente forma de convencer as pessoas a ouvir Jesus no povoado seguinte. Se 30 POLÍTICA SEGUNDO A BÍBLIA descesse fogo do céu e acabasse com o vilarejo sam aritano que havia rejeitado Jesus, a notícia se espalharia e toda a população do povoado seguinte compareceria para ouvi-los. Que método mais persuasivo de im por a religião! Jesus, porém, rejeitou categoricam ente essa sugestão. O versículo seguinte diz: “Ele, porém, voltando-se, repreendeu-os” (Lc 9.55). Jesus recusou de modo claro qualquer tentativa de obrigar as pessoas a segui-lo ou crer nele.
3. Não há como impor a fé autêntica H á coerência entre a natureza da fé autêntica e a condenação por Jesus do uso de “fogo do céu” para obrigar as pessoas a segui-lo. Por trás dessa condenação está o fato de que a verdadeira f é em Deus deve ser voluntária. Para que a fé seja autêntica, não pode ser imposta à força. Encontramos aqui outra razão pela qual os governos não devem, ja ­ m ais, tentar obrigar o povo a aderir a determinada religião. Ao longo de todo o m inistério de Jesus e dos apóstolos, fica evidente seu respeito pela vontade individual e pelas decisões voluntárias das pessoas. Eles as ensinavam ,procuravam convencê-las e fa z ia m apelos para que tomassem a decisão pessoal de seguir Jesus como o verdadeiro M essias (cf. M t 11.28-30; At 28.23; Rm 10.9,10; Ap 22.17). A verdadeira crença religiosa não pode ser imposta à força, seja por meio de fogo do céu, seja pelo poder do governo civil, e os cristãos não devem participar de tentativas do governo de usar seu poder para obrigar as pessoas a apoiar ou seguir o cristianismo ou qualquer outra religião. M as e quanto às leis que Deus deu a Israel no Antigo Testamento, especialmente em Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio? Elas exigiam que o povo entregasse o dízimo para sustentar o sacerdócio judaico e o culto no templo e que oferecessem ao Senhor anualmente os sacrifícios especificados (cf. Lv 23). Ordenavam até mesmo castigos severos para quem tentasse ensinar outra religião (cf. D t 13.6-11). Contudo, aplicavam-se apenas à nação de Israel naquela época específica. Jam ais foram impostas às nações vizinhas. Faziam parte do sistema do Antigo Testamento, que chegou ao fim quando Jesus firmou uma “nova aliança” para o povo de Deus no Novo Testamento. O antigo sistema se encerrou com o ensinam ento de Jesus de que algumas áreas da vida eram “de C ésar” e outras, “de D eus”. N unca se pretendeu que as leis do A ntigo Testamento com essas imposições religiosas fossem aplicadas depois de Jesus ter firmado sua “nova aliança” ou em qualquer outro momento subsequente.

4. Um reino que não é deste mundo Em outro episódio, logo depois que foi preso pelos soldados romanos, perto de sua morte, Jesus disse ao governador romano Pôncio Pilatos: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus servos lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Entretanto, agora, o meu reino não é daqui” (Jo 18.36). Jesus não permitiu que seus discípulos lutassem com espadas nem usassem poder m militar, pois seu objetivo não era estabelecer um reino terreno, como o Império Romano ou várias outras nações na história do mundo. Enquanto os reinos terrenos são estabelecidos por exércitos e por poder militar, o reino de Jesus seria estabelecido pelo poder do evangelho que transforma o coração das pessoas e as leva a crer nele e lhe obedecer. Isso não significa que o reino de Deus não exerce influência alguma sobre o mundo. Na verdade, ele transforma e vence o mundo (lJo 3.8; 5.4,5), mas o faz ao mudar o coração das pessoas e suas convicções mais profundas, e não por meio do poder militar. O poder do governo jam ais deve ser usado para impor determinada crença religiosa ou a adesão a uma religião específica, seja a fé cristã, seja qualquer outra fé. Em resumo, a visão de impor a religião é contrária à Bíblia e equivocada.

5. Implicações práticas de rejeitar a visão de impor a religião Quais são as implicações práticas de rejeitar a visão de impor a religião? Uma das implicações é que o governo não deve, em momento algum , tentar obrigar as pessoas a crer num a religião específica ou é um caso de imposição da religião? Nos Estados Unidos, por exemplo, as igrejas não pagam impostos sobre seus terrenos e construções, e  segui-la; antes, deve garantir a liberdade religiosa para os seguidores de todas as religiões dentro da nação. Outra implicação é que os cristãos de todas as nações devem apoiar a liberdade religiosa e se opor a qualquer tentativa do governo de impor determinada religião. Aliás,plena liberdade religiosa deve ser o primeiro princípio apoiado e defendido pelos cristãos que almejam pessoas físicas não pagam impostos sobre a parte de sua renda doada a igrejas ou a outras instituições beneficentes. Não tenho objeção a essas políticas, pois, a meu ver, não impõem. a religião de maneira relevante. Nenhuma denominação ou religião recebe tratamento preferencial. Tanto igrejas batistas como templos budistas, sinagogas judaicas, igrejas católicas e mesquitas muçulmanas desfrutam esses benefícios. Essas isenções fiscais oferecidas a igrejas e instituições beneficentes se baseiam na decisão da sociedade de que organizações desse tipo contribuem de modo considerável para o bem da sociedade como um todo. Nas palavras clássicas do prefácio da Constituição dos Estados Unidos da América, elas “promovem o bem- -estar geral”. Logo, é inteiram ente aceitável que a sociedade resolva oferecer certos benefícios fiscais de modo igual a todas as religiões. Não se trata de apoio compulsório a um a religião, nem de entregar recursos do governo diretamente a determinados grupos religiosos e, sem dúvida, não contraria o significado e a intenção da Prim eira Emenda. Oferecer benefícios fiscais não é o mesmo que impor um a religião.

7. A influência espiritual por trás da visão de impor a religião Por trás dessa visão de impor a religião, há um poder espiritual invisível com um objetivo oculto, que se manifesta em seus resultados. Ao impor a crença religiosa, cria-se a tendência de destruir a verdadeira fé cristã de duas maneiras. O brigar as pessoas a seguir uma f é não cristã (como o hinduísmo na índia ou o islamismo em muitos outros países), resulta, com frequência, na opressão dos cristãos e na tentativa de expulsar o cristianismo do país. Em contrapartida, procurar obrigar as pessoas a tornarem-se cristãs também tem a tendência de expulsar o verdadeiro cristianismo, pois remove da vida das pessoas a oportunidade de escolher voluntariam ente seguir a fé cristã. Alguns terão fé autêntica, mas a maioria não. Como resultado, sociedades inteiras tornam -se “cristãs”, mas apenas de nome. A igreja é governada, então, por “cristãos” que na verdade não o são, pois carecem de fé autêntica. E uma igreja governada principalmente por não cristãos não demora a se tornar espiritualmente morta e ineficaz. Logo, os cristãos que acreditam nos ensinamentos da Bíblia não terão dificuldade em discernir a influência espiritual por trás da visão de impor a religião. E um a influência inteiram ente contrária ao ensino bíblico e à fé cristã autêntica. É um a influência que procura destruir o cristianismo Política Segundo a Bíblia,,São Paulo :Vida Nova, 2016.p. 25-35
Existe entre alguns cristãos norte-americanos de hoje um conceito chamado “teonomia”, também conhecido como “reconstrucionismo cristão” ou “teologia do domínio”. Seus críticos chamam-na de dominionismo (com tons de “jihadismo”). Usarei aqui a designação “teonomia”, termo geral empregado nas análises teológicas desse movimento Os teonomistas argumentam que as leis dadas por Deus a Israel na aliança mosaica devem servir de modelo para as leis civis dos países hoje em dia. Se colocado em prática, esse modelo incluiria a aplicação da pena de morte para casos de blasfêmia, adultério e conduta homossexual, entre outros!
O erro dos teonomistas consiste numa interpretação equivocada do lugar singular que essas leis dadas a Israel ocuparam na história da Bíblia como um todo. Também consiste numa interpretação equivocada do ensino neotestamentário acerca da distinção entre o âmbito da Igreja e o âmbito do Estado, instituída por Jesus quando ele disse: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (M t 22.21). (Para um a discussão mais detalhada do lugar singular ocupado pela lei mosaica, cf. cap. 3, p. 117-121) Os mais destacados defensores da teonomia foram Rousas John Rushdoony (1916-2001)7 e Greg Bahnsen (1948-1995);8 Vern Poythress9 e John Frame,10 por sua vez, ofereceram análises críticas desse conceito. Alguns críticos seculares da influência cristã sobre a política e o governo afirmam infundadam ente que os evangélicos em geral procuram seguir a teonomia ou “teologia do domínio” e os acusam de querer impor essas ideias teonomistas extremadas nos Estados Unidos: cf. Michelle Goldberg, Kingdom Corning: the Rise o f Christian Nationalism [Reino vindouro: a ascensão do nacionalism o cristão].11 Essas acusações se baseiam , porém, em estudos acadêmicos pouco rigorosos e na culpa por associação. Não sei de cristão algum com influência expressiva no mundo evangélico ou no mundo político de hoje, nos Estados Unidos, que defenda os conceitos da pequena minoria de teonomistas ou reconstrucionistas cristãos no tocante à imposição, pelo governo civil atual, dessas leis do Antigo Testamento. Política Segundo a Bíblia,,São Paulo :Vida Nova, 2016p. 92-93


Se os governos são responsáveis diante de Deus por punir o mal e incentivar o bem, não é apropriado que usemos as leis abrangentes dadas por Deus à nação de Israel no Antigo Testamento para entender melhor como os governos devem atuar? Não há como fazer isso de modo direto e sem grande dificuldade, pois as leis para Israel ocupam um lugar especial na Bíblia como um todo. Eis um resumo dos motivos pelos quais essa ideia cria problemas para os intérpretes atuais. Os livros veterotestamentários de Exodo, Levítico, Números e Deuteronômio registram diversas leis dadas por Deus especificamente à nação de Israel. Elas fazem parte da “aliança mosaica”, pois Deus as entregou a Moisés, que as transmitiu ao povo. (Na Bíblia, “aliança” é a relação legalmente estabelecida entre Deus e seu povo, e as leis da aliança mosaica passaram a definir essa relação a partir do tempo de Moisés.) Entender de que maneira exatamente as leis de Israel poderiam ser relevantes para os governos civis seculares de hoje é um a das questões mais complexas da interpretação bíblica por vários motivos:

1) O lugar de Israel'.
 A interpretação correta das leis de Israel requer um a compreensão m adura tanto do lugar que a nação de Israel ocupa na história da Bíblia como dos propósitos de Deus para Israel na história do mundo.
2) Israel como teocracia'.
A interpretação correta das leis de Israel também requer compreensão do caráter singular de Israel, que devia ser “reino de sacerdotes e nação santa” para Deus (Ex 19.6). Essa nação era um a teocracia governada pelo próprio Deus e, portanto, as leis de Israel regulamentavam a vida religiosa do povo de Deus (como os sacrifícios, as festas e o culto ao único Deus verdadeiro), bem como as questões que, em todas as eras da história, costumam ser associadas ao governo civil.
3) O juízo final de Deus intervém na história presente.
A interpretação correta das leis de Israel requer, ainda, a compreensão de alguns exemplos incomuns nos quais o juízo divino “irrompe” subitamente na história humana. Na verdade, mesmo antes do estabelecimento de Israel como nação, há alguns casos de intervenções repentinas do juízo de Deus na história para punir de imediato a pecaminosidade humana. O relato do Dilúvio e da arca de Noé (Gn 6— 9) é um exemplo desse tipo de juízo. O relato de Sodoma e Gomorra (cf. Gn 19.24-28), no qual Deus destruiu essas cidades com logo e enxofre do céu, é outro. E a narrativa da destruição das cidades de Canaã pelo povo de Israel é ainda outro exemplo, um acontecimento singular sob a direção de Deus (cf. D t 20.16-18; contrastar com os v. 10-15, em que esse tipo de guerra é proibido em outros casos). A guerra de conquista e destruição de Canaã foi realizada por ordem específica de Deus e fazia parte do plano para estabelecer seu povo na terra que ele havia lhes prometido. Também prefigurou o juízo divino final e absoluto sobre toda a terra. Não deve, contudo, servir de modelo para os governos civis de hoje. É historicamente singular.

4) Aplicação extensa da pena de morte. A interpretação correta das leis de Israel requer a compreensão de outro aspecto singular dessas leis, a saber, a imposição da pena de morte não apenas para crimes de homicídio (como em Gn 9.5,6), mas em casos de promoção de uma falsa religião (cf. Êx 22.18,20; Lv 20.22; D t 13.6-17), rebelião contra a autoridade fam iliar (cf. Éx 21.15,17; D t 21.18-21) e pecados sexuais (Lv 20.10-14). Esses e outros exemplos da pena de morte faziam parte da identidade de Israel como “nação santa” (Ex 19.6) diante de Deus, mas isso não significa que as nações de hoje, que não são teocracias nem “nações santas” diante de Deus, devam procurar seguir esses exemplos. Na verdade, a narrativa histórica do Antigo Testamento mostra que essas leis e penas severas não foram capazes de formar um povo verdadeiramente santo, pois não mudavam o coração das pessoas (cf. Jr 31— 33; Rm 8.3,4; G1 3.21-24). As penas severas para infrações  religiosas, rebelião contra a família e pecados sexuais não devem servir de norma para os governos de hoje.
5) Conclusão. Caso se mantenha em vista essas distinções, as leis que Deus deu a Israel podem fornecer informações úteis para a compreensão dos propósitos do governo e da natureza dos bons e dos maus governos. Em trechos adiante, procurei usar esse material de modo pensado, atentando para o contexto histórico singular em que ele ocorre. Devemos lembrar ainda que, em comparação com as leis e os costumes das nações vizinhas no Antigo O riente Próximo, as leis que Deus deu a Israel eram um modelo extraordinário de justiça, imparcialidade, compaixão pelos pobres e oprimidos e de como a verdadeira santidade de vida pode ser praticada no quotidiano. De fato, Moisés disse ao povo de Israel: “E que grande nação há que tenha estatutos e preceitos tão justos quanto toda esta lei que hoje ponho diante de vós?” (D t 4 .8 ).1 Embora as prescrições específicas da lei mosaica em Exodo- Deuteronômio visassem à aplicação direta sobre Israel naquela época, alguns outros trechos do Antigo Testamento não são dirigidos especificamente ao povo judeu, mas falam de reis e governos em termos gerais. Só em Provérbios, por exemplo, o termo “rei” ocorre em 32 versículos e há outras referências em Salmos e Eclesiastes. Esses versículos trazem palavras adicionais de sabedoria sobre o governo civil aplicáveis a casos específicos.
Mas e quanto à ordem para guardar o sábado? Quando falo a respeito da influência cristã sobre o governo, por vezes alguém pergunta se os governos de hoje devem impor a ordem para não trabalhar aos sábados que encontramos nos Dez Mandamentos, em Êxodo: “Lem - bra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do S e n h o r  teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum ” (Êx 20.8-10). 'Para uma discussão mais detalhada, cf. Christopher W right, OLd Testament Ethics for  the People of God, Downers Grovc: InterVarsitv Press, 2004; W alter C. Kaiser, T o w a r d O/d Testament Ethics, Grand Rapids: Zondervan, 1991; Gordon Wenham, Story as Torah : Reading Old Testament Narrative Ethically, Grand Rapids: Baker, 2000. H á vários séculos, existem diferenças sinceras de opinião entre os cristãos acerca da aplicação desse mandamento. Para alguns, é um requisito que os cristãos ainda devem cumprir hoje e, a seu ver, é pecado contra Deus trabalhar no domingo. A meu ver, porém, o mandamento do sábado é diferente dos outros nove mandamentos no sentido de que é um resumo de todas as leis cerimoniais dadas por Deus a Israel e abrange o ano sabático, o ano do jubileu e todos os sacrifícios e ofertas que o povo de Israel devia apresentar a Deus. Considere estes ensinamentos de Paulo: “Assim , ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, os quais são sombras das coisas que haveriam de vir; mas a realidade é C risto” (C l 2.16,17); “Guardais dias, meses, tempos e anos. Temo que eu talvez tenha trabalhado inutilmente para convosco” (G1 4.10,11). Concluo, portanto, que a exigência de não trabalhar no sábado era um a “lei cerimonial”, como as leis sobre os sacrifícios às quais não precisamos mais obedecer. Logo, não sou a favor de que o governo crie leis que proíbam empresas de funcionar aos domingos. Quer dizer que sou a favor de que as pessoas trabalhem sete dias por semana? Não. No tempo do Antigo Testamento, a sabedoria e o amor de Deus por seu povo se refletiam em sua dádiva generosa de um dia entre sete em que o povo de Israel não precisava trabalhar. Diante disso, parece uma prática prudente os cristãos da presente era do Novo Testamento darem o exemplo, separando um dia da semana para não trabalhar. (Talvez seja o domingo, mas para pastores e outros que trabalham no domingo talvez seja outro dia da semana.) Também é prudente os empregadores darem aos funcionários dias de folga do trabalho, pelo menos uma vez por semana (e, com frequência, duas, pois os “afazeres” pessoais muitas vezes também tomam um dia inteiro). Trata-se, contudo, de uma questão de sabedoria humana norteada pela Bíblia, e não de pecado ou de regra absoluta que jam ais pode ser quebrada. Outros cristãos discordam de meu ponto de vista sobre esse assunto e afirmam que Deus ainda exige que nunca trabalhem aos domingos. Respeito sua coragem e fé e sei que essas convicções levam alguns deles a manter suas empresas fechadas aos domingos. (Nos PRINCÍPIOS BÍBLICOS A RESPEITO DO GOVERNO 121 Estados Unidos, Chick -Fil-A e Hobby Lobby são dois exemplos de empresas grandes de comércio varejista que fecham aos domingos.) Não creio, porém, que todos os cristãos sejam obrigados a adotar essa postura e também não apoiaria leis que exigissem que todo o comércio varejista fechasse aos domingos (como costumava acontecer em várias regiões dos Estados Unidos). Paulo escreve em sua Epístola aos Romanos, provavelmente com respeito a uma questão sem elhante: “U m a pessoa considera um dia mais importante do que outro, mas outra ju lga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiram ente convicto em sua m ente” (Rm 14.5). Política Segundo a Bíblia,,São Paulo :Vida Nova, 2016pp. 117-121