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sexta-feira, 15 de novembro de 2019

O endurecimento do coração de Faraó tem a ver com o Escaravelho do coração?


Tribunal de Osiris observe a balança onde se pesava o coração



Uma teoria diz que o Escaravelho do Coração, usado no Egito antigo, explica a passagem do termo "endurecer o coração"

A idéia de um faraó de coração duro pode ser ainda mais esclarecida se atentarmos para o fato de que o estudo de várias múmias revelou o estranho costume egípcio de colocar dentro do corpo mumificado um escaravelho de pedra bem no lugar do coração. Esse amuleto servia ao defunto como uma espécie de salvo conduto no juízo final perante Osíris.

Um coração normal (que era pesado na balança da deusa Ma’at) poderia denunciar os seus pecados fazendo-o perder um lugar no paraíso. Mas um coração de pedra, enganaria os deuses. Ocultaria os erros que ele cometeu garantindo-lhe o paraíso, mesmo que houvesse levado uma vida de constantes pecados. Ter, portanto, um coração duro (ou “de pedra”) era para Faraó a certeza de uma salvação forjada à custa do engano dos deuses!
http://novotempo.com/evidencias/2011/04/01/a-arqueologia-e-a-biblia/   acesso em 11/11/2019





1- Na verdade o termo endurecer aparece em relação à cerviz e com significado de rebeldia, obstinação, soberba, desobediência e resistência ao Espírito Santo

Êxodo 34:9  e disse: Senhor, se, agora, achei graça aos teus olhos, segue em nosso meio conosco; porque este povo é de dura cerviz. Perdoa a nossa iniqüidade e o nosso pecado e toma-nos por tua herança.
Deuteronômio 9:6  Sabe, pois, que não é por causa da tua justiça que o SENHOR, teu Deus, te dá esta boa terra para possuí-la, pois tu és povo de dura cerviz.
Deuteronômio 9:13  Falou-me ainda o SENHOR, dizendo: Atentei para este povo, e eis que ele é povo de dura cerviz.
Deuteronômio 10:16  Circuncidai, pois, o vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz.
Deuteronômio 31:27  Porque conheço a tua rebeldia e a tua dura cerviz. Pois, se, vivendo eu, ainda hoje, convosco, sois rebeldes contra o SENHOR, quanto mais depois da minha morte?
2 Reis 17:14  Porém não deram ouvidos; antes, se tornaram obstinados, de dura cerviz como seus pais, que não creram no SENHOR, seu Deus.
2 Crônicas 30:8  Não endureçais, agora, a vossa cerviz, como vossos pais; confiai-vos ao SENHOR, e vinde ao seu santuário que ele santificou para sempre, e servi ao SENHOR, vosso Deus, para que o ardor da sua ira se desvie de vós.
2 Crônicas 36:13  Rebelou-se também contra o rei Nabucodonosor, que o tinha ajuramentado por Deus; mas endureceu a sua cerviz e tanto se obstinou no seu coração, que não voltou ao SENHOR, Deus de Israel.
Neemias 9:16  Porém eles, nossos pais, se houveram soberbamente, e endureceram a sua cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos.
Neemias 9:17  Recusaram ouvir-te e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes fizeste; endureceram a sua cerviz e na sua rebelião levantaram um chefe, com o propósito de voltarem para a sua servidão no Egito. Porém tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te e grande em bondade, tu não os desamparaste,
Neemias 9:29  Testemunhaste contra eles, para que voltassem à tua lei; porém eles se houveram soberbamente e não deram ouvidos aos teus mandamentos, mas pecaram contra os teus juízos, pelo cumprimento dos quais o homem viverá; obstinadamente deram de ombros, endureceram a cerviz e não quiseram ouvir.
Provérbios 29:1  O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura.
Isaías 48:4  Porque eu sabia que eras obstinado, e a tua cerviz é um tendão de ferro, e tens a testa de bronze.
Jeremias 7:26  Mas não me destes ouvidos, nem me atendestes; endurecestes a cerviz e fizestes pior do que vossos pais.
Jeremias 17:23  Mas não atenderam, não inclinaram os ouvidos; antes, endureceram a cerviz, para não me ouvirem, para não receberem disciplina.
Jeremias 19:15  Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre esta cidade e sobre todas as suas vilas todo o mal que pronunciei contra ela, porque endureceram a cerviz, para não ouvirem as minhas palavras.

Atos 7:51  Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis.

2- O termo endurecer o coração tem o mesmo significado de dura cerviz:

Zacarias 7:12  Sim, fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o SENHOR dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas que nos precederam; daí veio a grande ira do SENHOR dos Exércitos.
Salmos 95:8  não endureçais o coração, como em Meribá, como no dia de Massá, no deserto,
Jeremias 3:17  Naquele tempo, chamarão a Jerusalém de Trono do SENHOR; nela se reunirão todas as nações em nome do SENHOR e já não andarão segundo a dureza do seu coração maligno.
Jeremias 7:24  Mas não deram ouvidos, nem atenderam, porém andaram nos seus próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para trás e não para diante.
Jeremias 11:8  Mas não atenderam, nem inclinaram o seu ouvido; antes, andaram, cada um, segundo a dureza do seu coração maligno; pelo que fiz cair sobre eles todas as ameaças desta aliança, a qual lhes ordenei que cumprissem, mas não cumpriram.
Jeremias 13:10  Este povo maligno, que se recusa a ouvir as minhas palavras, que caminha segundo a dureza do seu coração e anda após outros deuses para os servir e adorar, será tal como este cinto, que para nada presta.
Jeremias 16:12  Vós fizestes pior do que vossos pais; pois eis que cada um de vós anda segundo a dureza do seu coração malignopara não me dar ouvidos a mim.
Jeremias 18:12  Mas eles dizem: Não há esperança, porque andaremos consoante os nossos projetos, e cada um fará segundo a dureza do seu coração maligno.
Jeremias 23:17  Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse: Paz tereis; e a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração dizem: Não virá mal sobre vós.
Ezequiel 3:7  Mas a casa de Israel não te dará ouvidos, porque não me quer dar ouvidos a mim; pois toda a casa de Israel é de fronte obstinada e dura de coração.
Mateus 13:15  Porque o coração deste povo está endurecidode mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.
Marcos 6:52  porque não haviam compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido.
Marcos 16:14  Finalmente, apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coraçãoporque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado
Romanos 2:5  Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus,
Efésios 4:18  obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração,
Hebreus 3:15  Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação.


3- O coração de pedra substituía o coração original apenas em alguns casos e somente  depois da 21 dinastia, o Faraó do Exodo era da 18 dinastia:

A definição de sua função e simbologia é citada por vários egiptólogos de uma forma superficial. Em Ikram (1998) assim como Shaw (2002) acrescentam a essas discussões pontos que até então não eram comentados, como, caso o coração fosse retirado por descuido dos embalsamadores, o escaravelho-coração era colocado em seu lugar e não sobre as bandagens. Assim como, descrevem de maneira sucinta a função do escaravelho no julgamento. 132
http://www.museunacional.ufrj.br/arqueologia/docs/Disserts/BuffaI2009.pdf   



 O escaravelho-coração deveria ser colocado entre a 17ª e 18ª camadas de bandagens da múmia, essa informação provém dos estudos feitos através das tomografias computadorizadas 133 (JANOT, 2008, p.225). Quando por descuido o coração fosse tirado de dentro do corpo, o amuleto era então inserido em seu lugar. O amuleto poderia ser colocado na múmia como um colar, por meio de ganchos que se encontravam na frente da peça [27], [30], [37], [45]. O cordão poderia ser feito de ouro ou contas. O escaravelho-coração sempre era colocado na região torácica. A partir da 21ª dinastia o escaravelho-coração é colocado dentro da cavidade abdominal da múmia, mas também aparece em meio às bandagens. Como pode ser vista na (figura 40) múmia Sha-Amun-en-su onde o escaravelho-coração, destacado na coloração azul se encontra nas bandagens em uma posição não usual, provavelmente essa mudança de posicionamento ocorreu durante o processo de mumificação.
O Escaravelho-Coração nas Práticas e Rituais Funerários do Antigo Egito.- Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ, 2009-07-02p. 132-133
Shaw e Nicholson (2002) dizem que após a descoberta que o coração poderia revelar o verdadeiro caráter de uma pessoa, o órgão era deixado dentro do corpo. O escaravelho-coração protegia o coração do morto e, servia como um substituto caso o coração original fosse arrancado da cavidade torácica.  O Escaravelho-Coração nas Práticas e Rituais Funerários do Antigo Egito.- Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ, 2009-07-02
p. 132

[O coração] Ele era deixado nas múmias ao longo do processo de mumificação e, caso fosse retirado por algum problema do embalsamador ele era novamente colocado na caixa torácica. O coração passa a ser retirado da múmia e um escaravelho-coração em pedra é colocado em seu lugar dentro do corpo somente a partir da 21ª dinastia. A proteção do coração do morto se dava de acordo com um amuleto do coração. O Escaravelho-Coração nas Práticas e Rituais Funerários do Antigo Egito.- Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ, 2009-07-02 p. 82


dois tipos de coração

O coração h3ti é o músculo cardíaco, aquele que bombeia o sangue para o corpo. É o coração que funciona como uma máquina. Considerando que eles não detinham o conhecimento específico de músculo, que pode ser interpretado como a máquina que mantém o corpo funcionando juntamente com o ib. Ele era deixado nas múmias ao longo do processo de mumificação e, caso fosse retirado por algum problema do embalsamador ele era novamente colocado na caixa torácica. O coração passa a ser retirado da múmia e um escaravelho-coração em pedra é colocado em seu lugar dentro do corpo somente a partir da 21ª dinastia. A proteção do coração do morto se dava de acordo com um amuleto do coração. O coração ib era o berço de todos os sentimentos humanos, como coragem, memória, amor, ambição, raiva.p. 82

 Para escrever coração os egípcios possuíam dois modos: , ib, o coração como ele mesmo. A outra maneira de representar o coração é: , h3ti, esse é o coração físico. As expressões formadas na escrita egípcia com a palavra coração servem para mostrar a importância desse órgão tanto no campo simbólico como no físico. p. 83
A diferenciação do escaravelho-coração com o amuleto do coração está para qual coração cada um se dirigiria. O amuleto do coração remetia à proteção do coração hAti aquele que não poderia ser destruído e assim traria novamente movimento aos membros. E o escaravelho-coração era usado para impedir que o coração ib se levantasse contra seu dono na pesagem do Tribunal de Osíris O Escaravelho-Coração nas Práticas e Rituais Funerários do Antigo Egito.- Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ, 2009-07-02140



Função do escaravelho do coração

Contudo, o texto encontrado nos escaravelhos-coração é o Capítulo 30b, mas como esse não cabia no amuleto, trechos desse capítulo são escritos, como pode ser observado no escaravelho de Hati-iay [41], no qual em suas nove linhas de textos o escriba pede que seu coração não se levante contra ele e que não faça o seu nome cheirar mal. O escaravelho de Tewer-semen [43] traz cinco linhas de inscrições e o morto pede que o coração não se levante contra ele em testemunho. O amuleto de Intaneb [50] pede o mesmo que os outros, que o coração não se levante contra seu dono em testemunho e que não se oponha perante ele no Tribunal. Contanto, percebe-se que a parte principal do capítulo era inserida nos amuletos, nos quais se pede que o coração do 28 Ver catálogo [27] 80 morto não levante contra ele em testemunho. O escaravelho-coração simbolizava a ressurreição, mas, principalmente, a proteção do coração no Mundo Inferior, para que esse nunca fosse roubado ou que não depusesse contra seu “dono” no Tribunal de Osíris.  O Escaravelho-Coração nas Práticas e Rituais Funerários do Antigo Egito.- Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ, 2009-07-02 p. 79-80


Os escaravelhos-coração em sua maioria possuem o Capítulo 30b do Livro dos Mortos em sua base. Quando não era possível escrever o capítulo inteiro, os artesãos colocavam trechos que tinham as palavras mais poderosas. Erroneamente há a definição que só é escaravelho-coração aquele que possui esse capítulo. Os estudos atuais mostram que o importante não era o capítulo escrito nele e sim, as palavras. Alguns escaravelhos, como o de Tutankhamun [29] possuíam outros capítulos. No caso aqui é o Capítulo 13 comumente de Shabits. Os textos diferentes do Capítulo 30b comumente faziam alusão a importância do coração ou a proteção do coração do morto. Portanto, não se deve classificar um escaravelho coração somente pelo seu texto. Podem aparecer os Capítulos 21, 29b e 27 que são relacionados ao coração. As palavras que costumam tem o maior poder de persuasão ao coração eram não se levante contra mim em testemunho”, “não crie oposição no tribunal, “não seja hostil com o guardião da balança”, “não faça meu nome cheirar mal” e “não diga mentiras na presença dos deuses”. 134
Por ser o berço de todas as faculdades humanas, o coração ib possuía vontade própria. Contanto, caso ele quisesse, poderia se levantar contra seu dono na hora do Julgamento de Osíris. Todavia, quando o morto pede ao seu coração “não te levantas contra mim em falso testemunho 31”, ele deixa claro essa vontade própria de seu órgão. 



A função principal do escaravelho-coração é por meio do texto contido em sua base tentar silenciar o coração para que esse não testemunhe contra o seu dono perante o Tribunal de Osíris. Quando analisada a sua forma, ele é o símbolo do renascimento, da renovação, por ser o amuleto do deus Khepri. Com base na sua coloração ele é a  regeneração diária do morto assim como Osíris 131


Conclusão:

O escaravelho  do coração não tem nada a ver com a expressão endurecer o coração

Para saber sobre o endurecimento do coração de Faraó click  https://averacidadedafecrista.blogspot.com/2017/10/graca-preveniente-x-graca-irresistivel.html

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Calúnias sobre o pré tribualcionismo viralizam na internet

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Na internet e em livros circula uma mentira sobre a origem do pré tribulacionismo, dizendo que ele começou com uma profetiza de nome Margaret MacDonald:



O jornalista cristão Dave MacPherson escreveu um livro sobre o assunto da origem do arrebatamento secreto. Ele escreve:


Temos visto que uma jovem escocesa chamada Margaret Macdonald teve uma revelação particular em Port Glasgow, Escócia, no começo de 1830, de que um grupo seleto de cristãos seria capturado para encontrar Cristo nos ares, antes dos dias do Anticristo. Uma testemunha ocular, Robert Norton M.D., preservou o relato escrito a mão por ela da sua revelação de um arrebatamento pré-tribulacional em dois de seus livros, e disse que foi a primeira vez que alguém dividiu a segunda vinda em duas partes ou estágios distintos. Seus escritos, juntamente com muitas outras literaturas da Igreja Católica Apostólica, ficaram escondidos por muitas décadas do pensamento evangélico dominante, e apenas recentemente reapareceram. As visões de Margaret eram bem conhecidas por aqueles que visitavam sua casa, entre eles John Darby dos Irmãos. Dentro de poucos meses sua concepção profética distintiva foi refletida na edição de setembro de 1830 do The Morning Watch2 e na primeira assembleia dos Irmãos em Plymouth, Inglaterra. Os primeiros discípulos da interpretação pré-tribulacionista frequentemente a chamavam de uma nova doutrina 
.3https://reformados21.com.br/2016/05/25/a-origem-do-ensino-de-um-arrebatamento-pre-tribulacional/ 

Resposta:

Como pode ser lido abaixo Margaret MacDonald era pós tribucalionista:

Acreditava em:

  • Formação de um templo espiritual em lugar do reerguimento do templo
  • O povo de Deus iria passar por uma grande prova
  • A prova vem por meio do anticristo
  • Essa grande prova era na época da atuação do anticristo
  • Ou seja, Jesus vem depois do fim da tribulação iniciada pelo anticristo


Conclusão:
A única coisa  de comum entre a teologia de Margareth Macdonald e o pré tribulacionismo era que o arrebatamento era secreto, como pode ser visto abaixo
"A Formação da Teologia de John Nelson Darby (ANEXO)
Obs: Esse anexo, cujo assunto é citado por MacPherson na parte 2/3 do artigo "A Formação da Teologia de John Nelson Darby", demonstra a grande distância que há entre a teologia de Darby e a confusa teologia de Margareth MacDonald, descrita abaixo segundo as próprias palavras dela.


Primeiramente foi o péssimo estado da terra que me pressionou. Eu vi a imensa cegueira e paixão do povo. Eu senti que o clamor por liberdade fora apenas o silvo da serpente (...), eu repeti as palavras. Agora, há a angústia e perplexidade das nações, os mares e as ondas rugem, os corações dos homens debilitados pelo medo aguardam o sinal do Filho do homem. Aqui fui designada a parar e clamar: Ó, não se sabe o que de fato é o sinal do Filho do homem. O povo de Deus crê que o está aguardando, contudo eles não sabem do que se trata. Eu senti que isso precisava ser revelado e que havia grande treva e erro concernente ao sinal; mas, de repente, seu significado eclodiu em mim com uma luz gloriosa. Eu vi algo que era apenas o próprio Senhor descendo do céu com um brado, apenas o homem glorificado, o próprio Jesus; mas tudo aquilo deveria, assim como Estevão, estar cheio do Espírito Santo, e eles olhariam para o alto e veriam o resplendor da glória do Pai (...) muitas passagens foram reveladas por meio de uma luz nunca vista antes. (...) ‘Portanto, não sejais ignorantes, porém compreendei qual é a vontade do Senhor; e não se embriagueis com vinho, onde há o excesso, mas sejam cheios do Espírito’. Esse fora o óleo que as virgens sábias levaram em suas vasilhas; essa é a luz que permanece brilhando ― a luz de Deus ― com a qual podemos discernir o que se não pode observar com os próprios olhos. Apenas aqueles que possuem a luz de Deus dentro de si podem ver o sinal do seu aparecimento(...) Apenas Cristo em nós, que nos levantará ― ele é a luz ―, apenas aqueles que estão vivos nele serão arrebatados para se encontrarem com ele nos ares. Eu vi que precisamos estar no Espírito, que precisamos ver as coisas espirituais (...) mas eu vi que a glória da ministração do Espírito não fora conhecida.
Por diversas vezes repeti que o templo espiritual deve e será erguido e que a plenitude de Cristo será derramada em seu corpo e, então, seremos arrebatados para encontra-lo. Ó, ninguém será considerado merecedor desse chamado, exceto seu corpo, que é a Igreja, a qual deve ser um candelabro feito de ouro. Eu frequentemente digo: ó, a gloriosa imprevisibilidade de Deus que está prestes a irromper nessa Terra; ó, o glorioso templo que agora está prestes a ser erguido, a noiva adornada para seu esposo; e ó, quão santa, santa noiva ela deve ser, a ser preparada para tão glorioso noivo. Eu disse: agora o povo de Deus terá relação com a realidade, agora o glorioso mistério de Deus em nossa natureza será conhecido, agora será revelado o que é para o homem ser glorificado. Eu senti que a revelação de Jesus Cristo ainda tinha de ser desvendada, não necessariamente o conhecimento de Deus contido nela, mas uma entrada para junto de Deus. Vi que haveria uma gloriosa abertura para Deus prestes a acontecer. Eu me senti com Elias, cercado por carruagens de fogo. Eu o vi como ele era, o templo espiritual reerguido e a Pedra Principal conduzida com brados de graça sobre ela. Era uma luz gloriosa maior que o brilho do Sol que reluziu ao meu redor. Eu senti que aqueles que foram cheios do Espírito Santo poderiam ver as coisas espirituais, (...) enquanto aqueles que não possuíam o Espírito não poderiam ver nada (...).
Eu vi o povo de Deus em uma situação extremamente perigosa, cercado por teias e emaranhados, prestes a ser testado, e muitos prestes a ser enganados e a cair. Agora, OS PERVERSOS serão revelados com todo poder, sinais e falsas maravilhas, a ponto de enganar os eleitos se possível. Essa é a ardente provação com a qual seremos testados. Isso acontecerá para separar e purificar os reais membros do corpo de Jesus; entretanto, essa será uma ardente provação. Cada alma será abalada em seu âmago. O inimigo tentará abalar cada detalhe de nossa crença (...), os ouvintes do solo pedregoso (parábola do semeador) serão manifestos ― o amor de muitos esfriará. Eu repetidamente disse naquela noite, e diversas vezes desde então, que agora a visão terrível de um falso cristo será vista na Terra e nada além do Cristo vivo em nós pode detectar essa terrível tentativa do inimigo de enganar, pois é com todo engano da injustiça que ele agirá. Ele terá algo equivalente para cada parte da verdade de Deus e uma imitação para cada obra do Espírito. O Espírito deve e será derramado sobre a igreja para que ela seja purificada e cheia de Deus. E exatamente na medida em que o Espírito de Deus trabalha, o falso cristo também trabalhará, de modo que quando nosso Senhor ungir os homens com poder, assim também ele o fará. Isso é peculiar à natureza da provação por meio da qual aqueles que passarem por ela serão tidos por dignos de estar de pé diante do Filho do homem. Haverá uma provação externa, também, e essa será a principal tentação. Ela será trazida por meio do derramamento do Espírito e ampliada na proporção em que o Espírito é derramado. A provação da Igreja vem do Anticristo. (...) Eu repetidamente disse: ó, sejam cheios do Espírito ― tenham a luz de Deus em vós para serem capazes de detectar Satanás; sejam cheios de olhos dentro de si; sejam barro nas mãos do oleiro; sujeitem-se para ser cheios, cheios de Deus. Isso construirá o templo (...). Isto nos habilitará a entrar na festa de casamento do Cordeiro. Eu vi que a vontade de Deus será que todos sejam cheios. Mas o que impediu que a vida real de Deus fosse recebida por seu povo foi seu afastamento de Jesus, o único caminho para o Pai (...). Eles desprezaram a cruz por meio da qual cada porção do Espírito de Deus flui em nós. Todo poder que vem além do sangue de Cristo não procede de Deus (...) Eu vi, naquela noite, e frequentemente desde então, que haverá um derramamento do Espírito no corpo, de tal modo como nunca fora visto outrora, como um batismo de fogo que repudiará toda impureza. Ó, deve haver e haverá grande habitação do Deus vivo como nunca antes, os servos de Deus selados em suas frontes, grande conformidade com Jesus, sua santa, santa imagem vista em seu povo (...). É para isso que, no presente, fomos instruídos a orar muito mais, a fim de que rapidamente estejamos prontos para encontrar nosso Senhor nos ares ― e assim será. Jesus quer sua noiva. Seu desejo é por nós. Aquele que vem, virá e não tardará. Amém e amém. Vem, Senhor Jesus.[1] [1] Citado por MacPherson, The Incredible Cover-Up, pp. 151-154. MacPherson combina o relato de MacDonald em Norton’s Memoirs (1840, pp. 171-176) e The Restoration of Apostles and Prophets (1861; p. 15-18). As porções em itálico são desse último."    http://www.igrejaredencao.org.br/ibr/index.php?option=com_content&view=article&id=2997:a-formacao-da-teologia-de-john-nelson-darby-anexo&catid=62:dispensacionalismo&Itemid=176   acesso em 08-11-2019


quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Deus mudou o nome das pessoas suprimindo o nome antigo?


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  • Deus na verdade acrescentava às vezes um nome adicional ao nome da pessoa:

Deus não mudou (suprimiu) o nome de Simão, mas acrescentou Pedro

João 1:42  e o levou a Jesus. Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).

Marcos 3:16  Eis os doze que designou: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro;
Lucas 6:14  Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu;
Lucas 22:31  Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo!
João 21:15  Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros
Mateus 16:16  Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.



  • Deus não mudou o nome de Saulo
Paulo era o nome romano e Saulo o nome Hebraico
Atos 13:9  Todavia, Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos, disse:

Deus não suprimiu o nome de Jacó, mas adicionou Israel
O nome Jacó não tem significado negativosuplantador e não enganador, o nome dele foi dado por que nasceu segurando o calcanhar do irmão e não enganando seu irmão

Gênesis 25:26  Depois, nasceu o irmão; segurava com a mão o calcanhar de Esaú; por isso, lhe chamaram Jacó. Era Isaque de sessenta anos, quando Rebeca lhos deu à luz.
Gênesis 32:28  Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste.
Gênesis 35:10  Disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó. Já não te chamarás Jacó, porém Israel será o teu nome. E lhe chamou Israel.
Gênesis 49:2  Ajuntai-vos e ouvi, filhos de Jacó; ouvi a Israel, vosso pai.
1 Crônicas 16:13  vós, descendentes de Israel, seu servo, vós, filhos de Jacó, seus escolhidos.
1 Crônicas 16:17  o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel, por aliança perpétua,


Léxico de Strong: aquele que segura o calcanhar" ou "suplantador"


E o caso  de Abraaõ e Sara?
Deus fez uma pequena modificação fonética do nome de Abrão e Sara, mas os significados são os mesmosA terminação longa do termo Abraão soa como "multidão", como afirmam certos dicionários. O nome soa como uma paranomásia mas não significa multidão. O mesmo se dá com o nome Moisés que é Egípcio mas soa como água:
 Neemias 9:7  Tu és o SENHOR, o Deus que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão.
Gênesis 17:15  Disse também Deus a Abraão: A Sarai, tua mulher, já não lhe chamarás Sarai, porém Sara    



15–22. A promessa a Sarai 15 . Sarah deve ser seu nome ] Quer dizer , princesa . O nome “Sarai” (LXX Σάρα ) é alterado para “Sarah” (LXX Σάῤῥα ). O nome “Sarah” é a forma feminina do hebr. Sar , "um príncipe". Outras explicações que dão o significado "o contencioso", ou "o feliz", são improváveis. "Sarai" pode ter sido uma forma mais antiga de "Sarah". Não pode significar, como costumava ser afirmado, " minha princesa".  Cambridge Bible for Schools and Colleges
A forma Abrão é composta de dois elementos: ’ãb (pai) e rãm (do vb. rwm, ser elevado, exaltado). Portanto, o nome significa “ele é exaltado com respeito ao pai”, isto é, ele é de uma linhagem eminente (Sarna) ou “pai exaltado”. Enfatiza a eminência ou superioridade da pessoa envolvida (Hicks). A palavra rãm não deve ser entendida como um nome divino, mas sim como um adj. descritivo que ressalta a exaltação de Javé (SI 138.6; Is 6.1; 57.15).
Não se sabe ao certo qual seja a etimologia e tradução de Abraão. A etimologia tradicional ou popular é apresentada em Gênesis 17.4-5 em que, ao firmar sua aliança com Abrão, Deus mudou o nome do patriarca para Abraão como testemunho da promessa divina de que ele seria “pai de numerosas nações” (ver Hicks, 15; Wiseman, 153-54). O nome Abraão costuma ser considerado uma expansão aram. de Abrão e fundamentalmente idêntico a este último em forma e significado (ver A. E. Speiser, Genesis, 1964, 124). Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento. São Paulo: Cultura Cristã, vol. 4 , p. 347
Abrão ...esta forma tem sido considerada uma variante ou forma dialética de Abrão ( o a adicional indica uma vogal longa como no árabe do sul) ou como um a etmologia popular, visto que nenhuma  palavra rhm, multidão, é reconhecida. Entretanto é possível que a raiz (conforme o árabe ruham, multidão) exista, ainda que não atestada no hebraico bíblico. A derivação apresentada por Halevy.... chefe de uma multidão... é duvidosa O Novo Dicionário da Bíblia. Edição em um volume.São Paulo: Vida Nova, 1995,p. 22
A provável significação de Abrão é: 'o pai é engradecido'. A foma mais extensa não quer dizer coisa alguma, mas por uma semelhança de som sugere a significação hebraica de 'pai da multidão' (Gn 17:5) Dicionário Bíblico Universal . Buckland. São Paulo: Vida: 1981p. 12

 "Moisés[mõseh],1. Nome. Êxodo 2.10 afirma que Moisés recebeu esse nome pois “das águas [eu, a filha de Faraó] o tirei'.Alguns estudiosos argumentam que mõseh corresponde ao verbo egípcio msi. gerar, dar à luz, ou ao subs. ms, criança.Semelhantemente, outros supõem que mõseh é uma forma hipocorística de um nome teóforo (p. ex., har-mose, Hórus nasceu), no qual o elemento divino é eliminado, talvez por motivos monoteístas.O fato de o nome de Moisés aparecer em nada menos do que dois textos egípcios originários da XIX dinastia (século XIII a. C.) dá ainda mais apoio a essa idéia (A. Gardiner, 268-69,277).
Apesar de ser perfeitamente possível que o nome Moisés venha de um radical egípcio, no texto de Êxodo, a etimologia apresentada é mostrada como uma paronomásia com o vb. msh, retirar (# 5406). O fato de o nome mõseh ser formalmente um particípio ativo (“aquele que tira”), enquanto Moisés é o objeto desse ato (por ter sido “tirado das águas”) não representa dificuldade alguma, tendo-se em vista que o escritor não estava procurando criar uma correspondência perfeita entre o nome e a ação. (Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento, vol 4, p. 932-933)

"(mõsheh) Moisés. O versículo importante acerca da escolha do nome de Moisés é Êxodo 2.10, que diz: "[ela] lhe chamou Moisés [mõsheh], e disse: Porque das águas o tirei [m'shítihü]" 
No hebraico o nome próprio "Moisés" é um particípio ativo masculino singular do qal do verbo mãshâ, "tirar (para fora de)", e, por isso, deve ser traduzido como "aquele que tira para fora". Morfologicamente a forma do nome é a que normalmente se espera de um verbo como mãshâ, que os gramáticos da língua hebraica descrevem de variadas maneiras, tais como "verbo de consoante final fraca", tertia infirma, lamed he, e assim por diante. É assim com o verbo bãnâ, "construir", e o particípio ativo bõneh, "construtor", que seguem o mesmo modelo. 
Deve ficar claro que a etimologia apresentada em Êxodo 2.10 não tem o propósito de ser uma explicação filológica exata, como também acontece com a maior parte da onomástica do AT. Caso houvesse precisão, seria de esperar que o nome dado pela filha do faraó ao nenezinho não fosse mõsheh, "aquele que tira para fora", mas mãshuy, "aquele que é tirado para fora", isto é, um particípio passivo. Isso não significa que a explicação dada em Êxodo para o nome seja incorreta. Nem devemos chegar ao extremo de negar a historicidade do acontecimento mediante a sugestão de que tal história surgiu como uma etiologia do nome, isto é, que a história foi criada para responder à indagação de alguém: "por que o nosso grande ancestral chamava-se mõsheh?n. 
A resposta é que o nome "Moisés" é, à semelhança de muitos outros, um trocadilho, um jogo de palavras baseado em assonância. O nome é explicado dessa forma não porque o nome Moisés deriva de mãshâ, mas porque o nome faz lembrar o verbo. Em busca ainda de outras indicações, alguns têm olhado a grafia de Moisés na LXX. Ali a forma grega é mõysês. Escritores antigos explicaram essa grafia no sentido de "salvo (ysés) da água (mõ)n ou de "tirado (sés) da água (mõy). 
Hoje em dia o consenso é de que "Moisés" remonta a uma raiz egípcia ms, "criança", mss, "nascer", ms aparece num antropônimo em egípcio, mas é mais prontamente identificado como a segunda parte de nomes teofóricos, Ahmose — Ah nasceu, Ptahmose — Ptah nasceu, interpretando-se mose como antigo perfectivo egípcio do verbo mss. Essa raiz egípcia aparece claramente na Bíblia no nome "Ramessés" (ra'amsês, Êx 1.11; ra'm'sés, Gn 47.11; Êx 12.37; Nm 33.3, 5). Em egípcio a forma é R'-ms-sw, "Ra é aquele que o gerou", em que o particípio ativo mas é seguido do pronome pessoal masculino se, "o". Lingüisticamente, o problema é explicar a relação entre as sibilantes s em egípcio e sh em hebraico. O problema fica solucionado com a demonstração de que escritos egípcios 883 1255 rtôç (mãshah) de nomes semíticos mostram em sua maioria s no lugar do semítico sh

(Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento)p. 883-884)


Conclusão:
Deus não suprimiu o nome antigo das pessoas, mas acrescentou. 
Deus apenas adicionou nomes ou fez mudanças fonéticas para ressaltar uma promessa ou enfatizar mudança no caráter
Em suma. Seria o mesmo de eu me chamar João e depois passar a Chamar João Lucas. ou Mudar de Vitor para Victor.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Cruz e peixe. Simbolos cristãos do primeiro século. Atesta a arqueologia


Na verdade a cruz e o peixe já eram símbolos cristãos no primeiro século como demonstra a descoberta arqueológica de Israel em Talbiot, perto de uma tumba que supostamente era atribuída a Cristo.

https://www.youtube.com/watch?v=4bwuBHpwKog



https://youtu.be/-b_4nGbXbZw



Em 1980 foi encontrado em Talpiot, um bairro de Jerusalém, um sepulcro com que continham nomes comuns da época como José, Jesus e Mariamne. Em 2007 foi feito um documentário pelo cineasta canadense Simcha Jacobovici:O Túmulo Perdido de Jesus .

A descoberta foi real mas a interpretação de que se tratava da família de Jesus foi rejeitada pelos estudiosos. A tumba foi descoberta em 28 de março de 1980, por trabalhadores da construção civil que lançaram as bases de um complexo de apartamentos,  quando trabalhos de demolição preparatória descobriram acidentalmente a entrada da tumba.

Em 1981 em Talpiot, um bairro de Jerusalém, foi descoberto outra tumba  com 7 urnas de ossos.  Mas um conjunto  de prédios foi construído sobre ele, pois judeus ortodoxos impediram o prosseguimento da pesquisa. Este sepulcro fica a 60 metros do sepulcro que fora atribuído erroneamente a família de Jesus descoberto em 1980.

 Então em 2010 por meio de um braço mecânico e câmeras especiais, Simcha Jacobovici com sua equipe filmou a caverna funerária após obter permissão de autoridades judaicas . Ele introduziu o braço mecânico dentro da tumba por meio de uma perfuração dentro do pátio do corredor de um prédio  e conseguiu filmar os sete ossários, sendo que dois deles continha algumas imagens. Dentre as imagens, as mais importantes foram as palavras, a cruz e o peixe

planta da tumba funerária descoberta em 1981
foto do ossuário descoberto em 1981



foto do ossuário descoberto em 1981


1-- O Nome de Deus  e o termo "levantar"

réplica do ossuário 5 baseada nas imagens de 2010




O ossuário 5 contem as seguintes palavras:

IAIO - tetragrama hebraico (YHWH) transcrito em grego *1

DIOS-  Deus
UPSO- verbo "levantar" em hebraico *2
AGB- agba  "levantar "em grego

*1 Esta grafia aparece  num "tablete de maldição mágico" da Jordânia, com a mesma grafia exata do nome de Deus. Segundo, essa ortografia em particular, embora em grego, seja consistente com o entendimento hebraico da palavra, ou seja, em hebraico, existem quatro letras no nome de Deus; portanto, os primeiros seguidores judeus de Jesus teriam escrito quatro letras para o nome de Deus. em grego.


*2 Essa leitura também combina com uma inscrição em hebraico ao lado de um ossuário encontrado em 1945 pelo lendário professor Eleazar Sukenik, o estudioso que identificou os Manuscritos do Mar Morto. Esse ossuário, encontrado não muito longe de Talpiot, tem quatro cruzes de carvão nas laterais e as palavras “Iesous Aloth”, ou seja, “Jesus, levanta” ou “Jesus, levanta”.   http://www.simchajtv.com/once-again-dramatic-support-for-jesus-tomb/ acesso em  02-11-2017






transcrição paralienar.
Ou seja na primeira e segunda linha temos o nome Deus em grego e em hebraico.
Na terceira e quearta temos o verbo (levantar, ressuscitar)

2- O símbolo da cruz
cruz. símbolo cristão. Mais antiga prova arqueológica

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Para saber sobre crucifixão click 
http://testemunhasdejeovarefutadas.blogspot.com/2013/04/cruz-ou-estaca.html


3- O sinal de Jonas- peixe
O "Signo de Jonas" é uma das primeiras imagens cristãs. Nas catacumbas cristãs de Roma, é a imagem bíblica mais predominante de todas. Para os cristãos primitivos, representava a ressurreição de Jesus, ou seja, como Jonas sobreviveu à barriga do peixe, assim também Jesus ressuscitou.







embora muitos digam que  o desenho acima no ossuário seja  um  vaso, 
a abertura superior  apresenta  muito excessiva para tal





peixe com escamas com um homem na boca. Um símbolo que se remete a ressurreição,
Mateus 12:40 Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra.





Desenhos de Kloner
Esboço publicado pelo arqueólogo Amos Kloner, que em 1981 teve acesso à caverna funeráriahttps://jamestabor.com/an-eyewitness-account-of-the-1981-discovery-of-the-talpiot-jonah-tomb/

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réplica do ossuário 6 baseada nas imagens de 2010








peixes num dos ossuários








observe que dá para ver o fim da cauda do peixe


quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Vineyard ensina a adorar a pessoa de qualquer forma?

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Vem, Está É A Hora
Vineyard

1 Vem, esta é a hora da adoração
 2 Vem, dar a Ele seu coração
 3 Vem , assim como estás para adorar
Vem, assim como estás diante do Pai

Vem

Toda língua confessará ao Senhor
Todo joelho se dobrará
Mas aquele que a Ti escolher
O tesouro maior terá

Vem, esta é a hora da adoração
Vem, dar a Ele seu coração
Vem , assim como estás para adorar
Vem, assim como estás diante do Pai

Vem

Toda língua confessará ao Senhor
Todo joelho se dobrará
Mas aquele que a Ti escolher
O tesouro maior terá


Resposta:
O cântico fala da conversão antes da pessoa adorar a Deus. 

O hino fala da adoração, e que a pessoa assim como está venha primeiro dar seu coração para adorar a Deus.

Portanto a conversão é uma condição para se adorar a Deus.

Textos bases:



Provérbios 23:26 Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos

Fp 2:7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
9 Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,
11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai

Lucas 18:22 Ouvindo-o Jesus, disse-lhe: Uma coisa ainda te falta: vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me.

Mateus 13:44  O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.

Apocalipse 22:17  O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.









quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Doutrinas essenciais à salvação. Critérios para ortodoxia. Análise Bíblica e dos Credos

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Capitulo 6

1-LISTA TEOLÓGICA DE DOUTRINAS ESSENCIAIS 

A abordagem teológica começa com os ensinamentos do Novo Testamento sobre a salvação e pergunta quais sáo as doutrinas essenciais da salvação sem as quais ela não seria possível. Ela utiliza o evangelho, definido por Paulo em Coríntios 15.1-8, que é o poder de Deus para a salvação (Rm 1.16), e pergunta: Quais verdades bíblicas são necessárias para tornar isso possível. Em Romanos 1 a 8, Paulo, falando do evangelho (Rm 1 16) define três aspectos da salvação “nele” (1.17).

 Depois de analisar a condenação (Km l 3a), expõe o evangelho em três etapas: justificação (3b— 5), santificaçao ( 6 - 7 ) e glorificação (8). Afirma que justificação é a salvação da pena do pecado, santificação é a salvação do atual poder do pecado e glorificaçãoe a salvação da futura presença do pecado. Resta, então, identificar quais doutrinas sao necessárias para tornar possível essas três etapas da salvação 


As Três etapas da Salvação: 

1. Justificação : A Salvação da Pena do Pecado 

Onze doutrinas são necessárias para tornar possível a justificação:
 1) A depravaçao humana; 
2) o nascimento virginal de Jesus; 
3) a impecabiídade de Jesus; 
4) a divindade de Jesus; 
5) a humanidade de Jesus; 
6) a unidade de Deus; 
7) a triunidade de Deus; 
8) a necessidade da graça de Deus; 
9) a necessidade da fé; 
10) a morte expiatória de Jesus 
11) a ressurreição de Jesus. 

Sem todas elas, nenhum ser humano alcançaria uma situaçao legal como justo diante de Deus. Porque todos somos pecadores em nos mesmos e de nós mesmos (Rm 1— 3a) e só podemos ser declarados justos diante de Deus, se o justo ( J e s u s ) m o r r e r p e I o s i n j u s t o s ( seres humanos), para que o justo juiz (Deus) possa ser justo quando justificar os injustos. Ou seja, a ira de Deus tem de ser satisfeita antes que Ele possa liberar sua misericórdia e salvar os pecadores, declarando-os justos aos seus olhos (Km 3b— 5). Um estudo posterior dos primeiros pais e credos levou à mesma conclusão. 

2-Santificação: A Salvação do Atual Poder  do  Pecado 

Mais duas doutrinas são necessárias para esta segunda fase da salvação: 
12) a ascensão de Jesus 
13) a vigente intercessão sumo-sacerdotal de Jesus. 

A segunda etapa da salvação é chamada de santificação. Diferente da justificação, a santificação não é questão de posicionamento diante de Deus; e questão de prática na terra. Não nos salva, como a justificação, meramente da pena do pecado, mas nos liberta do poder do pecado dia a dia....

 Por que esses dois fetos são necessários para a santificação? Porque, falando sobre sua ascensão, Jesus disse: “Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador [o Espirito Santo] não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei” (Jo 16.7). 

Sua ascensão ao Pai foi para apresentar a conclusão oficial de sua missão terrena de salvação. Assinalava também o início de seu ministério sacerdotal em prol de nossa santificação, pois ali à direita do Pai, Ele vive sempre para fazer intercessão pelos crentes (Hb 7.25). Foi pela virtude do seu sangue que entrou no céu em nosso favor (Hb 9.11,12). Como o acusador dos irmãos, (Satanás) acusa-nos de nossos pecados diante de Deus (Ap 12.10), Jesus, nosso advogado (1 Jo 2.1), defende a eficácia de seu sangue expiatório diante do Pai. 


3. Glorificação: A Salvação da Futura Presença do Pecado 

14) A segunda vinda de Jesus
A segunda vinda de Jesus é necessária para a conclusão de nossa salvação. Mesmo quando Jesus estava subindo ao céu, os anjos anunciaram que Ele regressaria, dizendo: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir (At 1.11). A segunda vinda de Jesus assinala a derrota final da morte e do pecado (1 Co 15.24,25). Porque por ela somos libertos da morte (Hb 2.14), da dor e do sofrimento (Ap 21.4), 

Paulo nos lembra que hoje “toda a criação geme [...] esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.22,23). Então seremos salvos da presença do pecado. “Seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1 Jo 3.2). “Agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face” (1 Co 13.12). 

Desde os primeiros tempos, os credos e confissões da fé cristã deixaram claro, como a Escritura deixa, que a segunda vinda e o Reino de Jesus incluirão a separação dos salvos dos perdidos (Mt 25), a ressurreição dos 99 justos e injustos Jo 5.28,29; Ap 20.4-6) e o estado eterno do céu (Ap 2 1 -2 2 ) e do. inferno (Ap 20). 

No Credo de Atanásio, por exemplo, lemos: E quando Jesus vier, todos os homens ressuscitarão com o seu corpo, para prestar conta dos seus atos. E os que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna, e os maus para o fogo eterno”. A felicidade consciente e eterna para os remidos e o castigo consciente e eterno dos não remidos fazem parte deste décimo quarto fundamento da fé cristã. p. 99-100

O que Toma um a Doutrina Essencial? 

Há muitos ensinamentos importantes na Bíblia (como a proibição contra a blasfémia, a idolatria, o adultério e o homicídio) que não estão na lista das doutrinas essenciais para a salvação. Então, o que toma fiindamental uma doutrina íundamental. A julgar pelas doutrinas pronunciadas essenciais pela igreja cristã histonca, duas características básicas se revelam. Tem de ser uma doutrina timda a nossa salvafão, ou seja, tem de ser de natureza soteriológica ou salvífica. Tem de embasar o evangelho, que é essencial para a salvação (Rm 1.16). Quer dizer, a salvação que Deus revelou não seria possível sem que isso fosse verdade. Este critério está claramente exposto na maioria das doutrinas essenciais. Obviamente, a trindade, a divindade de Jesus e sua morte expiatória e ressurreição sao necessárias para nossa salvação. Além disso, como demonstrado acima, sua ascensão, atual advocacia e segunda vinda são necessárias para a salvação no sentido amplo que inclui não só a justificação, mas também a santificação e a glorificação.

 No entanto, existem outras doutrinas que nao parecem necessárias para nossa salvação que compõem a lista.

 E quanto ao nascimento virginal? Era essencial para nossa salvação’ Claro que a doutrma subjacente à qual o nascimento virginal aponta — a impecabilidade de Jesus — é essencial para a salvação, porque outro pecador nao pode ser o salvador dos pecadores.3 Ele mesmo precisaria de um salvador. Uma pessoa que esteja se afogando não pode salvar outra pessoa que esteja se afogando. 

Mas o nascimento virginal foi necessário para que Jesus fosse sem pecado? Esse ponto é certíssimo: toda pessoa nascida da maneira natural teria sido — exceto pela intervenção divina — pecadora como nós (Rm 3.23; 5.12). E o nascimento virginal foi uma maneira de contornar essa situação. Se era a única maneira, ou se, digamos, uma concepção imaculada de Jesus teria funcionado é tanto discutível quanto irrelevante. O nascimento virginal era uma maneira de resolver a dificuldade, e foi a maneira que Deus escolheu utilizar. Qualquer coisa que não a concepção virginal teria interrompido a relação sem pecado e celestial entre Pai e Filho. E somente a concepção virginal teria interrompido a relaçãò terrena de pai para filho que vinha desde Adão e evitado a herança de uma natureza humana corrupta e consequente morte. A concepção imaculada de Jesus não teria conseguido esse feito. Além disso, era importante, se não crucial para nossa salvação, que Deus sobrenaturalmente indicasse qual de todos os nascidos de mulher (Gn 3.15; Gl 4.4) era seu Filho, o Salvador do mundo.4

4 Veja J. G. Machen, The Virgin Birth o f Christ (Nova York: Harper & Brothers, 1930). 


A concepção imaculada de Jesus não ter sido um “sinal externo que, desde o início, chamasse a atenção para a natureza sobrenatural e sem pecado do Salvador. Por conseguinte, tanto pela doutrina subjacente da impecabilidade de Jesus quanto por sua natureza como sinal sobrenatural, o nascimento virginal era uma necessidade divinamente designada para nossa salvação. 

DISTINÇÃO ENTRE doutrinas necessárias para tornar a salvação possível e doutrinas  necessárias para sermos salvos:

Uma distinção crucial emerge da discussão acima. As catorze doutrinas críticas são essenciais para tomar a salvação possivel. No entanto, não precisamos expressar a crença explícita em todas elas -para sermos salvos. 

A lista completa das doutrinas cristãs essenciais para tornar a salvação possível é: 

1) A depravação humana; 
2) o nascimento virginal de Jesus;
 3) a impecabilidade de Jesus; 
4) a divindade de Jesus;
 5) a humanidade de Jesus;
 6) a unidade de Deus; 
7) a triunidade de Deus;
 8) a necessidade da graça de Deus; 
9) a necessidade da fé; 
10) a morte expiatória de Jesus; 
11) a ressurreição de Jesus;
 12) a ascensão de Jesus;
 13) a atual intercessão sumo sacerdotal de Jesus 
 14) a segunda vinda, o julgamento final (o céu e o inferno) e o Reino de Jesus. 

Todas estas doutrinas são necessárias para a salvação ser possível em sentido amplo, o que inclui a justificação, a santificação e a glorificação. 



Entretanto, não é necessário crermos em todas essas doutrinas para sermos salvos (justificados). 

Hoje, o mínimo necessário para crermos para sermos salvos é : 5
1) a depravação humana; 
4) a divindade de Jesus; 
5) a humanidade de Jesus; 
6) a unidade de Deus; 
8) a necessidade da graça de Deus; 
9) a necessidade da fé, 
10) a morte expiatória de Jesus e 
11) a ressurreição de Jesus.

5 No Antigo Testamento, ao que parece, o conteúdo necessário para crer (cf. G n 15.6; H b 11.6- Jn 3) era menor que o do Novo Testamento (cf. A t 4.12; 16.31; Rm 10.9,10). Pois não há evidência de que todo crente no Antigo Testamento soubesse que uma pessoa chamada Jesus, que era Deus, morreria por seus pecados e ressuscitaria (veja meu livro Systematic lheology, vol. 3, Sin and Salvatton [Minneapolis: Bethany House, 2004], pp. 414-416). [Edição brasileira: Teologia Ststematica de Norman Geisler, vol. 2, Pecado, Salvação (Rio de Janeiro: CPAD, 2010).

 Obviamente, a impecabilidade de Jesus (3) está implícita em seu nascimento virginal (2) e pelo menos duas pessoas da santíssima trindade (7) estão implícitas na unidade de Deus (6) e na divindade de Jesus (4). 

Algumas das catorze doutrinas nao são necessárias para crermos para sermos salvos. Por exemplo, não é necessário crermos no nascimento virginal, na ascensão, na atual intercessão de Jesus ou na sua segunda vinda ou julgamento final, como condição para ganharmos posição correta diante de Deus (justificação). 

Mesmo algumas que sao necessárias podem ser crenças mais implícitas que explícitas (por exemplo, a depravação humana e a triunidade de Deus).*6 
*6 Claro que a crença na divindade de Cristo, que é necessária, implica algum tipo de pluralidade na unidade de Deus, mas em si e por si mesma não acarreta a plena doutrina da trindade. cristã.


No que diz respeito à depravação, precisamos crer que somos pecadores que precisam de um Salvador, mas não em tudo o que está envolvido na doutrina ortodoxa da depravação (como a herança de uma natureza pecaminosa). Semelhantemente, ainda que a divindade de Jesus também esteja implícita nesta visão, a qual envolve duas pessoas que são Deus, não há razão para acreditar que, para a salvação, precisamos entender e crer explicitamente na doutrina ortodoxa da personalidade e divindade do Espírito Santo, que está unido com as outras duas pessoas em uma só natureza. 

Na verdade, muitos não entendem isso claramente, mesmo anos depois de serem salvos! A lista completa das doutrinas essenciais é essencial para tomar a salvação possível, mas nem todas são essenciais para crermos para sermos salvos. Todas sao essenciais paia crermos a fim de que sejamos cristãos coerentes, mas nem todas são necessárias para crermos a fim de que sejamos cristãos autênticos. 


2- UMA ABORDAGEM HISTÓRICA ÀS DOUTRINAS ESSENCIAIS 

O Ponto de grande interesse é que essas mesmas catorze doutrinas essenciais da salvação constam nas primeiras confissões e credos da igreja cristã.  Portanto, há uma confirmação histórica do processo-teológico pelo qual chegamos às mesmas conclusões.*7
*7 F. L. Cross, editor, The Oxford Dictionary o f the Christian Church, segunda edição (Oxford, UK: Oxford University Press, 1978), p. 1.070. 


 O Credo dos Apóstolos 

Creio [9] em Deus [6] Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor [4], que foi concebido pelo poder do Espírito Santo [7], nasceu da virgem Maria [2, 3]; padeceu [10] sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto [5] e sepultado; (desceu à mansão dos mortos;) ressuscitou ao terceiro dia [11]; subiu aos céus [12]; está sentado à direita de Deus Pai [13] Todo-Poderoso, de onde há de vir a julgar òs vivos e os mortos [14]. Creio no Espírito Santo, na santa igreja católica [universal], na comunhão dos santos, na remissão [8] dos pecados [1], na ressurreição da carne,*8 na vida eterna [14]. Amém. 

* 8 Foi só nos tempos modernos que a palavra “came”foi gnosticizada em corpo , uma palavra mais suave que pode ser mais facilmente entendida em menos que o sentido material. Isto é contrário a toda história do credo até e durante a reforma. Mais importante ainda, é contrário ao Novo Testamento (Lc 24.39; A t 2.31; cf. 1 Jo 4.2; 2 Jo 7). Veja Norman L. Geisler, The Battle fo r the Resurrection (Nashville: Thomas Nelson, 1989, cap. 6). O teólogo neo-ortodoxo Emil Brunner declarou en&ticamente: “Ressurreição do corpo, sim! Ressurreição da came, não!” Veja The Christian Doctrine o f Creation and Redemption: Dogmatics, vol. 2 (Philadelphia: The Westminster Press, 1952), p. 372. [Ediçáo brasileira: A Doutrina Cristã da Criação e Redenção, vol. 2 (Sao Paulo- Fonte Editorial, 2006).] Muitos neo-evangélicos seguiram o exemplo (veja George Ladd, / Believe in the Resurrection o f Jesus [Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1976], e Murray Harris, From Grave to Glory [Grand Rapids, MI: Zondervan, 1990]).

[observação*  Tendo em vista a data do Credo de Nicéia e os escritos dos pais da igreja sabe-se que ele fala da trindade, ou seja, de Jesus como pessoa divina e distinta do Pai e do Espírito Santo como pessoa divina. Embora a leitura isolada do credo não chegue a estas conclusões necessariamente.Pois o termo Senhor era usado como título de divindade ou como forma de tratamento a autoridades como interpretava o herege Ario de Alexandria] Nota minha

Vale ressaltar que todas as catorze doutrinas da salvação estão neste credo. 


O Credo de Niceia (3 2 5 d. C .) Da mesma forma, o Credo de Niceia contem todas as catorze doutrinas essenciais da salvação: 

Cremos [9] em um só Deus [6], Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Cremos em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigénito de Deus [4], gerado do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, luz da luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito [4], da mesma substância [6] do Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação [10] desceu dos céus: se encarnou pelo Espírito Santo [7] no seio da virgem Maria [2, 3] e se fez homem [5]- Também por nós foi crucificado [10] sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou dos mortos ao terceiro dia, conforme as Escrituras [15]; e subiu aos céus [12], onde está assentado à direita de Deus Pai [13]. Donde há de vir, em glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim [14]. Cremos no Espirito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai (e do Filho); e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado [7]: ele falou pelos profetas [15]. Cremos na igreja una, santa, católica e apostólica. Confessamos um só batismo para remissão [8] dos pecados [1]. Esperamos a ressurreição dos mortos; e a vida do mundo vindouro [14]. Amém. 

Além das catorze doutrinas essenciais da salvação, o Credo de Niceia faz referência à Escritura (um fundamento epistemológico) como base para os credos.9 
 *9 Várias traduções atualizadas deste credo têm sido adotadas por diferentes grupos, mas o conteúdo geral permanece o mesmo.

O Credo de Atanásio (c. 4 2 8 d. C .) *10 Ainda que a maioria dos estudiosos não acredita que Atanásio tenha sido o autor deste credo, as palavras refletem a forte ênfase na divindade de Cristo. Além disso, é a mais antiga e a mais forte declaração explícita em formato de credo sobre a trindade. 
*10"Phillip Schaff  afima que "é Uma exposição clara e precisa das decisões doutrinárias dos primeiros quatro concílios ecumênicos entre 325 e 451 d.C." (veja The Creeds , fC hritondem , 1 37). Isso colocaria o credo depois de 451 d.C. 

Diz o seguinte: 

Quem quiser salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica, porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem duvida por toda a eternidade.*11 A fé católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas e três Pessoas em um só Deus, sem confundir as Pessoas nem separar a substância [essência]. Porque uma só é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo. Mas uma só é a divindade do  Espírito Santo,  Ígual a glória, coeterna a majestade [...]  O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado. [...] O Pai e eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. [...] Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. E, contudo, não são tres deuses, mas um só Deus. [...] À religião católica nos proíbe dizer que são três  deuses ou senhores. O Pai não foi feito, nem gerado, nem criado. O Filho procede do Pai; não foi feito, nem criado,as gerado. O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procede do Pai e do E nesta trindade não há nem mais antigo nem menos antigo, nem maior nem menor, mas as três Pessoas são coeternas e iguais entre si.Quem, pois, quiser salvar-se, deve pensar assim a respeito da trindade Mas para alcançar a salvação, é necessário ainda crer firmemente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo. A pureza de nossa fé consiste, pois, em crer ainda e confessar que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem. É Deus, gerado na substância [essência] do Pai desde toda a eternidade; é homem porque nasceu, no tempo, da substância [essência] de sua mãe. Deus perfeito e homem perfeito com alma racional e carne humana. Igual ao Pai segundo a divindade; menor que o Pai segundo a humanidade. E embora seja Deus e homem, contudo não são dois, mas um só Cristo. É um não porque a divindade se tenha convertido em humanidade, mas porque Deus assumiu a humanidade. Um, finalmente, não por confusão de substância [essência], mas pela unidade da Pessoa. [...] Ele sofreu a morte por nossa salvação, desceu ao inferno e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos. Subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. E quando vier, todos os homens ressuscitarão com seu corpo para prestar contas de seus atos. E os que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna, e os que tiverem praticado o mal, para o fogo eterno. 

*11 Os anglicanos e a maioria dos grupos protestantes adotam este credo, apesar de alguns terem fortes ressalvas sobre a condenação ao inferno de todos os que rejeitam o credo em sua totalidade. [...] 

Várias coisas são notáveis neste credo. Primeiramente, além de afirmar as doutrinas essenciais dos credos anteriores, enfatiza a trindade e a encarnação de Cristo. Em segundo lugar, foi dirigido contra muitas heresias. Contra o triteísmo, afirma que “não são três deuses, mas um só Deus”. Contra o monofisismo, assevera que não há “confiisao” ou mistura das duas naturezas. Contra o nestorianismo, declara que há uma “unidade” das duas naturezas em uma Pessoa. E em oposição ao arianismo, o Filho é de “substância [...] igual entre si” com o Pai e não foi “feito”, mas é “incriado” e “eterno”. 

Quanto ao suposto absurdo lógico que o Deus infinito não pode tomar-se homem finito, ficca claro que a deidade não se tomou humanidade, mas que a segunda Pessoa da trindade assumiu a natureza humana em adição à sua natureza divina. Claro que isso elimina a heresia do adocionismo, que Jesus era meramente um homem que foi adotado na divindade como Filho. Não foi a subtração da deidade, mas a adição da humanidade. Até o apolinarianismo é excluído, uma vez que fala que o Filho é plenamente humano, “Deus perfeito e homem perfeito com alma racional e carne humana”, não parcialmente humano.

 Por fim, este é o primeiro dos credos a falar explicitamente sobre a natureza do julgamento final depois da segunda vinda de Cristo, determinando a “vida eterna” (céu) para os salvos e o “fogo eterno (inferno) para os perdidos. Tendo em vista que ambos os estados são usados sem paralelo e uma vez que “vida eterna” implica existência consciente, entao o mesmo implica “fogo eterno”. A frase “perecerá sem dúvida por toda a eternidade” também implica consciência, visto que na aniquilação a pessoa morreria instantaneamente, não eternamente. Assim, o credo também pronuncia que a aniquilação é herética. E já que implica que haverá pessoas em ambos os lugares, o universalismo também é excluído da ortodoxia. m suma, este é um credo fantástico que explicitamente anatematiza as heresias mais do que qualquer outro credo antigo.

 O Credo da Calcedônia (451 d .C .) Este credo foi aprovado em uma sessão ecumênica. Abrange todos os credos anteriores e acrescenta doutrinas essenciais teológicas desenvolventes. Declara: 

Fieis aos santos pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar [9] um só e mesmo Filho [4], nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito [3] quanto à divindade [4] e perfeito quanto à humanidade [5]; verdadeiramente Deus [4, 6] e verdadeiramente homem LU constando de alma racional [humana] e de corpo [5], consubstanciai com o Pai [4] segundo a divindade [7], e consubstanciai conosco, segundo a humanidade [5]; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado [1]; gerado segundo a divindade [4] pelo Pai antes de todos os séculos, e nestes últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação [10], nascido da virgem Maria [2], portadora de Deus reterente a sua humanidade [5]; um e só mesmo Cristo, Filho, Senhor Umgemto, que se deve confessar, em duas naturezas [4, 5], inconfundiveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa [4, 5] e em uma subsistência [hipóstase]; não separado nem dividido em duas pessoas mas um só e o mesmo Filho, o Unigénito, Verbo [Logos] de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme os profetas desde o princípio [15; examinaremos esta décima quinta doutrina crucial mais tarde] acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e o Credo dos santos Pais [isto é, o Credo de Niceia] nos transmitiu.

 Além de outras doutrinas essenciais, o Credo da Calcedônia destaca a trindade o nascimento virginal de Cristo, sua humanidade e divindade e a unidade hipostática de suas duas naturezas em uma pessoa, sem separação, nem confusao. Além disso, enfatiza a perfeição e completude das duas naturezas juntamente com a eternidade do Filho, antes de todos os séculos. Alem da tônica na união das duas naturezas, o credo vai tão longe quanto chamar Maria de portadora de Deus (theotokos), por causa da pessoa a quem ela deu a luz, em relação à natureza humana, também era Deus, em relação a natureza divina. 


3-CRITÉRIOS DISCERNENTES PARA A ORTODOXIA 

A numeração entre colchetes inserida nos credos revela que todas as catorze doutrinas essenciais da salvação mencionadas acima também se encontram nestes primeiros credos. Ainda que muitos dos segmentos do cristianismo aceitem estes três primeiros credos e quatro concílios como definição definitiva de ortodoxia, nem todos dão o mesmo peso aos credos.

 Os católicos romanos aceitam vinte e um concílios da igreja como fidedignos. A Igreja Ortodoxa Oriental aceita somente os primeiros sete. Os não católicos aceitam apenas quatro e destacam numerosas doutrinas pronunciadas por concílios mais recentes que são contrárias às Escrituras.*12 Entre elas incluem-se a adoração aos ícones, a veneração à Maria, a oração pelos mortos, o purgatório, a necessidade de obras para a salvação, a inspiração dos livros apócrifos, a adoração dos elementos consagrados na eucaristia, a assunção de Maria e a infalibilidade do papa.13 

A visão reformada (seguindo Lutero e Calvino) aceita geralmente apenas os quatro primeiros concílios da igreja, pois, começando com o quinto concílio, as doutrinas questionáveis começam a emergir. A visão anabatista, que fazia parte da reforma radical, incluindo a maioria dos batistas, congregacionais, pentecostais, menonitas, da Igreja Livre e de igrejas independentes, vem desta tradição. Entre os primeiros anabatistas estavam Balthasar Hubmaier, Jacob Hutter, Hans Denck, e Menno Simons. Ainda que muitos dessa tradição tivessem grande respeito pelo Credo dos Apóstolos e fossem evangélicos em suas crenças doutrinárias centrais, rejeitaram toda autoridade eclesiástica, sustentando firmemente que só a Bíblia tem autoridade divina.1 Isso não quer dizer que acreditassem que não havia valor nas confissões, nem que os credos primitivos não contivessem doutrina ortodoxa essencial. Significa que somente a Bíblia é infalível e autoridade divina.

 Para citar Tomás de Aquino, que resumiu o que muitos pais antes dele criam: “Cremos nos sucessores dos apóstolos só à medida que nos dizem as coisas que os apóstolos e profetas deixaram em seus escritos” (Thomas de Aquino, On Truth [Tomás de Aquino, Sobre a Verdade], 14.10 ad 11). 
12 Veja N orm an L. Geisler, “The Historical Development o f Roman Catholicism”, The Christian Apologetics Journal, vol. 4 (Primavera de 2005): pp. 21-62, publicada por Southern Evangehcal Seminary, Charlotte, N C (www.ses.edu). « 

 13Veja Norm an L. Geisler e Ralph MacKenzie, Roman Catholics and Evangelicals: Agreements and Differences (Grand Rapids, MI: Baker, 1995).

 14 Keith Mathison caracterizou indevidamente este ponto de vista como Sola Scnptura em lbe Shape o f Sola Scnptura (Moscow, ID: Canon Press, 2001). Veja minha análise crítica em The Christian Apologetics Journal (Primavera de 2005): pp. 117-129 (www.ses.edu). 

A Diferença entre Explícito e Implícito 

Nem todas as doutrinas essenciais nos credos estão explicitamente declaradas. A doutrina das Escrituras é um exemplo. Embora esteja em toda parte implícita como base única e infalível para a crença cristã, em nenhum lugar é tratada explicitamente. Nenhum credo ou concílio tratou dela, mas todos a implicaram e a citaram. Da mesma forma, a doutrina da depravação humana não é explicitamente tratada nestes antigos credos, mas está implícita nas declarações sobre a morte de Jesus pelos nossos “pecados” e na necessidade de "remissão” de pecados e ‘perdão”. É esta distinção entre crença explícita e implícita, que levou muitos teologos a falar fidei implicitus (fé implícita). 

Por exemplo, a pessoa que cre na divindade de Jesus e na unicidade de Deus é implicitamente trinitária, ainda que não creia (porque não lhe falaram a respeito) na doutrina formal da trindade

Pelo visto, a pessoa que crê no evangelho (que o Senhor Jesus Cristo morreu pelos pecados dela e ressuscitou) pode ser salva mesmo não sendo uma trinitária explícita. A diferença entre as doutrinas necessárias para a Salvação e as Doutrinas Necessárias para Crerm os a fim de sermos Salvos .

Nem todos os fundamentos soteriológicos são necessários para explicitamente crermos a fim de que sejamos salvos. Por exemplo, nenhum texto sacro afiíma que o nascimento virginal fcz parte do que é necessário para crermos paia que entremos no céu. No entanto, se Jesus não tivesse nascido de uma virgem, Ele seria pecador tanto como os outros filhos nascidos de Adão (Rm 5.12,13). E se Ele não fosse sem pecado, então não poderia nos salvar do pecado. Portanto, como já observado, há nítida diferença entre o que tem de ser verdadeiro para que sejamos salvos e o que tem de ser crido para que sejamos salvos. Semelhantemente, poderíamos não crer e até descrer na segunda vinda de Cristo e, ainda assim, sermos salvos. Claro que se não houver segunda vinda, então não poderemos ser salvos no sentido pleno de um dia sermos salvos da presença do pecado (glorificação). 

A Diferença entre Negar  e não Crer numa Doutrina 

Há certas doutrinas essenciais que podemos não crer e, ainda assim, ser salvos. Podemos não crer no nascimento virginal, na inspiração das Escrituras, na ascensão de Jesus, na sua defesa diante do Pai e na sua segunda vinda e, ainda assim, sermos salvos. Podemos não crer nessas doutrinas, porque ainda não fomos informados a respeito. Ou podemos conhecê-las, mas mesmo assim não crer que fàçam parte do que é necessário crermos para ser salvos. 108 

No entanto, há certas coisas que não podemos negar hoje15 e, ainda assim, ser salvos. 

Precisamos crer no evangelho, que Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou (1 Co 15.1-6). Temos de crer em nosso-coração que Deus ressuscitou Jesus dos mortos (Rm 10.9). Temos de crer no Senhor Jesus Cristo (At 16.31). Tendo em vista que o termo “Senhor” (em grego, kurios), usado para referir-se a Jesus no Novo Testamento, significa divindade,*16 segue-se que não podemos negar a divindade de Jesus e ser salvos. 

16 A palavra “Senhor” usada em relação a Jesus no Novo Testamento significa divindade, afirmação que é clara pelos seguintes fatos: É a tradução habitual da palavra hebraica Yahweh (Senhor), cujo significado único no Antigo Testamento grego (a Septuaginta) é Deus. É a tradução do Novo Testamento da escritura do Antigo Testamento que se refere a Yahweh (M t 3.3; 22.44). Ê usada no contexto de adorar a Jesus Jo 20.28; Fp 2 .11 ), mas sabemos que só Deus deve ser adorado. 

Claro que se ninguém nos ensinar sobre a divindade de Jesus, então é possível não crermos nela e, ainda assim, sermos salvos. Certamente nem todos os santos do Antigo Testamento compreenderam a divindade do Messias e creram nela como condição para serem salvos. Mas se conhecemos a doutrina da divindade de Cristo e, mesmo assim, a negamos, não há base no Novo Testamento que afirme que somos salvos. É uma condição normativamente necessária para a salvação hoje (Rm 10.9; At 2.21,36; 3.14-16; 5.30-32; 10.36; 16.31; 1 Co 12.3). É necessário crermos “no Senhor Jesus Cristo” para sermos salvos (At 16.31, grifo meu). Temos de crer no coração e confessar com a boca o u Senhor Jesus” para sermos salvos (Rm 10.9,10, grifo meu). Isso significa que quem crê que Jesus é Miguel, um anjo criado (como creem as testemunhas de Jeová), não é salvo. Da mesma forma, os mórmons que creem que Jesus é irmão de Lucifer não são salvos. Significa também que os arianos (seguidores de Ário, século IV)) que negam a divindade de Jesus, não são salvos.17 
* 17 Claro que é possível que alguns arianos não tenham sido devidamente informados sobre a divindade de Jesus, tendo apenas uma fé implícita nessa doutrina, mas, ainda assim, são salvos. Neste caso, porém, a prova de que têm essa fé implícita na divindade de Jesus seria que, quando devidamente ensinados a esse respeito pelas Escrituras, eles colocam a fé na divindade de Jesus explicitamente (cf. A t 19.1-6). Pelo visto, até o próprio Ário m udou de opinião e aceitou a conclusão do Credo de Niceia, que afirma a divindade de Jesus.

A Diferença entre Heresia e Salvação H á diferença entre ser herege e estar perdido. Podemos ser hereges em algumas doutrinas e, ainda assim, sermos salvos. Sermos salvos (justificados) depende apenas de crermos em certas verdades salvadoras 15 

Dizemos "hoje”, porque o progresso da revelação de Deus requer que mais conteúdo seja explicitamente crido hoje (por exemplo, o “nome” de Jesus, At 4.12; Jo 3.18,36; 8.21) do que era no tempo do Antigo Testamento (cf. G n 15.5,6; Jn 3) como a divindade, morte e ressurreição de Jesus pelos nossos pecados. Mas podemos descrer no nascimento virginal, na inspiração da Bíblia, na ascensão e na segunda vinda de Jesus e, ainda assim, sermos salvos. Em suma, podemos ser hereges em uma série de doutrinas e, mesmos assim, sermos salvos. Claro que estaremos sendo antibíblicos e incoerentes. Mas é melhor sermos incoerentemente salvos do que estarmos coerentemente perdidos. Lógico que é ainda melhor sermos coerentemente salvos, mas esta não é a questão em apreço. 

A Diferença entre ser Herege em um a Doutrina e Herege em todas as Doutrinas 


Se negamos uma doutrina essencial, somos, então, hereges? Somos hereges na doutrina em particular que negamos, mas não hereges nas demais. Por exemplo, se negamos a inerrância da Bíblia, ainda assim, podemos ser salvos. A inerrância, por mais epistemologicamente importante que seja, não faz parte do plano de salvação necessário para crermos para sermos salvos. Da mesma forma, podemos negar o nascimento virginal e, mesmo assim, sermos salvos, pelas mesmas razões. Sermos heterodoxos em uma doutrina não significa que não somos ortodoxos nas outras doutrinas. Claro que precisamos ser ortodoxos nas doutrinas salvíficas acima mencionadas para sermos salvos.


 TRÊS DIFERENTES TIPOS DE DOUTRINAS ESSENCIAIS 


Uma importante doutrina ausente da lista de catorze doutrinas necessárias para a salvação é (15) a inspiração das Escrituras. Os antigos credos sequer a mencionam, e os credos mais recentes não a elaboram. As razões básicas para isso emergem da natureza da situação. Primeiro, a doutrina nunca foi questionada. Era um fato aceito na Igreja Primitiva que as Escrituras eram a base para os credos. Na verdade, os primeiros pais citaram o Novo Testamento mais de trinta e seis mil vezes, todos os versículos, exceto onze! *18 

*18 Veja Norman L. Geisler e William Nix, A General Introduction to the Bible (Chicago: Moody lress, 1968), p. 431. [Ediçáo brasileira: Introdução Bíblica: Como a Bíblia Chegou até Nós (São Paulo: Vida, 1997).] 



Além disso, os credos foram formados em resposta a ensinos heréticos, e nenhum dos antigos mestres da igreja questionou a autoridade divina das Escrituras.*19 Em suma, os credos não tratavam das Escrituras; estavam baseados nas Escrituras. Este fato fica claro em credos mais recentes que se referem as Escrituras como base. 
*19 Veja Norman L Geisler, Systematic Theology, vol. 1, Introduction and Bible (Mineápolis: Bethany House, 2003), cap. 17. [Edição brasileira: Teologia Sistemática de Norman Geisler, vol. 1, Introdução; Biblia (Rio de Janeiro: CPAD, 2010).]

H á outras razões por que diferentes listas de doutrinas essenciais ou fundamentais têm sido propostas. Uma razão é a incapacidade de distinguir entre três diferentes tipos de fundamentos: o fundamento soteriológico, o fundamento epistemológico e o fundamento hermenêutico. 

Fundamento Soteriológico

 Fundamentos soteriológicos são aqueles que têm a ver com a salvação. Em suma, se essas doutrinas não são verdadeiras, então a salvação não é possível. É por isso que essas catorze doutrinas são pontos essenciais da fé, como mostra o estudo acima. Além disso, podemos dividir os fundamentos salvíficos (salvadores) em: os necessários para a justificação (por exemplo, a morte e ressurreição de Jesus), os necessários para a santificação (por exemplo, a ascensão de Jesus, sua atual sessão como nosso advogado) e os necessários para a glorificação (por exemplo, a segunda vinda de Jesus e o julgamento final). 

Fundamento Epistemológico
Conspícua por sua ausência da lista de doutrinas essenciais esta (15) a inspiração das Escrituras, que foi listada como um dos grandes fundamentos da fé por conservadores modernos, como B. B. Warfield, Charles Hodge e J. Gresham Machen. A razão para a ausência é que estávamos falando sobre fundamentos soteriológicos (salvação). Podemos ser salvos sem crer na inspiração e (consequente) inerrância da Biblia.20 

 20 A inerrância decorre logicamente da inspiração divina. Porque se a Bíblia é a Palavra de Deua v, Deus não pode errar, então se conclui logicamente que a Bíblia não pode errar em nada do que afirma (ou nega). Veja N orm an L. Geisler, editor, Inerrancy (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1979). [Edição brasileira: A Inerrância da Biblia (São Paulo: Vida, 2003).

Uma Escritura inerrante não é necessária para a salvação. As pessoas eram salvas antes que houvesse Bíblia, e as pessoas são salvas por meio da leitura de cópias errantes da Bíblia. Além disso, a crença na inerrância não é necessária para sermos salvos. 

Inspiração e inerrância não são teste de autenticidade evangélica, mas de coerência evangélica. A crença na inspiração e na inerrância não faz parte do plano de salvação que temos de crer para que sejamos salvos. Mas a inspiração e inerrância fàzem parte da fundação que torna o plano de salvação cognoscível. A fim de termos um alicerce firme para o que cremos, Deus julgou necessário fornecer uma Palavra inerrante como a base de nossa crença. Como disse Tomas de Aquino: “A fim de que a salvação fosse mais facilmente levada para o homem e fosse] mais certa, foi necessário que os homens aprendessem as coisas divinas através da revelação .divina .21

João Calvino acrescentou: “Nossa fé na doutrina só está firme quando temos a perfeita convicção de que Deus é o autor [da Escritura]. Por conseguinte, a maior prova da Escritura é uniformemente tirada do caráter daquele cuja palavra ela é”.22 

Portanto, a inspiração não e um fundamento soteriológico, mas um fundamento epistemológico. A epistemologia (do grego, episteme) versa sobre como sabemos. E sem uma revelação totalmente verdadeira e divinamente fidedigna proveniente de Deus, como a que temos nas Escrituras, nunca poderíamos ter certeza de quais doutrinas são necessárias para nossa salvação. Todavia, os grandes credos ecumênicos mencionam as Escrituras” como a base para o que cremos (veja acima). Desta forma, confirmam este fundamento epistemológico da fé.


 Fundam ento Hermenêutico Pressupomos ainda um terceiro tipo de fundamento neste estudo: o fundamento hermeneutico. Todas as doutrinas fundamentais acima relacionadas com a nossa salvação baseiam-se em (16) a interpretação literal e histórico gramatical da Escritura.23 Sem isso não há ortodoxia. A maioria das seitas especializam-se em negar esse método literal, no todo ou em parte. É como podem tão facilmente torcer as Escrituras para proveito herético próprio.24 Toda a doutrina protestante de sola Scriptura (só a Bíblia) está baseada na precondição de uma interpretação25 literal da Bíblia.26 
A hermenêutica literal é o método fundamental que torna todos os fundamentos doutrinários possível. 

*21 Veja Thomas Aquinas, Summa Theologica [Tomás de Aquino, Suma Teológica], 

 *22 1.1.1. John Calvin, Institutes o f the Christian Religions, tradução para o inglês de Henry Beveridge (London: James Clarke, 1953), 1.7.4. [Edição brasileira: João Calvino, As Institutas__Edição Clássica, 4 vols. (São Paulo: Cultura Cristã, 1985).] 

23 Geisler, Systematic Theology, vol. 4, cap. 13. [Edição brasileira: Teologia Sistemdtica de Norman Geisler, vol. 2 (Rio de Janeiro: CPAD, 2010).]

24 Norman L. Geisler e Ron Rhodes, Correctingthe Cults (Grand Rapids, MI: Baker, 2005). [Edição brasileira: Resposta às Seitas (Rio de Janeiro: CPAD, 2008).] 

25 Claro que o método “literal” não significa que não possa haver figuras de linguagem. Significa que a Bíblia inteira é literalmente verdadeira, exatamente como o autor quis, ainda que nem tudo seja literalmente verdade. H á parábolas, metáforas e muitas figuras de linguagem na Bíblia que transmitem uma verdade literal. 

26 Veja os artigos e resenhas em Christian Apologetics Journal (Primavera de 2005), wvm.ses.edu. 

RESUMO E CONCLUSÃO 

Saber que as doutrinas são essenciais para a fé cristã é necessário para a preservação do cristianismo ortodoxo, o delineamento da heresia e a identificação das seitas. E também necessário para a unidade cristã, pois não há verdadeira unidade sem unidade na verdade. E não há unidade essencial sem a unidade nas doutrinas essenciais. E não há unidade nas doutrinas essenciais, sem saber quais são as doutrinas essenciais. Teológica e historicamente, as doutrinas essenciais da fé cristã são os pilares que sustentam o evangelho. Soteriologicamente, mostramos que há catorze. Mas além destas, há um fundamento epistemológico, que é (15) a inspiração e infalibilidade das Escrituras. Esta é a fonte e fundamento de toda doutrina essencial da salvação. Neste sentido, é o fundamento dos fundamentos. No entanto, nenhuma dessas doutrinas seria possível se não fosse por (16) o método de interpretação literal e histórico-gramatical. Este, então, é o fundamento hermenêutico da fé. Portanto, há dezesseis doutrinas essenciais pelas quais conhecemos a fé cristã ortodoxa, a base da unidade verdadeira. É dentro deste contexto que o famoso ditado se aplica: “Nas coisas essenciais, unidade, nas coisas não essenciais, liberdade, e em todas as coisas, caridade”.  Razóes para Crer. São Paulo:CPAD. 1 edição: Fevereiro / 2013  p. 97 -113

Seita


Para uma religião ser uma seita (estar num grupo que) deve negar pelo menos uma das seguintes doutrinas:



  • Crença exclusiva num único Deus; 1 Jo 5:20
  • crença na divindade de Cristo Rm 1:19-23; Jo 8:34; 1 Jo 2:23
  • crença na pecaminosidade humana Rm 3:23
  • salvação eterna pela graça por meio da  no único Salvador (Jesus) Ef 2:8-9; Lc 23:43; Gl 5:4
  • crença na encarnação de Cristo, Fp 2:6-1; Jo 1:1
  • crença na morte vicária 2 Coríntios 5:3, 14-15
  • crença num único mediador 1 Tm 2:1-2
  • crença na ressurreição corpórea de Cristo 1 Co 15:14-17
  • crença na infabilidade bíblica; Jo 10:35; Mt 5:18
  • crença no Juízo divino; Atos 10:42; 2 Timóteo 4:1 ; Rm 2:16;
  • crença numa vida de santidade de acordo com as regras das Escrituras, o que inclui não invocar ou cultuar os santos e outros mortos ou aprovar pecados sexuais 1 Jo 3:8-10; 1 Co 6:9-10; 1 Tm 1:10; Gl 5:20-21; Rm 13:13
Para maiores detalhes veja:
https://averacidadedafecrista.blogspot.com/2015/09/como-identificar-uma-seita-o-que-e-seita.html