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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Parafilias e transtornos parafílicos- sexo com cadáveres é normal?



"O termo parafilia representa qualquer interesse sexual intenso e persistente que não aquele voltado para a estimulação genital ou para carícias preliminares com parceiros humanos que consentem e apresentam fenótipo normal e maturidade física. Em certas circunstâncias, o critério "intenso e persistente" pode ser de difícil aplicação, como na avaliação de pessoas muito idosas ou clinicamente doentes e que podem não ter interesses sexuais "intensos" de qualquer espécie. Nesses casos, o termo parafilia pode ser definido como qualquer interesse sexual maior ou igual a interesses sexuais normofílicos. Existem, ainda, parafilias específicas que são geralmente mais bem descritas como interesses sexuais preferenciais do que como interesses sexuais intensos.

Algumas parafilias envolvem principalmente as atividades eróticas do indivíduo; outras têm a ver sobretudo com seus alvos eróticos. Exemplos das primeiras incluem interesses intensos e persistentes em espancar, chicotear, cortar, amarrar ou estrangular outra pessoa, ou um interesse por essas atividades que seja igual ou maior do que o interesse do indivíduo em copular ou em interagir de forma equivalente com outra pessoa. Exemplos das demais incluem interesse sexual intenso ou preferencial por crianças, cadáveres ou amputados (como classe), bem como interesse intenso ou preferencial por animais, como cavalos ou cães, ou por objetos inanimados, como sapatos ou artigos de borracha...

Um transtorno parafílico é uma parafilia que está causando sofrimento ou prejuízo ao indivíduo ou uma parafilia cuja satisfação implica dano ou risco de dano pessoal a outros. Uma parafilia é condição necessária, mas não suficiente, para que se tenha um transtorno parafílico, e uma parafilia por si só não necessariamente justifica ou requer intervenção clínica." 



No conjunto de critérios diagnósticos para cada transtorno parafílico listado,
o Critério A especifica a natureza qualitativa da parafilia (p. ex., foco erótico em crianças ou em expor a genitália a estranhos), e o
Critério B especifica suas conseqüências negativas (i.e., sofrimento, prejuízo ou dano a outros). Para manter a distinção entre parafilias e transtornos parafílicos, o termo diagnóstico deve ser reservado a indivíduos que atendam aos Critérios A e B (i.e., indivíduos que têm um transtorno parafílico).

Se um indivíduo atende ao Critério A mas não ao Critério B para determinada parafilia - circunstância esta que pode surgir quando uma parafilia benigna é descoberta durante a investigação clínica de alguma outra condição -, pode-se dizer, então, que ele tem aquela parafilia, mas não um transtorno parafílico... " (DSM V- grifo acrescentado)



Transtorno Pedofílico  302.2 (F65.4)

Critérios Diagnósticos
Os critérios diagnósticos para transtorno pedofílico existem com o intuito de serem aplicados tanto a indivíduos que revelam abertamente essa parafilia quanto àqueles que negam qualquer atração sexual por crianças pré-púberes (em geral, 13 anos ou menos), apesar de evidências objetivas substanciais do contrário. Exemplos de revelação dessa parafilia incluem reconhecer abertamente interesse sexual intenso por crianças e a indicação de que o interesse sexual por crianças é maior ou igual ao interesse sexual por indivíduos fisicamente maduros. Se essas pessoas também se queixam de que suas atrações e preferências sexuais por crianças lhes estão causando dificuldades psicossociais, podem ser diagnosticadas com transtorno pedofílico.

No entanto, se relatam ausência de sentimentos de culpa, vergonha ou ansiedade em relação a esses impulsos, não apresentam limitação funcional por seus impulsos parafílicos (conforme autorrelato, avaliação objetiva ou ambos), e seu autorrelato e sua história legal registrada indicam que jamais colocaram em prática esses impulsos, essas pessoas, então, apresentam orientação sexual pedofílica, mas não transtorno pedofílico. (DSM V- grifo acrescentado)


Outro Transtorno Parafílico Especificado
302.89 (F65.89)

"Esta categoria aplica-se a apresentações em que sintomas característicos de um transtorno parafílico que causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo predominam, mas não satisfazem todos os critérios para qualquer transtorno na classe diagnóstica de transtornos parafílicos.

A categoria outro transtorno parafílico especificado é usada nas situações em que o clínico opta por comunicar a razão específica pela qual a apresentação não satisfaz os critérios para qualquer transtorno parafílico específico. Isso é feito por meio do registro de “outro transtorno parafílico especificado”, seguido pela razão específica (p. ex., “zoofilia”).


Exemplos de apresentações que podem ser especificadas mediante uso do termo “outro transtorno parafílico especificado” incluem, embora não se limitem a, excitação sexual recorrente e intensa envolvendo escatologia telefônica (telefonemas obscenos), necrofilia (cadáveres), zoofilia (animais) coprofilia (fezes), clismafilia (enemas)* ou urofilia (urina) que tenham estado presentes durante pelo menos seis meses causando sofrimento intenso ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Outro transtorno parafílico especificado pode ser especificado como em remissão e/ou ocorrendo em um ambiente protegido." (DSM V- grifo acrescentado)
 *introdução de líquido no ânus (recto e sigmóide) para lavagem, purgação ou administração de medicamentos através de uma sonda rectal.

Comentário:
Pessoas que tem excitação sexual forte ou intensa com cadáveres, sondas retais, fezes, urina etc. e não sofrem com isso ou não tem prejuízo social na Pratica são pessoas que não precisam de tratamento!!  NORMAIS! embora tenham um interesse sexual não normofílico!!




Reza o artigo 212 do Código Penal que:
Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

DSM V e DSM V Tr disforia de Gênero


DSM V -  2013
DSM V Tr  - 2022


Até o DSM IV Tr a disforia de gênero era classificada como transtorno mental,  TRANTORNO DA IDENTIDADE SEXUAL isso mudou com o lançamento do DSM V em 2013

O DSM V Tr acrescentou poucas coisas. Aparece no texto abaixo em ITÁLICO E ENTRE COLCHETES as principais mudanças ou acréscimos

"o termo gênero surgiu a partir da constatação de que, para indivíduos com indicadores biológicos conflitantes ou ambíguos de sexo (i.e., "intersexuais"), o papel desempenhado na sociedade e/ou a identificação como masculino ou feminino não poderiam ser associados de maneira uniforme com ou ser preditos a partir de indicadores biológicos e, mais tarde, de que alguns indivíduos desenvolvem uma identidade masculina ou feminina em desacordo com seu conjunto uniforme de indicadores biológicos clássicos.

Assim, o termo gênero é utilizado para denotar o papel público desempenhado (e em geral juridicamente reconhecido) como menino ou menina, homem ou mulher; porém, diferentemente de determinadas teorias construcionistas sociais, os fatores biológicos, em interação com fatores sociais e psicológicos, são considerados como contribuindo para o desenvolvimento do gênero.

[Gênero é usado para denotar o papel vivido em público, sociocultural (e geralmente legalmente
reconhecido) como menino ou menina, homem ou mulher, ou outro gênero.]( DSM V Tr)


Designação de gênero refere- -se à designação inicial como homem ou mulher. Geralmente isso ocorre ao nascimento e, por conseguinte, cria o "gênero de nascimento"

Atípicas com o gênero refere-se a características somáticas ou comportamentais não típicas (estatisticamente falando) de indivíduos com a mesma designação de gênero em determinada sociedade em determinado momento histórico;

Não conforme com o gênero é um termo descritivo alternativo para se referir a um comportamento.

[Os tratamentos de afirmação de gênero são procedimentos médicos (hormônios ou cirurgias ou ambos) que visam alinhar as características físicas de um indivíduo com seu gênero experiente.] DSM V Tr

Redesignação de gênero denota uma alteração oficial (e geralmente legal) de gênero.

Identidade de gênero é uma categoria de identidade social e refere-se à identificação de um indivíduo como homem, mulher ou, ocasionalmente, alguma categoria diferente de masculino ou feminino.

[A identidade de gênero é uma categoria de identidade social e se refere à identificação de um indivíduo como masculino, feminino, alguma categoria intermediária (ou seja, gênero fluido) ou uma categoria diferente de masculino ou feminino (ou seja, gênero neutro).] DSM V TR

Disforia de gênero, como termo descritivo geral, refere-se ao descontentamento afetivo/cognitivo de um indivíduo com o gênero designado, embora seja definida mais especificamente quando utilizada como categoria diagnóstica.

Transgênero refere-se ao amplo espectro de indivíduos que, de forma transitória ou persistente, se identificam com um gênero diferente do de nascimento.

Transexual indica um indivíduo que busca ou que passa por uma transição social de masculino para feminino ou de feminino para masculino, o que, em muitos casos (mas não em todos), envolve também uma transição somática por tratamento hormonal e cirurgia genital (cirurgia de redesignação sexual).

[Transexual, termo histórico, denota um indivíduo que busca, está passando, ou passou por uma transição social de homem para mulher ou mulher para homem, que em muitos casos, mas
não em todos, também envolve uma transição somática por tratamento hormonal de afirmação de gênero e cirurgia genital, mamária ou outra de afirmação de gênero (historicamente referida como como cirurgia de mudança de sexo).] DSM V Tr

Disforia de gênero refere-se ao sofrimento que pode acompanhar a incongruência entre o gênero experimentado ou expresso e o gênero designado de uma pessoa. Embora essa incongruência não cause desconforto em todos os indivíduos, muitos acabam sofrendo se as intervenções físicas desejadas por meio de hormônios e/ou de cirurgia não estão disponíveis. O termo atual é mais descritivo do que o termo anterior transtorno de identidade de gênero, do DSM-IV, e foca a disforia como um problema clínico, e não como identidade por si própria.

[A disforia de gênero como um termo descritivo geral refere-se ao sofrimento que pode acompanhar a incongruência entre o gênero experimentado ou expresso e o gênero atribuído. No entanto, é mais especificamente definido quando usado como categoria diagnóstica. Não se refere ao sofrimento relacionado ao estigma, uma característica distinta, embora possível fonte de sofrimento concomitante.] DSM V Tr

Características Diagnósticas
Indivíduos com disforia de gênero apresentam incongruências acentuadas entre o gênero que lhes foi designado (em geral ao nascimento, conhecido como gênero de nascimento) e o gênero experimentado/expresso. Essa discrepância é o componente central do diagnóstico. Deve haver também evidências de sofrimento causado por essa incongruência. O gênero experimentado pode incluir identidades de gêneros alternativas além dos estereótipos binários. 
Em conseqüên-cia, o sofrimento não se limita ao desejo de simplesmente pertencer ao outro gênero, podendo incluir também o desejo de ser de um gênero alternativo, desde que diferente do designado.

A disforia de gênero manifesta-se de formas diferentes em grupos etários distintos. 

Meninas pré-puberais com disforia de gênero podem expressar o desejo de serem meninos, afirmar que são meninos ou declarar que serão homens quando crescerem
Preferem usar roupas e cortes de cabelo de meninos, com frequência são percebidas como meninos por estranhos e podem pedir para serem chamadas por um nome de menino. 
Geralmente apresentam reações negativas intensas às tentativas dos pais de fazê-las usar vestidos ou outros trajes femininos. 
Algumas podem se recusar a participar de eventos escolares ou sociais que exigem o uso de roupas femininas. 
Essas meninas podem demonstrar identificação transgênero acentuada em brincadeiras, sonhos e fantasias. 
Com frequência, sua preferência é por esportes de contato, brincadeiras agressivas e competitivas, jogos tradicionalmente masculinos e ter meninos como pares.
 Elas demonstram pouco interesse por brinquedos (p. ex., bonecas) ou atividades (p. ex., usar vestidos ou desem-penhar papéis femininos em brincadeiras) tipicamente femininos
Às vezes, recusam-se a urinar na posição sentada
Algumas meninas podem expressar o desejo de ter um pênis, afirmar ter um pênis ou que terão um pênis quando forem mais velhas.
 Também podem afirmar que não querem desenvolver seios ou menstruar.

Meninos pré-puberais com disforia de gênero podem expressar o desejo ou afirmar que são meninas ou que serão meninas quando crescerem. 
Preferem usar trajes de meninas ou de mulheres ou podem improvisar roupas com qualquer material disponível (p. ex., usar toalhas, aventais e xales como cabelos longos ou como saias). 
Essas crianças podem desempenhar papéis femininos em brincadeiras (p. ex., brincar de "mãe") e com frequência se interessam intensamen-te por bonecas.
 Na maioria das vezes, preferem atividades, jogos estereotípicos e passatempos tradicionalmente femininos (p. ex., "brincar de casinha", desenhar quadros femininos, assistir a programas de televisão ou vídeos com personagens femininos favoritos). 
Bonecas estereotípicas femininas (p. ex., Barbie) geralmente são os brinquedos favoritos, e as meninas são as companheiras de brincadeira preferidas. 
Eles evitam brincadeiras agressivas e os esportes competitivos e demonstram pouco interesse por brinquedos estereotipicamente masculinos (p. ex., carrinhos, caminhões). 
Alguns fingem que não têm pênis e insistem em urinar sentados. Mais raramente, podem dizer que sentem repulsa pelo pênis ou pelos testículos, que gostariam que eles fossem removidos ou que têm, ou gostariam de ter, uma vagina.

Em adolescentes jovens com disforia de gênero, as características clínicas podem se assemelhar às de crianças ou de adultos com a mesma condição, dependendo do nível de desenvolvi-mento. Como as características sexuais secundárias de adolescentes jovens ainda não estão totalmente desenvolvidas, esses indivíduos podem não manifestar nenhum sentimento de repulsa em relação a elas, mas se preocupam com as mudanças físicas iminentes.


Em adultos com disforia de gênero, a discrepância entre a experiência de gênero e as características físicas sexuais é frequentemente, mas nem sempre, acompanhada por um desejo de livrar-se das características sexuais primárias e/ou secundárias e/ou por um forte desejo de adquirir algumas características sexuais primárias e/ou secundárias do outro gênero. Em maior ou menor grau, adultos com disforia de gênero podem adotar o comportamento, as vestimentas e os maneirismos do gênero experimentado. Sentem-se desconfortáveis com o fato de serem con-siderados pelos outros ou de funcionar na sociedade como membros do seu gênero designado. Alguns adultos podem sentir desejo intenso de pertencer a um gênero diferente e de ser tratados como tal e podem ter a convicção interior de sentirem e reagirem como o gênero experimentado sem procurar tratamento médico para alterar as características corporais. Eles podem encontrar outras maneiras de solucionar a incongruência entre o gênero experimentado/expresso e o gênero designado, vivendo parcialmente o papel desejado ou adotando um papel de gênero que não seja.convencionalmente masculino nem convencionalmente feminino.

Disforia de Gênero em Crianças 302.6 (F64.2)
A. Incongruência acentuada entre o gênero experimentado/expresso e o gênero designado de uma pessoa, com duração de pelo menos seis meses, manifestada por no mínimo seis dos seguintes (um deles deve ser o Critério A1):
1. Forte desejo de pertencer ao outro gênero ou insistência de que um gênero é o outro (ou algum gênero alternativo diferente do designado).
2. Em meninos (gênero designado), uma forte preferência por cross-dressing (travestismo) ou simulação de trajes femininos; em meninas (gênero designado), uma forte preferência por vestir somente roupas masculinas típicas e uma forte resistência a vestir roupas femininas típicas.
3. Forte preferência por papéis transgêneros em brincadeiras de faz de conta ou de fantasias.
4. Forte preferência por brinquedos, jogos ou atividades tipicamente usados ou preferidos pelo outro gênero.
5. Forte preferência por brincar com pares do outro gênero.
6. Em meninos (gênero designado), forte rejeição de brinquedos, jogos e atividades tipicamente masculinos e forte evitação de brincadeiras agressivas e competitivas; em meninas (gênero designado), forte rejeição de brinquedos, jogos e atividades tipicamente femininas.
7. Forte desgosto com a própria anatomia sexual.
8. Desejo intenso por características sexuais primárias e/ou secundárias compatíveis com o gênero experimentado.

B. A condição está associada a sofrimento clinicamente significativo ou a prejuízo no funcionamento social, acadêmico ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.


Associação com pensamentos ou comportamentos suicidas
 [As taxas de suicídio e tentativas de suicídio para indivíduos transgêneros variam de 30% a 80%, com
fatores de risco incluindo maus-tratos anteriores, vitimização de gênero, depressão, abuso de substâncias e idade mais jovem. Adolescentes transgêneros encaminhados para clínicas de gênero têm taxas substancialmente mais altas de pensamentos e comportamentos suicidas quando comparados com
adolescentes não encaminhados. Antes de receber tratamento de afirmação de gênero e mudança legal
de gênero, adolescentes e adultos com disforia de gênero correm maior risco de pensamentos suicidas
e tentativas de suicídio. Após o tratamento de afirmação de gênero, o ajuste varia e, embora a melhora
nos sintomas coexistentes seja frequentemente observada, alguns indivíduos continuam a sentir
ansiedade e sintomas afetivos proeminentes e permanecem em risco aumentado de suicídio.

Um estudo com 572 crianças encaminhadas por questões de identidade de gênero no Canadá e vários
grupos de comparação (irmãos, outras crianças encaminhadas e crianças não encaminhadas) em grande parte de outros países de alta renda descobriu que as crianças encaminhadas por gênero eram 8,6 vezes mais propensas a se automutilar ou tentativa de suicídio do que crianças de comparação, mesmo após ajuste para comportamento geral e problemas de relacionamento com colegas, e particularmente na segunda metade da infância. Entre os adolescentes, a maior taxa de tentativa de suicídio é entre os homens jovens transgêneros, seguidos por aqueles que se definem nem como homens nem como mulheres.] DSM V Tr

A cirurgia de mudança de sexo resolve?
"Antes da redesignação de gênero, adolescentes e adultos com disforia de gênero estão sob risco elevado de ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio. Após a redesignação de gênero, a adaptação pode variar, e o risco de suicídio pode persistir." (DSM V, p. 455)

Prevalência
Para indivíduos do sexo masculino ao nascimento a prevalencia varia de  0.005 a 0.014, e para indivíduos do sexo femino ao nascimento de 0,002 a 0,003 % . è provável que as taxas estejam subestimadas, tendo em vista que nem todos os adultos que pretendem fazer terapia horomonal e cirurgia de redesignação de gênero procurem clínicas especializadas. Em crianças, as proporções entre meninos em comparação com meninas variam de 2:1 a 4,5:1. Em adolescentes, essa proporção se aproxima da paridade; em adultos, a proporção é favorável aos indivíduos do sexo masculino ao nascimento e varia de 1:1 a 6,1:1. Em dois países, aparentemente a proporção entre os sexos é favorável aos indivíduos do sexo feminino ao nascimento (Japão: 2,2:1; Polônia: 3,4:1). (DSM V, p. 455)

[Não há estudos populacionais em larga escala sobre disforia de gênero. Com base em populações que procuram tratamento de afirmação de gênero, a prevalência de diagnóstico de disforia de gênero em todas as populações foi avaliada em menos de 1/1.000 (ou seja, < 0,1%) para indivíduos designados do sexo masculino no nascimento e indivíduos designados do sexo feminino ao nascimento. Como muitos adultos com disforia de gênero não procuram atendimento em programas de tratamento especializado, as taxas de prevalência provavelmente são subestimadas. Estimativas de prevalência baseadas em pesquisas de amostras de população geral autorrelatadas nos Estados Unidos e na Europa sugerem números mais altos, embora métodos variados de avaliação dificultem as comparações entre os estudos. A autoidentificação como transgênero varia de 0,5% a 0,6%; vivenciar-se como tendo uma identidade de gênero incongruente varia de 0,6% a 1,1%; sentir-se uma pessoa de sexo diferente varia de 2,1% a 2,6%; e o desejo de fazer tratamento médico varia de 0,2% a 0,6%.] DSM V Tr


Fatores de Risco e Prognóstico

Temperamentais. Para indivíduos com disforia de gênero sem um transtorno do desenvolvimento sexual, o comportamento de gênero atípico entre pessoas com disforia de gênero de início precoce se desenvolve logo no início da idade pré-escolar. É também possível que um grau elevado de atipicidade torne o desenvolvimento de disforia de gênero, assim como sua persistência na adolescência e na vida adulta, mais provável.

Ambientais. Entre indivíduos com disforia de gênero sem um transtorno do desenvolvimento sexual, é mais comum que homens com disforia de gênero (na infância e na adolescência) tenham irmãos mais velhos do que homens sem a condição. Fatores predisponentes adicionais que estão sendo avaliados, especialmente em indivíduos com disforia de gênero de início tardio (adolescência, vida adulta), incluem a transformação do travestismo fetichista habitual em auto- ginecofilia (i.e., excitação sexual associada ao pensamento ou à imagem de si mesmo como uma mulher) e outras formas mais gerais de problemas sociais, psicológicos ou do desenvolvimento.

Genéticos e fisiológicos. Evidências de familiaridade (fraca) de transexualismo entre irmãos não gêmeos, concordância aumentada para transexualismo em gêmeos monozigóticos em com-paração com gêmeos dizigóticos do mesmo sexo, em indivíduos com disforia de gênero sem um transtorno do desenvolvimento sexual, sugerem alguma contribuição genética e algum grau de herdabilidade do transtorno. No que diz respeito aos achados endócrinos, não foram encontradas anormalidades endógenas sistêmicas nos níveis dos hormônios sexuais em indivíduos 46,XY, enquanto parecem ocorrer níveis aumentados de andrógenos (na faixa encontrada em mulheres hirsutas, porém muito abaixo dos níveis masculinos normais) em indivíduos 46,XX. De maneira geral, as evidências atuais são insuficientes para rotular disforia de gênero sem um transtorno do desenvolvimento sexual como uma forma de intersexualidade limitada ao sistema nervoso central. (DSM V, p. 457)

[Na disforia de gênero associada a um DSD, a probabilidade de disforia de gênero posterior aumenta se a produção pré-natal e a utilização (via sensibilidade do receptor) de andrógenos forem grosseiramente variantes em relação ao que é geralmente visto em indivíduos com o mesmo.Indivíduos designados do sexo masculino ao nascimento com disforia de gênero sem DDS (na infância e adolescência) mais comumente têm irmãos mais velhos quando comparados aos homens cisgêneros.

Indivíduos com disforia de gênero foram relatados em muitos países e culturas .Para indivíduos com disforia de gênero sem DSD, alguma contribuição genética é sugerida pela evidência de familiaridade (fraca) de disforia de gênero entre irmãos não gêmeos, maior concordância para disforia de gênero em monozigóticos em comparação com gêmeos dizigóticos do mesmo sexo e algum grau de herdabilidade de gênero disforia. Pesquisas sugerem que a disforia de gênero tem uma base poligenética envolvendo interações de vários genes e polimorfismos que podem afetar a diferenciação sexual in utero do cérebro, contribuindo para a disforia de gênero em indivíduos atribuídos ao sexo masculino ao nascer.

Gênero sexual. Exemplos incluem indivíduos 46,XY com história de meio hormonal pré-natal masculino normal, mas defeitos genitais não hormonais inatos (como na extrofia da bexiga cloacal ou agenesia peniana) e que foram atribuídos ao sexo feminino. A probabilidade de disforia de gênero é ainda aumentada pela exposição adicional, prolongada e altamente variante de gênero ao andrógeno pós-natal com virilização somática, como pode ocorrer em indivíduos 46,XY criados por mulheres e não castrados com deficiência de 5-alfa redutase-2 ou 17-beta-hidroxiesteróide deficiência de desidrogenase-3 ou em indivíduos 46,XX criados pelo sexo feminino com hiperplasia adrenal congênita clássica com períodos prolongados de não adesão à terapia de reposição de glicocorticóides. No entanto, o meio androgênico pré-natal está mais relacionado ao comportamento de gênero do que à identidade de gênero. Muitos indivíduos com DSDs e comportamento marcadamente variante
de gênero não desenvolvem disforia de gênero. Assim, o comportamento de não conformidade de gênero por si só não deve ser interpretado como um indicador de disforia de gênero atual ou futura. Parece haver uma taxa mais alta de disforia de gênero e mudança de gênero iniciada pelo paciente de mulher para homem do que de homem para mulher em indivíduos expostos no pré-natal a um complemento completo de influências hormonais masculinizantes. DSM V Tr

Disforia de gênero em crianças:
As taxas de persistência da disforia de gênero da infância até a adolescência ou a fase adulta variam. Em indivíduos do sexo masculino ao nascimento, a persistência varia de 2,2 a 30%. Em indivíduos do sexo feminino ao nascimento, a persistência varia de 12 a 50%. Há modesta correlação entre persistência da disforia de gênero e medidas dimensionais da gravidade apuradas no momento da avaliação inicial da criança. Em uma amostra de indivíduos do sexo masculino ao nascimento, foi identificada também modesta correlação entre persistência e histórico socio- econômico mais baixo. Não está suficientemente claro se abordagens terapêuticas específicas para a disforia de gênero em crianças estão relacionadas a taxas de persistência a longo prazo. As amostras de acompanhamento existentes consistem em crianças que não receberam nenhuma intervenção terapêutica formal ou que receberam vários tipos de intervenção terapêutica, variando desde esforços ativos para reduzir a disforia de gênero até uma abordagem mais neutra de "espera vigilante". 
Não está claro se crianças "encorajadas" ou apoiadas a viver socialmente no gênero desejado apresentam taxas mais elevadas de persistência, visto que elas ainda não foram acompanhadas longitudinalmente de forma sistemática. (DSM V, p. 455)

[Em indivíduos designados do sexo masculino ao nascer, estudos da América do Norte e Holanda
descobriram que a persistência variou de 2% a 39%. Em indivíduos designados do sexo feminino ao
nascimento, a persistência variou de 12% a 50%. A persistência da disforia de gênero é modestamente
correlacionada com medidas dimensionais de gravidade verificadas no momento de uma avaliação inicial da infância. A transição social precoce também pode ser um fator de persistência da disforia de gênero na adolescência. ]DSM V Tr


Relação entre disforia de gênero e orientação sexual
...Tanto entre indivíduos do sexo masculino como entre indivíduos do sexo feminino ao nascimento com evidências de persistência da disforia de gênero, quase todos sentem atração sexual por indivíduos do seu sexo de nascimento. No caso de crianças do sexo masculino ao nascimento cuja disforia de gênero não persiste, a maioria é androfílica (sente atração física por homens) e frequentemente identifica a si mesmo como gay ou homossexual (variando de 63 a 100%). No caso de crianças do sexo feminino ao nascimento cuja disforia de gênero não persiste, o percentual de ginecofílicas (sentem atração física por mulheres) e que identificam a si mesmas como lésbicas é menor (variando de 32 a 50%)." (DSM V, p. 456)


Adolescentes e adultos do sexo masculino ao nascimento, com disforia de gênero de início precoce, quase sempre sentem atração sexual por homens (androfüicos). 

Adolescentes e adultos com disforia de gênero de início tardio frequentemente adotam comportamento de travestismo com excitação sexual. A maioria desses indivíduos é ginecofílica ou sente atração sexual por outros indivíduos de sexo masculino ao nascimento com disforia de gênero tardio que já iniciaram a transição de gênero. 

Uma porcentagem substancial de indivíduos masculinos adultos com disforia de gênero de início tardio coabita ou é casada com indivíduos femininos ao nascimento. Após a transição de gênero, muitas dessas pessoas se identificam como lésbicas. (DSM V, p. 456)



Em indivíduos femininos ao nascimento, tanto adultos como adolescentes, o curso mais comum é a forma de início precoce de disforia de gênero. A forma de início tardio é muito me-nos comum em indivíduos do sexo feminino em comparação com os do sexo masculino ao nascimento. Assim como em indivíduos masculinos ao nascimento com disforia de gênero, pode ter ocorrido um período no qual houve recuo da disforia de gênero, e essas pessoas passaram a se identificar como lésbicas. Entretanto, com a recorrência da disforia de gênero, elas buscam ajuda clínica, em geral com a intenção de fazer tratamento hormonal ou cirurgia de redesignação. Os pais de adolescentes femininos ao nascimento com a forma de início tardio também demonstram surpresa, visto que não havia sinais evidentes de disforia de gênero na infância. As expressões de disforia anatômica são muito mais comuns e proeminentes em adolescentes e adultos do que em crianças.

Indivíduos adolescentes e adultos femininos ao nascimento com disforia de gênero de início precoce são quase sempre ginecofílicos. 

Adolescentes e adultos com a forma de início tardio são geralmente androfílicos e, após a transição de gênero, identificam-se como homens gays. Indivíduos femininos ao nascimento com a forma de início tardio não apresentam comportamento de travestismo com excitação sexual.


terça-feira, 15 de setembro de 2015

Como identificar uma seita- O que é seita, religião e heresia?

Conceito de Seita,  Heresia e Religião





Religião

O termo Religião  normalmente é apresentado como derivado de religare (atar, unir, juntar) e expressaria o vínculo do homem à divindade, porém alguns defendem a teoria mais antiga da qual o termo religião derivaria de  relegere (reler) e portanto uma atividade introspectiva do homem perante a Divindade, Dicionário Houaiss eletrônico diz:

RELIG- elemento de composição antepositivo, do latim religìo,ónis (relligìo nos poetas dactílicos) 'religião, culto prestado aos deuses, prática religiosa; escrúpulo religioso, receio religioso, sentimento religioso, superstição; santidade, caráter sagrado; objeto de um culto, objeto sagrado; uma divindade, um oráculo; profanação, sacrilégio, impiedade; lealdade, consciência, exato cumprimento do dever, pontualidade; cuidado minucioso, escrúpulo excessivo'; us. em todas as épocas; "o prefixo é re-, red- (cf. relliquiae, reliquiae)", dizem Ernout e Meillet,

"mas o segundo elemento é obscuro. Os latinos ligam-no a relegere (...), etimologia defendida por Cícero (...). Outros autores [Lactâncio e Sérvio] associam religìo a religáre: seria propriamente 'o fato de se ligar com relação aos deuses', simbolizado pela utilização das uittae ['fitas para enfeitar as vítimas ou ornar os altares'] e dos stémmata no culto. Alega-se em favor desse sentido a imagem de Lucrécio, 1, 931: religionum nodis animum exsoluere; (...). O sentido seria portanto: 'obrigação assumida para com a divindade; vínculo ou escrúpulo religioso' (cf. mihi religio est 'tenho o escrúpulo de'); depois 'culto prestado aos deuses, religião'."; der. latinos: religiósus,a,um 'religioso, piedoso; consagrado pela religião, santo, sagrado; supersticioso; escrupuloso, consciencioso; proibido pela religião, ímpio, sacrílego', lat.imp. religiosìtas,átis 'religiosidade, piedade', lat.imp. irreligiósus,a,um 'ímpio, irreligioso', irreligiosìtas,átis 'impiedade' (linguagem da Igreja), lat.imp. irreligìo,ónis; a cognação port. desenvolve-se desde as orig. do idioma: correligionário, correligionarismo, correligionarista, correligionarístico, correligiosismo, correligiosista, correligiosístico; irreligião, irreligiosidade, irreligiosismo, irreligioso; religião, religiomania, religiomaníaco, religiômano, religionário, religiosa, religiosidade, religioso, religiúncula; ver lig-  


Segundo o “Novo dicionário da língua portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, 1a edição”

 “1- Crença na existência de força ou forças sobrenaturais, considerada(s) como criadora(s) do universo, e que como tal deve(m) ser adorada(s) e obedecidas [Deus ou deuses]. 2-A manifestação de tal crença por meio de doutrina e ritual próprios, que envolvem, em geral, preceitos éticos. 5- Crença fervorosa; devoção, piedade.
Portanto estes conceitos incluem como religião até mesmo o Satanismo. Assim, toda seita é uma religião.


Seita
“Grupo religioso que se separa de uma religião estabelecida, devido ao carismatismo e pregação de um ex-líder local, que geralmente alega ter revelações advindas diretamente do céu” (Dicionário de crenças religiões e ocultismo, Ed. Vida, 2000)

Um grupo de indivíduos reunidos em torno de uma interpretação errônea da Bíblia, feita por uma ou mais pessoas”(O Império das Seitas, vol. 1, 2a edição, 1992)

Em termo práticos seita é qualquer grupo religioso que nega uma das doutrinas essenciais à salvação

O Dicionário Houaiss Eletrônico diz:
"Seita:
substantivo feminino 
1 na antiga literatura romana e pré-cristã, partido ou escola filosófica
2 na Vulgata, variedade de tendências religiosas dentro do judaísmo
Ex.: s. dos fariseus *
3 doutrina ou sistema que se afasta da crença ou opinião geral
4 Derivação: por metonímia.
o conjunto das pessoas que seguem essa doutrina ou sistema
5 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: religião.
grupo de dissidentes de uma religião ou de uma comunhão principal
Ex.: <a s. dos fundamentalistas> <a s. dos quacres>
6 Derivação: por analogia. Uso: informal.
grupo de indivíduos partidários de uma mesma causa; partido, bando, facção
7 teoria de um mestre com inúmeros seguidores
8 Rubrica: sociologia.
sociedade cujos membros se agregam voluntariamente e que se mantém à parte do mundo"

 *O Cristianismo também foi chamado de seita por aqueles que pensavam ser este mais um ramo do judaísmo At 24:5,14; 28:22.
A palavra háiresis é traduzida por seita em At 5:17; 15:5; 24:5,14; 26:5; 28:22, por facção em Gl 5:20, por partidos em I Co 11:19 e por heresia em II Pe 2:1.

Heresia
n substantivo feminino 
1 interpretação, doutrina ou sistema teológico rejeitado como falso pela Igreja
2 teoria, idéia, prática etc. que nega ou contraria a doutrina estabelecida (por um grupo)
3 ação, dito ou atitude que desrespeita a religião
4 Derivação: por extensão de sentido, sentido figurado.
contra-senso, opinião absurda; disparate, despautério, tolice
Ex.: uma heresia científica




Características das seitas:
"Não há uma definição mundial de comum acordo a respeito do que caracteriza uma seita; existem apenas algumas características gerais que nos permitem reconhecê-las. 
Há hoje três diferentes dimensões de seitas — doutrinárias, sociológicas e morais....Tenha em mente, contudo, que nem todas as seitas manifestam cada uma das  características que discutimos." Resposta às seitas, p. 10 CPAD



1-Características doutrinárias 
Para uma religião ser uma seita ela deve negar pelo menos uma das seguintes doutrinas:



  • Crença exclusiva num único Deus; 1 Jo 5:20
  • crença na divindade de Cristo Rm 1:19-23; Jo 8:34; 1 Jo 2:23
  • crença na pecaminosidade humana Rm 3:23
  • salvação eterna pela graça por meio da  no único Salvador (Jesus) Ef 2:8-9; Lc 23:43; Gl 5:4
  • crença na encarnação de Cristo, Fp 2:6-1; Jo 1:1
  • crença na morte vicária 2 Coríntios 5:3, 14-15
  • crença num único mediador 1 Tm 2:1-2
  • crença na ressurreição corpórea de Cristo 1 Co 15:14-17
  • crença na infabilidade bíblica; Jo 10:35; Mt 5:18
  • crença no Juízo divino; Atos 10:42; 2 Timóteo 4:1 ; Rm 2:16;
  • crença numa vida de santidade de acordo com as regras das Escrituras, o que inclui não invocar ou cultuar os santos e outros mortos ou aprovar pecados sexuais 1 Jo 3:8-10; 1 Co 6:9-10; 1 Tm 1:10; Gl 5:20-21; Rm 13:13
Para maiores detalhes ver: https://averacidadedafecrista.blogspot.com/2019/10/doutrinas-essenciais-salvacao-criterios.html


2-Características sociológicas de uma seita
"Além das características doutrinárias das seitas, muitas delas (não todas) também possuem traços sociológicos que incluem:

  • Autoritarismo — O autoritarismo envolve a aceitação de uma figura de autoridade, que freqüentemente utiliza técnicas de controle mental sobre os membros do grupo. Como profeta e/ou fundador, a palavra desse líder é considerada final. O falecido David Koresh, da seita Branch Davidian (Ramificação Davidiana) emWaco, no estado do Texas, é um exemplo trágico. Outras seitas que envolvem autoritarismo incluem os Meninos de Deus (agora chamados de A Família) e a Igreja da Unificação.
  • Exclusivismo — Outra característica das seitas é um exclusivismo que declara:“Somente nós temos a verdade”. Os mórmons acreditam que são a comunidade exclusiva dos salvos na terra. As Testemunhas de Jeová acreditam que são a comunidade exclusiva dos salvos.
  • Dogmatismo — Relacionadas de perto com o exposto acima, muitas seitas são dogmáticas — e esse dogmatismo é freqüentemente expresso de forma institucional. Por exemplo, os mórmons declaram ser a única igreja verdadeira na terra. As Testemunhas de Jeová dizem que a Sociedade Torre de Vigia é a única voz de Jeová na terra. David Koresh declarou-se a única pessoa capaz de interpretar a Bíblia. Muitas seitas acreditam ter a verdade dentro de uma pasta, como se ela ali estivesse. Pensam que somente elas estão de posse dos oráculos divinos.
  • Mentes fechadas — De mãos dadas com o dogmatismo está a característica de possuir mentes fechadas. Essa indisposição de ao menos considerar qualquer outro ponto de vista tem freqüentes manifestações radicais. Um mórmon educado que encontramos nos disse que não lhe importaria se pudesse ser provado que Joseph Smith foi um falso profeta; ele ainda assim continuaria sendo um mórmon. Um homem testemunha-de-Jeová que certa vez encontramos recusou-se a concluir a leitura de um artigo que provava a divindade de Cristo porque, disse ele:“Isso está incomodando a minha fé”.
  • Susceptibilidade — O perfil psicológico de muitas pessoas que são “sugadas” para dentro de seitas não é do tipo bajulador. Com certa freqüência, as pessoas que se juntam a uma seita são altamente incautas. Algumas vezes são até mesmo psicologicamente vulneráveis. Mas, acima de tudo, a mentalidade nas seitas é caracterizada por uma compartimentalização não saudável (isto é, elas “põem em compartimentos” fatos conflitantes e ignoram qualquer coisa que contradiga as suas afirmações). Muitos mórmons possuem uma “chama em seu seio” que faz com que seja praticamente impossível argumentar com eles sobre a sua fé. Membros de seitas freqüentemente aceitam ensinos conforme um tipo de fé cega, que é insensível à argumentação sensata...
  • Antagonismo — Em um contexto de isolamento, são gerados tanto o medo como o sentimento de hostilidade em relação ao mundo exterior. Todos os outros grupos são considerados apóstatas, “o inimigo” e “as ferramentas de Satanás”. Em casos extremos, esse fato pode levar a conflitos armados, como aconteceu em Jonestown e em Waco.

3-Características morais de uma seita
No topo dos traços doutrinários e sociológicos das seitas existem também algumas dimensões morais a serem consideradas. Em meio às seitas que brotam, estão muito presentes o legalismo, a perversão sexual, a intolerância, abusos psicológicos e até mesmo físicos.Vale lembrar que nem todas as seitas manifestam cada uma dessas características.

  • Legalismo — Para muitas seitas, é comum o estabelecimento de um rigoroso conjunto de regras que devem ser obrigatoriamente vividas pelos devotos. Esses padrões são usualmente extrabíblicos.

O ensino mórmon que proíbe o uso de café, chá, ou qualquer bebida que contenha cafeína é um caso típico. O requisito imposto pela Sociedade Torre de Vigia para que as lestemunhas de Jeová distribuam literatura de porta em porta é outro exemplo. O ascetismo do tipo monástico, com sua rigorosa obrigatoriedade de cumprimento de regras, é freqüentemente visto como um meio de se alcançar o favor de Deus. Como tal, é a manifestação da rejeição comum das seitas à graça de Deus.

  • Perversão sexual — Lado a lado com o legalismo, o vício gêmeo da perversidade moral é bastante encontrado nas seitas. Joseph Smith (e outros líderes mórmons) teve muitas esposas. David Koresh afirmou possuir todas as mulheres em seu grupo, até mesmo as meninas mais novas. De acordo com uma revelação através de uma reportagem em 1989, meninas da idade de dez anos estavam incluídas. A seita Meninos de Deus tem utilizado, através de sua história, técnicas de “pescaria através do flerte”, com a finalidade de atrair pessoas para a seita, com apelos sexuais. Foi denunciada a prática de sexo entre adultos e crianças dentro dessa seita.
  • Abuso físico — De forma trágica, algumas seitas empenham-se em aplicar diferentes formas de abuso físico. Ex- adeptos de seitas acusam com freqüência seus ex-líderes de concentrarem-se em espancamentos, privação do sono, severa privação de alimentos e agressões a crianças até que estas ficassem queimadas ou sangrando. As vezes, há acusações de abusos ritualísticos satânicos, embora tais fatos raramente sejam levados a conhecimento público.

Contudo, os abusos psicológicos como o medo, a intimidação e o isolamento são mais comuns. O abuso físico em seu máximo grau é ilustrado na pessoa do líder Jim Jones, que levou todos os membros de Jonestown a beber ponche envenenado.

  • Intolerância para com as outras pessoas —Tolerância religiosa não é uma das virtudes da mentalidade das seitas. A intolerância é freqüentemente manifestada através de hostilidades, culminando algumas vezes com assassinatos. A história tanto dos mórmons como da seita Branch Davidian '(Resposta às seitas, p. 10-16, CPAD)

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Tipos de aborto e resposta a Edir Macedo


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TIPOS DE ABORTO.

1-Aborto sentimental (aborto em caso de estupro)
2-Aborto de anencéfalo
3-Aborto necessário (aborto em caso de risco de vida da mãe)


1- Aborto Sentimental (em caso de estupro)

Argumentos a favor:
1.1 O feto ou embrião é parte do corpo da mulher, e ela tem direito sobre seu próprio corpo
Resposta:
  • Os direitos da mulher sobre seu próprio corpo são por exemplo: não ser agredida, não ser estuprada, não ser tocada sem consentimento e outros. A mulher não tem nem mesmo o direito de se matar  pois constitui ato ilícito, muito menos de matar uma pessoa indefesa
'Autocídio. Morte de uma pessoa, conscientemente provocada por ela. Não constitui infração penal, embora seja ato ilícito, porque a vida é bem jurídico indisponível. "  https://www.jusbrasil.com.br/topicos/296866/suicidio  acesso em 31-3-2018
  • O embrião ou feto é geneticamente diferente da mãe, portanto não faz parte do corpo da mãe. E como ser humano este tem direito a vida. (Declaração Universal dos direitos humanos)
1.2 O feto não sente dor
 o feto humano não sente dor durante as primeieras vinte e quatro semanas de gestação, porque suas terminações nervosas são formadas apenas após a vigésima quarta semana.

Resposta:
Se ausência de dor dá permissão ao assassinato, basta anestesiar então a pessoa que se quer matar.
Ou seja, apelar para a ausência de dor é um argumento não válido.


1.3- A mulher não pode fazer nada  para impedir a concepção por um estupro
Resposta:
  • chance de se engravidar num estupro é de 0,5 a 3%
"A gestação proveniente de estupro pode variar de 0,5 até 3%, dependendo do tipo de exposição que uma determinada mulher esteja submetida. Assim um mulher que tenha sido submetida a uma violência oportunista tem um risco relativo muito menor do que aquelas que vivem em situação de violência, como por exemplo, as adolescentes que são violentadas frequentemente por seus agressores, drogatictas ou mulheres em situação de violência doméstica. pela qual passaram PROAGO. SENCAD.Artmed/ Panamericana,
 Ciclo 7. Módulo 3. Violência Sexual, p. 138
  • A mulher deve ser orientada a tomar a pílula do dia  seguinte, o mais rápido possível, pois esta evita a fecundação do óvulo
"Em muitas situações, também pelo medo da denúncia, essas mulheres deixam de procurar o atendimento imediato e oportuno para a realização de mergência e só buscam atendimento quando se descobrem grávidas...' Proago. Artmed/ Panamericana,
 Ciclo 7. Módulo 3. Violência Sexual, p. 138
"Esquema profilático para adultos e adolescentes até o 5º dia: 
Gravidez: pílula do  dia seguinte- levonorgestrel 1,5 mg (dose única via oral-VO, até o  5º dia após a violência"  PROAGO. SEMCAD. Artmed /Panmericana. Ciclo 7. Módulo 3. Violência Sexual, p. 138
 Quanto a questão do uso da pílula click:
 http://averacidadedafecrista.blogspot.com.br/2017/02/e-pecado-tomar-pilula-do-dia-seguinte.html

1.5- O que a mulher vai fazer com o bebê a ser formado?
Resposta:

  • Nos casos em que a mulher foi impedida de tomar a pílula do dia seguinte a mulher que não quiser o bebê pode submetê-lo a adoção. 
  • Nesses casos a mulher deveria receber um auxílio financeiro do governo, bem como médico e psicológico
  • No caso de mulheres estupradas e que quiserem ficar com o bebê, o governo deveria dar todo o suporte pelo menos até que se complete 18 anos


Argumentos contrários ao aborto em caso de estupro:
1- O feto ou embrião é um ser humano inocente e ele tem direito a vida. Portanto  aborto é uma violação dos direitos humanos
O feto ou embrião (após a implantação no útero) é um ser humano individual (pois antes da implantação) pode ocorrer a formação de gêmeos desde o 1º dia da fecundação até o 14º dia.
Todo ser humano inocente tem direito à vida

Declaração universal dos direitos humanos:
Artigo 3° Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
 Artigo 7° Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
 Artigo 30° Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a alguma atividade ou de praticar algum ato destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados
 Artigo 29° 1.O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade. 2.No exercício deste direito e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar numa sociedade democrática. 3.Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente e aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

Convenção Americana de Direitos Humanos
"Artigo 4. Direito à vida
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.'
Bíblia Sagrada

O embrião ou feto tem o mesmo valor de uma pessoa adulta!
Ex 21:22 "Se homens brigarem e ferirem uma mulher grávida, e ela der à luz prematuramente*, não havendo, porém, nenhum dano sério, o ofensor pagará a indenização que o marido daquela mulher exigir, conforme a determinação dos juízes.

23 Mas, se houver danos graves, a pena será vida por vida,
(NVI)

Ex 21:22"Se alguns homens brigarem, e um deles ferir uma mulher grávida, a ponto de a criança sair*, sem que haja outro dano, o responsável certamente será obrigado a fazer indenização, conforme o que lhe exigir o marido da mulher. Ele pagará segundo a decisão dos juízes; " (Almeida Século 21)


*auy yatsa’ não significa abortar, como diz algumas versões.

1) ir, vir para forasair, avançar
1a) (Qal)
1a1) ir ou vir para fora ou adiante, ir embora
1a2) avançar (para um lugar)
1a3) ir adiante, continuar (para ou em direção a alguma coisa)
1a4) vir ou ir adiante (com um propósito ou visando resultados)
1a5) sair de
1b) (Hifil)
1b1) fazer sair ou vir, trazer, liderar
1b2) trazer
1b3) guiar
1b4) libertar

1c) (Hofal) ser trazido para fora ou para frente

2-Assassinar bebês não trata as causas do estupro. 
Devia-se ao invés de defender a morte de crianças inocentes buscar os direitos Internacionais de proteção à mulher como:

  • Constituição Federal
  • Convenção Interamericana de Direitos Humanos
  • Declaração Universal dos Direitos Humanos


3- O aborto pode trazer consequências psicológicas terríveis

4- O aborto não resolve nem mesmo os outros problemas advindos do estupro, como:
  • "Traumas físicos..
  • Fobias
  • Pânico
  • Depressão,etc.  Proago. Cielo 7. Módulo 3. Violência Sexual, p. 138

  • Riscos de contrair doenças sexualmente trasmissíveis (DST), sobretudo a AIDS
  • Alterações psicológicas como o transtorno de estresse pós traumático (TEPT)" Proago. Ciclo 7. Módulo 3. Violência Sexual, p. 138




2- Aborto de anencéfalo
"anencefalia é um defeito de fechamento da porção anterior do tubo neural, levando a não formação adequada do encéfalo e da calota craniana. É uma condição incompatível com a vida em 100% dos casos, acarretando morte intra-uterina ou no periodo neonatal precoce" PROAGO. SEMCAD. Artmed/ Panemericana, ciclo 1 módulo 2,p. 159
Estudos indicam que aproximadamente três quartos dos fetos acometidos têm morte intra-uterina e um quarto deles nascem vivos. Destes, a imensa maioria morre dentro de 24 horas e o restante, no decorrer da primeira semana....
 Atualmente, graças ao uso cada vez mais disseminado da ultrasonografia obstétrica, é possível diagnosticar a anormalidade ainda no início da gravidez. O desfecho final da gestação – morte do concepto ainda no útero ou logo após o nascimento -já passa a ser conhecido desde o seu início. Dessa forma, por força da inexistência de qualquer tratamento que possa curar ou, pelo menos, amenizar o problema, as futuras mães são submetidas a um profundo sofrimento psicológico por todo o período gestacional, pois têm a consciência de carregar, em seus ventres, fetos sem qualquer possibilidade de vida extra-uterina.
Além do trauma psíquico, a anencefalia fetal enseja sérios prejuízos à saúde materna, tais como o aumento da incidência de eclâmpsia e de anormalidades placentárias. Com efeito, a justificativa da interrupção da gravidez em casos de anencefalia fetal decorre da conjunção dos fatores materno e fetal – o risco imposto à saúde física e psicológica da mãe somado à completa impossibilidade de o nascituro prosperar na vida extra-uterina 
 Quando a gravidez implica risco moderado à saúde da gestante, os obstetras aguardam até que o feto seja considerado viável para induzir o parto. No caso do anencéfalo, todavia, essa viabilidade nunca é atingida, mesmo que se espere até o termo. Ele tem, por definição, viabilidade igual a zero, independentemente da idade gestacional.
 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 12 Agosto de 2004    http://legis.senado.leg.br/diarios/BuscaPaginasDiario?codDiario=1014&seqPaginaInicial=29&seqPaginaFinal=29
O anencéfalo é um ser humano formado vivo?
É um ser humano?
Não. pois:
  • O que caracteriza  um ser humano já formado estar vivo ou morto, que já passou o período de formação de seus órgãos,  é exatamente a vitalidade de seu encéfalo. Só se decreta uma morte após verificação de morte encefálica.
  • um corpo humano que já passou do período de formação de seus órgãos e não tem um cérebro, é portanto apenas um corpo sem cérebro, e não tem chance de desenvolver um, ao contrário de um que ainda está em formação
  • logo um corpo humano sem cérebro é apenas uma parte do ser humano já formado, logo é apenas uma parte de um ser humano, logo não é humano e não tem a potencialidade de ser, ao contrário de um feto ou embrião antes da formação dos órgãos.

O anencéfalo nunca teve, nem tem potencial para ter um encéfalo. Neste caso a retirada deste corpo humano incompleto na verdade não é um assassinato de uma pessoa. Seria o equivalente de desligar um aparelho de uma pessoa cujo cérebro está morto, mas que o restante do corpo está sobrevivendo ás custas do aparelho.

No caso do anencéfalo, ao se desligar da mãe ou mesmo antes, seu coração para de bater.
"A prática de aborto de feto anencéfalo não poderá ser considerada antijurídica, já que o aborto relaciona-se à interrupção de uma vida em curso. Não sendo, pois, o feto anencéfalo dotado de vida, de acordo com as ponderações médicas, inexistiria pertinência em considerá-lo crime.'

3-Aborto necessário ou terapêutico

'Interrupção proposital da gravidez realizada numa urgência pelo obstetra, em circunstâncias excepcionais, nos casos de iminente perigo de vida da gestante, perigo este advindo de perturbações graves e irremediáveis do curso normal da gravidez. A medicina elenca numerosas circunstâncias que tornam incompatíveis o organismo da gestante com o do feto." https://jb.jusbrasil.com.br/definicoes/100007818/aborto-necessario

  • No caso de risco de vida da mãe e quando o feto tem chance de sobrevida extra-uterina, faz-se o parto, salvando o bebê e a mãe.

  • "cardiopatias dos grupos funcionais 3 e 4 (Colégio Americano de Cardiologia), 
  • diabete cronico com vasculopatia, 
  • nofropatias ou alterações retinianas, 
  • nefropatias agravadas com insuficiência renal; 
  • pneumopatias restritivas; 
  • doença pulmonar obstrutiva crõnica (DPOC)
  •  síndrome help
  •  eclampsia iminente 
  •  aminorrexis prematura"  PROAGO. SEMCAD. Artmed /Panmericana. Ciclo 1. Módulo 3. Aborto, p. 136

  • Mas nos casos em que o feto não tem chance de sobrevida extra-uterina e a , mãe corre risco iminente de vida, salva-se a mãe, pois não é possível salvar o feto, pois não tem sobrevida extra-uterina (fora do útero)
"peso fetal menor que 500 gramas... feto medir até 16,5 cm. Este conceito foi formulado baseado na viabilidade fetal extra-uterina e é mundialmente aceito pela literatura médica"

PROAGO. SEMCAD. Artmed /Panmericana. Ciclo 1. Módulo 2. Aborto: aspectos éticos e legais,. Artmed/Panmeriacana, p. 148




Análise dos argumentos do Bispo Macedo:

Fala de Edir Macedo em preto
As respostas estão em vermelho.
Citações Bíblicas em verde. 
Citações de textos contra Edir Macedo em Azul


"ABORTO Sou a favor do direito de escolha da mulher.
Em casos como estupro, má-formação do feto ou quando a vida da mãe está comprovadamente ameaçada pela gestação, não há o que discutir. Sou a favor do aborto, sim.
 A Bíblia também é. Eu vou ler para você (Edir se levanta, busca o livro e senta ao nosso lado). Olha só: "Se alguém gerar cem filhos e viver muitos anos, até avançada idade, e se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é mais feliz do que ele". Fica em Eclesiastes, capítulo 6, versículo 3.
O Brasil deveria se unir pelo direito da mulher de optar pelo aborto. Nossos governantes deveriam se empenhar para isso e não se curvar diante da pressão de alguns segmentos religiosos. Certamente, grande parte de nossas mazelas sociais diminuiria. Pense comigo: é melhor a mulher não ter filho ou ter e jogar o bebê na lata do lixo? O número de meninas solteiras de 12, 13 anos dando à luz não pára de crescer. Crianças que deveriam estar na escola, mas estão em casa cuidando dos filhos. Não é necessário teorizar muito. Qual será o futuro dessas crianças? Qual a estrutura que um garoto de 14, 15 tem para ser pai? O que uma garota que mal entrou na adolescência tem para ser mãe? A maioria delas é pobre, cujos filhos crescem em um ambiente cercado de violência e miséria. Que esperança existe para essas crianças que, cedo ou tarde, sempre acabam aliciadas pelo crime? Vamos ser frios e racionais: é preferível a criança não vir ao mundo ou vê-la nos lixões catando comida para sobreviver? Eu creio na Bíblia. Nesses casos, eu acredito que o aborto é melhor do que nascer. A mulher precisa ter o direito de escolher. (O Bispo- A história revelada de Edir Macedo)

 Resposta:
1- Sim um aborto é mais feliz do que uma pessoa que foi infeliz na vida!!! Pois um bebê além de nunca ter experimentado a tristeza ao morrer vai para o céu!!
Porém este texto não nos dá o direito de matar um bebê!!
Se  o texto dissesse: "Se alguém gerar cem filhos e viver muitos anos, até avançada idade, e se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um pré-adolescente assassinado é mais feliz do que ele", não poderíamos inferir do mesmo que é lícito assassinar inocentes.  Em suma, o bispo erra na sua análise.

2-Sim, é melhor uma mulher não ter filho, do que jogá-lo no lixo, por isso, sou a favor dos métodos contraceptivos.  Se não há fecundação, não há concepção e portanto não haverá criança.

3- o aborto ser evitado pelo simples planejamento familiar (informação e ações preventivas), e isto o bispo admite com muita sabedoria (veja abaixo)


Eu sempre digo que sou a favor do aborto, não indiscriminadamente, mas em determinadas circunstâncias. Não faço isso para declarar guerra a nenhuma religião ou à parcela da sociedade que é contra o procedimento. Tenho esta opinião principalmente porque a fé que eu professo me impede de exaltar a hipocrisia. O aborto não é a causa do problema, é o efeito. O problema começa antes, na falta de informação, principalmente às camadas financeiramente menos favorecidas; na falta de ações preventivas; nas inúmeras questões sociais que têm levado à destruição de lares e à banalização da família.
Diversas manifestações sociais, políticas e religiosas condenam a legalização do aborto, em nome da “defesa da vida”, mas parecem ignorar ou não dar o mesmo valor à vida de crianças que nasceram indesejadas ou em famílias sem a menor condição de criá-las, e que andam por aí, revirando lixo para se alimentar, expostas a todo tipo de doença e violência nas ruas. Também não parecem se importar com a vida de meninas e mulheres que morrem diariamente em clínicas de aborto clandestino.
 Para os que acreditam não haver embasamento bíblico no que eu digo, cito o momento em que o Senhor Jesus sentou-se à mesa com Seus discípulos para celebrar a última ceia, antes de ser torturado e morto. Ele anunciou que ali estava presente quem O trairia, e sentenciou: “O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por intermédio de quem o Filho do homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver nascido!” Mateus 26-24.No meu entendimento, essa última frase pode ser interpretada como: seria melhor que Judas tivesse sido abortado. Melhor do que o futuro de sua alma. http://blogs.universal.org/bispomacedo/2010/09/03/jesus-fala-sobre-o-aborto/ acesso em 01/09/15
Resposta:
1-Se o problema começa com a falta de informação e ação preventiva, a solução está na informação e na ação preventiva, como admite sabiamente o Bispo. 
2- Se o aborto é o efeito, tratemos a causa. Uma coisa lógica!
3- Jesus também disse:
Marcos 9:42  E quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar.

Lucas 17:2  Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos.
Estaria ele aprovando o assassinato? Claro que não. Esta siplesmente dizendo que se ele tivesse sido morto ele não estaria nesta situação!!

"Mas, quem não se lembra daquele anticoncepcional feito à base de farinha? Muitas mulheres engravidaram, mesmo se prevenindo. Lembro-me muito bem das reportagens. Várias daquelas mulheres não tinham condições de ter uma criança. Algumas já tinham, inclusive, mais de dois, três filhos. Neste caso, a culpa não era delas. Foi uma falha do medicamento.
Aí eu me pergunto: Para Deus, é mais importante colocar uma criança no mundo, sem ter condições para isso, ou não tê-la, para poupar-lhe de qualquer sofrimento? Será que Deus julgaria a mãe que não deixou seu filho vir ao mundo com a intenção de não deixá-lo passar necessidades?
Se estivesse no lugar daquela jovem ou, no lugar de muitas mulheres por aí, faria o mesmo também. Só Deus saberia da minha situação, do meu coração e das minhas reais intenções.
Que não me levem à mal os que são contra o aborto, mas, experimente, nem que seja por um dia, colocar o seu filho debaixo de um viaduto, andando nu, no mais completo frio, comendo com você restos de comida (farelos) do chão. Ou ainda, experimente deixar sua filha de nove, dez anos, na beira de uma estrada, tendo que vender seu corpo infantil, por três ou cinco reais, para comprar um prato de comida ou, até mesmo, para sustentar seu vício.
Tenho certeza que você deve estar revoltado, mas não sou hipócrita! Se tivesse de ver um filho nas condições descritas acima, abortaria sim, com todas as letras, pena que eu correria o risco de morrer também em cima de uma mesa de cirurgia clandestina.
Seria Deus um carrasco que, a todo custo, quer que uma criança venha ao mundo, mesmo se for para sofrer, ser violentada, prostituída, abusada, e se tornar, lá na frente, a escória da sociedade? Não que com todas essas crianças aconteça isso, mas com a maioria, que nasce sem condições de vir ao mundo, você pode estar certo que sim.
Não vamos coar um mosquito e deixar passar um camelo por nossas gargantas! Se você é contra a legalização do aborto, então, deveria ser o primeiro a adotar uma criança que está debaixo dos viadutos. Perto de você deve ter uma, com certeza. Se Deus quisesse que uma criança nascesse simplesmente porque quer que nasça, custe o que custar, então, Ele deveria, de alguma forma e, a todo custo, dar um jeito de sustentar essa vida.
Se fosse de Sua vontade que cada vida viesse ao mundo, então, Deus deveria ser o primeiro a ser culpado por tanta tragédia envolvendo as pessoas. Mas, será que Deus é tão dúbio, que ‘ordena’ o nascimento de um ser, para depois deixá-lo morrer à mingua?
Se formos pensar que Deus permite o aborto em caso de má formação do feto, risco para a mãe, e estupro, Ele também seria dúbio, visto que esses fetos também são vidas. Que diferença haveria entre esses e os outros fetos? Nenhuma. Feto é feto.
Vou ser sincera com você, posso até estar ‘pecando’ em pensar no aborto de um feto. Afinal, é uma vida, correto? No entanto, que vida é esta, quando o melhor mesmo seria ter nascido morto?
Entre pecar pela sinceridade ou pecar pela hipocrisia, fico com a primeira alternativa. Pelo menos, não me igualaria aos fariseus da época do Senhor Jesus, que deixavam um mosquito passar para engolir um camelo!
Reflita. Você realmente acredita que um aborto é pior do que um filho em condição subhumana? Se o nome disso não for hipocrisia, então, chamo de egoísmo.
Um grande abraço!"
Bons pontos a ser refletidos:, vejamos a Resposta:
1- Por que então não se aprova leis que permitam pais que caíram nestas mesmas situações, após o nascimento do bebê,  de matar seus filhos "com a intenção de não deixá-lo passar necessidades?"

2-  "Se estivesse no lugar daquela jovem ou, no lugar de muitas mulheres por aí, faria o mesmo também." Não seria melhor a pessoa recorrer a Deus como o senhor bem ensina nos seus livros? 
Não seria o caso dela passar a frequentar a Universal? Onde se passa fé para as pessoas? Afinal, Deus é um Deus de milagres. Penso que neste caso o senhor usaria sua fé e recorreria a Deus, pois "todas as coisas contribuem para o bem dos que amam a Deus", não que eu creia que Deus traz o mal, mas do mal ele faz o bem. "Deus em Cristo, pode suprir cada uma das nossas necessidades"

3- Uma mãe que aborta nestas condições expressa falta de fé no Criador, acima de tudo, mesmo que suas intenções sejam a de querer o melhor pras crianças!!

4- Mas o fato é que na maioria dos abortos, a mãe pensa no seu bem, e não no da criança!! Isto é fato, e o senhor sabe disso.

5- Deus não quer que uma criança venha ao mundo nestas condições, nem que haja traições, roubos, assassinatos, doenças. Como o senhor bem ensina em seus livros isto é consequência da queda e da ação dos demônios. Mas a bíblia ensina que Deus pode suprir cada uma das nossas necessidades, independente das circunstâncias!

6- Ao contrário do que se noticia na imprensa,crianças anencéfalas [sem cérebro], não sobrevivem após parto, geralmente se noticia crianças com cérebro rudimentar!! Esta é o unico caso de má formação incompatível com a vida!!E como sabemos o critério de morte é morte cerebral, se não há cérebro não há vida, seria o mesmo que deixar um corpo de uma pessoa decaptada "viva' em um aparelho. O corpo da mãe neste caso é o que mantém o corpo "vivo".

7- No caso de risco de vida da mãe {aborto necessário* ou terapêutico}, quando o feto tem chance de sobrevida extra-uterina, faz-se o parto, salvando o bebê e a mãe.
Mas nos casos em que o feto não tem chance de sobrevida extra-uterina[ idade menor que 20 semanas, peso inferiror 500 gramas e/ou estatura iinfeiror a 25 centímetros]  e a , mãe corre risco iminente de vida, salva-se a mãe, pois não é possível salvar o feto. O Dicionário de Termos Técnicos de Saúde (s.d., p. 02)  diz sobre o termo aborto:
"Expulsão espontânea ou provocada do embrião ou feto de menos de 500g de peso ou até 20 semanas de idade gestacional, quando tem pouca ou nenhuma chance de sobrevivência fora do organismo materno. A expulsão do feto após essa idade gestacional é considerada internacionalmente como parto prematuro"
*Aborto necessário
Interrupção proposital da gravidez realizada numa urgência pelo obstetra, em circunstâncias excepcionais, nos casos de iminente perigo de vida da gestante, perigo este advindo de perturbações graves e irremediáveis do curso normal da gravidez. A medicina elenca numerosas circunstâncias que tornam incompatíveis o organismo da gestante com o do feto.

8- Mesmo em casos de estupro, a pílula do dia seguinte, evita a fertlização do óvulo e a consequente gravidez indesejada, dispensando assim a prática do aborto.

Ou seja, feto é feto, mas existe uma grande diferença entre fetos sem chance de vida ulterina e fetos com tudo favorável a vida extra-ulterina!

Comentário final:

Um erudito cristão, Normam Geisler, um dos maiores apologistas da História, já foi um defensor do aborto em caso de estupro, como Edir Macedo, mas mudou de opinião, e hoje é contra o aborto em caso de estupro.
Penso que devemos respeitar a opinião dos outros, e não é através de ataques pessoais que se convence uma pessoa. 
Espero que Edir Macedo volte atrás e reflita se seus argumentos são de fato tão justos e intrinsicamente lógicos!
Só o tempo nos dirá!


Neste livro, Normam Geisler, defendia o aborto
Neste livro, Norman Geilser é contra o aborto