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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Suicídio, liberdade, doença e salvação. Suicídio: Uma morte evitável



























 1. DEFINIÇÃO

A Etmologia da palavra vem de ¹sui- pronome reflexivo e não do ²sui -porco, como erradamente disse o CFP:

"Estou falando em pobreza terminológica porque, em geral, são derivações da palavra suicídio, que viria supostamente do latim clássico, mas que se formos ver, não tem uma relação tão direta assim, já que sui, no latim clássico, não significa ‘de si’, como se entende na formação da palavra suicídio, mas suíno (sus/sui). Se um romano, como Cícero, escutasse o termo suicídio, imaginaria provavelmente que teria carne de porco na refeição. Encontraremos somente no alemão a palavra Freitod, que significa morte livre, e não estabelece uma conotação pejorativa como, por exemplo, auto assassinato (self-killer), assassino de si (self-murderer) e coisas do gênero"😨😨😨😨 CFP, CONSELHOS REGIONAIS DE PSICOLOGIA,  CENTRO DE REFERÊNCIA TÉCNICA EM PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS O SUICÍDIO E OS DESAFIOS PARA A PSICOLOGIA Brasília, dezembro, 2013 1ª Edição
 "¹sui- elemento de composição:
antepositivo, do latim sui, genitivo do pronome reflexivo se, conexo com o gr. autós - ver aut(o)- , de muito maior vitalidade em port.; ocorre nos cultismos suicida, suicidado, suicidante, suicidar, suicídio, suicidomania, suicidomaníaco, suicidômano, do s XIX em diante" 
Dicionário Houaiss Eletronico
²sui elemento de composição
antepositivo, do lat. sus,suis 'porco', conexo com o gr. hûs,huós - ver hio- ; ocorre em voc. já orign. lat., como suíno (em curso no vern. desde o sXVII), já em cultismos do sXIX em diante, alguns dos quais verdadeiros subcompostos: suida, suídeo, suiforme, suil, suília, suinicídio, suinícola, suinicultura/suinocultura, suinofagia, suinófago, suinofobia, suinófobo 
Dicionário  Houaiss Eletronico

"-cida  elemento de composição:
pospositivo, do latim -cída 'que mata, que corta, que deita abaixo' (como em homicída adj.s.2g., de homo,ìnis 'homem' + -cída), der. do radical de caedo,is,cecídi,caesum,caedère 'cortar, deitar abaixo, imolar', com apofonia, ver ces- ; em comp. cultos do s XIV em diante, como: angüicida, animicida, apicida, bactericida, bernicida, calicida, carrapaticida, deicida, ervicida, feticida, filicida, formicida, fradicida, fratricida, fungicida, gaticida, germicida, herbicida, homicida, infanticida, inseticida, liberticida, loculicida ('que rompe, destrói os lóculos', em botânica), lumbricida, mariticida, matricida, microbicida, parasiticida, parricida, poricida, raticida, regicida, republicida, septicida, suicida, tauricida, tiranicida, uxoricida, vermicida; a partir de 1945, com a consagração da pal. genocida/genocídio, a série, até então fiel à vogal -i- lat. de ligação, passou a admitir também a gr. -o-: etnocida/etnocídio, ecocida/ecocídio, fitocida/fitocídio, geocida/geocídio, glotocida/glotocídio, zoocida/zoocídio; a emergência do fr. suicidaire (1901) ensejou pouco tempo depois o adj. suicidário, parcialmente sinônimo (como adj.) de suicida; suicidário passou assim a ser padrão potencial para com todos os casos aqui relacionados" 
Dicionário Houaiss Eletronico
"suicida  adjetivo de dois gêneros, relativo a ou que envolve suicídio
sinônimo de autocida"  Dicionário Houaiss Eletronico
" suicidar-se verbo  pronominal
1-pôr termo à própria vida; matar-se
Ex.: suicidou-se por não suportar mais a vida" 
Dicionário Huoaiss Eletronico
 O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal. Também fazem parte do que habitualmente chamamos de comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio. Uma pequena proporção do comportamento suicida chega ao nosso conhecimento. A figura 1 ilustra a prevalência de comportamento suicida na população brasileira ao longo da vida mostrando, por exemplo, que 17% das pessoas no Brasil pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014

2-TIPOS DE SUICÍDIO
"O risco de morte intencional autoinfligida é classificada na sociologia como:
  •  altruísta (por uma causa tida como nobre e importante),
  •  fatalista (como nos casos do moribundo que pensa em abreviar o sofrimento antes de uma morte já prevista),
  •  anômica (quando o sujeito sente que a sociedade em seu entorno está degenerada a ponto de não mais haver condições de sobrevivência) e
  •  egoísta (por motivos pessoais, como nas depressões, nos transtornos de personalidade borderline e explosiva e outros transtornos psíquicos)1 . "
 1 SERRANO, A.I. Suicídio: epidemiologia e fatores de risco. . In: CATALDO NETO, A.; GAUER, AG.J.C.; FURTADO, N.R. Psiquiatria para estudante de medicina. 1ª. ed.. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2003.  Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial, baseado em evidências, para a abordagem do risco e das tentativas de suicídio. Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015.

3-CLASSIFICAÇÃO NA CID- Código Internacional de Doenças
 X60 a X84 Lesões autoprovocadas intencionalmente 
X60 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a analgésicos, antipiréticos e antireumáticos, não-opiáceos 
X61 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a drogas anticonvulsivantes [antiepilépticos] sedativos, hipnóticos, antiparkinsonianos e psicotrópicos não classificados em outra parte 
X62 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a narcóticos e psicodislépticos [alucinógenos] não classificados em outra parte
X63 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a outras substâncias farmacológicas de ação sobre o sistema nervoso autônomo 
X64 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a outras drogas, medicamentos e substâncias biológicas e às não especificadas 
X65 Auto-intoxicação voluntária por álcool
 X66 Auto-intoxicação intencional por solventes orgânicos, hidrocarbonetos halogenados e seus vapores
 X67 Auto-intoxicação intencional por outros gases e vapores X68 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a pesticidas
 X69 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a outros produtos químicos e substâncias nocivas não especificadas 
X70 Lesão autoprovocada intencionalmente por enforcamento, estrangulamento e sufocação X71 Lesão autoprovocada intencionalmente por afogamento e submersão 
X72 Lesão autoprovocada intencionalmente por disparo de arma de fogo de mão 
X73 Lesão autoprovocada intencionalmente por disparo de espingarda, carabina, ou arma de fogo de maior calibre 
X74 Lesão autoprovocada intencionalmente por disparo de outra arma de fogo e de arma de fogo não especificada X75 Lesão autoprovocada intencionalmente por dispositivos explosivos 
X76 Lesão autoprovocada intencionalmente pela fumaça, pelo fogo e por chamas
 X77 Lesão autoprovocada intencionalmente por vapor de água, gases ou objetos quentes
 X78 Lesão autoprovocada intencionalmente por objeto cortante ou penetrante 
X79 Lesão autoprovocada intencionalmente por objeto contundente
 X80 Lesão autoprovocada intencionalmente por precipitação de um lugar elevado 
X81 Lesão autoprovocada intencionalmente por precipitação ou permanência diante de um objeto em movimento X82 Lesão autoprovocada intencionalmente por impacto de um veículo a motor 
X83 Lesão autoprovocada intencionalmente por outros meios especificados 
X84 Lesão autoprovocada intencionalmente por meios não especificados São de baixa urgência os casos em que há ideação suicida mas não há planejamento específico e a intencionalidade é baixa. Nestes casos o paciente ainda vislumbra alternativas para lidar com o sofrimento. 

São de média urgência os casos em que o paciente apresenta planos suicidas possíveis, mas não tem acesso fácil aos meios para concretizá-los. Visualiza seu planejamento como algo possível, para o futuro, caso a situação não melhore. Nestes casos o paciente deve ter consulta agendada em serviço especializado de saúde mental, como o CAPS, num período máximo de 7 a 10 dias. Neste interim, a equipe da unidade básica de saúde deve manter contato com ele. 

Os casos de urgência elevada são os que há planejamento claro, com convicção, e há intenção de leva-lo a cabo nas próximas horas ou dias. A convicção nunca é absoluta, pois todos os pacientes têm uma ambivalência, que abre possibilidade para a intervenção. Casos com risco muito grave podem exigir internação em serviço de saúde mental de hospital geral ou em hospital psiquiátrico. Em geral é possível montar uma relação boa com o paciente, evitando um desfecho ruim.  Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial, baseado em evidências, para a abordagem do risco e das tentativas de suicídio. Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015.

4-CLASSIFICAÇÃO DA URGÊNCIA
São de baixa urgência os casos em que há ideação suicida mas não há planejamento específico e a intencionalidade é baixa. Nestes casos o paciente ainda vislumbra alternativas para lidar com o sofrimento. 

São de média urgência os casos em que o paciente apresenta planos suicidas possíveis, mas não tem acesso fácil aos meios para concretizá-los. Visualiza seu planejamento como algo possível, para o futuro, caso a situação não melhore. Nestes casos o paciente deve ter consulta agendada em serviço especializado de saúde mental, como o CAPS, num período máximo de 7 a 10 dias. Neste interim, a equipe da unidade básica de saúde deve manter contato com ele. 

Os casos de urgência elevada são os que há planejamento claro, com convicção, e há intenção de leva-lo a cabo nas próximas horas ou dias. A convicção nunca é absoluta, pois todos os pacientes têm uma ambivalência, que abre possibilidade para a intervenção. Casos com risco muito grave podem exigir internação em serviço de saúde mental de hospital geral ou em hospital psiquiátrico. Em geral é possível montar uma relação boa com o paciente, evitando um desfecho ruim.  Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial, baseado em evidências, para a abordagem do risco e das tentativas de suicídio. Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015.

5-PREVALÊNCIA E RISCO DE SUICÍDIO NO BRASIL-  revista debates em psiquiatria - Mar/Abr 2017, p. 10-14
  • Entre 1980 e 2006, a taxa de suicídio subiu 30%1, e o número de jovens que o cometeram chegou a 3.590 em 20105. 
  • Houve um aumento total entre 2000 e 2012 em todas as faixas etárias, sendo 22,7% entre pessoas de 25 a 59 anos, 21,8% entre jovens de 10 a 24 anos e 16,2% em maiores de 60 anos ...
  •  Houve aumento crescente de ideação suicida entre os homens, pessoas casadas e maiores de 60 anos6,7. O sexo masculino teve maior prevalência de suicídio8, com uma razão que variou entre 3:1 e 7,5:13,9. 
  • No sexo feminino, ocorreu maior taxa de tentativas, correspondendo a 66,65% do total5,7.
  •  Porém, a morte como resultado foi mais frequente no sexo masculino (76,5%) do que no feminino (23,5%). Os homens ti veram um risco 6,98 vezes maior de morte durante uma tentati va do que as mulheres7 . Além disso, a maioria das mulheres que o fi zeram eram mais jovens que os homens. A taxa de suicídio para homens e mulheres no Brasil foi de 5,8 e 2,3 por 100.000 habitantes, respectivamente10.
  • Em relação aos fatores socioambientais, 63% dos indivíduos que se suicidaram possuíam até 7 anos de estudo, enquanto apenas 10,5% frequentaram a escola por 12 anos ou mais.
  •  No quesito raça/cor, os indígenas foram os que apresentaram maior taxa de mortalidade, 8,6/100.000 habitantes, seguidos pelos amarelos, 6,4/100.000, e pelos brancos, 5,4/100.0001,2. A desigualdade teve associação positiva com o suicídio; a renda per capita e o desemprego foram associados negativamente; e a taxa de indivíduos que se divorciaram teve associação negativa apenas para as mulheres 2,10.
  • Em idosos, a depressão foi o fator de risco mais relevante 9 . 
  • A frequência do uso de álcool foi maior entre homens (55,8%) do que entre mulheres (44,2%). 
  • Dos indivíduos em tratamento psiquiátrico, 31,4% dos que estavam em abstinência de drogas (exceto tabaco) já tentaram tirar a própria vida, assim como 41,7% dos que estavam em uso de álcool e 46,2% em uso de outras drogas, totalizando 40% do grupo 11...
  • A frequência do uso de álcool foi maior entre homens (55,8%) do que entre mulheres (44,2%), e 9,3% das tentativas registradas em pronto-socorro ocorreram sob a influência de álcool7 .
  • A decisão de se suicidar tem relação com a organização e as interações sociais. A sua taxa diminuiu com o aumento da população, o que sugere que contatos e interações sociais podem funcionar como um antídoto para o ato12. Além disso, a diminuição da desigualdade de renda na Região Sul e na Região Centro-Oeste do Brasil teve relação com a tendência de diminuição das suas taxas nas mesmas regiões1"
Referências 
1. Machado DB. Santos DN. Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012. J Bras Psiquiatr. 2015;64:45-54.
2. Machado DB, Rasella D, Santos DN. Impact of income inequality and other social determinants on suicide rate in Brazil. J Plos One. 2015;10:e124934. 
3. Faria NMX, Fassa AG, Meucci RD. Associati on between pesti cide exposure and suicide rates in Brazil. Neurotoxicology. 2014;45:355-62.
4. Vieira LP, Santana VTP, Suchara EA. Caracterização de tentati vas de suicídios por substâncias exógenas. Cad Saude Colet. 2015;23:118-23.
 5. Silva LLT, Alvim CGG, Costa CC, Ramos TM, Costa EE. O suicídio na adolescência nas publicações da enfermagem brasileira: revisão integrati va da literatura. R Enferm Cent O Min. 2015;5:1871-84.
 6. Pinto LW, Assis SG. Estudo descriti vo das tentati vas de suicídio na população idosa brasileira, 2000- 2014. Cienc Saude Coleti va. 2015;20:1681-92. 
7. Alves Vde M, Silva AM, Magalhães AP, Andrade TG, Faro ACM, Nardi AE. Suicide att empts in a emergency hospital. Arq Neuropsiquiatr. 2014;72:123-8.
 8. Ceccon RF, Meneghel SN, Tavares JP, Lautert L. [Suicide and work in Brazilian metropolises: an ecological study]. Cienc Saude Colet. 2014;19:2225-34. 
9. Cavalcante FG, Minayo MCS. Estudo qualitati vo sobre tentati vas e ideações suicidas em 60 pessoas idosas brasileiras. Cienc Saude Colet. 2015;20:1655-66. 
10. Bando DH, Lester D. An ecological study on suicide and homicide in Brazil. Cienc Saude Colet. 2014;19:1179-89. 
11. Formiga MB, Vasconcelos SC, Galdino MKC, Lima MDC. Presence of dual diagnosis between users and non-users of licit and ilicit drugs in Brazil. J Bras Psiquiatr. 2015;64(4):288-95. 
12. Melo HP, Moreira AA, Bati sta E, Makse HA, Andrade JS. Stati sti cal signs of social infl uence on suicides. Sci Rep. 2014;4:6239. 
13. Sgobin SM, Traballi AL, Botega NJ, Coelho OR. Direct and indirect cost of att empted suicide in a general hospital: cost-of-illness study. Sao Paulo Med J. 2015;133:218-26. 
14. Oliveira FF, Suchara EA. [Epidemiological profi le of exogenous poisoning in children and adolescents from a municipality in the state of Mato Grosso]. Rev Paul Pediatr. 2014;32:299-305.


O suicido no Brasil em 2000 era de 4,8 e em 2016 é 6,5

Fonte: WHO (Organização Mundial da Saúde)  http://apps.who.int/gho/data/view.main.MHSUICIDEv?lang=en




6- FATORES DE RISCO

 SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014



 "Os dois principais fatores de risco são: • Tentativa prévia de suicídio: É o fator preditivo isolado mais importante. Pacientes que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar suicídio novamente. Estima-se que 50% daqueles que se suicidaram já haviam tentado previamente.
Doença mental: Sabemos que quase todos os suicidas tinham uma doença mental, muitas vezes não diagnosticada, frequentemente não tratada ou não tratada de forma adequada. 17 Os transtornos psiquiátricos mais comuns incluem depressão, transtorno bipolar, alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas e transtornos de personalidade e esquizofrenia. Pacientes com múltiplas comorbidades psiquiátricas têm um risco aumentado, ou seja, quanto mais diagnósticos, maior o risco. Na figura 2 tem-se os diagnósticos mais frequentemente associados ao suicídio.Related image

Destacam-se outros fatores de risco: 

Desesperança, desespero, desamparo e impulsividade: Sentimentos de desesperança, desamparo e desespero são fortemente associados ao suicídio. É preciso estar atento, pois a desesperança pode persistir mesmo após a remissão de outros sintomas depressivos. Impulsividade, principalmente entre jovens e adolescentes, figura como importante fator de risco. A combinação de impulsividade, desesperança e abuso de substâncias pode ser particularmente letal.
  • Idade: O suicídio em jovens aumentou em todo o mundo nas últimas décadas e também no Brasil, representando a terceira principal causa de morte nessa faixa etária no país. Os comportamentos suicidas entre jovens e adolescentes envolvem motivações complexas, incluindo humor depressivo, abuso de substâncias, problemas emocionais, familiares e sociais, história familiar de transtorno psiquiátrico, rejeição familiar, negligência, além de abuso físico e sexual na infância. O suicídio também é elevado entre os idosos, devido a fatores como: perda de parentes, sobretudo do cônjuge; solidão; existência de enfermidades degenerativas e 19 dolorosas; sensação de estar dando muito trabalho à família e ser um peso morto para os outros. 
 Gênero: Os óbitos por suicídio são em torno de três vezes maiores entre os homens do que entre mulheres. Inversamente, as tentativas de suicídio são, em média, três vezes mais frequentes entre as mulheres. Papéis masculinos tendem a estar associados a maiores níveis de força, independência e comportamentos de risco. O reforço a esse papel de gênero muitas vezes impede os homens de procurar ajuda para os sentimentos suicidas e depressivos. Nos homens, a solidão e o isolamento social são os principais fatores associados.
 Mulheres se suicidam menos porque têm redes sociais de proteção mais fortes e se engajam mais facilmente do que os homens em atividades domésticas e comunitárias, o que lhes confere um sentido de participação até o final da vida. Atualmente, há evidências de que os conflitos em torno da identidade sexual causem um maior risco de comportamento suicida, fazendo-se necessária a sensibilidade para estas questões na criação de qualquer programa de prevenção do suicídio. Entretanto, não se deve perder a presença de qualquer transtorno mental associado, bem como abordar as questões mais óbvias dos vários graus de aceitação social e estar de acordo com os pontos de vista culturais e individuais de cada um. Ressalta-se que no atestado de óbito não consta orientação sexual, apenas gênero masculino e feminino. 

Doenças clínicas não psiquiátricas: Doenças clínicas não psiquiátricas foram associadas ao suicídio de maneira independente de outros dois fatores de risco bem estabelecidos, como a depressão e o abuso de substâncias
As taxas de suicídio são maiores em pacientes com câncer; HIV; doenças neurológicas, como esclerose múltipla, doença de Parkinson, doença de Huntington e epilepsia; doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico; doença pulmonar obstrutiva crônica; além de doenças reumatológicas, como o lúpus eritematoso sistêmicoOs sintomas não responsivos ao tratamento e os primeiros meses após o diagnóstico também constituem situações de risco. Pacientes com doenças clínicas crônicas apresentam comorbidades com transtornos psiquiátricos, com taxas variando de 52% a 88%. Portanto, é necessário rastrear sintomas depressivos e comportamento suicida nesses pacientes, especialmente diante de problemas de adesão ao tratamento. 21 


Eventos adversos na infância e na adolescência: Maus tratos, abuso físico e sexual, pais divorciados, transtorno psiquiátrico familiar, entre outros fatores, podem aumentar o risco de suicídio. Na assistência ao adolescente, os médicos, os professores e os pais devem estar atentos para o abuso ou a dependência de substâncias associados à depressão, ao desempenho escolar pobre, aos conflitos familiares, à incerteza quanto à orientação sexual, à ideação suicida, ao sentimento de desesperança e à falta de apoio social.Um fator de risco adicional de adolescentes é o suicídio de figuras proeminentes ou de indivíduo que o adolescente conheça pessoalmente. Existe, também, o fenômeno dos suicidas em grupo ou comunidades semelhantes que emitem o estilo de vida. 

História familiar e genética: O risco de suicídio aumenta entre aqueles com história familiar de suicídio ou de tentativa de suicídio. Estudos de genética epidemiológica mostram que há componentes genéticos, assim como ambientais envolvidos. O risco de suicídio aumenta entre aqueles que foram casados com alguém que se suicidou.
Fatores sociais: O sociólogo Emile Durkheim assinalou, no século XIX, um conceito de laço social que ainda hoje nos é muito útil. Quanto maiores os laços sociais em uma determinada comunidade, menores seriam as taxas de mortalidade por suicídio. Este conceito sociológico pode ser transposto para o nível individual: quanto menos laços sociais tem um indivíduo, maior o risco de suicídio. As pessoas que emigram são, pela sua própria definição privada de apoios sociais estáveis, mais suscetíveis ao suicídio. No entanto, novamente o próprio fato de migração não deve ser utilizado a fim de minimizar a importância de perturbações mentais, quando estas estão presentes. 
Desempregados com problemas financeiros ou trabalhadores não qualificados têm maior risco de suicídio: a taxa referente a mortes deste tipo aumenta em períodos de recessão econômica, principalmente nos três primeiros meses da mudança de situação financeira ou de desemprego. Viver sozinho parece aumentar o risco de suicídio, com taxas mais elevadas entre indivíduos divorciados ou que nunca se casaram."   SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014

7- FATORES PROTETORES
  • autoestima elevada;bom suporte familiar;
  •  laços sociais bem estabelecidos com família e amigos;
  • religiosidade independente da afiliação religiosa e razão para viver; 
  • ausência de doença mental; estar empregado; 
  • ter crianças em casa; senso de responsabilidade com a família; 
  • gravidez desejada e planejada; 
  • capacidade de adaptação positiva; 
  • capacidade de resolução de problemas e relação terapêutica positiva, além de acesso a serviços e cuidados de saúde mental.
Durante uma avaliação do risco de suicídio em um indivíduo, os fatores de proteção não devem ser usados para obscurecer aqueles fatores que identificam o risco de suicídio.


8- TRATAMENTO
 Os pacientes de baixo risco (pensamentos suicidas ocasionais, sem planos) orienta-se fornecer suporte emocional e encaminhar para acompanhamento com profissional de saúde mental ou médico. Os de médio risco (pensamento e planos suicidas de caráter não imediato) também devem ser estimulados quanto a trabalhar seus sentimentos suicidas e sua possível ambivalência e às alternativas ao suicídio, com encaminhamento o mais breve possível para acompanhamento de sua saúde mental, assim como a família e amigos devem ser contatados. 
Os de alto risco (plano definido, meios de execução e de caráter imediato) devem ser acompanhados em tempo integral. Para os mais graves deve se providenciar hospitalização. A família deve ser contatada e informada, caso não saiba da situação. Se houver meios de suicídio em posse do paciente, eles devem ser removidos. Os critérios de hospitalização abrangem, além do quadro clínico em si: a) Constância de pensamentos autodestrutivos permanentes ou recorrentes; b) Alto nível de intenção de morrer nas próximas horas ou nos próximos dias; c) Agitação ou pânico; d) Existência de plano destrutivo imediato, realista, envolvendo métodos eficazes; e) Suporte social precário e dificuldades para montar vínculo adequado. A abordagem psicossocial imediata e sequencial implica: a) Esforços para reduzir as forças de tensão sobre o mundo psíquico da pessoa b) Reforço das ligações afetivas positivas, não tanáticas c) Controle de armas, venenos, remédios, etc. d) Entender que se deve abordar o transtorno de base, que gera o ímpeto suicida, pois não há fármaco específico contra suicídio e) Evitar dar receitas médicas com grande quantidade de remédios, para evitar seu uso como meio de morte. f) Discutir os aspectos envolvendo a proteção possível, como nos casos de gravidez na adolescência e de solidão nos idosos.  Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial, baseado em evidências, para a abordagem do risco e das tentativas de suicídio. Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015.

9-- O SUICIDA TEM LIVRE ARBÍTRIO?

 O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal. Também fazem parte do que habitualmente chamamos de comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio. Uma pequena proporção do comportamento suicida chega ao nosso conhecimento. A figura 1 ilustra a prevalência de comportamento suicida na população brasileira ao longo da vida mostrando, por exemplo, que 17% das pessoas no Brasil pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014
"O suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu livre arbítrio. FALSO.
Os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção do suicídio. Após o tratamento da doença mental o desejo de se matar desaparece.
SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014
Resposta:
O conceito de livre arbítrio não exclui interferências, tendências ou mesmo coações internas ou externas
O conceito de livre arbítrio é que nos leva a agir além da impulsão dos instintos. Um animal age instintivamente, não tem autodeterminismo.
O suicídio na verdade é anti-instintivo, de tal forma que a escolha voluntária da pessoa contraria seu instinto de sobrevivência
A própria classificação do grau de urgência já explicita a intencionalidade da escolha:


São de baixa urgência os casos em que há ideação suicida mas não há planejamento específico e a intencionalidade é baixa. Nestes casos o paciente ainda vislumbra alternativas para lidar com o sofrimento. 
São de média urgência os casos em que o paciente apresenta planos suicidas possíveis, mas não tem acesso fácil aos meios para concretizá-los. Visualiza seu planejamento como algo possível, para o futuro, caso a situação não melhore. Nestes casos o paciente deve ter consulta agendada em serviço especializado de saúde mental, como o CAPS, num período máximo de 7 a 10 dias. Neste interim, a equipe da unidade básica de saúde deve manter contato com ele. 
Os casos de urgência elevada são os que há planejamento claro, com convicção, e há intenção de leva-lo a cabo nas próximas horas ou dias. A convicção nunca é absoluta, pois todos os pacientes têm uma ambivalência, que abre possibilidade para a intervenção. Casos com risco muito grave podem exigir internação em serviço de saúde mental de hospital geral ou em hospital psiquiátrico. Em geral é possível montar uma relação boa com o paciente, evitando um desfecho ruim.  Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial, baseado em evidências, para a abordagem do risco e das tentativas de suicídio. Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015.

10- MITOS SOBRE SUICÍDIO
 Há diversos mitos a respeito do comportamento suicida. Alguns dos mais comuns são: 

Mito 1: As pessoas que falam sobre o suicídio não farão mal a si próprias, pois querem apenas chamar a atenção. Isto é FALSO. Um conselheiro deve tomar todas as precauções necessárias sempre que confrontado com um indivíduo que fale de ideação, de intenção ou de um plano suicida. Todas as ameaças de se fazer mal devem ser levadas muito a sério. 

Mito 2: O suicídio é sempre impulsivo e acontece sem aviso. FALSO. Morrer pelas suas próprias mãos pode parecer ter sido impulsivo, mas o suicídio pode ter sido ponderado durante algum tempo. Muitos indivíduos suicidas comunicam algum tipo de mensagem verbal ou comportamental sobre as suas ideações da intenção de se fazerem mal.

 Mito 3: Os indivíduos suicidas querem mesmo morrer ou estão decididos a matar-se. FALSO. A maioria das pessoas que se sentem suicidas partilham os seus pensamentos com pelo menos
uma outra pessoa, ou ligam para uma linha telefónica de emergência ou para um médico, o que constitui prova de ambivalência, e não de empenhamento em se matar. observação: A pessoa na verdade quer fiar livre na angústia (seja por egoísmo, anomismo ou fatalismo- ver pergunta 2)

Mito 4: Quando um indivíduo mostra sinais de melhoria ou sobrevive a uma tentativa de suicídio, está fora de perigo. FALSO. Na verdade, um dos períodos mais perigosos é imediatamente depois da crise, ou quando a pessoa está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada e em perigo de se fazer mal. Como um preditor do comportamento futuro é o comportamento passado, a pessoa suicida muitas vezes continua em risco. 

Mito 5: O suicídio é sempre hereditário. FALSO. Nem todos os suicídios podem ser associados à hereditariedade e estudos conclusivos são limitados. Uma história familiar de suicídio, no entanto, é um factor de risco importante para o comportamento suicida, particularmente em famílias onde a depressão é comum.

 Mito 6: Os indivíduos que tentam ou cometem suicídio têm sempre alguma perturbação mental. FALSO. Os comportamentos suicidas têm sido associados à depressão, abuso de substâncias, esquizofrenia e outras perturbações mentais, além de aos comportamentos destrutivos e agressivos. No entanto, esta associação não deve ser sobrestimada. A proporção relativa destas perturbações varia de lugar para lugar e há casos em que nenhuma perturbação mental foi detectada. 

Mito 7: Se um conselheiro falar com um cliente sobre suicídio, o conselheiro está a dar a ideia de suicídio à pessoa. FALSO. Um conselheiro obviamente não causa comportamento suicida simplesmente por perguntar aos clientes se estão a considerar fazer-se mal. Na verdade, reconhecer que o estado emocional do indivíduo é real, e tentar normalizar a situação induzida pelo stress são componentes necessários para a redução da ideação suicida.

 Mito 8: O suicídio só acontece “àqueles outros tipos de pessoas,” não a nós. FALSO. O suicídio acontece a todos os tipos de pessoas e encontra-se em todos os tipos de sistemas sociais e de famílias. 

Mito 9: Após uma pessoa tentar cometer suicídio uma vez, nunca voltará a tentar novamente. FALSO. Na verdade, as tentativas de suicídio são um preditor crucial do suicídio. 

Mito 10: As crianças não cometem suicídio dado que não entendem que a morte é final e são cognitivamente incapazes de se empenhar num acto suicida. FALSO. Embora seja raro, as crianças cometem suicídio e, qualquer gesto, em qualquer idade, deve ser levado muito seriamente. Dadas estas concepções erróneas acerca do suicídio, alguns conselheiros podem sentir-se ansiosos ou mal preparados para trabalhar com indivíduos suicidas e devem desenvolver competências de aconselhamento eficazes para lidar com esta população. A informação, a formação, e a experiência de intervenção em crises contribuem para aumentar a competência do conselheiro. A formação deve incluir o reforço da capacidade para tolerar os sentimentos intensos de outros, a redução das reacções de defesa e da passividade do conselheiro, e a superação de questões de sofrimento ainda por resolver. Para além disto, estar consciente dos factores de risco e compreender situações de risco também são actividades essenciais para o conselheiro. PREVENÇÃO DO SUICÍDIO UM RECURSO PARA CONSELHEIROS Departamento de Saúde Mental e de Abuso de Substâncias Gestão de Perturbações Mentais e de Doenças do Sistema Nervoso Organização Mundial de Saúde — OMS Genebra 2006


11-EXISTEM CAUSAS ESPIRITUAIS?
Embora haja relatos bíblicos de pessoas endemoniadas que se suicidaram, não se pode afirmar que toda pessoa que tem demônios suicida-se. Assim a presença da perturbação malígna apenas é um agravante perigoso, mas não determinante do suicídio:

Lc 22:2  Preocupavam-se os principais sacerdotes e os escribas em como tirar a vida a Jesus; porque temiam o povo.

3  Ora, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze.

4  Este foi entender-se com os principais sacerdotes e os capitães sobre como lhes entregaria a Jesus;
5  então, eles se alegraram e combinaram em lhe dar dinheiro.
6  Judas concordou e buscava uma boa ocasião de lho entregar sem tumulto.


João 13:2  Durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que traísse a Jesus,
Jo 13:27  E, após o bocado, imediatamente, entrou nele Satanás. Então, disse Jesus: O que pretendes fazer, faze-o depressa.

Mateus 27:5  Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se.

1 Samuel 18:10  No dia seguinte, um espírito maligno, da parte de Deus, se apossou de Saul, que teve uma crise de raiva em casa; e Davi, como nos outros dias, dedilhava a harpa; Saul, porém, trazia na mão uma lança,
1 Samuel 31:4  Então, disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada e atravessa-me com ela, para que, porventura, não venham estes incircuncisos, e me traspassem, e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não o quis, porque temia muito; então, Saul tomou da espada e se lançou sobre ela.


Nenhuma menção de demonio é feita sobre Aitofel e o escudeiro de Saul ou Zinri em todos estes casos eles foram frustrados em seus intentos ou sob iminente morte como no caso do escudeiro de Saul
1 Samuel 31:5  Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada e morreu com ele.
2 Sm 17:23  Vendo, pois, Aitofel que não fora seguido o seu conselho, albardou o jumento, dispôs-se e foi para casa e para a sua cidade; pôs em ordem os seus negócios e se enforcou; morreu e foi sepultado na sepultura do seu pai.

1 Rs 16:18  Vendo Zinri que a cidade era tomada, foi-se ao castelo da casa do rei, e o queimou sobre si, e morreu,


Os Samurais tinham esta prática:
'Os seppuku voluntários evoluíram durante as guerras do século XII como um método de suicídio usado com frequência por guerreiros que, derrotados em batalha, optaram por evitar a desonra de cair nas mãos do inimigo."  https://www.britannica.com/topic/seppuku


12- SUICÍDIO, AUTO SACRIFÍCIO  E A ÉTICA CRISTÃ

Tirar uma vida é errado, mesmo que seja a nossa. O suicídio é um ato de ódio contra o “eu”, assim como o homicídio é um ato de ódio contra outrem. O suicídio é tão errado quanto o homicídio porque viola o mandamento de amar a si mesmo, assim como o assassinato viola o mandamento de amar aos outros. O amor se opõe a ambos. O suicídio é um ato egoísta para terminar nossos problemas sem preocupação em ajudar os outros que também têm problemas. Tomar o “caminho fácil” para livrar-se do sofrimento da vida não é a resposta mais amorosa e responsável. O amor nunca perde todo o propósito na vida. A pessoa que se concentra em proteger e ajudar os outros não tem razão para odiar a sua vida. Amar é o antídoto à tentação de autodestruir-se.
Tirar uma vida não demonstra amor, mas salvar uma vida, sim. Jesus declarou: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos”(João 15:13). Cristo exemplificou o princípio de sacrificar a própria vida pelos outros. Ele disse: “Eu dou a minha vida […] Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou” (João 10:17-18). Portanto, um princípio bíblico de valor que governa nossa vida pessoal é: O suicídio é errado, mas sacrificar a vida é justificável e nobre na tentativa amorosa de salvar a vida de outrem.Aos olhos de Deus, um auto-sacrifício que salva vidas é a suprema expressão do amor de Cristo, a própria antítese do suicídio egoísta.
Porém, nem todo aparente sacrifício de nossa vida “a favor de outros” é, um verdadeiro ato de amor. Paulo tornou isto claro no grande capítulo do amor: “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (1 Cor. 13:3). Nem todo mártir morre necessariamente em conseqüência de uma manifestação de amor a outros. Alguns podem estar sacrificando vida pelo seu compromisso obstinado com uma causa egocêntrica. Há vários exemplos de suicídio egoísta na Bíblia. O rei Saul, mortalmente ferido, caiu sobre a sua espada para poupar-se da vergonha de morrer às mãos dos inimigos (1 Sam. 31:4), dificilmente um motivo de amor. O “suicídio assistido” de Abimeleque foi também egoísta e orgulhoso (Juí. 9:54). 
 https://juberdonizete.blogspot.com.br/2018/

O suicídio é uma ato da liberdade (autodeterminação) que tira a liberdade. Uma contradição. (Sartre)
O suicídio é uma ato de descrença em si, nas promessas de Deus.
O suicídio é um ato de irresponsabilidade e indiferença das obrigações e sentimentos de /e  perante Deus, da família ,da profissão e dos amigos.
O suicídio é a negação da fé, da esperança, da ajuda médica, da ajuda de Deus, da ajuda psicológica, da ajuda dos amigos, da ajuda dos parentes,...
O suicídio via de regra é uma escolha de fechar-se em si e para si, um ato egocêntrico
O suicídio, especialmente ao que diz professar a fé cristã, é a negação do amor de Deus derramado no coração, capacitando o homem a amar ao próximo como a si mesmo.


13- SUICIDIO É APENAS UM PECADO ISOLADO?
O suicídio é um processo de morte da fé, da esperança, do amor, da gratidão, das potencialidades individuais. Enfim, suicidar é a consequencia de tomar um caminho perigoso e não aceitar ajuda para sair dele, mesmo sabendo que o fim é a morte. É se matar a cada dia, até o ponto de perder toda a vida.

14 - SUICÍDIO NO MUNDO - números e seu impacto
http://worldpopulationreview.com/countries/suicide-rate-by-country/  acesso em 26/11/2019

A Organização Mundial da Saúde mostra a posição do Brasil,  em 2016, em 113 lugar no ranking mundial de suicídio e uma taxa de 6,5 a cada 100000 habitantes. Esses dados são da Organização Mundial da Saúde 


NO BRASIL, A CADA DIA, 32 PESSOAS SE SUICIDAM Coeficientes de mortalidade por suicídio são estimados em número de suicídios para cada 100 mil habitantes, ao longo de um ano. O do Brasil gira em torno de 11,4 (15 em homens; 8,0 em mulheres). Esse índice pode ser considerado baixo, quando comparado aos de outros países. O leste da Europa, por exemplo, possui coeficiente 27, enquanto o mundo apresenta taxa de 14,5.
Se, em vez de coeficiente de mortalidade, considerarmos o número total de mortes por suicídio, o Brasil atingirá o oitavo lugar numa escala mundial. Isso se dá por sermos um país populoso. Foram 11.821 suicídios oficialmente registrados em 2012, o que representa, em média, 32 mortes por dia. Estes dados são encontrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. A base do SIM consolida os registros das certidões de óbito emitidas no Brasil, de acordo com o local da ocorrência do evento. “Comportamento Suicida: Conhecer para Prevenir”.2017  Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP e CFM p. 6-7





15- SUICÍDIO E A INFLUENCIA DA MIDIA


Há vários registros mostrando que, dependendo do foco dado a uma reportagem, pode haver aumento no número de casos de suicídio ou, ao contrário, pode-se prestar ajudar a pessoas que se encontram sob risco de suicídio ou mesmo enlutadas pela perda de um ente querido que pôs fim à vida. ...“Comportamento Suicida: Conhecer para Prevenir”.2017  Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP e CFM p. 5
 Quando o suicídio for notícia (e esse critério varia entre os órgãos de imprensa) sugerese reportagem discreta, cuidadosa com parentes e amigos enlutados, sem detalhismo exagerado do método suicida, notadamente quando o falecido era celebridade ou pessoa muito estimada localmente. Acredita-se que carregar a reportagem de tensão, por meio de descrições e imagens de amigos e de familiares impactados, acabe por encorajar algumas pessoas mais vulneráveis a tomarem o suicídio como forma de chamar a atenção ou de retaliação contra outros. O suicídio não deveria ser enaltecido nem tomado como ato de coragem, num processo de “romantização” do ato, ou de “heroicisação” do falecido. Cuidado para não ressaltar reações “positivas”, ou o lado “solucionador” de um suicídio, como numa matéria online da revista Time de 28 de maio de 2007, sobre o suicídio de um ministro japonês, cujo título dizia: “Suicídio põe fim a escândalo no Japão”.“Comportamento Suicida: Conhecer para Prevenir”.2017  Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP e CFM p. 14
DICAS
• Evitar a palavra suicídio em chamadas e manchetes. Melhor incluí-la no corpo do texto.
• Evitar a colocação da matéria em primeira página.
• Evitar chamadas dramáticas ou ênfase no impacto da morte sobre as pessoas próximas.
• Pessoas sob o impacto do suicídio estão à procura de uma “causa” para o ocorrido e podem, nas entrevistas, transmitir sua “teoria” que coloca a culpa em algo ou em alguém.
• Alguns entrevistados, inicialmente, poderão negar que a vítima tivesse dado sinais de que planejava se matar. Essa percepção costuma mudar com o passar do tempo.
• Não repetir a reportagem, nem produzir novas matérias sobre o caso.
• Não fornecer detalhes do método letal nem fotos.
• Evitar termos valorativos, como por exemplo: no lugar de “cometeu” suicídio, utilizar
“infelizmente, interrompeu a sua vida”; em vez de “tentou o suicídio sem sucesso”, usar
“felizmente, não conseguiu realizar o ato” ou, ainda, “felizmente, continua viva”; evitar termos generalizantes, como por exemplo “os suicidas”, ao referir-se a pessoas falecidas
por suicídio, trocando por “as pessoas que morreram por suicídio”.
• Aproveite a oportunidade para conscientizar a população sobre prevenção do suicídio.
Apenas falar que o suicídio é frequente, dar muitas estatísticas, só colabora para o aumento das taxas de suicídio. O ideal é enfatizar pessoal que enfrentaram problemas sem suicidarem, focando na superação de problemas.
• Mostrar que ideação suicida é algo frequente em doenças mentais e/ou frente a graves dificuldades, mas que a imensa maioria das pessoas consegue lidar de modo eficaz com os problemas e percebem que tem mais “força” do que imaginavam. 
“Comportamento Suicida: Conhecer para Prevenir”.2017  Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP e CFM p. 15


BIBLIOGRAFIA:

WHO http://apps.who.int/gho/data/view.main.MHSUICIDEv?lang=en

Encyclopædia Britannica on line

Dicionário Houaiss Eletronico

Comportamento Suicida: Conhecer para Prevenir”.  Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP e CFM. 2017

PREVENÇÃO DO SUICÍDIO UM RECURSO PARA CONSELHEIROS. Departamento de Saúde Mental e de Abuso de Substâncias Gestão de Perturbações Mentais e de Doenças do Sistema Nervoso Organização Mundial de Saúde — OMS Genebra 2006

SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014

 Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial, baseado em evidências, para a abordagem do risco e das tentativas de suicídio. Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015.

Revista debates em psiquiatria - Mar/Abr 2017, p. 10-14

https://juberdonizete.blogspot.com.br/2018/

http://thecheesebasket.me/map-of-depression-in-us-2016.html/who-suicide-data-inside-map-of-depression-in-us-2016

sábado, 14 de abril de 2018

Missão integral - respostas aos críticos

Origem
Missão Integral é mesmo o espantalho que dizem?



'Cremos na necessidade que o homem tem de um encontro pessoal com Deus em Cristo, pela ação do Espírito Santo, por meio da proclamação da Palavra de Deus. E mantemos que nada pode tomar o lugar da regeneração espiritual para fazer homens novos. Esta é a soteriologia bíblica e é parte essencial de nossa fé. Não podemos aceitar a equação da salvação com a satisfação das necessidades corporais, com melhorias sociais ou com libertação política. Por outro lado não há apoio bíblico... limitar sua missão à pregação da reconciliação do homem com Deus por meio de Jesus Cristo.Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.81

Introdução- Por que a Missão Integral incomoda tanto?
Por que ela se opõe ao modelo do evangelho que foi pregado na América Latina, modelo este que não tinha, na maioria das vezes praticamente nenhuma preocupação com as questões sociais. Expondo assim tanto o erro das igrejas protestantes históricas (reformadas ou não), tanto quanto as pentecostais.


"Além disso este evangelho veio misturado com as questões culturais trazidas pelos missionarios. A análise da prática missionária desenvolvida na América Latina realizada por pastores, líderes eclesiais e missionários latino-americanos, não visava a desmerecer o esforço e o serviço abnegado dos muitos missionários que deram suas vidas ao empreendimento da missões... Os relatórios finais dos primeiros CLADES também expressam o reconhecimento da importância da atividade missionária para o surgimento da igreja evangélica latino-americana. 
Por outro lado, não se pode relevar, em nome disto, alguns aspectos considerados negativos desta empresa, principalmente relativos à dominação cultural e eclesial que se revelaram na esteira de tais empreendimentos. Também é preciso reconhecer que esta forma de dominação não é estanque, mas está estreitamente vinculada aos demais processos de dominação dos países ricos em relação aos países pobres. Esta é a preocupação de fundo da Teologia da Missão Integral. Seu objetivo não é negar a relevância da chegada da fé evangélica à América Latina, mas ser uma igreja “sempere reformanda”, que implica na constante auto-crítica, pois será a partir daí que processará sua condição de “ecclesia reformata”.  SANCHES, Regina de Cássia Fernandes.  Uma nova maneira de fazer teologia - Análise dos apectos históricos e formais da teologia latino-americana com o auxilio de Orlando Enrique Costas. Disseratação de Mestrado. Belo Horizonte, 2008, p. 96
Na América Latina, a teologia contextual foi uma forma de afirmação local perante o excessivo controle filosófico e ideológico da teologia ocidental, e a consequente ignorância, voluntária ou involuntária, dos muitos problemas gerados pela riqueza e prosperidade ocidental, e pela dissociação entre teoria e prática, ou, falta de contato com a realidade. Isto resultou na desvinculação dos agudos problemas da América Latina, acerca dos quais a teologia ocidental nunca tinha uma palavra a dizer (AMAYA, 1985, p. 22). SANCHES, S. de M. A teologia da missão integral como teologia evangélica contextual latino- -americana. Revista Caminhando v. 15, n. 1, p. 65-85, jan./jun. 2010, p. 73

Daí a preocupação de homens comprometidos com o Evangelho como Billy Graham:
"Nossa história começa com o evangelista Dr. Billy Graham. Ao começar a pregar internacionalmente, ele desenvolveu uma paixão para "unir todos os evangélicos na tarefa comum da total evangelização do mundo".Na década de 1970, Billy Graham percebeu a necessidade de um congresso global para reformular a missão cristã em um mundo de agitação política, econômica, intelectual e religiosa. A igreja, acreditava ele, tinha que compreender as idéias e os valores por trás de mudanças rápidas na sociedade....
O Congresso exortou a necessidade de evangelismo e justiça social em missão, com as vozes dos teólogos latino-americanos Samuel Escobar e René Padilla entre os mais claros a serem ouvidos. Isso criou uma mudança de paradigma para grande parte do pensamento evangélico da época, e hoje a adoção generalizada da missão holística, ou integral, pode ser largamente atribuída ao Congresso de 1974.    Movimento de Lausanne  https://www.lausanne.org/our-legacy

"Em quarto lugar, neste congresso esperamos reafirmar que nosso testemunho deve ser tanto por palavra quanto por ação. Você não pode separar os dois. Nossas vidas, individual e coletivamente, devem refletir claramente as verdades que proclamamos. A fé sem obras é morta.
A fonte da salvação é graça. O fundamento de nossa salvação é a expiação. Os meios da nossa salvação são a fé. A evidência da salvação é obras.
Muitos hoje estão debatendo a questão do lugar apropriado da ação social no programa geral da igreja. Muito será dito neste Congresso sobre este assunto...
  Eu confio que podemos afirmar qual é a relação entre evangelismo e responsabilidade social. Regozijemo-nos na ação social e, ainda assim, insistimos em que só ela não é evangelismo e não pode ser substituída pelo evangelismo. Esse relacionamento perturba muitos crentes. Talvez Lausanne possa ajudar a esclarecer isso."
"  Discruso de Billy Graham em Lausanne 1974 https://www.lausanne.org/content/why-lausanne-print
1- Quais são as instituições representantes da Missão Integral?
O movimento da missão integral tem órgãos de representação internacional:
  • Movimento Miquéias
  • Fraternidade Latino-americana
  • Movimento de Lausanne
"O resultado foi a formação da Rede Miqueias em 1999, um movimento global comprometido com a proclamação e prática do evangelho, com a convicção de que 'na missão integral nossa proclamação tem consequências sociais, visto que implica um chamado ao amor e arrependimento em todas as áreas da vida, e nosso compromisso social tem consequências evangelizadoras, já que e um testemunho da graça transformadora de Jesus Cristo"  Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.31
"Na medida em que a FTL, a rede Miquéias e o Movimento de Lausanne consigam incentivar o povo de Deus a se  comprometer com Deus na prática da missão integral em âmbito individual e comunitário , estes movimentos seguirão sendo sinais de esperança  em meio á desesperança que se instalou ao redor do mundo." Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p. 42
Rede Miquéias é uma comunidade global de cristãos (organizações de auxílio / ONGs, organizações de missões, institutos acadêmicos / de treinamento, congregações locais, redes, alianças, secretarias denominacionais e indivíduos) unidos pela sua paixão e compromisso à missão integral.
Fundada no fim de 1999, a Rede Miquéias tem agora 550 membros em mais de 80 países."  http://www.micahnetwork.org/pt-br/quem-somos  acesso em 20/04/2018 

"Os primórdios do Movimento de Lausanne
Nossa história começa com o evangelista Dr. Billy Graham. Ao começar a pregar internacionalmente, ele desenvolveu uma paixão para "unir todos os evangélicos na tarefa comum da total evangelização do mundo".
Na década de 1970, Billy Graham percebeu a necessidade de um congresso global para reformular a missão cristã em um mundo de agitação política, econômica, intelectual e religiosa. A igreja, acreditava ele, tinha que compreender as idéias e os valores por trás de mudanças rápidas na sociedade.
Em julho de 1974, mais de 2.400 participantes de 150 nações se reuniram em Lausanne, Suíça, para o Primeiro Congresso Internacional sobre Evangelização Mundial. A revista TIME descreveu-o como "um fórum formidável, possivelmente o mais amplo encontro de cristãos já realizado"....
Em 1989, o Segundo Congresso Internacional sobre Evangelização Mundial foi realizado em Manila, Filipinas. Houve um envolvimento notável da União Soviética, Europa Oriental, mulheres e leigos. Manila 1989 serviu como uma plataforma de lançamento para novas estratégias e marcos importantes na missão global:...

A Christianity Today descreveu o Terceiro Congresso de Lausanne sobre Evangelização Mundial na Cidade do Cabo como "um consórcio de líderes evangélicos mais jovem, mais diversificado etnicamente e geograficamente do que nunca". A Cape Town 2010 foi cuidadosamente montada para representar uma demografia precisa da igreja global, dando voz particular à igreja na maioria do mundo....

Para cada geração desde 1987, Lausanne realizou um Younger Leaders Gathering (YLG) para identificar e reunir emergentes influenciadores de todo o mundo. As reuniões conectam os líderes mais jovens uns com os outros e com outros líderes globais seniores para construir a próxima geração de influenciadores e incentivar o desenvolvimento da liderança.
Os dois primeiros YLGs foram realizados em Cingapura em 1987 e na Malásia em 2006.
O terceiro YLG em 2016 (YLG2016) foi realizado em Jacarta, na Indonésia, reunindo mais de 1.000 líderes jovens e mentores de mais de 140 países. Em conjunto com o YLG2016, uma nova iniciativa chamada Younger Leaders Generation (YLGen) foi lançada como um compromisso de mentor intencional de influenciadores emergentes ao longo de dez anos. https://www.lausanne.org/our-legacy
O Movimento de Lausanne conecta influenciadores e idéias para a missão global, com uma visão do evangelho para cada pessoa, uma igreja evangélica para todos os povos, líderes semelhantes a Cristo para todas as igrejas e impacto do reino em todas as esferas da sociedade. Aprenda sobre nossos começos, conexões contínuas e missão hoje
Lausanne tem mais de 30 redes de assuntos diversos , cada uma liderada pelos catalisadores de Lausanne e centrada em torno de uma oportunidade ou desafio missionário urgente. Esses grupos menores de influenciadores concentram-se em um tema de missão crítica, como o Evangelho e a Cultura, Crianças em Risco e Negócios como Missão."  https://www.lausanne.org/about-the-movement
 2- O que é Missão Integral?
"Esta amor pela criação de Deus exige que nos arrependamos da destruição, dilapidação e contaminação dos recursos da terra e nossa cumplicidade na idolatria tóxica do consumismo....A missão integral significa discernir, proclamar e viver a verdade bíblica de que o evangelho são obas novas da parte de Deus por meio da cruz e ressurreição de Jesus Cristo para cada pessoa individualmente e também para a sociedade e também para a criação.Lamentamos o abuso e a destruição generalizados dos recursos da terra. Incluindo sua biodiversidade...que pratique a missão integral em função do cumprimento do propósito de Deus para a vida humana e totalidade da criação, em meio a uma sociedade afetda profundamente pela idolatria do consumismo.  Missão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p.11
 "Missão integral pode ser definida como a tarefa de colocar toda a vida sob o senhorio de Jesus Cristo, e inclui a afirmação de que não há dicotomia bíblica entre responsabilidade evangelística e responsabilidade social. Foi ainda definido na reunião de 2001 da Rede Miquéias em Oxford como 'a proclamação e demonstração do evangelho', enfatizando que não é simplesmente a questão do evangelismo e do envolvimento social sendo feito lado a lado, mas sim que 'nossa proclamação tem conseqüências sociais, como chamamos as pessoas para o amor e arrependimento em todas as áreas da vida "e que" o nosso envolvimento social tem consequências evangelísticas, como testemunhamos a graça transformadora de Jesus Cristo ".
A missão de Deus é 'reconciliar consigo todas as coisas, seja na terra ou nas coisas do céu' (Cl 1:20), e a nossa parte é atravessar as barreiras geográficas, culturais, políticas, econômicas e sociais 'com a intenção de transformar a vida humana em todas as suas dimensões, de acordo com o propósito de Deus, e de capacitar os seres humanos a desfrutar da vida abundante que Deus quer dar a eles e que Jesus Cristo veio compartilhar com eles ”. Assim, questões de desenvolvimento comunitário e saúde, HIV / AIDS, tráfico de seres humanos, ÁGUA (água, saneamento e higiene), assistência e segurança alimentar figuram de forma proeminente na esfera da missão integral. Teologicamente compreendida, a missão integral é uma preocupação para cada rede de questões que faz parte do Movimento de Lausanne."   https://www.lausanne.org/networks/issues/poverty-and-wealth
"Baseamos a nossa definição de missão integral numa consultoria[1] conduzida em Oxford, no Reino Unido, em setembro de 2001, que resultou na criação da Declaração da Rede Miqueias sobre a Missão Integral. O sumário contido na introdução delineia a definição resumida da missão integral como segue:
A missão integral, ou transformação holística, é a proclamação e demonstração do evangelho. Não significa simplesmente que a evangelização e o compromisso social tenham que ser levados a termo lado a lado. Antes, na missão integral, a nossa proclamação tem consequências sociais enquanto convocamos as pessoas ao amor e ao arrependimento em todas as áreas da vida. E o nosso compromisso social tem consequências para a evangelização enquanto damos testemunho da graça transformadora de Jesus Cristo.
Se ignorarmos o mundo, traímos a Palavra de Deus, a qual requer que sirvamos ao mundo. Se ignorarmos a Palavra de Deus, não temos nada que oferecer ao mundo. A justiça e a justificação pela fé, a adoração e a ação política, o espiritual e o material, a transformação pessoal e a mudança estrutural estão todos unidos entre si. Como na vida de Jesus, ser, fazer e dizer estão no âmago de nossa tarefa integral.

Veja a completa Declaração da Rede Miqueias sobre a Missão Integral aqui [Inglês]. http://www.micahnetwork.org/pt-br/miss%C3%A3o-integral  acesso em 20/04/2018
"O resultado foi a formação da Rede Miqueias em 1999, um movimento global comprometido com a proclamação e prática do evangelho, com a convicção de que 'na missão integral nossa proclamação tem consequências sociais, visto que implica um chamado ao amor e arrependimento em todas as áreas da vida, e nosso compromisso social tem consequências evangelizadoras, já que e um testemunho da graça trasnformadora de Jesus Cristo"  Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.31
A Fraternidade Teológica Latino Americana (FTL) nasceu de um desafio simples: como o Evangelho de ontem pode continuar sendo relevante ao mundo de hoje sem que se perca neste processo a fidelidade ao mesmo? (contextualização) Além disso, para que expresse os valores do Reino de Deus manifestos no Evangelho de Jesus, como a reflexão teológica e a sua práxis missional pode ir além dos aspectos da pregação tão somente sobre salvação individual e da alma? Uma reflexão teológica rica, cristocêntrica e dialogal, comprometida com a Palavra de Deus e com os desafios contemporâneos de nossa sociedade latino-americana e brasileira, surgiram para oxigenar o entendimento sobre a missão da igreja evangélica.
A FTL surge na década de 1970, em Cochabamba, Bolívia, em âmbito continental e tem como precursores irmãos, tais como: René Padilla, Samuel Escobar, Orlando E. Costas, Rolando Gutiérrez Cortés, Sidney Rooy, entre outros.

Assim, a Fraternidade é um movimento cristão evangélico de reflexão e práxis teológica que se propõe, por meio de suas atividades causar impactos positivos, tanto eclesiais, missionais e sociais, a partir da Integralidade do Evangelho (Teologia da Missão Integral) contribuindo, dessa forma, para a manutenção e preservação integral da dignidade e vida de nosso próximo. – os núcleos locais são os principais agentes pulverizadores dessa reflexão-ação. http://ftl.org.br/new/index.php/a-ftl-brasil/ftl

3-Há um reducionismo pratico na missão integral? A missão é integral em qual sentido?
Resposta:
Não. Não existe reducionismo pratico na Missão Integral Ortodoxa. Existe sim em indivíduos que professam representantes da Missão Integral.
Em um crescente número de países agora existe uma gama de ministérios que respondem a múltiplas necessidades humanas: ministérios de recuperação de dependentes de drogas, trabalho com meninos de rua, idosos, prostitutas, deficientes, paralíticos, mães solteiras, presidiários, cegos, órfãos, refugiados, desempregados, portadores de HIV ou pacientes de aids... A lista é interminável  Missão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p.33
O Movimento de Lausanne conecta influenciadores e idéias para a missão global, com uma visão do evangelho para cada pessoa, uma igreja evangélica para todos os povos, líderes semelhantes a Cristo para todas as igrejas e impacto do reino em todas as esferas da sociedadeAprenda sobre nossos começos, conexões contínuas e missão hoje
Lausanne tem mais de 30 redes de assuntos diversos , cada uma liderada pelos catalisadores de Lausanne e centrada em torno de uma oportunidade ou desafio missionário urgente. Esses grupos menores de influenciadores concentram-se em um tema de missão crítica, como o Evangelho e a Cultura, Crianças em Risco e Negócios como Missão.  https://www.lausanne.org/about-the-movement

"Esta amor pela criação de Deus exige que nos arrependamos da destruição, dilapidação e contaminação dos recursos da terra e nossa cumplicidade na idolatria tóxica do consumismo....A missão integral significa discernir, proclamar e viver a verdade bíblica de que o evangelho são obas novas da parte de Deus por meio da cruz e ressurreição de Jesus Cristo para cada pessoa individualmente e também para a sociedade e também para a criação.
"Lamentamos o abuso e a destruição generalizados dos recursos da terra. Incluindo sua biodiversidade...que pratique a missão integral em função do cumprimento do propósito de Deus para a vida humana e totalidade da criação, em meio a uma sociedade afetada profundamente pela idolatria do consumismo."  Missão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p. 11

 "A missão de Deus é 'reconciliar consigo todas as coisas, seja na terra ou nas coisas do céu' (Cl 1:20), e a nossa parte é atravessar as barreiras geográficas, culturais, políticas, econômicas e sociais 'com a intenção de transformar a vida humana em todas as suas dimensões, de acordo com o propósito de Deus, e de capacitar os seres humanos a desfrutar da vida abundante que Deus quer dar a eles e que Jesus Cristo veio compartilhar com eles ”. Assim, questões de desenvolvimento  comunitário e saúdeHIV / AIDStráfico de seres humanos, ÁGUA (água, saneamento e higiene), assistência e segurança alimentar figuram de forma proeminente na esfera da missão integral. Teologicamente compreendida, a missão integral é uma preocupação para cada rede de questões que faz parte do Movimento de Lausanne."   https://www.lausanne.org/networks/issues/poverty-and-wealth

Vejamos, entretanto a exposição de um critico da Missão integral e depois uma resposta em seguida:
"Devemos considerar a legitimidade da preocupação que tem levado algumas pessoas a aderirem à MI. De fato, não são poucas as igrejas que nutrem uma perspectiva dualista da realidade, sobretudo da pessoa humana. E, por consequência, vivenciam sua missão de modo reducionista, negligenciando oportunidades de aplicação do evangelho a outras esferas de nossa existência, que não a relativa à fé. Parece mesmo faltar a muitos pastores e igrejas uma compreensão da abrangência do impacto da missão da igreja. Contudo, o que tem acontecido recentemente com a MI no Brasil não é muito diferente e parece fortalecer o argumento daqueles que a tem rejeitado. Muitos pastores e igrejas que aderiram à MI parecem também estar sofrendo de uma prática reducionista. Eles ficam tão fascinados com o engajamento político-social que acabam por atribuir a essa tarefa um caráter de centralidade, para não dizer de exclusividade.Oliva, citando Nóbrega, afirma que o uso do qualificativo integral tem como objetivo “lembrar as igrejas de que elas não devem optar por um dos polos opostos – salvação pessoal/espiritual ou responsabilidade  FIDES REFORMATA XIX, Nº 1 (2014): 62 Filipe Costa Fontes*
 Geralmente a MI é apresentada como um chamado à integralidade; uma defesa da missão da igreja como um movimento em direção à “pessoa toda, com todo o evangelho, em todo o seu contexto social e cultural”.4 É este chamado que tem atraído muitos evangélicos conservadores, mesmo no círculo reformado. É também ele que pretende ser, de alguma forma, assegurado pelo argumento de que o reducionismo prático da MI seria um desvio do propósito original. Contudo, há razões para questionar este chamado à integralidade. Isso, por que a apropriação do adjetivo “integral” pela perspectiva que estamos analisando não parece estar relacionada ao significado semântico do termo – todo, inteiro, completo – mas à tentativa de superação de um dualismo específico, que se refere ao exercício da missão da igreja enquanto instituição: o dualismo evangelização/ação social.5
Para Carvalho, esse dualismo teria sido o ponto central de discussão do Congresso de Lausanne, importante marco da MI, e também o responsável pela elaboração do conceito.
Entre as questões que o congresso de Lausanne procurou responder, talvez a mais importante seja a que focalizou a relação entre evangelização e responsabilidade social. O debate sobre essa relação levou à formulação de um conceito mais amplo de missão cristã, expresso no conceito de missão integral, englobando tanto a evangelização quanto a responsabilidade social, sendo ambas inter-relacionadas e essencialmente distintas. A partir daí, todas as discussões em torno da missão integral passaram a focalizar sua fundamentação e aplicação à luz da prática pastoral e missionária.6
 Como é possível verificar, embora se utilize de um adjetivo cujo significado semântico aponta para a abrangência, a discussão da MI gira em torno de uma questão específica: o engajamento da igreja com a ação social e a relação entre este engajamento e a evangelização. A interpretação e referência ao engajamento social como um movimento voltado à integralidade revela sua semente reducionista. É provável que esse reducionismo seja fruto da construção dialética da MI, o que a teria conduzido, pelo menos em parte, a uma síntese7 com um paradigma filosófico-sociológico reducionista: o materialismo histórico – que reduz a dinâmica da realidade ao aspecto socioeconômico.8
 6 CARVALHO, G. V. R. de. A missão integral na encruzilhada: Reconsiderando a tensão no pensamento teológico de Lausanne. In: RAMOS, L.; CAMARGO, M.; AMORIM, R. Fé cristã e cultura contemporânea. Viçosa: Ultimato, 2009, p. 17. 
7 Um pensamento “sintético” é um sistema teórico construído na interação entre elementos original e estruturalmente cristãos e elementos de sistemas teóricos apóstatas, cujo ponto de partida é imanente. 
8 O erro básico do marxismo seria “assumir que é possível explicar as concepções estéticas, jurídicas, morais e písticas em termos de uma reflexão ideológica de um sistema econômico de produção”. DOOYEWEERD. A New Critique of Theoretical Thought. 3ª ed. Paideia: Ontario, 1984, v. 2, p. 293. Minha tradução."
 FIDES REFORMATA XIX, Nº 1 (2014): 63-64 Filipe Costa Fontes*
Resposta:
1-De maneira textual clara e distinta a Missão Integral tem um sentido totalitário, incluindo o indivíduo, a sociedade e o planeta:

"Este amor pela criação de Deus exige que nos arrependamos da destruição, dilapidação e contaminação dos recursos da terra e nossa cumplicidade na idolatria tóxica do consumismo....A missão integral significa discernir, proclamar e viver a verdade bíblica de que o evangelho são obas novas da parte de Deus por meio da cruz e ressurreição de Jesus Cristo para cada pessoa individualmente e também para a sociedade e também para a criação.
"Lamentamos o abuso e a destruição generalizados dos recursos da terra. Incluindo sua biodiversidade...que pratique a missão integral em função do cumprimento do propósito de Deus para a vida humana e totalidade da criação, em meio a uma sociedade afeta profundamente pela idolatria do consumismo. " Missão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p. 11
"A missão cristã se orienta para o desenvolvimento de toda a pessoa e de todas as pessoas. Portanto, inclusive a formação de um novo estilo de vida...baseado em novos métodos de produção e novos padrões de consumo. Inclui também a criação de uma nova tecnoloiga subordinada ao ser humano e que respeite a natureza.." Missão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p.168 
O Movimento de Lausanne conecta influenciadores e idéias para a missão global, com uma visão do evangelho para cada pessoa, uma igreja evangélica para todos os povos, líderes semelhantes a Cristo para todas as igrejas e impacto do reino em todas as esferas da sociedade. Aprenda sobre nossos começos, conexões contínuas e missão hoje
Lausanne tem mais de 30 redes de assuntos diversos , cada uma liderada pelos catalisadores de Lausanne e centrada em torno de uma oportunidade ou desafio missionário urgente. Esses grupos menores de influenciadores concentram-se em um tema de missão crítica, como o Evangelho e a Cultura, Crianças em Risco e Negócios como Missão.  https://www.lausanne.org/about-the-movement
'A missão integral da igreja quer expressar duas coisas básicas:a-compromisso com todo conselho de Deus...a bíblia quer e precisa ser considerada na sua totalidade.b- a missão da igreja leva em conta a pessoa na sua totalidadebem como o contexto no qual a pessoa vive. a missão veste a roupa da encarnação Missão Integral: ensaios sobre o reino e a igreja. 1ª edição .São Paulo:Temática Publicações, 1992 p. 8
"Em primeiro, para o próprio Jesus, a missão que o Pai lhe dera não se limitava à pregação do evangelho.Mateus por exemplo sintetiza o ministério terreno do Senhor assim: “Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo” Mt 4:23; 9:35...a evangelização foi só um dos elementos da missão de Jesus. Junto com o Kerigma [proclamação], estava a dikonia [serviço] e a didake [discipulado] E isso pressupõe um conceito de salvação que abarca a totalidade do homem, e não pode ser reduzido ao perdão dos pecados e a segurança de uma vida interminável com Deus no céu. A uma visão integral de salvação corresponde a uma missão integral. Salvação é saúde. Salvação é humanização total. Salvação é vida eterna, salvação é vida no reino de Deus, vida que começa aqui e agora...e atinge todos os aspectos do ser do homem.  Missão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p.63
"...A obra de Jesus Cristo teve uma dimensão social e política... Uma leitura acurada dos evangelhos nos permite ver um Jesus que, em meio a várias alternativas políticas (o farisaísmo, o saduceísmo, o zelotismo e o essenismo), encarna e proclama uma nova alternativa: o Reino de Deus. Dizer que Jesus é o Cristo é descobri-lo em termos políticos, é afirmar que ele é rei. Seu reino não é deste mundo, não porque não tenha nada a ver com o mundo, mas porque não se amolda à política dos homens. É um reino com sua própria política, uma política marcada pelo sacrifício. Jesus é um rei que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45). Segundo a política dos homens (...) os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva;e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. ...É assim que Jesus encara as estruturas de poder: denunciado a ambição de mando que se entricheira nelas, e proclamando outra alternativa, baseada no amor, no serviço, na auto-entrega aos demais.... O resultado concreto da entrega de Jesus pelos demais, cuja culminação se dá na cruz, com efeito, é esta comunidade modelada no Rei-Servo. Uma comunidade de reconciliação com Deus e reconciliação entre os homens (Ef 2.11-22)
 Missão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p.63
"A missão de Deus é 'reconciliar consigo todas as coisas, seja na terra ou nas coisas do céu' (Cl 1:20), e a nossa parte é atravessar as barreiras geográficas, culturais, políticas, econômicas e sociais 'com a intenção de transformar a vida humana em todas as suas dimensões, de acordo com o propósito de Deus, e de capacitar os seres humanos a desfrutar da vida abundante que Deus quer dar a eles e que Jesus Cristo veio compartilhar com eles ”. Assim, questões de desenvolvimento   comunitário e saúdeHIV / AIDStráfico de seres humanos, ÁGUA (água, saneamento e higiene), assistência e segurança alimentar figuram de forma proeminente na esfera da missão integral. Teologicamente compreendida, a missão integral é uma preocupação para cada rede de questões que faz parte do Movimento de Lausanne."   https://www.lausanne.org/networks/issues/poverty-and-wealth
4- A Missão Integral (FTL)tem compromisso dialético com o Marxicismo?Tem uma conexão histórica com o ISAL?
Segundo um crítico da Missão Integral sim:
É provável que esse reducionismo seja fruto da construção dialética da MI, o que a teria conduzido, pelo menos em parte, a uma síntese7 com um paradigma filosófico-sociológico reducionista: o materialismo histórico – que reduz a dinâmica da realidade ao aspecto socioeconômico.8 Descrevendo o ambiente intelectual que teria forjado a MI, Gondim afirma claramente seu caráter dialético, argumentando que ela teria se originado do desejo dos evangélicos de “fazer nascer uma teologia que se aventurasse em dialogar com as ciências e a filosofia”.9 E sugere seu caráter sintético ao relacioná-la à Teologia da Libertação e ao apontar as Fraternidades Teológicas Latino-Americanas como fermentadoras do pensamento que lhe deu origem.10 Mais que uma simples sugestão pode ser encontrada na argumentação de Sanches, que relaciona as origens da MI a um movimento denominado ISAL (Igreja e Sociedade na América Latina), fundado na década de 60, e que, em suas próprias palavras, “elaborou uma síntese entre o protestantismo e o marxismo, por meio de um fecundo diálogo entre a Teologia e as Ciências Sociais, a fim de interpretar o contexto de crise política vivida pelo povo latino-americano”.11  FIDES REFORMATA XIX, Nº 1 (2014): 63-64 Filipe Costa Fontes*p. 64-65
6 CARVALHO, G. V. R. de. A missão integral na encruzilhada: Reconsiderando a tensão no pensamento teológico de Lausanne. In: RAMOS, L.; CAMARGO, M.; AMORIM, R. Fé cristã e cultura contemporânea. Viçosa: Ultimato, 2009, p. 17.
 7 Um pensamento “sintético” é um sistema teórico construído na interação entre elementos original e estruturalmente cristãos e elementos de sistemas teóricos apóstatas, cujo ponto de partida é imanente.
8 O erro básico do marxismo seria “assumir que é possível explicar as concepções estéticas, jurí- dicas, morais e písticas em termos de uma reflexão ideológica de um sistema econômico de produção”. DOOYEWEERD. A New Critique of Theoretical Thought. 3ª ed. Paideia: Ontario, 1984, v. 2, p. 293. Minha tradução.
 9 GONDIM, 2010, p. 20. 10 Cf. GONDIM, 2010, p. 20.
10 Cf. GONDIM, 2010, p. 20.
11 SANCHES, S. de M. A teologia da missão integral como teologia evangélica contextual latino- -americana. Revista Caminhando v. 15, n. 1, p. 65-85, jan./jun. 2010, p. 76. 
Resposta:
Sanches não vincula a Missão Integral e sua representante a FTL ao ISAL, pois fala de 3 grupos:

  • primeiro- ISAL  preocupação exclusivamente socio-eocnomica
  • segundo- preocupação com evangelismo
  • terceiro- deu origem a FTL (Missão Integral)

 Ao longo da década, membros do primeiro grupo se organizaram em um movimento denominado Igreja e Sociedade na América Latina (ISAL). O ISAL elaborou uma síntese entre o protestantismo e o marxismo, por meio de um fecundo diálogo entre a Teologia e as Ciências Sociais, a fim de interpretar o contexto de crise política vivida pelo povo latino-americano. Membros do segundo grupo envolveram-se com a proposta evangelizadora do missionário norte-americano Kenneth Stratchan, chamada “Evangelismo em Profundidade”. Esta consistiu no uso de grandes campanhas evangelizadoras, por meio do uso de pregadores evangélicos norte-americanos, dos meios de comunicação e da mobilização das igrejas evangélicas em todo o processo. Para o primeiro grupo, as palavras-chave eram responsabilidade e compromisso.

Para o segundo grupo, as palavras-chave eram arrependimento e conversão.SANCHES, S. de M. A teologia da missão integral como teologia evangélica contextual latino- -americana. ...
Finalmente, o primeiro grupo reuniu seus esforços na criação do Conselho Latino-americano de Igrejas (CLAI), com o apoio do Conselho Mundial de Igrejas. Sua interpretação da missão das igrejas evangélicas no contexto latino-americano respondia a uma preocupação exclusivamente socioeconômica.
SANCHES, S. de M. A teologia da missão integral como teologia evangélica contextual latino- -americana.  Revista Caminhando v. 15, n. 1, p. 65-85, jan./jun. 2010,p.76
Em meio a estas polarizações, um terceiro grupo de evangélicos latino-americanos, crítico de ambos os polos, foi-se formando ao longo deste período. Seus membros participaram dos CELAS e acompanharam a formação do ISAL, mas se distanciaram da sua orientação socialista. Eles se mantiveram unidos ao outro grupo de evangélicos fundamentalistas. Junto com eles, participaram do Congresso Mundial de Evangelização, em Berlim, em 1966, promovido pela Associação Evangelística Billy Graham, e da sua reprodução em escala continental, no Congresso Latino-americano de Evangelização (CLADE I), em 1969. Também participaram do
Congresso Internacional de Evangelização Mundial, em Lausanne, Suíça,
em 1974, quando aderiram ao Pacto de Lausanne. SANCHES, S. de M. A teologia da missão integral como teologia evangélica contextual latino- -americana. Revista Caminhando v. 15, n. 1, p. 65-85, jan./jun. 2010,p.77
Alguns/algumas participantes do congresso, estimulados/as pela luta por contextualização da teologia evangélica, organizaram-se em uma Fraternidade de Teólogos Evangélicos, depois Fraternidade Teológica Latino-americana (FTL), em 1970. A FTL foi composta desde um grupo de pastores/as, professores/as de seminários e institutos bíblicos, estudantes, líderes leigos/as e missionários/as interessados/as na tarefa de uma teologia evangélica contextual. SANCHES, S. de M. A teologia da missão integral como teologia evangélica contextual latino- -americana. Revista Caminhando v. 15, n. 1, p. 65-85, jan./jun. 2010, p.78

A FTL se impôs a tarefa de elaborar uma teologia evangélica desde e para o contexto do povo latino-americano. Ao fazê-lo, por um lado, a FTL optou por denunciar, no dizer de Escobar, “realidades como a dependência missional, as polarizações provocadas desde fora, a crise de identidade das novas gerações evangélicas, a ausência de uma reflexão contextualizada” (ESCOBAR, 1995, p. 14). Por outro lado, escolheu evitar os dois
extremos presentes até então na atividade teológica dos evangélicos na América Latina: o fundamentalismo teológico, que pré-julgava tudo que era diferente dele mesmo como liberal ou ecumênico; e o fundamentalismo marxista, que se afastou e colocava em risco a herança evangélica na América Latina.
 Boa parte da atividade teológica da FTL convergiu para os Congressos Latino-Americanos de Evangelização (CLADES) realizados, respectivamente, em: Bogotá, Colômbia (1969); Lima, Peru (1979); Quito, Equador (1992); Quito, Equador (2000).  SANCHES, S. de M. A teologia da missão integral como teologia evangélica contextual latino- -americana. Revista Caminhando v. 15, n. 1, p. 65-85, jan./jun. 2010, p.78
O amadurecimento desta elaboração teológica desaguou na constituição de uma teologia da missão integral. SANCHES, S. de M. A teologia da missão integral como teologia evangélica contextual latino- -americana. Revista Caminhando v. 15, n. 1, p. 65-85, jan./jun. 2010, p.81
'Cremos na necessidade que o homem tem de um encontro pessoal com Deus em Cristo, pela ação do Espírito Santo, por meio da proclamação da Palavra de Deus. E mantemos que nada pode tomar o lugar da regeneração espiritual para fazer homens novos. Esta é a soteriologia bíblica e é parte essencial de nossa fé. Não podemos aceitar a equação da salvação com a satisfação das necessidades corporais, com melhorias sociais ou com libertação política. Por outro lado não há apoio bíblico... limitar sua missão à pregação da reconciliação do homem com Deus por meio de Jesus Cristo.Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.81
Ver pergunta 7 e 9

5- Qual a relação e entre evangelização e responsabilidade social?

São distinguidas teoricamente

"A evangelização e a responsabilidade social podem e devem ser distinguidas teoricamente, mas não devem ser separadas na prática, já que a palavra e a ação são inseparáveis na vida cristã e igualmente essenciais no testemunho cristão"  Missão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p.34

Elas estão intimamente ligadas na prática, embora seja disitntas:

"a luz do reino de Deus, portanto, a evangelização e a responsabilidde social estão unidas inextricavelmente"  Missão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p. 24
"o amor de Deus que se afirma com palavras também se manifeste em ações orientadas a satisfazer genuínas necessidades humanas, sejam quais forem. Assim, pois, não há lugar para dicotomia entre evangelização e responsabilidade social" Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p.34
"O resultado foi a formação da Rede Miqueias em 1999, um movimento global comprometido com a proclamação e prática do evangelho, com a convicção de que 'na missão integral nossa proclamação tem consequências sociais, visto que implica um chamado ao amor e arrependimento em todas as áreas da vida, e nosso compromisso social tem consequências evangelizadoras, já que e um testemunho da graça trasnformadora de Jesus Cristo"  Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.31
"O Novo Testamento desconhece evangelho que faz um divórcio entre soteriologia e ética, a comunhão com Deus e a comunhão com o próximo, fé e obras...O significado da cruz é, ao mesmo tempo, soteriológico e ético  Missão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p. 64
 "Missão integral pode ser definida como a tarefa de colocar toda a vida sob o senhorio de Jesus Cristo, e inclui a afirmação de que não há dicotomia bíblica entre responsabilidade evangelística e responsabilidade social. Foi ainda definido na reunião de 2001 da Rede Miquéias em Oxford como 'a proclamação e demonstração do evangelho', enfatizando que não é simplesmente a questão do evangelismo e do envolvimento social sendo feito lado a lado, mas sim que 'nossa proclamação tem conseqüências sociais, como chamamos as pessoas para o amor e arrependimento em todas as áreas da vida "e que" o nosso envolvimento social tem consequências evangelísticas, como testemunhamos a graça transformadora de Jesus Cristo ". https://www.lausanne.org/networks/issues/poverty-and-wealth
 A evangelização não pode ser reduzida ao anuncio verbal do evangelho, sem responsabilidade social
"ao considerar que a evangelização não pode ser reduzida ao anuncio verbal do evangelho e pode, consequentemente, ser feita sem exercer responsabilidade social, deu base a um conceito da missão como um casamento em que os cônjuges, a palavra e a ação, são iguais mas inseparáveis. Um conceito mais bíblico da missão sugere que a evangelização genuína é inseparável da responsabilidade e que a ação social cristã é inseparável da evangelização. e isto alude a expressão Missão Integral...A partir deste ponto não faz nenhum sentido falar de 'prioridade da evangelização'"  Missão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p. 26
A missão da igreja inclui a proclamação oral do evangelho e sua demonstração prática:
 2 Co 9:12  Porque serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus,
13  visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos,
Mt 28:19 Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20  ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.
 Tg 1:27  A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.

"A missão da igreja inclui a proclamação do evangelho sua demonstração. Devemos portanto, evangelizar, responder a necessidades humanas imediatas e pressionar em prol da transformaçãoMissão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p. 26
"Os maiores desafios que o movimento evangélico encara hoje possuem estreita relação com o chamado a evangelizar sem deixar de lado seu compromisso sociaMissão Integral: ensaios sobre o reino de Deus e a igreja. Nova Edição Ampliada. Viçosa. MG: Ultimato, 2012, p. 35
"Em quarto lugar, neste congresso esperamos reafirmar que nosso testemunho deve ser tanto por palavra quanto por ação. Você não pode separar os dois. Nossas vidas, individual e coletivamente, devem refletir claramente as verdades que proclamamos. A fé sem obras é morta.
"A fonte da salvação é graça. O fundamento de nossa salvação é a expiação. Os meios da nossa salvação são a fé. A evidência da salvação é obras.
"Muitos hoje estão debatendo a questão do lugar apropriado da ação social no programa geral da igreja. Muito será dito neste Congresso sobre este assunto....
Eu confio que podemos afirmar qual é a relação entre evangelismo e responsabilidade social. Regozijemo-nos na ação social e, ainda assim, insistimos em que só ela não é evangelismo e não pode ser substituída pelo evangelismo. Esse relacionamento perturba muitos crentes. Talvez Lausanne possa ajudar a esclarecer isso."
Discurso de Billy Graham em Lausanne 1974 https://www.lausanne.org/content/why-lausanne-print
O documento de Lauzanne (do primeiro congresso) mostra que evangelizar é distinto de ação politica e social, embora dissesse que havia prioridade na evangeliização (embora use o termo integral)

1- Evangelizar é difundir as boas novas.
Acreditamos que o evangelho são as boas novas de Deus para todo o mundo, e por sua graça, decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações. iNTRODUÇÃO

2- Ação social não é evangelização
Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sociopolítico são ambos parte do nosso dever cristão5.A Responsabilidade Social Cristã 
3- Evangelização e envolvimento sociopolitico são deveres cristãos
Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sociopolítico são ambos parte do nosso dever cristão. 5, A responsabilidade social cristã
4- A evangelização é primordial
Na missão de serviço sacrifical da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo




6- Missão integral é uma teologia, um movimento?


A missão integral é tem um arcabouço teórico, neste sentido é uma teologia, e enfatizar que a missão de Jesus envolve fazer discipulos ensinando-os a guardar tudo que Jesus ensinou, ou seja a praticar o Evangelho: 


"Movimento de Lausanne, a intensão de que a igreja ao redor do mundo coloque no centro de sua vida e sua missão, tanto a teologia como a prática da Missão Integral..." Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p. 35

Na entrevista de René Padilha na Faculdade Teológica Latina Americana https://www.youtube.com/watch?v=zpTVRFao7_U  deixou claro que a Missão Integral não é uma Teologia  e sim um movimento.


"A missão integral não é essencialmente uma teologia, é uma maneira de buscar o cumprimento do mandato de Jesus Cristo de fazer discípulos. O mandato não é teologia, o mandamento é façam discipulos, discipulos de Jesus Cristo que obeceçam,aprendam a obedecer a Jesus Cristo em tudo, em tudo.
 Ele não mandou seus discipulos a ganhar convertidos e fazer templos, ele mandou seus discipulos a fazer discipulos. A missão integral é essencialmente uma maneira de explicitar na vida prática o que isso significa. 
A gente não tem muita teologia pelo que está sendo Missão Integral, Graças a Deus por isso.  A teologia que surge no contexto da Fraternidade Teológica latino Americana é uma teologia , é um intento de articular o que isto significa  a vida prática, o primeiro intento é de ser fiel ao mandato de Jesus Cristo, depois vem a reflexão do que isto significa. Os discipulos de Jesus Cristo obedecem ao Senhor em contexto determinado, específico, como se relaciona esta mandato a este contexto? Aí vem a reflexão, a teologia ilumina a missão, encaminha o pensamento  de maneira que haja coerência entre o que se diz, o que se faz e se vive. não há separação entre secular e sagrado e  não há separação ente a pratica e teoria,  se busca  com a obediência da fe... 

A missão integral é um movimento, no sentido de não estar ligado a uma denominação:
"Na medida em que a FTL, a rede Miquéias e o Movimento de Lausanne consigam incentivar o povo de Deus a se  comprometer com Deus na prática da missão integral em âmbito individual e comunitário , estes movimentos seguirão sendo sinais de esperança  em meio á desesperança que se instalou ao redor do mundo." Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p. 42

7- A Missão Integral é ecumênica ou ortodoxa?

'Cremos na necessidade que o homem tem de um encontro pessoal com Deus em Cristo, pela ação do Espírito Santo, por meio da proclamação da Palavra de Deus. E mantemos que nada pode tomar o lugar da regeneração espiritual para fazer homens novos. Esta é a soteriologia bíblica e é parte essencial de nossa fé. Não podemos aceitar a equação da salvação com a satisfação das necessidades corporais, com melhorias sociais ou com libertação política. Por outro lado não há apoio bíblico... limitar sua missão à pregação da reconciliação do homem com Deus por meio de Jesus Cristo.Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.81
"A fé sem arrependimento não é  fé salvadora, mas uma crendice 'presunçosaMissão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p. 78

'Aquele que acomoda o evangelho ao espirito da época, a fim de torna-lo mais digerível, age assim porque esqueceu a verdadeira natureza da salvação cristã: não é obra do homem, mas de Deus. Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p. 79
"nossa maior necessidade é um evangelho mais bíblico e uma igreja mais fiel Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p. 83 
"...retorno ao evangelho bíblico centrado em Jesus Cristo...Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014,p. 94

8- Por que a Missão Integral insiste numa teologia autóctone? Seria materialismo histórico (marxismo)?
 "Finalmente, esta relação e influência podem ser percebidas pela constante crítica da MI à tradição teológica de pensamento e sua consequente defesa de “uma teologia legitimamente continental”,14 o que se assemelha ao caráter antitradicionalista do materialismo histórico.15 "  FIDES REFORMATA XIX, Nº 1 (2014): 65 Filipe Costa Fontes* 
Resposta:
A missão Integral  se opõe a um evangelho que leva consigo conceitos culturais negativos, como por exemplo o  modo americano de vida "american way of life":
"...confundir as Escrituras com a cultura...a igreja deve ser liberta de todas e cada uma das coisas que em uma cultura lhe impedem a ser fiel ao Senhor no cumprimento de sua missão, tanto de dentro como de fora de sua cultura  Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.70
...'chegou o momento de que a universalidade do evangelho se manifeste em termos de uma teologia que não esteja atada a nenhuma cultura em particular, mas que mostre a multiforme sabedoria de Deus..." Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.137.
" A igreja realmente autóctone é aquela que, em virtude da morte e ressurreição de Cristo, encarna o evangelho dentro de sua própria cultura; adota um estilo de vida, pensamento e ação me que seus próprios padrões culturais sejam transformados e realizados planamente pelo evangelho  Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.139.

Ver Introdução 

9-A Teologia da Missão Integral (TMI)é marxista? Tem relação com a Teologia da libertação?
Resposta:
Não. Mas de maneira totalmente contraditória, ao pensamento ortodoxo da Missão Integral, vemos  pessoas como Ariovaldo Ramos se aliaram ao PT, ao socialismo. Observemos:

1 O marxismo é rejeitado pela TMI ortodoxa


“Para o cristianismo secular, obcecado com a vida deste mundo, a única salvação de que se pode falar é a que se enquadra dentro dos limites da era presente. É essencialmente uma salvação econômica, social e política, ainda que às vezes (como no caso da “teologia da libertação” na América Latina) se pretenda ampliar o conceito para que inclua “construção de um homem novo”, artífice do seu próprio destino. [cf. Gustavo Gutierrez. Teologia de La liberacion, 1973.] A escatologia é absorvida pela utopia e a esperança cristã se confunde com a esperança intramundana proclamada pelo marxismo. Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.62 colchetes acrescentados).
Missão Integral: ensaios sobre o reino e a igreja. 1ª edição .São Paulo:Temática Publicações, 1992, p. 33.

"é urgentemente necessário que tenhamos um arcabouço teológico o qual nos ajude a avaliar os vários modos de interpretar nossa situação (ou mudá-la) sem cair na sacralização de nenhuma ideologia, seja de direita ou e esquerda
Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p. 136
2 A missão integral ortodoxa critica o engajamento com o marxismo, especialmente da Teologia da libertação
o evangelho não pode ser reduzido a categorias políticas, sociais e econômicas, nem a Igreja uma agencia de promoção humana. Menos ainda confundir o evangelho com uma ideologia ou a igreja com um partido político. Como cristãos estamos chamados a testemunhar acerca de um Cristo transcendente, ultramundano, por meio de cujo sacrifício temos recebido o perdão dos pecados e a reconciliação com Deus. Cremos na necessidade que o homem tem de um encontro pessoal com Deus em Cristo, pela ação do Espírito Santo, por meio da proclamação da Palavra de Deus. E mantemos que nada pode tomar o lugar da regeneração espiritual para fazer homens novos. Não podemos aceitar a equação da salvação com a satisfação das necessidade corporais, com melhorias sociais ou com libertação política” 
 Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.80
"Em nosso dias o ajuste do  cristianismo a premissas marxistas deu origem a um sincretismo que pretende devolver ao evangelho sua dimensão social e politica: a teologia da libertação. Que esta teologia tenha encontrado seu laboratório na América Latina - um continente marcado pelo fermento revolucionário- mostra eloquentemente até onde a teologia é por vezes um reflexo da situação histórica" Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p. 123 
'Cremos na necessidade que o homem tem de um encontro pessoal com Deus em Cristo, pela ação do Espírito Santo, por meio da proclamação da Palavra de Deus. E mantemos que nada pode tomar o lugar da regeneração espiritual para fazer homens novos. Esta é a soteriologia bíblica e é parte essencial de nossa fé. Não podemos aceitar a equação da salvação com a satisfação das necessidades corporais, com melhorias sociais ou com libertação política. Por outro lado não há apoio bíblico... limitar sua missão à pregação da reconciliação do homem com Deus por meio de Jesus Cristo.Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.81
“Para o cristianismo secular, obcecado com a vida deste mundo, a única salvação de que se pode falar é a que se enquadra dentro dos limites da era presente. É essencialmente uma salvação econômica, social e política, ainda que às vezes (como no caso da “teologia da libertação” na América Latina) se pretenda ampliar o conceito para que inclua “construção de um homem novo”, artífice do seu próprio destino. [cf. Gustavo Gutierrez. Teologia de La liberacion, 1973.] A escatologia é absorvida pela utopia e a esperança cristã se confunde com a esperança intramundana proclamada pelo marxismo. Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p.62 colchetes acrescentados). 
Ver pergunta 4

3- O Movimento de Lausanne, um dos representantes da MI é contra o comunismo e traçou estratégias de como evangelizar marxistas


Relatório da Consulta sobre Evangelização Mundial
Mini-Consulta sobre Alcançar Marxistas realizada em Pattaya, Tailândia, de 16 a 27 de junho de 1980
Patrocinado pelo Comitê de Lausanne para Evangelização Mundial:
O marxismo é uma filosofia e um programa que, como um todo, é fundamentalmente e inescapavelmente ateísta. Por essa razão, encontramos o conceito de “marxismo cristão” como uma contradição em termos. No entanto, outras filosofias e programas socioeconômicos, como o capitalismo de livre mercado, também podem ser ateus e anti-bíblicos. Quando se baseia na premissa de que a livre expressão do egoísmo humano e do egoísmo produzirá o bem comum, é elevar o pecado a um princípio vital....
Não conseguiremos  comunicar as  Boas Novas se simplesmente nos apoderarmos dos conceitos marxistas para interpretar os significados das Boas Novas: porque o evangelho estilhaça e reforma todos os conceitos humanos. Mas devemos nos comprometer a buscar continuamente conceitos adequados às Escrituras e à nossa situação, a fim de expressar o significado da Boa Nova...
Enquanto os cristãos ocidentais querem evitar amarrar a igreja a um determinado sistema político-econômico, somos chamados a oferecer uma alternativa sistemática. Os membros do grupo ofereceram várias sugestões sobre como resolver esse dilema:
 (i) Uma recomendação foi usar o padrão do Antigo Testamento como um plano claro. A Bíblia oferece uma alternativa sistemática viável para os cristãos.
4- Inclusive é contra se aliar a partidos politicos 
(ii) Outro sugeriu que a igreja apenas se envolva na arena político-econômica como “a igreja”. Os cristãos não devem se juntar a um partido, mas sim agir como uma comunidade profética separada, fora das estruturas existentes.

(iii) Uma terceira sugestão enfatizou que a igreja age como uma comunidade profética externa, mas acrescentou que seus membros deveriam oferecer alternativas cristãs estruturais distintas daquelas atualmente em prática. O problema permanece - os cristãos têm tão dicotomizado a vida em esferas separadas que ninguém começou a pensar em possíveis alternativas. É o desafio da igreja construir uma solução bíblica.

(iv) Uma quarta recomendação enfatizou que não há um modelo político ou econômico que possa ser extraído das Escrituras e aplicado aos nossos tempos. São princípios bíblicos que devem ser aplicados a uma das possibilidades históricas político-econômicas. A economia não é um assunto “cristão” em si . É um conceito neutro que engloba vários sistemas que podem ser julgados moralmente com a ajuda de princípios bíblicos. Há apenas tantas opções econômicas históricas - monarquia / ditadura, oligarquia, aristocracia, democracia, regime totalitário, etc. Os méritos de cada um devem ser julgados à luz de nosso conhecimento das Escrituras. Nenhuma forma será perfeita, mas elas podem ser legitimamente comparadas....
Conclusão
Nosso foco é alcançar os marxistas com o evangelho de Jesus Cristo que, acreditamos, esperamos e experimentamos promessas e oferecemos uma liberação mais completa, mais total, mais humana e infinitamente mais certa do que a promessa ou experiência marxista.
No entanto, confessamos que, como servos de Jesus Cristo, a igreja tem muito a aprender com as críticas e os desafios do marxismo, e o compromisso de muitos marxistas de fazer justiça aos pobres.
Ao alcançar os marxistas de qualquer variedade com o evangelho, afirmamos que o debate econômico e social não deve ser o foco de nossa tarefa. Os cristãos não são chamados a defender ou atacar o capitalismo ou o socialismo, mas a amar as pessoas para o Reino de Deus, que transforma e transcende todas as estruturas da sociedade.
Em nossa preocupação de alcançar os marxistas, fomos compelidos pelas Escrituras a buscar justiça para e com os pobres e oprimidos. Portanto, temos que olhar para as raízes da opressão, que são evidentes em todos os sistemas sociais e econômicos. Afirmamos que a plena comunicação e expansão do evangelho de Jesus Cristo em qualquer sociedade requer uma dimensão sócio-política e econômica. Mas não podemos identificar qualquer expressão como única ou distintamente cristã. Estamos em peregrinação como povo de Deus, viajando para a cidade que tem fundamentos cujo construtor e criador é Deus, mas sempre buscando que a cidade de Deus, onde a justiça e a justiça habitam continuamente, possa se tornar uma realidade entre nós.
  https://www.lausanne.org/content/lop/lop-12
4 O pacto de Lausanne,  o qual foi redigido sob a direção de Jhon Stott,embora use de terminologia do marxismo (Ideologia, alienação, descarta-o por completo:

 A igreja é antes a comunidade do povo de Deus do que uma instituição, e não pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou políticonem com ideologias humanas.   6. A Igreja e a Evangelização 

Ver pergunta 12 e 4


10-Todos os aderentes da Missão integral usam a lente marxista?
Não.  (ver respostas anteriores).Como visto acima a Missão Integral não apoia o partidarismo da igreja, é crítica do marxismo e não tem conexão histórica com o mesmo. 

Mas atualmente tem aparecido indivíduos que se aderem ao Marxismo, como cosmovisão e como sistema politico e a favor da abolição das classes. Neste vídeo abaixo Ariovaldo diz que ele ao contrário da maioria usa o óculos marxista


https://youtu.be/QvUjt6lswIo


11-Qual a relação entre o Pacto de Lausanne e Missão Integral?

O pacto de Lausanne  deu origem ao Movimento de Lausanne que é um movimento de Missão Integral :
"Movimento de Lausanne, a intensão de que a igreja ao redor do mundo coloque no centro de sua vida e sua missão, tanto a teologia como a prática da Missão Integral..." Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p. 35
"Na medida em que a FTL, a rede Miquéias e o Movimento de Lausanne consigam incentivar o povo de Deus a se  comprometer com Deus na prática da missão integral em âmbito individual e comunitário , estes movimentos seguirão sendo sinais de esperança  em meio á desesperança que se instalou ao redor do mundo." Missão Integral: o reino de Deus e a igreja.Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014, p. 42
 O próprio Escobar acha que o seu modelo pode ser melhor descrito como
“holístico.”34 Ele argumenta que os evangélicos latino-americanos escolheram o Pacto de Lausanne como uma expressão do seu consenso doutrinário básico e do seu claro
compromisso com um modelo de missão integral e bíblico.35
35 Samuel Escobar, “Mission in Latin America: An Evangelical Perspective,”
Missiology 20 (Abril 1992), 244.
  FIDES REFORMATA 4/1 (1999) A MISSÃO DA IGREJA: UMA PERSPECTIVA LATINO-AMERICANA Alderi Souza de Matos

O Pacto de Lausanne pode ser considerado a proclamação da Missão Integral da Igreja, pelos grupos evangelicais do mundo, com afirmações claras, abrangentes e com algumas frases verdadeiramente lapidares, antológicas sobre o tema... http://www.ultimato.com.br/conteudo/o-carater-eclesiologico-do-pacto-de-lausanne
Movimento de Lausanne presta homenagem ao fundador Billy Graham(7 de novembro de 1918 - 21 de fevereiro de 2018)
 Planos para Lausanne 1974
Cinco anos depois, em 1971, o Dr. Graham convocou uma reunião para discutir a possibilidade de outro encontro para avaliar o progresso desde 1966 e examinar mais detalhadamente as principais questões mundiais - políticas, ideológicas, teológicas - à medida que elas se baseavam na evangelização. Alguns meses depois, começou o planejamento do encontro, que seria realizado em 1974, em Lausanne, na Suíça. Foi nomeado  Congresso Internacional sobre Evangelização Mundial (mais tarde chamado Lausanne 1).

Um Comitê de Continuação foi eleito no Congresso para explorar seu futuro. Tanto Billy Graham quanto John Stott estavam entre seus membros. Reuniu-se na Cidade do México em 1975, sob a presidência do bispo Jack Dain. Aqui o Comitê de Lausanne para a Evangelização Mundial (LCWE, atual Movimento Lausanne) foi estabelecido, e o cunhado de Billy Graham, Leighton Ford, foi eleito seu Presidente desde 1976. Desde o início ele tinha quatro grupos de trabalho: Teologia e Educação ( agora Teologia), Estratégia, Comunicações e Intercessão. Esses grupos de trabalho continuam hoje.

Em julho de 1989, um segundo Congresso Lausanne foi realizado em Manila, Filipinas, conhecido popularmente como 'Lausanne em Manila' ou Lausanne II. Deste cresceu centenas de novas parcerias estratégicas, principalmente na maioria do mundo. John Stott serviu como arquiteto-chefe do Manifesto de Manila .
O Terceiro Congresso de Lausanne sobre Evangelização Mundial, realizado em outubro de 2010, atraiu 4.000 líderes evangélicos convidados de 198 nações para a Cidade do Cabo, na África do Sul, para ouvir o que o Espírito Santo está dizendo à igreja em cada continente. A essência do que eles sentiram é capturada no Compromisso da Cidade do Cabo: Uma Confissão de Fé e um Chamado à Ação . Uma série de consultas globais sobre as principais questões identificadas neste Compromisso foi lançada recentemente; Michael Oh, Diretor Executivo / CEO Global da Lausanne, foi capaz de trazer a notícia para o Dr. Graham em julho de 2013.
O Dr. Graham, em espírito de oração, seguiu os preparativos para o Terceiro Congresso de Lausanne. Doug Birdsall, ex-diretor executivo, manteve ele e John Stott a par do planejamento. Doug estava organizando para que eles tivessem uma última reunião na Terra, que aconteceria em 2007, mas, infelizmente, isso se tornou impossível por causa da falta de saúde de John Stott. https://www.lausanne.org/news-releases/billy-graham-tribute

Resumo do Pacto de Lausanne
1- Evangelizar é difundir as boas novas.
Acreditamos que o evangelho são as boas novas de Deus para todo o mundo, e por sua graça, decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações. iNTRODUÇÃO

2- Ação social não é evangelização
Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sociopolítico são ambos parte do nosso dever cristão5.A Responsabilidade Social Cristã 
3- Evangelização e envolvimento sociopolitico são deveres cristãos
Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sociopolítico são ambos parte do nosso dever cristão. 5, A responsabilidade social cristã
4- A evangelização é primordial
Na missão de serviço sacrifical da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo. 6. A igreja e a evangelização
 "Como vimos, inclui ação evangelística e social, de modo que normalmente a igreja não terá que escolher entre elas.Mas se uma escolha tiver que ser feita, então o evangelismo é primário." (Comentário de John Stott) https://www.lausanne.org/content/lop/lop-3
5- Rejeição da utopia marxista
Portanto, rejeitamos como sendo apenas um sonho da vaidade humana a idéia de que o homem possa algum dia construir uma utopia na terra. 15. o retorno de Cristo
6- A igreja inteira deve levar o evangelho integral a todo o mundo
Na missão de serviço sacrifical da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo. 6. A igreja e a evangelização

7- A igreja não se identifica com ideologias ou sistema politico
 A igreja é antes a comunidade do povo de Deus do que uma instituição, e não pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou políticonem com ideologias humanas.   6. A Igreja e a Evangelização 

Foi uma alegria especial que 50% dos participantes, e também dos palestrantes e do Comitê de Planejamento, fossem do Terceiro Mundo. Um grande pesar era que alguns países, incluindo a URSS e a China continental, não estavam representados.

PACTO DE LAUSANNE  HTTP://WWW.ULTIMATO.COM.BR/PAGINA/PACTO-DE-LAUSANNE



INTRODUÇÃO
Nós, membros da Igreja de Jesus Cristo, procedentes de mais de 150 nações, participantes do Congresso Internacional de Evangelização Mundial, em Lausanne, louvamos a Deus por sua grande salvação, e regozijamo-nos com a comunhão que, por graça dele mesmo, podemos ter com ele e uns com os outros. Estamos profundamente tocados pelo que Deus vem fazendo em nossos dias, movidos ao arrependimento por nossos fracassos e desafiados pela tarefa inacabada da evangelização. Acreditamos que o evangelho são as boas novas de Deus para todo o mundo, e por sua graça, decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações. Desejamos, portanto, reafirmar a nossa fé e a nossa resolução, e tornar público o nosso pacto. 

1. O Propósito de Deus 
Afirmamos a nossa crença no único Deus eterno, Criador e Senhor do mundo, Pai, Filho e Espírito Santo, que governa todas as coisas segundo o propósito da sua vontade. Ele tem chamado do mundo um povo para si, enviando-o novamente ao mundo como seus servos e testemunhas, para estender o seu reino, edificar o corpo de Cristo, e também para a glória do seu nome. Confessamos, envergonhados, que muitas vezes negamos o nosso chamado e falhamos em nossa missão, em razão de nos termos conformado ao mundo ou nos termos isolado demasiadamente. Contudo, regozijamo-nos com o fato de que, mesmo transportado em vasos de barro, o evangelho continua sendo um tesouro precioso. À tarefa de tornar esse tesouro conhecido, no poder do Espírito Santo, desejamos dedicar-nos novamente. 

2. A Autoridade e o Poder da Bíblia 
Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e autoridade das Escrituras tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade, como única Palavra de Deus escrita, sem erro em tudo o que ela afirma, e a única regra infalível de fé e prática. Também afirmamos o poder da Palavra de Deus para cumprir o seu propósito de salvação. A mensagem da Bíblia destina-se a toda a humanidade, pois a revelação de Deus em Cristo e na Escritura é imutável. Através dela o Espírito Santo fala ainda hoje. Ele ilumina as mentes do povo de Deus em toda cultura, de modo a perceberem a sua verdade, de maneira sempre nova, com os próprios olhos, e assim revela a toda a igreja uma porção cada vez maior da multiforme sabedoria de Deus. 

3. A Unicidade e a Universalidade de Cristo 
Afirmamos que há um só Salvador e um só evangelho, embora exista uma ampla variedade de maneiras de se realizar a obra de evangelização. Reconhecemos que todos os homens têm algum conhecimento de Deus através da revelação geral de Deus na natureza. Mas negamos que tal conhecimento possa salvar, pois os homens, por sua injustiça, suprimem a verdade. Também rejeitamos, como depreciativo de Cristo e do evangelho, todo e qualquer tipo de sincretismo ou de diálogo cujo pressuposto seja o de que Cristo fala igualmente através de todas as religiões e ideologias. Jesus Cristo, sendo ele próprio o único Deus-homem, que se ofereceu a si mesmo como único resgate pelos pecadores, é o único mediador entre Deus e os homens. Não existe nenhum outro nome pelo qual importa que sejamos salvos. Todos os homens estão perecendo por causa do pecado, mas Deus ama todos os homens, desejando que nenhum pereça, mas que todos se arrependam. Entretanto, os que rejeitam Cristo repudiam o gozo da salvação e condenam-se à separação eterna de Deus. Proclamar Jesus como “o Salvador do mundo” não é afirmar que todos os homens, automaticamente, ou ao final de tudo, serão salvos; e muito menos que todas as religiões ofereçam salvação em Cristo. Trata-se antes de proclamar o amor de Deus por um mundo de pecadores e convidar todos os homens a se entregarem a ele como Salvador e Senhor no sincero compromisso pessoal de arrependimento e fé. Jesus Cristo foi exaltado sobre todo e qualquer nome. Anelamos pelo dia em que todo joelho se dobrará diante dele e toda língua o confessará como Senhor. 

4. A Natureza da Evangelização 
Evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras, e de que, como Senhor e Rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e creem. A nossa presença cristã no mundo é indispensável à evangelização, e o mesmo se dá com aquele tipo de diálogo cujo propósito é ouvir com sensibilidade, a fim de compreender. Mas a evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor, com o intuito de persuadir as pessoas a vir a ele pessoalmente e, assim, se reconciliarem com Deus. Ao fazermos o convite do evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado. Jesus ainda convida todos os que queiram segui-lo e negarem-se a si mesmos, tomarem a cruz e identificarem-se com a sua nova comunidade. Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja e um serviço responsável no mundo. 

5. A Responsabilidade Social Cristã 
Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sociopolítico são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar, mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta. 

6. A Igreja e a Evangelização 
Afirmamos que Cristo envia o seu povo redimido ao mundo assim como o Pai o enviou, e que isso requer uma penetração de igual modo profunda e sacrifical. Precisamos deixar os nossos guetos eclesiásticos e penetrar na sociedade não-cristã. Na missão de serviço sacrifical da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo. A igreja ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo, e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho. Mas uma igreja que pregue a Cruz deve, ela própria, ser marcada pela Cruz. Ela torna-se uma pedra de tropeço para a evangelização quando trai o evangelho ou quando lhe falta uma fé viva em Deus, um amor genuíno pelas pessoas, ou uma honestidade escrupulosa em todas as coisas, inclusive em promoção e finanças. A igreja é antes a comunidade do povo de Deus do que uma instituição, e não pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou político, nem com ideologias humanas. 

7. Cooperação na Evangelização 
Afirmamos que é propósito de Deus haver na igreja uma unidade visível de pensamento quanto à verdade. A evangelização também nos convoca à unidade, porque o ser um só corpo reforça o nosso testemunho, assim como a nossa desunião enfraquece o nosso evangelho de reconciliação. Reconhecemos, entretanto, que a unidade organizacional pode tomar muitas formas e não ativa necessariamente a evangelização. Contudo, nós, que partilhamos a mesma fé bíblica, devemos estar intimamente unidos na comunhão uns com os outros, nas obras e no testemunho. Confessamos que o nosso testemunho, algumas vezes, tem sido manchado por pecaminoso individualismo e desnecessária duplicação de esforço. Empenhamo-nos por encontrar uma unidade mais profunda na verdade, na adoração, na santidade e na missão. Instamos para que se apresse o desenvolvimento de uma cooperação regional e funcional para maior amplitude da missão da igreja, para o planejamento estratégico, para o encorajamento mútuo e para o compartilhamento de recursos e de experiências. 

8. Esforço Conjugado de Igrejas na Evangelização 
Regozijamo-nos com o alvorecer de uma nova era missionária. O papel dominante das missões ocidentais está desaparecendo rapidamente. Deus está levantando das igrejas mais jovens um grande e novo recurso para a evangelização mundial, demonstrando assim que a responsabilidade de evangelizar pertence a todo o corpo de Cristo. Todas as igrejas, portando, devem perguntar a Deus, e a si próprias, o que deveriam estar fazendo tanto para alcançar suas próprias áreas como para enviar missionários a outras partes do mundo. Deve ser permanente o processo de reavaliação da nossa responsabilidade e atuação missionária. Assim, haverá um crescente esforço conjugado pelas igrejas, o que revelará com maior clareza o caráter universal da igreja de Cristo. Também agradecemos a Deus pela existência de instituições que laboram na tradução da Bíblia, na educação teológica, no uso dos meios de comunicação de massa, na literatura cristã, na evangelização, em missões, no avivamento de igrejas e em outros campos especializados. Elas também devem empenhar-se em constante autoexame que as levem a uma avaliação correta de sua efetividade como parte da missão da igreja. 

9. Urgência da Tarefa Evangelística 
Mais de dois bilhões e setecentos milhões de pessoas, ou seja, mais de dois terços da humanidade, ainda estão por serem evangelizadas. Causa-nos vergonha ver tanta gente esquecida; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a igreja. Existe agora, entretanto, em muitas partes do mundo, uma receptividade sem precedentes ao Senhor Jesus Cristo. Estamos convencidos de que esta é a ocasião para que as igrejas e as instituições paraeclesiásticas orem com seriedade pela salvação dos não-alcançados e se lancem em novos esforços para realizarem a evangelização mundial. A redução de missionários estrangeiros e de dinheiro num país evangelizado algumas vezes talvez seja necessária para facilitar o crescimento da igreja nacional em autonomia, e para liberar recursos para áreas ainda não evangelizadas. Deve haver um fluxo cada vez mais livre de missionários entre os seis continentes num espírito de abnegação e prontidão em servir. O alvo deve ser o de conseguir por todos os meios possíveis e no menor espaço de tempo, que toda pessoa tenha a oportunidade de ouvir, de compreender e de receber as boas novas. Não podemos esperar atingir esse alvo sem sacrifício. Todos nós estamos chocados com a pobreza de milhões de pessoas, e conturbados pelas injustiças que a provocam. Aqueles dentre nós que vivem em meio à opulência aceitam como obrigação sua desenvolver um estilo de vida simples a fim de contribuir mais generosamente tanto para aliviar os necessitados como para a evangelização deles. 

10. Evangelização e Cultura 
O desenvolvimento de estratégias para a evangelização mundial requer metodologia nova e criativa. Com a bênção de Deus, o resultado será o surgimento de igrejas profundamente enraizadas em Cristo e estreitamente relacionadas com a cultura local. A cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Porque o homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade; porque ele experimentou a queda, toda a sua cultura está manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de uma cultura sobre a outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, em todas as culturas. As missões muitas vezes têm exportado, juntamente com o evangelho, uma cultura estranha, e as igrejas, por vezes, têm ficado submissas aos ditames de uma determinada cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de Cristo têm de, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo, exceto de sua autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros, e as igrejas têm de procurar transformar e enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus. 

11. Educação e Liderança 
Confessamos que às vezes temos nos empenhado em conseguir o crescimento numérico da igreja em detrimento do espiritual, divorciando a evangelização da edificação dos crentes. Também reconhecemos que algumas de nossas missões têm sido muito remissas em treinar e incentivar líderes nacionais a assumirem suas justas responsabilidades. Contudo, apoiamos integralmente os princípios que regem a formação de uma igreja de fato nacional, e ardentemente desejamos que toda a igreja tenha líderes nacionais que manifestem um estilo cristão de liderança não em termos de domínio, mas de serviço. Reconhecemos que há uma grande necessidade de desenvolver a educação teológica, especialmente para líderes eclesiásticos. Em toda nação e em toda cultura deve haver um eficiente programa de treinamento para pastores e leigos em doutrina, em discipulado, em evangelização, em edificação e em serviço. Este treinamento não deve depender de uma metodologia estereotipada, mas deve se desenvolver a partir de iniciativas locais criativas, de acordo com os padrões bíblicos. 

12. Conflito Espiritual 
Cremos que estamos empenhados num permanente conflito espiritual com os principados e potestades do mal, que querem destruir a igreja e frustrar sua tarefa de evangelização mundial. Sabemos da necessidade de nos revestirmos da armadura de Deus e combater esta batalha com as armas espirituais da verdade e da oração. Pois percebemos a atividade no nosso inimigo, não somente nas falsas ideologias fora da igreja, mas também dentro dela em falsos evangelhos que torcem as Escrituras e colocam o homem no lugar de Deus. Precisamos tanto de vigilância como de discernimento para salvaguardar o evangelho bíblico. Reconhecemos que nós mesmos não somos imunes à aceitação do mundanismo em nossos atos e ações, ou seja, ao perigo de capitularmos ao secularismo. Por exemplo, embora tendo à nossa disposição pesquisas bem preparadas, valiosas, sobre o crescimento da igreja, tanto no sentido numérico como espiritual, às vezes não as temos utilizado. Por outro lado, por vezes tem acontecido que, na ânsia de conseguir resultados para o evangelho, temos comprometido a nossa mensagem, temos manipulado os nossos ouvintes com técnicas de pressão, e temos estado excessivamente preocupados com as estatísticas, e até mesmo utilizando-as de forma desonesta. Tudo isto é mundano. A igreja deve estar no mundo; o mundo não deve estar na igreja. 

13. Liberdade e Perseguição 
É dever de toda nação, dever que foi estabelecido por Deus, assegurar condições de paz, de justiça e de liberdade em que a igreja possa obedecer a Deus, servir a Cristo Senhor e pregar o evangelho sem quaisquer interferências. Portanto, oramos pelos líderes das nações e com eles instamos para que garantam a liberdade de pensamento e de consciência, e a liberdade de praticar e propagar a religião, de acordo com a vontade de Deus, e com o que vem expresso na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Também expressamos nossa profunda preocupação com todos os que têm sido injustamente encarcerados, especialmente com nossos irmãos que estão sofrendo por causa do seu testemunho do Senhor Jesus. Prometemos orar e trabalhar pela libertação deles. Ao mesmo tempo, recusamo-nos a ser intimidados por sua situação. Com a ajuda de Deus, nós também procuraremos nos opor a toda injustiça e permanecer fiéis ao evangelho, seja a que custo for. Nós não nos esquecemos de que Jesus nos preveniu de que a perseguição é inevitável. 

14. O Poder do Espírito Santo 
Cremos no poder do Espírito Santo. O pai enviou o seu Espírito para dar testemunho do seu Filho. Sem o testemunho dele o nosso seria em vão. Convicção de pecado, fé em Cristo, novo nascimento cristão, é tudo obra dele. De mais a mais, o Espírito Santo é um Espírito missionário, de maneira que a evangelização deve surgir espontaneamente numa igreja cheia do Espírito. A igreja que não é missionária contradiz a si mesma e debela o Espírito. A evangelização mundial só se tornará realidade quando o Espírito renovar a igreja na verdade, na sabedoria, na fé, na santidade, no amor e no poder. Portanto, instamos com todos os cristãos para que orem pedindo pela visita do soberano Espírito de Deus, a fim de que o seu fruto todo apareça em todo o seu povo, e que todos os seus dons enriqueçam o corpo de Cristo. Só então a igreja inteira se tornará um instrumento adequado em Suas mãos, para que toda a terra ouça a Sua voz. 

15. O Retorno de Cristo 
Cremos que Jesus Cristo voltará pessoal e visivelmente, em poder e glória, para consumar a salvação e o juízo. Esta promessa de sua vinda é um estímulo ainda maior à evangelização, pois lembramo-nos de que ele disse que o evangelho deve ser primeiramente pregado a todas as nações. Acreditamos que o período que vai desde a ascensão de Cristo até o seu retorno será preenchido com a missão do povo de Deus, que não pode parar esta obra antes do fim. Também nos lembramos da sua advertência de que falsos cristos e falsos profetas apareceriam como precursores do Anticristo. Portanto, rejeitamos como sendo apenas um sonho da vaidade humana a idéia de que o homem possa algum dia construir uma utopia na terra. A nossa confiança cristã é a de que Deus aperfeiçoará o seu reino, e aguardamos ansiosamente esse dia, e o novo céu e a nova terra em que a justiça habitará e Deus reinará para sempre. Enquanto isso, rededicamo-nos ao serviço de Cristo e dos homens em alegre submissão à sua autoridade sobre a totalidade de nossas vidas. 

Conclusão 
Portanto, à luz desta nossa fé e resolução, firmamos um pacto solene com Deus, bem como uns com os outros, de orar, planejar e trabalhar juntos pela evangelização de todo o mundo. Instamos com outros para que se juntem a nós. Que Deus nos ajude por sua graça e para a sua glória a sermos fiéis a este Pacto! Amém. Aleluia!  Lausanne, Suíça, 1974. 



12-Diferenças e semelhanças entre Missão Integral e Teologia da Libertação.



O fato de que a TdL surge em relação à estes problemas sociais revela que o seu diferencial em relação a outras formas clássicas de teologia48 é muito mais de ordem metodológica. Diferentemente, na TdL, a teologia se fez momento segundo em relação à práxis. A realidade histórica assumiu prioridade e se tornou elemento decisivo do fazer teológico e do método que ele utiliza. A pretensão era ser a resposta da fé ao sofrimento do povo que foi percebido e compreendido e, posteriormente, julgado pelas Escrituras... Uma nova mediação hermenêutica, que olhasse e interpretasse a realidade e a própria Escritura Sagrada por este novo foco, a partir daquele que foi oprimido e privado da sua liberdade humana, era condição necessária para a nova teologia. Se o que a suscitou foi a realidade social, seu foco era a camada majoritária da sociedade empobrecida e que sofria mais diretamente os danos da dominação, a mediação hermenêutica não poderia ser outra que não a área do conhecimento humano que se ocupava mais distintamente com essa realidade. É nesse sentido que as Ciências Sociais surgiram como mediação possível em todos os momentos do fazer teológico da TdL. É assim que a TdL surge nesse cenário complexo do mundo, como um renovado cristianismo, que busca superar sua herança histórica REGINA DE CÁSSIA FERNANDES SANCHES UMA NOVA MANEIRA DE FAZER TEOLOGIA – ANÁLISE DOS ASPECTOS HISTÓRICOS E FORMAIS DA TEOLOGIA LATINO-AMERICANA COM O AUXÍLIO DE ORLANDO ENRIQUE COSTAS. Belo Horizonte, 2008. p. 28-29
47 DUSSEL, História da Igreja Latino-americana, p. 60. 48 A teologia clássica é entendida como aquela forma de teologia que parte de princípios ideais, dogmáticos e de caráter ético para mediação da compreensão da realidade.

Conforme O Pe. Libânio o nascimento formal da Teologia da Libertação pode ser relacionado à palestra de Gustavo Gutiérrez sobre o tema “Para uma teologia da libertação”, realizada em 1968, numa reunião de sacerdotes em Chimbote no Peru, um mês antes da II CELAM. Ele reitera “[...] pode ser considerada o nascimento do que, mais tarde, seria proclamado como a teologia da libertação”49. O momento posterior ao nascimento da Teologia da Libertação conforme as descrições das fases da TdL dos irmãos Boff e do Pe Libânio, foi de reflexão teórica e sistemática sobre ela mesma em busca da sua organização interna....
Batista Mondim, no entanto, faz menção ao teólogo da revolução Richard Schaull e os teólogos Jose Comblin e Rubem Alves com sua obra Da Esperança, como precursores da TdL, e Gustavo Gutiérrez e Hugo Assmann como seus fundadores52. É evidente a ampla participação de teólogos latino-americanos na formulação e organização da TdL. Conforme Orlando Costas, desde o seu início ela apresentou inclusive uma vertente ecumênica53, que possibilitou notadamente a participação de inúmeros teólogos e organizações protestantes, a partir da sua própria confessionalidade.p. 29
A Teologia da Missão Integral é uma teologia distinta da Teologia da Libertação. Ela se organiza a partir de uma tradição cristã diferente, portanto, possui também um outro percurso histórico. Porém, ela possui alguns aspectos em comum com a TdL. O principal deles é o convulsionado contexto sócio-histórico da América Latina. As duas compartilham da mesma situação histórica e são originadas nela; também possuem representações contextualizadas no terceiro mundo e visam à transformação da realidade sócio-cultural a partir de uma nova práxis eclesial p. 38
A Teologia da Libertação germinou no solo latino-americano fertilizado pela experiência histórica de dominação e opressão do seu povo. Seu nascimento foi no século XX, na década de 60. Ela projetou-se principalmente a partir da II CELAM, em Medellín e da obra inaugural Teologia da Libertação de Gustavo Gutiérrez. Vários teólogos da libertação empreenderam o tratamento dos mais diversos temas da fé cristã na perspectiva libertadora. 

SANCHES, Regina de Cássia Fernandes.  Uma nova maneira de fazer teologia - Análise dos apectos históricos e formais da teologia latino-americana com o auxilio de Orlando Enrique Costas. Disseratação de Mestrado. Belo Horizonte, 2008, p. 40


13- Qual o método usado pela Missão Integral?

 "A hermenêutica contextual é utilizada então pela TMI como princípio interpretativo que possibilita a dupla tarefa: a de perceber a palavra de Deus nas situações de vida do texto bíblico, ou seja, no contexto bíblico; e a outra tarefa consiste em perceber a realidade histórica e de vida atual, julgá-la à luz da palavra de Deus, compreendida contextualmente sob a ótica do Reino de Deus. É nesta dinâmica que se realiza o círculo hermenêutico, no ir e vir da palavra que, na verdade, não é simplesmente um dado histórico a ser atualizado, mas é a fala de Deus ao mundo em todos os tempos e lugares...SANCHES, Regina de Cássia Fernandes.  Uma nova maneira de fazer teologia - Análise dos apectos históricos e formais da teologia latino-americana com o auxilio de Orlando Enrique Costas. Disseratação de Mestrado. Belo Horizonte, 2008,  p;110
A teologia da missão da Igreja é contextual e também integral. Envolve a ação missionária da comunidade eclesial a partir de situações históricas, geográficas e culturais específicas. Sua integralidade realiza-se na concepção da realidade humana que abrange tudo o que envolve a vida no mundo. Trata-se de uma nova práxis, alimentada por uma nova teologia, não como um simples resultado, mas como parte integrante do seu processo de se fazer.SANCHES, Regina de Cássia Fernandes.  Uma nova maneira de fazer teologia - Análise dos apectos históricos e formais da teologia latino-americana com o auxilio de Orlando Enrique Costas. Disseratação de Mestrado. Belo Horizonte, 2008, p.120
O método teológico é condição necessária para qualquer teologia que deseja se apresentar como pensamento ordenado sobre a fé que a exige, principalmente no que se refere à fé evangélica que visa a orientar a ação missionária da Igreja no mundo. No caso da Teologia da Missão Integral, o percurso metodológico que ela utiliza organiza-se na forma de um círculo hermenêutico, pois parte da realidade humana no mundo como lugar de vivência da liberdade concedida por Deus. É pela fé, vivida e experimentada, conforme observada pelo evangelicalismo histórico e apropriada pela igreja e teologia evangélica latino-americana, que se concebe a liberdade como dom de Deus à sua criação.
Faz parte, também, do labor teológico da missão, a análise crítica das ideologias e teologias que condicionam, de certa forma, os sistemas sociais e os empreendimentos eclesiais-missionários geradores qualquer forma de dependência. A contextualização surge como princípio a ser observado nesta análise crítica, como requisito essencial para uma teologia da missão. Tal tarefa somente é possível devido à nova consciência da realidade histórica. É esta mesma consciência que empreenderá uma nova leitura das Escrituras preocupada com o contexto através da hermenêutica contextual.
A hermenêutica contextual tem a ver com as situações de vida que envolvem o texto bíblico e a comunidade teologal. Para isto, ela requer a mediação do reino de Deus, que se mostra como lugar de vida diante de Deus, no qual prevalece a justiça e a harmonia da criação. O resultado desta tarefa é também uma nova teologia da missão que gerará uma renovada ação missionária da Igreja no mundo. Ela concebe a realidade humana de modo integral, e a teologia da missão que ela suscita, com a mesma abrangência.
A nova percepção da realidade histórica possibilita compreender a situação concreta da América Latina de forma séria e crítica, esta é uma tarefa hermenêutica em seu sentido mais amplo. Para que essa tarefa seja realizada com justeza, ela necessita da mediação das ciências que se ocupam da realidade humana no mundo. Asssim, para uma abordagem mais sócio-analítica, a pretensão dessa tarefa contará com os recursos teóricos das Ciências Sociais. Mas, se ela visa a uma abordagem integral terá que recorrer às diversas ciências, principalmente a Ecologia que possibilita uma compreensão mais holística da realidade humana no mundo em relação aos problemas sócio-econômicos.  
SANCHES, Regina de Cássia Fernandes.  Uma nova maneira de fazer teologia - Análise dos apectos históricos e formais da teologia latino-americana com o auxilio de Orlando Enrique Costas. Disseratação de Mestrado. Belo Horizonte, 2008, p.122
Entretanto, não basta compreender a realidade somente cientificamente, pois isto não se constitui atividade teológica propriamente dita, embora o integre. Faz-se necessário o recurso às Escrituras, que clarificarão o entendimento da realidade humana e o seu julgamento naquilo que se distancia da vontade revelada de Deus. A compreensão da palavra de Deus é também uma tarefa hermenêutica, no caso da teologia, em sentido restrito. A TMI utiliza para esta tarefa da chave hermenêutica do Reino de Deus, como realidade escatológica e histórica. No entanto, o próprio Reino de Deus, conceito teológico amplamente discutido, precisa ser bem melhor compreendido para que possa cumprir o seu papel como expressão real da vontade de Deus no mundo. 
A hermenêutica contextual é utilizada então pela TMI como princípio interpretativo que possibilita a dupla tarefa: a de perceber a palavra de Deus nas situações de vida do texto bíblico, ou seja, no contexto bíblico; e a outra tarefa consiste em perceber a realidade histórica e de vida atual, julgá-la à luz da palavra de Deus, compreendida contextualmente sob a ótica do Reino de Deus. É nesta dinâmica que se realiza o círculo hermenêutico, no ir e vir da palavra que, na verdade, não é simplesmente um dado histórico a ser atualizado, mas é a fala de Deus ao mundo em todos os tempos e lugares.
O problema não está na palavra e sua efetividade como poder de transformação da realidade, mas na sua hermenêutica, geralmente subjugada a sistemas teológicos e ideológicos diversos que tendem a universalizar a mensagem bíblica e comprometem, com isto, sua natureza encarnacional. Deixar a palavra ir e vir dialogica e contextualmente, é proposto pela TMI como meio mais seguro para se evitar sua sujeição aos condicionamentos teológicos e ideológicos universalizantes. No entanto, uma abordagem contextual remete necessariamente à idéia da integralidade, pois o ambiente de vida é por si mesmo integrador, abrangente e complexo. Considerar isto é imprescindível para se compreender como a palavra de Deus cumpre o seu papel redentivo junto à criação.
SANCHES, Regina de Cássia Fernandes.  Uma nova maneira de fazer teologia - Análise dos aspectos históricos e formais da teologia latino-americana com o auxilio de Orlando Enrique Costas. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte, 2008, p. 108-109

A hermenêutica contextual é utilizada então pela TMI como princípio interpretativo que possibilita a dupla tarefa: a de perceber a palavra de Deus nas situações de vida do texto bíblico, ou seja, no contexto bíblico; e a outra tarefa consiste em perceber a realidade histórica e de vida atual, julgá-la à luz da palavra de Deus, compreendida contextualmente sob a ótica do Reino de Deus. É nesta dinâmica que se realiza o círculo hermenêutico, no ir e vir da palavra que, na verdade, não é simplesmente um dado histórico a ser atualizado, mas é a fala de Deus ao mundo em todos os tempos e lugares... Idem, p.110


14- Usar termos do Marxismo faz da Teologia da Missão Integral Marxista?
Não. eu mesmo gosto de usar o termo alienação, ideologia e outros. E não sou adepto do marxismo.

A própria declaração de Lausanne usa esses termos e foi redigida por John Stott, que não é marxista, e critica inclusive o Marxismo:
A igreja é antes a comunidade do povo de Deus do que uma instituição, e não pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou políticonem com ideologias humanas.   6. A Igreja e a Evangelização 

 A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. 5. A responsabilidade social cristã  Pacto de Lausanne 1974
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS



FIDES REFORMATA XIX, Nº 1 (2014): 62 Filipe Costa Fontes.

Fraternidade Teológica Latino Americana. http://ftl.org.br/new/index.php/a-ftl-brasil/ftl

Movimento de Lausanne. https://www.lausanne.org/networks/issues/poverty-and-wealth

PADILLA,C. Rene. Missão Integral: o reino de Deus e a igreja. Nova edição ampliada Viçosa MG: 2014,
PADILLA, C. Renné. Missão Integral: ensaios sobre o reino e a igreja. 1ª edição .São Paulo:Temática Publicações, 1992.

 Movimento de Lausanne. https://www.lausanne.org/networks/issues/poverty-and-wealth

Movimento de Lausanne  https://www.lausanne.org/our-legacy

Movimento de Lausanne https://www.lausanne.org/news-releases/billy-graham-tribute

Movimento de Lausanne. https://www.lausanne.org/content/lop/lop-12

Movimento de Lausanne(Comentário de John Stott) https://www.lausanne.org/content/lop/lop-3

Movimento de Lausanne https://www.lausanne.org/about-the-movement

Movimento de Lausanne (Discurso de Billy Graham em Lausanne) 1 974 https://www.lausanne.org/content/why-lausanne-print

Rede Miqueias. http://www.micahnetwork.org/pt-br/miss%C3%A3o-integral

SANCHES, S. de M. A teologia da missão integral como teologia evangélica contextual latino- -americana. Revista Caminhando v. 15, n. 1, p. 65-85, jan./jun. 2010.
  https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/Caminhando/article/view/1549/1859

 SANCHES, Regina de Cássia Fernandes.  Uma nova maneira de fazer teologia - Análise dos apectos históricos e formais da teologia latino-americana com o auxilio de Orlando Enrique Costas. Disseratação de Mestrado. Belo Horizonte, 2008.



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Entrevista da revista Ultimato :

1. O que é a Teologia da Missão Integral (TMI) e o que a torna relevante? 


René Padilla - A TMI não é uma teologia com a pretensão de abarcar todos os temas de um sistema teológico completo, como é o caso, por exemplo, da “Instituição da Religião Cristã”, de João Calvino. É, na verdade, uma aproximação à fé cristã que tenta relacionar a revelação do Deus trino com a totalidade da criação e com todo aspecto da vida humana, e tem como propósito a obediência da fé para a glória de Deus.

2. A TMI é uma versão protestante da Teologia da Libertação? 

René Padilla - Depende de como se define a Teologia da Libertação, da qual há várias versões. É “protestante” ao afirmar várias das ênfases fundamentais da Reforma Protestante do século XVI (a clássica e a anabatista). Ao mesmo tempo, dá muita importância à dimensão histórica da revelação de Deus e à dimensão contextual da experiência da salvação por meio de Cristo Jesus. Nisto coincide com a aproximação teológica de alguns dos autores que se identificam como teólogos da libertação e, consequentemente, enfocam a Palavra de Deus como “proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça [incluindo necessariamente seu aspecto social], para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16-17).

3. Qual o valor do evangelismo na TMI? 
René Padilla - Sem evangelização como comunicação oral do Evangelho não há prática da missão integral cristã. Esta abarca as dimensões da vida cristã: o ser, o fazer e o dizer. Ao mesmo tempo, a partir desta perspectiva, temos de afirmar que a evangelização não pode ser reduzida à comunicação oral do Evangelho, já que o testemunho cristão exige que o que os cristãos digam (ou proclamam) seja ratificado pelo que são e pelo que fazem.

4. Qual o valor da responsabilidade social na TMI? 

René Padilla - Alinhado com o que disse no parágrafo anterior, sustento que a ação cristã (o que se faz em nível pessoal e social) é um aspecto essencial do testemunho cristão. As boas obras não são opcionais para nós que cremos que, embora não sejamos salvos pelas obras, “somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.10).

5. Qual o valor da Bíblia na TMI?

René Padilla - Sem a Bíblia, não há possibilidade de TMI. Como já disse antes, a TMI é uma aproximação à fé cristã que tenta relacionar a revelação da trindade de Deus com a totalidade da criação e com cada aspecto da vida humana. Por meio da Bíblia, mediante a iluminação do Espírito Santo, entramos em contato com a revelação especial de Deus, cuja culminância se dá na pessoa e na obra de Jesus Cristo.

6. A TMI é um movimento latino-americano? 

René Padilla - É um movimento latino-americano só no sentido de que especialmente (mas não exclusivamente) na América Latina, pela graça de Deus, nas últimas décadas, houve um ressurgimento de temas teológicos fundamentais presentes em teólogos e pregadores ao longo de toda a história da igreja – temas tais como a íntima relação entre o amor a Deus e o amor ao próximo, “shalom” como o propósito de Deus para a vida humana, e o lugar da justiça, da misericórdia e da humildade na vida daqueles que confessam o seu nome. Lamentavelmente, devido em grande parte ao individualismo da era moderna, tais temas tinham sido esquecidos com grande frequência em setores evangélicos dos “países protestantes” que enviaram muitos dos missionários ao redor do mundo, incluindo o nosso continente. Na providência de Deus, tais temas recuperaram, em grande parte, o seu lugar em nosso continente na segunda metade do século XX, especialmente em círculos da Fraternidade Teológica Latino-americana.

7. A arte cristã pode dialogar com a TMI? 

René Padilla - Toda arte sempre mantém uma relação, maior ou menor, com a criação de Deus, e esta, por sua vez, merece atenção por parte da arte cristã. Isto permite que a TMI se ocupe da arte como expressão do reconhecimento da soberania de Deus sobre a totalidade da criação e sobre todos os aspectos da vida humana. 

8. A TMI tem um método científico definido? 

René Padilla - Mais que ciência com “um método científico definido”, a TMI é um diálogo entre a revelação de Deus e a vida humana em suas múltiplas facetas. Para uma compreensão mais elaborada de tais facetas da vida humana, as ciências humanas (por exemplo, a antropologia, a sociologia, a economia e a política) são de grande ajuda. Por esta razão, a TMI se esforça para conseguir que o diálogo com a revelação seja um diálogo interdisciplinar.

9. Qual a relação da TMI com o Movimento Lausanne? 
René Padilla - Não há uma relação “oficial” entre a TMI e o Movimento de Lausanne, mas, indubitavelmente, a influência da TMI no Movimento de Lausanne cresceu admiravelmente ao longo dos anos. O parágrafo 5 do Pacto de Lausanne, que surgiu de Lausanne I, em 1974, afirma que, já que Deus é Criador e Juiz de todos os seres humanos,
 “devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão”; que “a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão”; que “a mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam” e que “a salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais”.

 Em grande medida devido à penetração da TMI em círculos evangélicos em nível global nas últimas décadas, estas afirmações, junto com muitas outras do mesmo teor, fornecem a substância fundamental do “Compromisso da Cidade do Cabo”, que surgiu de Lausanne III, em 2010.

10. Qual o valor da contribuição de John Stott para a consolidação da TMI? 

René Padilla - John Stott, graças à transcendência mundial do seu ministério, foi usado por Deus, especialmente a partir de 1974, para abrir a porta do mundo evangélico para que a TMI rompesse a resistência que encontrou por muitos anos nos “países protestantes” e, pouco a pouco, recebesse o reconhecimento como teologia autenticamente evangélica de que hoje goza em nível global, especialmente na América Latina, na Ásia e na África.

Tradução: Wagner Guimarães

http://www.ultimato.com.br/conteudo/10-perguntas-fundamentais-sobre-missao-integral  acesso em 13-04-2018