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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Porque não é pecado usar pilulas e outros métodos anticoncepcioniais

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Argumentos Contra o Controle da Natalidade Refutados
Aqueles que se opõem ao controle da natalidade usualmente apelam a um ou mais dos seguintes tipos de argumentos: 

1.  O Controle da  Natalidade é Desobediência  ao Mandamento de   de Propagar .
Aqueles, portanto, que deliberadamente delimitam a vida desobedecem, assim, o plano de Deus de compartilha-la com tantas pessoas quanto possível.
 "Sede  fecundos,  multiplicai-vos,  enchei  a  terra  e  sujeitai-a"  (Gn  1:28).  
 "Como  flechas  na  mƒãodo guerreiro assim os filhos da mocidade. Feliz o homem que enche deles a sua aljava!" (Sl 127:5).  

E  ainda  mais:  "H erança  do  SENHOR  são  os  filhos;  o  fruto  do  ventre  seu 
galardƒo" (v. 3). Realmente, a esterilidade era considerada uma maldição (Gn 20:18; Dt 
17:14). 
Resposta:
  • mandamento para propagar-se  foi dado „ à Adão e Eva, no princípio da humanidade. 
  • Se a ordem de propagar-se fosse para cada indiíviduo, então toda pessoa que  se recusasse a casar estaria pecando, tanto quanto aqueles que se casassem e recusassem a ter filhos. O estado voluntário de solteiro seria um pecado tƒo grande quanto o uso de  contraceptivos por pessoas casadas. Jesus e Paulo por exemplo não eram casados
  • Mesmo  aqueles  que  argumentam  contra  os  contraceptivos  artificiais,  usualmente permitem este métodos naturais como o uso de tabelinha. Ou seja, de fato e de verdade estão lutando contra a "ordem de ter filhos"

Mateus 19:12  Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita.
7  Quero que todos os homens sejam tais como também eu sou; no entanto, cada um tem de Deus o seu próprio dom; um, na verdade, de um modo; outro, de outro.
8  E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo.


2. O  controle  da natalidade por meio de anticoncepcionais   uma  tentativa  de  desempenhar  o  papel  de  Deus 
 Somente Deus tem o direito sobre a vida para determinar quanto existir… e qual existir…. Nenhum homem tem o direito (a não ser conforme Deus o delega) de  assumir  o  poder  sobre  quais  homens  viver  e  quais  não  viver.  O  controle  da natalidade    uma  tentativa  de  desempenhar  o  papel  de  Deus  (i.e.,  controlar  a  vida)  e, portanto,  moralmente errado.
Deus abre e fecha a madre (Gn 20:18; 29:31). 
"Vede agora que Eu sou, Eu somente, e mais nenhum Deus além de mim; eu mato, e eu 
fa†ço viver," diz o Senhor (Dt 32:39). 
O Senhor d…á vida e o Senhor a tira; a prerrogativa  dEle (cf. J€ 1:21). 

Resposta:.
  • Os métodos anticoncepcionais por definição impedem a concepção e portanto não tiram a vida de nenhum ser vivo
  • O poder de casar ou não e consequentemente ter filhos ou não foi dado ao homem. Decidir não ter filhos então não faz o ser humano assumir o papel de Deus.
  • Assim como um agricultor decide plantar ou não, plantar pouco ou não e neste caso não desempenha um papel de Deus, de igual modo o homem pode decidir por ter ou não filhos, ter pouco ou muitos filhos, desde que suas "sementes" (sêmen e óvulo-sistema reprodutivo) sejam "boas". Deve-se esperar a melhor hora de se semear caso decida assim fazê-lo.

"Há uma grande diferença em impedir alguma vida de dar à luz mais vida, e tirar uma vida depois de ter nascido. Este último pode ser assassinato; o primeiro não é assassinato. A seletividade voluntária a respeito do número de filhos não é mais pecaminosa, como tal, do que escolher a limitação do número de árvores que se planta no pomar, ou o número de grãos de trigo que se planta numa fileira .De fato, a semeadura indiscriminada (seja entre as plantas, seja entre os seres humanos) às vezes pode ser mais danosa do que a plantação seletiva. Uma vida bem colocada (humana ou não) é uma coisa bela. E um plantio mal planejado pode ter resultados muito feios. As condições superlotadas podem estrangular ou até mesmo estultificar a vida ao invés de ressaltar seu valor. Noutras palavras, a falta de controlar a quantidade de coisas vivas que nascem pode ser um assassinato. Se não houver cuidado em evitar que um número grande demais de coisas vivas venha a existir, então sua ação indiscriminada pode precipitar condições que realmente tirarão as vidas dalgumas."

Se limitar a quantidade de pessoas que nascem, pode aumentar a qualidade das pessoas que vivem, então certamente não é moralmente errado fazê-lo. Quem votaria a favor de uma magnitude de humanidade que limitasse severamente a personalidade dos homens individuais? A pura quantidade acima da qualidade é uma distorção de valores. Logo, se a qualidade da personalidade pode ser promovida ao impedir uma quantidade indevida de pessoas numa determinada família (ou mundo), então o controle da natalidade para este propósito é justificável.

(Ética Cristã. Norman Geisler. São Paulo:Vida Nova, 2006)

3. O  Propósito  do  Sexo é a  Procriação 
 O  prazer  do  sexo é  concomitante ao prop€ósito procriativo mas o prazer sexual não deve ser um fim em  si  mesmo. Procurar os  prazeres  do  sexo   parte  das  responsabilidades  envolvidas  na  criação  de  uma  família    contrário à „  ordem  natural  estabelecida  por  Deus.  O  sexo não é recreacional,  mas, sim, procriacional,  e buscar aquele, sem esta,  um  distorção  do  sexo.  Logo,  os  dispositivos  do  controle  da  natalidade  usados  para  manter  os  deleites  do  sexo  ao  passo  que  evitar-se  o  dever  de  ter  filhos  são moralmente errados.  O controle da natalidade  é um modo egoísta de trabalhar contra a lei da natureza.

Resposta:
  • Se o sexo não tivesse razões recreativas o sexo após a menopausa seria pecado!!
  • Se o prazer fosse ligado exclusivamente a reprodução, os seres humanos deveriam ser como os animais, ter prazer apenas quando estão férteis. A mulher só fértil por cerca de 7 dias no mês, sendo que nos outros 23 dias continua com o desejo sexual normal, ao contrário dos outros animais
  • A Bíblia mostra o sexo pelo sexo dentro do casamento, sem finalidade reprodutiva

1 Co 7:3  O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido.
4  A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher.
5  Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência.

CT 7:7  Esse teu porte é semelhante à palmeira, e os teus seios, a seus cachos.
8  Dizia eu: subirei à palmeira, pegarei em seus ramos. Sejam os teus seios como os cachos da vide, e o aroma da tua respiração, como o das maçãs.
9  Os teus beijos são como o bom vinho, vinho que se escoa suavemente para o meu amado, deslizando entre seus lábios e dentes.
10 ¶ Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim.
11  Vem, ó meu amado, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias.
12  Levantemo-nos cedo de manhã para ir às vinhas; vejamos se florescem as vides, se se abre a flor, se já brotam as romeiras; dar-te-ei ali o meu amor

Pv 5:18  Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade,
19  corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias.
20  Por que, filho meu, andarias cego pela estranha e abraçarias o peito de outra?


"..todos os animais tem sua atividade sexual e reprodução disciplinadas rigorosamente pelos mecanismos biológicos hormonaisativos apenas em períodos determinados pela natureza" p. 19

"A função sexual dos animais é regulamentada estritamente pelos ciclos naturais e só visa a procriar; a  humana é uma sexualidade ampla e ilimitada: não tem nenhum equivalente no reino animal" p. 19

"a disponibilidade  sexual dos humanos é permanente na vida adulta...O princípio do prazer (constante), e não outros reguladores biológicos, é que determina a sexualidade humana"p. 19

"somente entre os animais irracionais a função sexual é restrita ao objetivo de reprodução da espécie" p. 19

"Desprovida de freios e inibidores biológicos,a sexualidade humana é disciplinada apenas - e não completamente - pelas interdições socioculturais" p. 20

"De fato, desde o nascimento, o sexo anatômico já determina a identidade civil: um nome masculino  ou feminino, a que se agregam sucessivos direitos e deveres, regras de comportamento, expectativas..." p. 21

"A sexualidade extrapola os limites da anatomia e fisiologia"p. 25

"O desempenho sexual não depende  só de anatomia e da fisiologia, mas também da integração dos fatores biológicos, psicológico, social e cultural" p. 25

"A sexualidade  é o principal  polo estruturante da  identidade  e da personalidade do indivíduo" p. 25
(Sexualidade Humana e seus Transtornos. Carmita Abdo. 3ª edição atualizada e ampliada. São Paulo: Leitura Médica, 2010)

'A procriação é, obviamente, um (talvez até mesmo o) propósito básico do sexo. Mesmo assim, não é o
único propósito do sexo. O sexo também tem propósitos de unificação e de recreação...Se o sexo visasse apenas à procriação, seria então muito estranho que a natureza permita que as mulheres possam procriar por menos de que metade da sua vida conjugal (i.e., somente até à menopausa) e, depois, somente num período de cada mês. Uma mulher que se casa com a idade de 20 anos terá, digamos, 25 anos de fertilidade em, somente, digamos, três dias por mês, ou seja: 1/10 do tempo. Isto significa que o tempo
propriamente dito da sua capacidade de conceber será menos do que três anos (i.e., e. de 1.000 dias) da sua vida de casada. Ora, pareceria estranho que Deus designasse o sexo com seus impulsos durante várias décadas da sua vida, se fosse designado somente para estes breves períodos procriativos. Está muito mais de acordo com a sabedoria de Deus, com os fatos da natureza, e com a experiência humana, supor que o papel do sexo é mais amplo do que o propósito procriativo. E se o sexo não é meramente para a
propagação, não há razão porque não se possa desfrutar dos demais propósitos do sexo sem produzir filhos." (Ética Cristã. Norman Geisler. São Paulo:Vida Nova, 2006)


4.A  Bíblia  Condenou  Especificamente  uma  Tentativa  de  Controle  de  Natalidade 
"Sabia, porém, Onã que o filho  não seria tido por seu; e todas as vezes que possu‡a a mulher do seu irmão deixava o  sêmem cair  na  terra,  para  não  dar  descendência  a  seu  irmão" (Gn 38:9).  "Isso, 
porém, que fazia,"  "era mau perante o SENHOR" (v. 10). 
Resposta:
  • A desobediência dizia respeito à responsabilidade de um irmão sobrevivente no sentido de suscitar descendência para seu irmão. 
  • A lei do Levirato como é chamado tinha por finalidade a geração de filhos!!A mulher neste caso estava apenas sendo usada por Onã. O que desagradou ao Senhor Deus. As pessoas não podem ser tratadas como simples objetos.

5 ¶ Se irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem filhos, então, a mulher do que morreu não se casará com outro estranho, fora da família; seu cunhado a tomará, e a receberá por mulher, e exercerá para com ela a obrigação de cunhado.
6  O primogênito que ela lhe der será sucessor do nome do seu irmão falecido, para que o nome deste não se apague em Israel.
7  Porém, se o homem não quiser tomar sua cunhada, subirá esta à porta, aos anciãos, e dirá: Meu cunhado recusa suscitar a seu irmão nome em Israel; não quer exercer para comigo a obrigação de cunhado.
8  Então, os anciãos da sua cidade devem chamá-lo e falar-lhe; e, se ele persistir e disser: Não quero tomá-la,
9  então, sua cunhada se chegará a ele na presença dos anciãos, e lhe descalçará a sandália do pé, e lhe cuspirá no rosto, e protestará, e dirá: Assim se fará ao homem que não quer edificar a casa de seu irmão;
10  e o nome de sua casa se chamará em Israel: A casa do descalçado
  
"Em resumo, nada há na natureza que limite necessariamente o sexo à procriação, e nada há na Escritura para proibir o uso dos contraceptivos quando houver uma motivação apropriada (altruísta). A pergunta não é se, mas quando os contraceptivos são moralmente permissíveis." (Ética Cristã. Norman Geisler. São Paulo:Vida Nova, 2006)


Quando o  Controle da  Natalidade „é certo:

 "(1) Por exemplo, adiar a família até que se possa cuidar dela melhor pode ser uma ação muito sábia e altruísta. Se razões psicológicas, econômicas, ou educacionais indicassem um tempo futuro melhor para a família, então não será moralmente errado esperar....

 (2) Além disto, se o controle da natalidade pode ser usado para limitar o tamanho da família conforme a capacidade dos pais de prover para ela, então a pessoa não peca. As Escrituras conclamam o homem a prover pelos seus (1 Tm 5:8) e planejar para o futuro. "Pois, qual de vós," disse Jesus, "pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?"(Lc 14:28). ..

(3) Além disto, refrear-se de ter filhos por razões da saúde (física ou mental) não é errado como tal. Na realidade, será errado trazer filhos para o mundo se fosse destrutivo para os pais e/ou as condições fossem destrutivas para os filhos.

(4)Finalmente, não é errado evitar ter filhos por algum propósito moral superior tal como Jesus se referiu em Mateus 19:12. Os homens podem dedicar-se voluntariamente ao celibato, ou passar sem filhos em prol do reino de Deus. Enquanto a espécie não estiver sendo ameaçada pela sua abstenção e enquanto a sua dedicação for para o bem dos outros, não é errado usar o controle da natalidade para evitar terem seus próprios filhos."



Para saber sobre a pílula do dia seguinte click no link abaixo:

Bibliografia:
Ética Cristã. Norman Geisler. São Paulo:Vida Nova, 2006
Sexualidade Humana e seus Transtornos. Carmita Abdo. 3ª edição atualizada e ampliada. São Paulo: Leitura Médica, 2010.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

É pecado tomar pílula do dia seguinte?

Não.  

  • Ela previne a concepção se for tomada nas primeiras horas
  • Ela não causa a morte do ovo, zigoto ou embrião
  • Mas deve ser usada apenas em caso de estupro ou como concepção de emergência
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"A anticoncepção oral de emergência é um método muito importante para evitar gravidez indesejada após relação sexual desprotegida. Deve ser usada somente como método de emergência, e não de forma regular, substituindo outro método anticoncepcional." SAÚDE SEXUAL E SAÚDE REPRODUTIVA Série A. Normas e Manuais Técnicos Cadernos de Atenção Básica, n. 26. Brasília – DF 2010

Observe o que dizem os órgãos oficiais:  

  • Organização Mundial da Saúde- OMS
  • Ministério da Saúde- MS
  • Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia- FIGO 
"Foi criado para situações criadas por relações sexuais desprotegidas, falha ou uso indevido de outros contraceptivos (como a omissão de uma pílula ou rupturas ou deslizamentos de preservativos) e para casos de estupro ou sexo forçado sem proteção...
A contracepção de emergência só é eficaz nos primeiros dias após a relação sexual, antes da partida do óvulo do ovário e antes que ocorra a fertilização pelo espermatozóide... A contracepção de emergência não pode interromper uma gravidez estabelecida ou prejudicar um embrião em desenvolvimento. http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs244/es/  OMS



"MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas NOTA TÉCNICA 
 Assunto: Anticoncepção de Emergência - AE

 A pílula anticoncepcional de emergência (levonorgestrel 0,75 mg), também conhecida como pílula do dia seguinte, é um recurso anticoncepcional importante para evitar uma gravidez indesejada, após uma relação sexual desprotegida. Dessa forma, contribui para diminuir o número de abortos provocados. Trata-se de um método anticoncepcional cientificamente aceito, aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA). 

Não é abortiva, pois não interrompe uma gravidez estabelecida e seu uso deve se dar antes da gravidez. Os vários estudos disponíveis atestam que ela atua impedindo o encontro do espermatozóide com o óvulo, seja inibindo a ovulação, seja espessando o muco cervical ou alterando a capacitação dos espermatozóides. Portanto, o seu mecanismo de ação é basicamente o mesmo dos outros métodos anticoncepcionais hormonais (pílulas e injetáveis).

Seu uso deve ser reservado para situações excepcionais, não devendo ser usada de rotina, substituindo outros métodos anticoncepcionais. Está indicada nas situações de falha de métodos anticoncepcionais (rompimento da camisinha, esquecimento de tomar pílulas ou injetáveis, deslocamento do diafragma ou do DIU, uso incorreto dos métodos comportamentais), de violência sexual, de relação sexual sem uso de método anticoncepcional. A pílula anticoncepcional de emergência deve ser prescrita por médico, iniciada até no máximo 5 dias após a relação sexual desprotegida (entretanto, sua eficácia é maior quanto mais precoce for o seu uso), tomando-se os 2 comprimidos de uma só vez ou fracionados em duas doses, sendo a 2ª dose tomada 12 horas após a 1ª. Os efeitos mais freqüentes após o uso da pílula anticoncepcional de emergência são náuseas e vômitos. 

O mecanismo de ação da AE é ponto de muito interesse, tanto de usuárias como de provedores de saúde. Embora se acumulem investigações científicas sobre o tema, o conhecimento das mulheres e dos profissionais de saúde ainda é relativamente escasso. Isso colabora para que persistam diversas dúvidas, principalmente sobre o risco de “efeito abortivo”. Portanto, o esclarecimento dos efeitos anticonceptivos da AE é fundamental. Nesse sentido, é preciso recordar que uma relação sexual só resulta em gravidez se ela ocorrer no dia da ovulação ou nos cinco dias que a precedem. Este período de fertilidade, de seis dias, varia para cada ciclo e para cada mulher, dada a possibilidade da ovulação ocorrer tão cedo como no 10° dia do ciclo menstrual, ou tão tardiamente quanto no 23°. Os espermatozóides, por sua vez, precisam esperar entre 1 e 5 dias no trato genital feminino, até que se produza a ovulação. E é exatamente nesse espaço de tempo que a AE atua (41). Entretanto, o mecanismo de ação varia bastante conforme o momento do ciclo menstrual em que a AE é administrada. Assim, se utilizada na primeira fase do ciclo menstrual, antes do pico do hormônio luteinizante (LH), a AE altera o desenvolvimento dos folículos, impedindo a ovulação ou a retardando por vários dias (28,32,40,44). A ovulação pode ser impedida ou retardada em quase 85% dos casos e, nessas circunstâncias, os espermatozóides não terão qualquer oportunidade de contato com o óvulo (3). Na segunda fase do ciclo menstrual, após a ovulação, a AE atua por outros mecanismos. Nesses casos, a AE altera o transporte dos espermatozóides e do óvulo nas trompas. O mais importante, é que a AE modifica o muco cervical tornando-o espesso e hostil, impedindo ou dificultando a migração dos espermatozóides do trato genital feminino até as trompas, em direção ao óvulo. Além disso, a AE interfere na capacitação dos espermatozóides, processo fundamental para a fecundação. Por meio de um ou mais desses mecanismos é que a AE impede a fecundação. Significa afirmar que a AE impede o encontro entre o óvulo e os espermatozóides (8,20,32). De toda forma, a eficácia da AE é resultado dos mecanismos de ação descritos que, em conjunto ou isoladamente, atuam impedindo a fecundação e sempre antes da implantação. Não há quaisquer evidências científicas de que a AE exerça efeitos após a fecundação, ou que implique na eliminação precoce do embrião. Não existe nenhuma sustentação científica para afirmar que AE seja um método que resulte em aborto, nem mesmo em um percentual pequeno de casos. As pesquisas asseguram que os mecanismos de ação da AE evitam ou retardam a ovulação, ou impedem a migração dos espermatozóides. Não há encontro entre os gametas masculino e feminino e, portanto, não ocorre a fecundação. A diminuição progressiva da efetividade da AE conforme transcorre o tempo a partir da relação sexual e a incapacidade de produzir sangramento imediato ou em caso de gravidez, são demonstrações simples, mas evidentes, de que a AE é capaz de evitar a gravidez, nunca de interrompê-la (41). A AE impede a fecundação e não há indicadores de que ela atue após este evento. Este fato deveria ser suficiente para estabelecer, claramente, a ausência de efeito abortivo. Apesar disso, conceitos cientificamente incorretos e mitos foram construídos sobre o mecanismo de ação da AE, dando margem a que se levante, equivocadamente, a hipótese de efeito abortivo. Entre os falsos conceitos científicos, o mais comum é acreditar que, nos casos em que ocorreria a fecundação, a gravidez ainda seria evitada por meio de alterações hormonais, conhecidas por efeito luteolítico. O corpo lúteo é estrutura imediatamente formada no mesmo local em que ocorreu a ovulação. Sua função reside, por um curto período de tempo, na produção hormonal necessária para a continuidade do processo reprodutivo. Diversos estudos demonstram que a AE atua sobre o corpo lúteo, levando a uma situação de deficiência funcional. No entanto, não há evidências de que a disfunção luteolítica interfira no processo de implantação (45). O conceito cientificamente incorreto reside em acreditar que a fecundação, uma vez não impedida, sofrerá ação luteolítica. Assim, o processo de implantação do blastocisto seria impedido, resultando no “efeito abortivo precoce”. Esse conceito não tem sustentação, por vários motivos. Primeiro, porque os progestágenos sintéticos contidos na AE são semelhantes a progesterona natural, atuando no organismo do mesmo modo que ela. A progesterona, produzida pelo ovário a partir da ovulação ou administrada depois da fecundação, favorece o desenvolvimento e a manutenção da gravidez. Daí vem o seu nome, progesterona, que significa pró-gestação. É fato absolutamente conhecido de que a progesterona não apresenta efeito abortivo, mesmo se administrada em altas doses. Pelo contrário, ela é essencial para a gravidez. Tanto que, em casos de ameaça de abortamento espontâneo, em gestações desejadas, é freqüente que se indique progesterona natural para evitar o abortamento. O mesmo procedimento é feito nos casos de reprodução assistida, administrando-se a progesterona, de forma profilática, para aumentar suas chances de sucesso. Além disso, investigações recentes sobre os efeitos pós ovulatórios da AE não encontram evidências de alterações no endométrio que pudessem interferir no processo da implantação (8,33,39,44,46). Outros estudos, utilizando a AE após o pico de LH e, portanto, após a ovulação, mostram que os níveis circulantes de progesterona também não sofrem modificações. Para completar, a Organização Mundial da Saúde assegura que a disfunção luteolítica produzida pela AE não se diferencia da disfunção luteolítica induzida pela lactação. A amamentação segue como alternativa anticonceptiva natural e tecnicamente válida, sem que se atribua a ela qualquer “efeito abortivo” devido a possibilidade de disfunção luteolítica (45). A revisão das pesquisas científicas permite afirmar, sem reserva de dúvida, de que a AE não atua após a fecundação e não impede a implantação, caso a fecundação ocorra. 

Por fim, cabe recordar a questão dos mitos, muitas vezes assimilados pelos profissionais de saúde como se fossem verdades, embora sem qualquer fundamentação científica. O mais comum distorce por completo o mecanismo de ação da AE. Segundo o mito, a AE se pautaria em oferecer “altas doses de hormônios” para “espessar o endométrio”. A “interrupção abrupta” desses hormônios levaria a “eliminação do endométrio” e, junto com ele, “interromperia a implantação recente do embrião”. Este mito, absolutamente inconsistente em cada detalhe, ainda persiste entre algumas usuárias e, lamentavelmente, entre profissionais de saúde (10). É um direito assegurado pela Constituição Federal e pela Lei Nº 9.263, que regulamenta o planejamento familiar, o acesso das pessoas às informações, métodos e técnicas para a concepção e para a anticoncepção, cientificamente aceita e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas. No Brasil, a AE é medicação aprovada pelos órgãos de vigilância sanitária e disponível, comercialmente, mediante receita médica. Além disso, a AE é recomendada pelo Ministério da Saúde nas normas técnicas de Planejamento Familiar (1996) e Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes das Violências Sexuais contra Mulheres e Adolescentes. A Academia Nacional de Medicina referenda a AE e a utilização do método também faz parte das recomendações e orientações do Conselho Federal de Medicina, através de resolução Federal, bem como da Federação Brasileira das Associações e Ginecologia e Obstetrícia e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. É ainda recomendada pela Organização Mundial da Saúde, pela International Planned Parenthood Federation (IPPF), pela Family Health International (FHI), pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) e pelas agências reguladoras da maioria dos países, incluindo a Food and Drug Administration (FDA). " 

Ainda é presente a ideia de que a pílula anticoncepcional de emergência – a pílula apenas de progestogênio (levonorgestrel) – seja abortiva, hipótese que não tem sido confirmada em vários estudos disponíveis. Além disso, existe o receio de que a utilização da contracepção de emergência possa provocar o abandono ou substituição do uso de outros métodos anticoncepcionais, incluindo o preservativo, principalmente entre adolescentes e jovens SAÚDE SEXUAL E SAÚDE REPRODUTIVA Série A. Normas e Manuais Técnicos Cadernos de Atenção Básica, n. 26. Brasília – DF 2010

 Vários estudos recentes indicaram que, quando a pílula anticoncepcional de emergência é tomada antes da ovulação, inibe ou atrasa a liberação do óvulo do ovário. Além disso, pode interferir na migração dos espermatozoides do colo uterino às trompas, ou com o processo de adesão e capacitação dos espermatozoides nas trompas. Por meio desses mecanismos, a PAE impede a fecundação. Se a fecundação já ocorreu quando a mulher toma a PAE, tem 50% de probabilidade de que o zigoto se implante e a gravidez ocorra, já que essa é a probabilidade espontânea de implantação. Na mulher, aproximadamente 50% dos zigotos são eliminados espontaneamente, antes que haja atraso menstrual. Por outro lado, se o zigoto é normal e viável, a PAE não impedirá nem alterará seu desenvolvimento, já que o levonorgestrtel é um progestogênio sintético que tem efeito protetor sobre a gravidez. Isso explica porque o método é progressivamente menos eficaz quanto mais tarde seja utilizado (CROXATTO, 2001). A OMS, em seu Boletim Informativo de março de 2005, confirma, com base em vários estudos disponíveis, o mecanismo de ação descrito acima. Dessa forma, pode-se afirmar que a pílula anticoncepcional de emergência não é abortiva, pois não interrompe uma gravidez estabelecida.  SAÚDE SEXUAL E SAÚDE REPRODUTIVA Série A. Normas e Manuais Técnicos Cadernos de Atenção Básica, n. 26. Brasília – DF 2010
A eficácia da anticoncepção de emergência pode variar de forma importante em função do tempo entre a relação sexual e a sua administração. Segundo estudo multicêntrico desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde, o método Yuzpe apresenta taxas de falha de 2% entre 0 e 24 horas, de 4,1% entre 25 e 48 horas e de 4,7% entre 49 e 72 horas, sendo a taxa de gravidez para o método Yuzpe em torno de 3,2%. Para os mesmos períodos de tempo, as taxas de falha do levonorgestrel são expressivamente menores: 0,4%, 1,2% e 2,7%, respectivamente, sendo a taxa de gravidez para o levonorgestrel em torno de 1,1%. Entre o quarto e o quinto dia, seguramente a taxa de falha da anticoncepção de emergência é mais elevada (BRASIL, 2005; CHINAGLIA; PETTA; ALDRIGHI, 2005SAÚDE SEXUAL E SAÚDE REPRODUTIVA Série A. Normas e Manuais Técnicos Cadernos de Atenção Básica, n. 26. Brasília – DF 2010

"1. O que é anticoncepção de emergência? 
R: A anticoncepção de emergência (AE) é um método anticonceptivo que visa prevenir a gestação após a relação sexual. O método, também conhecido por “pílula do dia seguinte”, ou ainda como “anticoncepção pós-coital”, utiliza compostos hormonais concentrados e atua por curto período de tempo nos dias seguintes da relação sexual. Diferente de outros métodos anticonceptivos que atuam na prevenção da gravidez antes ou durante a relação sexual, a AE tem indicação reservada a situações especiais ou de exceção, com o objetivo de prevenir gravidez inoportuna ou indesejada2, 28, 80

3. Em quais situações a anticoncepção de emergência está indicada?
R: As indicações da AE são reservadas para situações especiais e excepcionais. O objetivo da AE é prevenir a gravidez inoportuna ou indesejada após relação sexual que, por alguma razão, foi desprotegida. Entre as principais indicações de AE, está a relação sexual sem uso de método anticonceptivo, por razão de violência sexual, falha conhecida ou presumida do método em uso de rotina ou uso inadequado do anticonceptivo. Essas situações são frequentes. Entre as falhas dos  anticonceptivos, podem-se citar rompimento do preservativo, algo relativamente comum, ou deslocamento do diafragma. Esquecimento prolongado do anticonceptivo oral, atraso na data do injetável mensal, cálculo incorreto do período fértil, erro no período de abstinência ou interpretação equivocada da temperatura basal são algumas circunstâncias que levam ao uso inadequado do método e expõem ao risco de gravidez.

 Nos casos de violência sexual, a mulher adolescente, jovem ou adulta é submetida a extremo sofrimento físico e psicológico, comprometendo, muitas vezes de forma irreversível, sua saúde mental e física. Para agravar o quadro já traumático, privada da possibilidade de escolha, a mulher pode ainda sofrer uma segunda violência: a gravidez indesejada9 . O método de AE assegura às mulheres uma anticoncepção preventiva, na perspectiva da redução de danos. Cumpre ressaltar que qualquer relação sexual forçada, mesmo que praticada pelo marido, é crime violento contra a mulher (vide Lei nº 11.340/2006). Menos explícita que outras formas de violência, algumas coerções sexuais que permeiam o cotidiano de muitos casais são sutis, mas extremamente cruéis, pois restringem a livre escolha e o exercício da sexualidade das mulheres, fazendo uso de intimidação, ameaça e violência psicológica. Ademais, a violência sexual contra as mulheres pode ser considerada, ainda, crime contra a humanidade, conforme Tratado de Roma ratificado pelo Brasil. Em situações de conflito armado o estupro é frequentemente utilizado como método para gravidez forçada com a finalidade de elimina- ção étnica ou como instrumento de guerra. Por fim, as situações aqui descritas constituem exemplos de indicação apropriada da AE, na medida em que todas são condições excepcionais25, 40 60, 80. 

A AE não deve ser usada de forma planejada, previamente programada, ou substituir método anticonceptivo como rotina15.

16. A Anticoncepção de Emergência pode atuar como método abortivo?

 R: Não existe nenhuma sustentação científica para afirmar que a AE seja método que resulte em aborto, nem mesmo em percentual pequeno de casos. As pesquisas asseguram que os mecanismos de ação da AE evitam ou retardam a ovulação, ou impedem a migração dos espermatozóides. Não há encontro entre os gametas masculino e feminino e, portanto, não ocorre a fecundação. A diminuição progressiva da efetividade da AE, conforme transcorre o tempo a partir da relação sexual, e a incapacidade de produzir sangramento imediato ou em caso de gravidez são demonstrações simples, mas evidentes, de que a AE é capaz de evitar a gravidez, nunca de interrompê-la 41. 

A AE impede a fecundação e não há indicadores de que ela atue após esse evento. Este fato deveria ser suficiente para estabelecer, claramente, a ausência de efeito abortivo. Apesar disso, conceitos cientificamente incorretos e mitos foram construídos sobre o mecanismo de ação da AE, dando margem a que se levante, equivocadamente, a hipótese de efeito abortivo. Entre os falsos conceitos científicos, o mais comum é acreditar que, nos casos em que ocorreria a fecundação, a gravidez ainda seria evitada por meio de alterações hormonais, conhecidas por efeito luteolítico. O corpo lúteo é a estrutura imediatamente formada no mesmo local em que ocorreu a ovulação. Sua função reside, por um curto período de tempo, na produção hormonal necessária para a continuidade do processo reprodutivo. Diversos estudos demonstram que a AE atua sobre o corpo lúteo, levando a uma situação de deficiência funcional. No entanto, não há evidências de que a disfunção luteolítica interfira no processo de implantação45. O conceito cientificamente incorreto reside em acreditar que a fecundação, uma vez não impedida, sofrerá ação luteolítica. Assim, o processo de implantação do blastocisto seria impedido, resultando no “efeito abortivo precoce”. Esse conceito não tem sustentação, por vários motivos.

 Primeiro, porque os progestágenos sintéticos contidos na AE são semelhantes à progesterona natural, atuando no organismo do mesmo modo que ela. A progesterona, produzida pelo ovário a partir da ovulação ou administrada depois da fecundação, favorece o desenvolvimento e a manutenção da gravidez. Daí vem o seu nome, progesterona, que significa pró-gestação. É fato absolutamente conhecido que a progesterona não apresenta efeito abortivo, mesmo se administrada em altas doses. Pelo contrário, ela é essencial para a gravidez. Tanto que, em casos de ameaça de abortamento espontâneo, em gestações desejadas, é freqüente que se indique progesterona natural para evitar o abortamento. O mesmo procedimento é feito nos casos de reprodução assistida, administrando-se a progesterona, de forma profilática, para aumentar suas chances de sucesso. Além disso, investigações recentes sobre os efeitos pós-ovulatórios da AE não encontram evidências de alterações no endométrio que pudessem interferir no processo da implantação8, 33, 39, 44, 46. Outros estudos, utilizando a AE após o pico de LH e, portanto, após a ovulação, mostram que os níveis circulantes de progesterona também não sofrem modificações. Para completar, a Organização Mundial de Saúde assegura que a disfunção luteolítica produzida pela AE não se diferencia da disfunção luteolítica induzida pela lactação. A amamentação segue como alternativa anticonceptiva natural e tecnicamente válida, sem que se atribua a ela qualquer “efeito abortivo”, devido à possibilidade de disfunção luteolítica45.

 A revisão das pesquisas científicas permite afirmar, sem reserva de dúvida, que a AE não atua após a fecundação e não impede a implantação, caso a fecundação ocorra. Por fim, cabe recordar a questão dos mitos, muitas vezes assimilados pelos profissionais de saúde como se fossem verdades, embora sem qualquer fundamentação científica. O mais comum distorce por completo o mecanismo de ação da AE. Segundo o mito, a AE se pautaria em oferecer “altas doses de hormônios” para “espessar o endométrio”. A “interrupção abrupta” desses 13 hormônios levaria à “eliminação do endométrio” e, junto com ele, “interromperia a implantação recente do embrião”. Este mito, absolutamente inconsistente em cada detalhe, ainda persiste entre algumas usuárias e, lamentavelmente, entre profissionais de saúde10. "

NOTAS
1. A ANTICONCEPÇÃO de emergência: um grupo de consulta para seu uso no Brasil. Femina, [s.l.], v. 24, n.6, p. 567-569, 1996. 
2. BELLAGIO conference on emergency contraception. Consensus statement on emergency contraception, [s.l.], v. 52, p. 211-213, 1995. 
3. BRACHE, V. et al. Efecto de la administración de levonorgestrel solo como anticoncepción de emergencia sobre la función ovulatoria. Resúmenes de la XVIII reunión de la asociación latinoamericana de investigadores en reproducción Humana, Cuba, p. 28-31, 2003.
 4. BRACKEN, M. B. Oral contraception and congenital malformations in offspring: a review and meta-analysis of the prospective studies. Obstet. Gynecol., [s.l.]. n. 76, p. 552-557, 1990. 
5. CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DE SÃO PAULO. Código de ética: resolução CFM nº 1.246. Brasília: Diário Oficial da União, 1988.
 6. ______. Violência sexual e aspectos éticos da assistência. In: ______. Cadernos de ética em ginecologia e obstetrícia. 2. ed. São Paulo, 2002. p. 71-78. 
7. COUTINHO, E. M. et al. Comparative study on the efficacy and acceptability of two contraceptive pills administered by the vaginal route: an international multicenter clinical trial. Clin. Pharmacol. Ther., [s.l.], v. 1, p. 65-75, 1993. 
8. CROXATO, H. La píldora anticonceptiva de emergencia y la generación de un nuevo individuo. Reflexión y Liberación, [s.l.], n. 61, p. 33-39, 2004. 
9. DELBANCO, S. F. et al. Are we making progress with emergency contraception: recent findings on american adults and health professionals. J. Am. Med. Wom. Assoc., [s.l.], v. 53, p. 242-246, 1998. Suppl. 2. 
10. DREZETT, J. et al. Contracepção de emergência para mulheres vítimas de estupro. Rev. Centro Ref., [s.l.], v. 2, n. 3, p. 29-33, 1998. 
11. ______. Atencíon a mujeres sobrevivientes de violencia sexual: el rol de los servicios de salud. Comunicaciones, v. 10. n. 13, p. 5-18, 2003. 
12. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado S.A., 1993. 
13. FAÚNDES, A.; BRACHE, V.; ALVAREZ, F. Emergency contraception: clinical and ethical aspects. Gynecol. Obstet., [s.l.], n. 82, p. 297-395, 2003. 
14. FAÚNDES, A.; LEOCÁDIO, E.; ANDALAFT NETO, J. V Fórum de atendimento integral à mulher vítima de violência sexual. Femina, [s.l.], v. 29, n. 2, p. 107-111, 2001. 
15. FIGUEIREDO, R. Brasil: uso de anticoncepción de emergencia por jóvenes. Boletín CLAE, [s.l.], v. 1, n. 2, p. 10, 2003. 
16. FORMIGA FILHO, J. F. N. Anticoncepção de emergência. Femina, [s.l.], 1997, v. 25, n. 4, p. 301-10, 1997. 17. GLASIER, A. Emergency postcoital contraception. N. Engl. J. Med., [s.l.], v. 337, p. 1058-1064, 1997. 

18. GLASIER, A.; BAIRD, D. The effects of self-administering emergency contraception. N. Engl. J. Med., [s.l.], v. 339, p. 1-4, 1998. 19. GRIMES, D. A. Emergency contraception: expanding opportunities for primary prevention. The New England Journal of Medicine, [s.l.], 1997, v. 337, n. 15, p. 1078-1079, 1997. 20. GROU, F.; RODRIGUES, I. The morning-after pill-how long after? Am. J. Obstet. Gynecol., [s.l], n. 171, p. 1529- 1534, 1994. 
21. GUILLEBAUD, J. Time for emergency contraception with levonorgestrel alone. Lancet., [s.l ], v. 352, p. 416, 1998. 
22. HARPER, C.; ELLERTSON, C. The emergency contraceptive pill: a survey of knowledge and attitudes among students at Princeton University. Am. J. Obstet. Gynecol. [s.l.], v. 173, p. 1438-1445, 1995. 

23. HATCHER, R. A. Emergency contraception: the nation's best kept secret. Decatur G. A.: Bridging the Gap Communications, 1995.

 24. HUGHES, E. C. Committee on terminology, The American College of Obstetricians and Gynecologists, Obstetric-Gynecologic Terminology. Philadelphia P. A.: F. A. Davis Company, 1972.
 25. KOSUNEN, E.; SIHVO, S.; HEMMINSKI, E. Knowledge and use of hormonal emergency contraception in Finland. Contraception, [s.l.], v. 55, p. 153-157, 1997. 
26. KOZARIC-KOVACIC, D. et al. Rape, torture and traumatization of Bosnian and Croatian women: psychological sequelae. Am. J. Orthopsychiatry, [s.l.], v. 65, p. 428-433, 1995. 
27. LANGER, A.; ESPINOZA, H. Embarazo no deseado: impacto sobre la salud y la sociedad en América Latina y el Caribe. In: RAMOS, S.; GUTIÉRREZ, M. A. Nuevos desafíos de la responsabilidad política. Rio de Janeiro: Foro de la Sociedad Civil en las Americas, 2002. 
28. LING, W. Y. et al. Mode of action of dlnorgestrel and ethinylestradiol combination in postcoital contraception. Fertil. Steril., [s.l.], v. 32, p. 297-302, 1979. 
29. BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência ao planejamento familiar. Brasília, 1996. 19 NOTAS 
30. ______. Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes. Brasília, 2004. 
31. CODE of Federal Regulations 45CFR 46. OPRR Reports: Protection of Human Subjects, 8 mar., 1983. 
32. ORTIZ, M. A.; CROXATO, H. Mecanismos de acción de la anticoncepción de emergencia. Boletín CLAE, [s.l.], v. 1, n. 2, p. 2, 2003. 
33. PALOMINO, A. Efecto de levonorgestrel como anticoncepción de emergencia sobre receptores de endometrio durante la ventana de implantación. Resúmenes de la XVIII reunión de la asociación latinoamericana de investigadores en reproducción Humana, Cuba, p. 28-31, 2003. 
34. PIAGGIO, G. Timing of emergency contraception with levonorgestrel or the Yuzpe regimen. Lancet., [s.l.], v. 353, p. 721, 1999. 
35. PYETT, P. M. Postcoital contraception: who uses the “morning after pill”? Aust N. Z. J. Obstet. Gynaecol., [s.l.], v. 3, p. 347-350, 1996.
 36. RADHAKRISHNA, A.; GRINGLE, R. E.; GREENSLADE, F. C. Identificando a interseção: adolescência, gravidez não desejada, HIV/Aids e aborto em condições de risco. Chapel Hill, N. C.: Ipas, 1999. 
37. RAMAN-WILMS, L. et al. Fetal genital effects of first-trimester sex hormone exposure: a meta-analysis. Obstet. Gynecol., [s.l.], v. 85, p. 141-149, 1995. 
38. RAYMOND, E. et al. Effectiveness of meclizine in preventing nausea associated with emergency contraceptive pills. Research Triangle N. C.: Family Health International, 1999. 
39. RAYMOND, E. et al. Effect of the Yuzpe regimen of emergency contraception on markers of endometrial receptivity. Hum. Reprod., [s.l.], v. 15, p. 2351-2355, 2000. 
40. ROWLANDS, S. et al. A possible mechanism of action of danazol and an ethinylestradiol/norgestrel combination used as postcoital contraceptive agents. Contraception, [s.l.], v. 33, p. 539-545, 1986. 
41. SCHIAVON, R. et al. Anticoncepción de emergencia: un método simple, seguro, efectivo y económico para prevenir embarazos no deseados. Resúmenes de la Primera Conferencia del Consorcio Latinoamericano de Anticoncepción de Emergencia, Quito, 2002. 
42. SIMPSON, J. L.; PHILLIPS, O. P. Spermicides, hormonal contraception and congenital malformations. Adv. Contracept., [s.l.], 1990, p. 141-167. 
43. SOTO, G. M. Servicios amigables para jóvenes. Boletín CLAE, [s.l.], v. 1, n. 2, p. 9-10, 2003.
 44. SWAHN, M. L. et al. Effect of post-coital contraceptive methods on the endometrium and the menstrual cycle. Acta. Obstet. Gynecol. Scand., [s.l.], v. 75, p. 738-744, 1996.
 45. TASK FORCE ON POSTOVULATORY METHODS OF FERTILITY REGULATION. Randomised controlled trial of levonorgestrel versus the Yuzpe regimen of combined oral contraceptives for emergency contraception. Lancet., [s.l.], v. 352, p. 428-433, 1998. 
46. TASKIN, O. et al. High doses of oral contraceptives do not alter endometrial ±1 and ± 3integrins in the late implantation window. Fertil. Steril., [s.l.], v. 61, p. 850-855, 1994. 
47. TORRES, J. H. R. Aspectos legais do abortamento. Jornal da Redesaúde, [s.l.], v. 18, p. 7-9, 1999. 
48. TRUSSELL, J.; ELLERTSON, C.; STEWART, F. The effectiveness of the Yuzpe regimen of emergency contraception. Fam. Plann. Perspect., [s.l.], v. 28, p. 58-64, 1996. 
49. TRUSSELL, J.; RODRÍGUEZ, G.; ELLERTSON, C. New estimates of the effectiveness of the Yuzpe regimen of emergency contraception. Contraception, [s.l.], n. 57, p. 363-369, 1998. 

50. VAN LOOK , P. F. A.; STEWART, F. Emergency contraception. In HATCHER, R. A. et al. Contraceptive Technology. 17 ed. New York: Ardent Media, 1998.
 51. VON HERTZEN, H. et al. Low dose mifeprostone and two regimes of levonorgestrel for emergency contraception: a WHO multicentre randomized trial. Lancet., [s.l.], v. 360, p. 1803-1810, 2002.
 52. WEBB, A. Emergency contraception. Fert. Control. Rev., [s.l.], v. 4, p. 3-7, 1995. 
53. ______. How safe is the Yuzpe method of emergency contraception. Fert. Control. Rev., [s.l.], v. 4, p. 16-18, 1995. 
54. WILCOX, A. J.; WEINBERG, C. R.; BAIRD, D. D. Timing of sexual intercourse in relation to ovulation. Effects on the probability of conception, survival of the pregnancy and sex of the baby. N. Engl. J. Med., [s.l.], v. 333, p. 1517-1521, 1995. 
55. _______. Time of implantation of the conceptus and loss of pregnancy. N. Engl. J. Med., v. 340, p. 1796-99, 1999.

 56. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Improving access to quality care in family planning medical eligibility criteria for initiating and continuing use of contraceptive methods. Geneva, 1996. 

57. ______. Emergency contraception: a guide for service delivery: WHO/FRH7FPP798.19. Geneva, 1998. 58. ______. Safe abortion: technical and policy guidance for health systems. Geneva, 2003. 59. YUZPE, A.; PERCIVAL-SMITH, R.; RADEMAKER, A. W. A multicenter clinical investigation employing ethinyl estradiol combined whith dl-norgestrel as a postcoital contraceptive agent. Fertility and Sterility, [s.l.], 1982.
 FONTE:
ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE --MINISTERIO DA SÁÚDE  http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/anticoncepcao_emergencia_perguntas_respostas_2ed.pdf



Anticoncepção de emergência POSICIONAMENTO Março 2011 
International Federation of Gynecology & Obstetrics (FIGO) 

"MECANISMO DE AÇÃO 
Como as pílulas de anticoncepção de emergência (PAE) com levonorgestrel (LNG) previnem a gravidez? A contracepção de emergência que contém apenas levonorgestrel:
• Interfere no processo de ovulação;
• Possivelmente, pode evitar o encontro do espermatozoide com ovocito.

Evidência:

Ovulação:
 • Vários estudos demonstraram que as PAE com LNG impedem ou retardam a ovulação. Quando utilizadas antes da ovulação, as PAE com LNG inibem o pico pré-ovulatório da Hormona Luteinica (LH), impedindo o desenvolvimento, maturação folicular e/ou a liberação do óvulo.1, 2, 3,4,5,6,7,8, Este é o principal mecanismo de acção das PAE com LNG. .

Implantação:
• A eficácia das PAE com LNG foi avaliada em dois estudos, em que o dia do ciclo foi confirmado por meio de doseamentos hormonais (outros estudos usaram o dia do ciclo informado pelas próprias mulheres). Nestes estudos, nenhuma gravidez ocorreu nas mulheres que tomaram PAE com LNG antes da ovulação, enquanto gravidezes ocorreram apenas em mulheres que tomaram PAE com LNG no dia ou após a ovulação, evidenciando que as PAE não foram capaz de prevenir a implantação.9,10

 • Vários estudos avaliaram se as PAE com LNG produzem alterações nas características histológicas e bioquímicas do endométrio. A maioria destes estudos demonstrou que as PAE com LNG não têm efeito no endométrio, o que indica que não interferem na implantação.1, 2, 11, 12, 13 Um destes estudos demonstrou que a administração de uma dose duas vezes superior à dose padrão de LNG não provoca (ou provoca de forma ligeira) alterações endometriais.12 Apenas um estudo encontrou um único padrão de alteração endometrial quando as PAE com LNG foram administradas antes do pico LH, na fase em que as PAE com LNG inibem a ovulação.14 • Um estudo demonstrou que o LNG não impediu a implantação de embriões humanos em cultivo de células endometriais (in vitro). 15

• Estudos realizados em animais demonstraram que as PAE com LNG não impediram a implantação do ovo fecundado no endométrio.16,17

Espermatozoides: 
• Existem resultados contraditórios sobre o efeito da administração póscoital de LNG e nas doses usadas para anticoncepção de emergencia quanto à função espermática.
• Estudos anteriores sugeriam que as PAE com LNG interferiam na motilidade do espermatozóide por espessamento do muco cervical.18, 19 No entanto, dois estudos in vitro apontaram que o LNG em doses usadas para anticoncepção de emergência não tem efeito direto sobre a função espermática.20, 21 Estudos recentes in vivo não demonstraram efeito do LNG, sobre o número de espermatozoides viáveis encontrados no tracto genital feminino 24 a 28 horas depois da utilização de PAE.22 A interferên- cia na migração dos espermatozoides é também uma possível explicação para as mulheres que tomaram PAE com LNG antes da ovulação, mas tiveram rotura de folículo documentada nos 5 dias a seguir, e mesmo assim não engravidaram.9
• Pelos resultados apresentados, pode afirmar-se que este mecanismo de acção ainda não é completamente conhecido, sendo necessários mais estudos para o seu esclarecimento.

Efeitos na gravidez: 
• Dois estudos com mulheres que engravidaram em ciclo em que usaram PAE com LNG não encontraram diferenças entre os resultados da gestação em mulheres que haviam utilizado PAE com LNG e entre as que não as haviam utilizado. As variáveis incluídas foram o aborto espontâneo, peso ao nascer, malformação e a proporção entre o sexo dos recém-nascidos, o que indica que as PAE com LNG não têm efeito na gestação já estabelecida, inclusive em estágio inicial.23,24 Outros factos:

• A contracepção de emergência não é o mesmo que aborto médico precoce.
PAE com LNG são eficazes somente quando usadas nos primeiros dias após a relação sexual desprotegida e antes da ovulação e da fecundação. O aborto médico é uma opção para as mulheres com gestações em estágios iniciais e requer um medicamento diferente do levonorgestrel. 

As PAE com LNG não podem interromper uma gravidez já estabelecida nem provocar prejuízos no embrião em desenvolvimento.

Implicações da investigação: 
• A inibição ou atraso na ovulação é o principal e possivelmente o único mecanismo de acção das PAE com LNG.
• A revisão da evidência científica sugere que as PAE com LNG não interferem na implantação de um ovo fecundado. É recomendável não haver referências sobre a implantação na bula ou embalagem das PAE com LNG.
O facto de não se ter demonstrado efeito das PAE com LNG sobre a implantação explica porque não são 100% eficazes em prevenir uma gravidez e porque são menos efectivas quanto mais tarde for a toma. Deve-se informar claramente às mulheres que as PAE com LNG são mais eficazes quanto mais precoce for a toma.
 • As PAE com LNG não interrompem a gravidez (qualquer que seja a definição de início de gravidez). Entretanto, as PAE com LNG podem prevenir o aborto ao reduzir o número de gestações não desejadas."

FONTE:
http://www.spdc.pt/files/publicacoes/12_11364_2.pdf
http://www.figo.org/sites/default/files/uploads/MOA_FINAL_2011_ENG.pdf
http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs244/es/

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Desejo sexual humano x desejo sexual animal

Resultado de imagem para desejo



"..todos os animais tem sua atividade sexual e reprodução disciplinadas rigorosamente pelos mecanismos biológicos hormonais, ativos apenas em períodos determinados pela natureza" p. 19

"A função sexual dos animais é regulamentada estritamente pelos ciclos naturais e só visa a procriar; a  humana é uma sexualidade ampla e ilimitada: não tem nenhum equivalente no reino animal" p. 19

"a disponibilidade  sexual dos humanos é permanente na vida adulta...O princípio do prazer (constante), e não outros reguladores biológicos, é que determina a sexualidade humana"p. 19

"somente entre os animais irracionais a função sexual é restrita ao objetivo de reprodução da espécie" p. 19

"Desprovida de freios e inibidores biológicos,a sexualidade humana é disciplinada apenas - e não completamente - pelas interdições socioculturais" p. 20

"De fato, desde o nascimento, o sexo anatômico já determina a identidade civil: um nome masculino  ou feminino, a que se agregam sucessivos direitos e deveres, regras de comportamento, expectativas..." p. 21

"A sexualidade extrapola os limites da anatomia e fisiologia"p. 25

"O desempenho sexual não depende  só de anatomia e da fisiologia, mas também da integração dos fatores biológicos, psicológico, social e cultural" p. 25

"A sexualidade  é o principal  polo estruturante da  identidade  e da personalidade do indivíduo" p. 25

Bibliografia
Sexualidade Humana e seus Transtornos. Carmita Abdo. 3ª edição atualizada e ampliada. São Paulo: Leitura Médica, 2010


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

É possivel mudar a orientação sexual ou preferência sexual?

A sexualidade recebe influências sociais:


"23 A noção de "orientação" sexual foi habilmente colocada em questão por Bell Hooks in Femmist Theory: From Margin to Center (Boston: South End Press, 1984). Ela afirma que isso é uma reificação que sinaliza falsamente uma abertura para todos os membros do sexo que é designado como objeto do desejo. Embora ela conteste o uso do termo porque ele põe em questão a autonomia da pessoa descrita, ...eu enfatizaria que as próprias “orientações” raramente são fixas, se é que jamais o são. Obviamente elas podem mudar ao longo do tempo, e estão abertas a reformulações culturais que não são de modo algum unívocas." Butler Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade / Judith Butler; traduçào, Renato Aguiar. — Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2003.p. 224

 Então, podemos entender que essas categorias (homossexualidade, heterossexualidade e bissexualidade) foram, como todo conhecimento humano, produzidas em um determinado contexto histórico e político. Não são categorias neutras – como nenhuma é – e não apenas descrevem uma realidade que está no mundo, mas fazem essa realidade, compondo um jogo de relações de poder que vem, desde há alguns séculos, construindo a sexualidade como a entendemos hoje.
Estas categorias, assim como todas as classificações, não dão conta da enorme diversidade de experiências humanas. E o fato de estarmos numa mesma categoria não significa que vivemos a sexualidade do mesmo jeito. Podemos então pensar de fato que existem heterossexualidades, homossexualidades, bissexualidades, etc. Além disso, podemos pensar também que essas práticas e desejos sexuais e afetivos não são algo sólido e monolítico o qual, uma vez construído, se mantém rígido por toda a vida. Nossa sexualidade, nosso modo de amar e de nos relacionarmos é algo em permanente construção e transformação.Promoção e defesa dos direitos LGBT. Módulo 2, Orientação Sexual e Afetiva,2018. https://mooc.evg.gov.br



Fonte: Uma interpretação do desejo. Jhon H.  Gagnon.Garamond

Uma Interpretação do Desejo  -  John H. Gagnon
O autor, referência mundial na área de estudos sociológico e históricos da sexualidade, aborda temas como abuso sexual, adolescência, pornografia, homossexualidade masculina e feminina e terapias sexuais, além de expor a elaboração da teoria dos roteiros sexuais.
14x21cm, 456 páginas, ISBN 85-7617-091-4
muito comum as pessoas mudarem preferências quanto ao gênero nas relações eróticas ao longo da vida... Do ponto de vista da teoria da roteirização, as preferências eróticas por pessoas do mesmo gênero são despertadas pelos sistemas de significação oferecidos à conduta por uma dada cultura" p. 194

"No estudo das preferencias quanto ao gênero nas relações eróticas (também conhecidas como heterossexualidade ou homossexualidade, sexualidade gay, lesbianismo, sexualidade hetero ou orientação sexual), as características do ator sexual e de sua conduta são cada vez mais reconhecidas como um artefato  especificamente  cultural e histórico... é patente que o sexo entre homens e mulheres e homens e homens e entre  mulheres e mulheres não é o mesmo  nas diferentes culturas, ou em diferentes momentos da história.... a construção social da sexualidade..."

"Essa preferencia é instável e mutável no correr da vida.
Essa instabilidade é tanto interna ( o que desejamos na outra pessoa muda) como externa (podemos vir a desejar pessoas do outro gênero, assim com pessoas do mesmo gênero).p. 162

O anseio de alguns gays e lésbicas  de localizar a origem de seus desejos numa biologia ou numa experiência precoce inalteradas e imutáveis merece uma resposta respeitosa, muito embora eu o considere um erro... A tese da construção social segundo  a qual as preferencias eróticas pelo mesmo gênero são simples artefatos culturais..."p. 165


"Nas circunstâncias contemporâneas, a concepção do desejo pelo mesmo gênero com uma orientação irreversível é menos plausível para muitos gays e lésbicas, bem como para a opinião acadêmica"202

"A intensa reação negativa a bissexualidade  e às lésbicas políticas, bem como a construção de testes de identidade para as fornas culturalmente corretas de ser gay ou lésbica, representam o reconhecimento, por alguns membros de gays e lésbicas, de que essa própria comunidade é relativamente permeável e de que as preferencias que a organizaram são potencialmente muito instáveis"p. 206


"os debates sobre a importância da fixação precoce da orientação sexual, a estabilidade da preferência quanto ao gênero nas relações eróticas ao longo da vida e as diferenças baseadas no gênero entre o estilo de vida dos gays e lésbicas já não são discussões entre os cientistas, mas fazem parte de intensos debates politicos-ideológicos dentro das comunidades  de gays e de lésbicas" p. 197

"Hoje em dia, é possível reconhecer que pode haver mudanças nas preferênicas quanto ao gênero nas relações eróticas, tanto na fantasia, quanto na conduta, durante a vida inteira. Essa instabilidade parece prevalecer particularmente na adolescência, quando se está vivenciando o processo de adquirir os roteiros sexuais apropriados a cada gênero...  está bastante claro que , na faixa dos 12 aos 17 anos, os aspectos de gênero do "quem" dos roteiros sexuais em processo de formação não são fixos (Kinsey, Pomeroy, e Martim, 1948) p. 203

Há também indicações  de que um número maior de pessoas que antes tinham preferências eróticas exclusivas ou quase exclusivas pelo mesmo gênero vem  fazendo experiências com a conduta erótica em realação ao gênero oposto.p. 205


""...as preferencias eróticas por pessoas do mesmo gênero são despertadas e moldadas pelos mesmos sistemas de significação oferecidos à conduta por uma dada cultura"


"A homossexualidade era socialmente construída, informaram os cientistas da sociais, e vivida de maneiras determinadas pela cultura e pela história, e não por fatores biológicos ou distorções precoces da personalidade. p. 278

"A flexibilidade e a receptividade à mudança que tem caracterizado a os indivíduos da comunidade gay talvez nos deem as indicações mais instrutivas sobre a natureza da sexualidade como um elemento receptivo à cultura e ao contexto,e não como algo fixo e imutável. p. 282

É possível mudar a orientação sexual (terapia para tratamento da insatisfação sexual)
Masters e Jhonson, 1979.

Resultado de imagem para homossexualidade em perspectiva

"Se o terapeuta for incapaz de desenvolver e firmar uma atitude pessoal objetiva em relação à homossexualidade, facilmente poderá prejudicar a alteração de orientação sexual, logo no início da terapia. Atitudes tão preconcebidas como o entendimento da homossexualidade como anomalia, perversão sexual, ou mesmo doença física tem sido abertamente assumidas por terapeutas". Em outras palavras, esses terapeutas tem insistido em tratar o candidato à conversão ou reversão como se fosse um paciente sofrendo de um estado patológico físico, psicológico, ou social,  cuja existência clínica, nunca foi constatada. Tal fuga á indispensável neutralidade  profissional, debaixo do manto da imposição cultural, quase sempre resulta na tentativa de imposição  de valores sociais ou sexuais do terapeuta ao paciente." p. 274

"O instituto  não realizava  tratamentos de conversão sem o auxílio de parceiras heterossexuais, e que deveria existir a oportunidade de atividade heterossexual regular após a fase aguda do tratamento, sem o que a cooperação de uma parceira durante aquela fase seria de reduzido valor". p. 291

"Para que o tratamento da insatisfação homossexual possa ser eficaz, os terapeutas precisam  desenvolver um razoável grau de neutralidade profissional na sua condução; e os pacientes precisam demonstrar um grau suficiente de motivação para a alteração da sua orientação sexual" p. 323

"A terapia da insatisfação sexual representa a área mais dramática  de insucesso dos programas de tratamento homossexuais do Instituto. O índice combinado  (homens e mulheres)  de fracassos terapêuticos foi estimado como chegando por volta de 35% (vide cap. 17)" p. 336

"O conceito atual, de que o homem ou mulher homossexual disfuncional ou insatisfeito não pode ser tratado sem uma proporção de fracassos de 80 a 90 % está simplesmente, errado.

Não obstante as óbvias fraquezas destes dados estatísticos de seguimento, é positivo o resultado obtido neste período de 10 anos  de estudo, em termos de estatísticas de insucessos. Em grande parte, os bons resultados obtidos podem ser atribuídos aos procedimentos rigorosos de seleção de pacientes, ao uso - vital- de parceiros do sexo oposto na terapia e ás múltiplas vantagens advindas do uso de equipes de terapeutas compostas de homem e mulher." p. 330

Appropriate Therapeutic Responses to Sexual Orientation
https://www.apa.org/pi/lgbt/resources/therapeutic-response.pdf



Este estudo não DISSE SER IMPOSSÍVEL, disse ser RARO, INCOMUM:

Em 2009, a Associação Psicológica Americana criou uma força tarefa sobre o tema: “Respostas terapêuticas apropriadas à orientação sexual com a revisão da literatura relevante de pesquisa” (Appropriate Therapeutic Responses to Sexual Orientation which reviewed the relevant research literature). A conclusão deste trabalho, que examinou o que de mais importante havia sido produzido até então em termos de estudos científicos, foi a seguinte:  



Neste relatório, usamos o termo esforços de mudança de orientação sexual (SOCE) para descrever os métodos que visam mudar um comportamento sexual do mesmo sexo. Orientação (por exemplo, técnicas comportamentais, técnicas psicanalíticas, Abordagens médicas, abordagens religiosas e espirituais) para

Heterossexuais, independentemente de profissionais de saúde mental ou Indivíduos (incluindo profissionais religiosos, líderes religiosos, Grupos e outras redes leigas, como grupos de auto-ajuda).p. 12
"Mudanças duradouras na orientação sexual dos indivíduos são incomuns. Os que participaram deste corpo de pesquisas continuaram a experimentar atração pelo mesmo sexo seguindo os esforços para a mudança de orientação sexual (SOCE) e não relataram mudança significativa frente a outras atrações sexuais que pudessem ser empiricamente validadas, embora alguns tenham mostrado excitação fisiológica diminuída para todos os estímulos sexuais. Evidências consideráveis de diminuição do comportamento sexual direcionado para o mesmo sexo e de engajamento em comportamento sexual com o sexo oposto foram raras. Poucos estudos forneceram evidências fortes de que as alterações produzidas em condições de laboratório possam ser transpostas para a vida diária. Assim, os resultados da pesquisa cientificamente válida indicam que é improvável que as pessoas possam ser capazes de reduzir a atração pelo mesmo sexo ou aumentar a atração pelo sexo oposto através (das terapias do tipo) SOCE. No mais, a Força tarefa encontrou evidências que indicam que alguns indivíduos experimentaram danos ou acreditaram que foram prejudicados por estas intervenções(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2009, p. 2-3)

"As evidências disponíveis, tanto dos primeiros como dos recentes estudos, sugerem que, embora seja improvavel mudar a orientação sexual, alguns indivíduos modificam sua Identidade de orientação sexual (isto é, indivíduo ou Adesão ao grupo e afiliação, auto-rotulagem) e outros aspectos da sexualidade (isto é, valores e comportamento). Eles o fizeram de várias maneiras e com desfecho imprevisível, alguns dos quais temporários. Por exemplo, em algumas pesquisas, os indivíduos, Participando na SOCE, tornou-se habilidoso em ignorar ou tolerar suas atrações pelo mesmo sexo. Algumas pessoas relatam que eles passaram a levar um avida exterior heterossexual desenvolvendo uma relação sexual com um parceiro do outro sexo e adotando uma identidade heterossexual. Estes resultados foram menos comuns para aqueles sem experiência heterossexual." p. 3

"The available evidence, from both early and recent studies, suggests that although sexual orientation
is unlikely to change, some individuals modified their sexual orientation identity (i.e., individual or
group membership and affiliation, self-labeling) and other aspects of sexuality (i.e., values and behavior). They did so in a variety of ways and with varied and unpredictable outcomes, some of which were temporary. For instance, in some research, individuals, through participating in SOCE, became skilled in ignoring or tolerating their same-sex attractions. Some individuals report that they went on to lead outwardly heterosexual lives, developing a sexual relationship with an othersex
partner, and adopting a heterosexual identity. These results were less common for those with no prior
heterosexual experience."
"O trabalho cientificamente rigoroso mais antigo nesta área (por exemplo, Birk et al., 1971; S. James, 1978; McConaghy, 1969, 1976; McConaghy et ai., 1972; Tanner, 1974, 1975)
Mostram que a mudança duradoura na orientação de um indivíduo  é rara e que apenas uma pequeno número de pessoas nestes estudos mostram qualquer evidência de redução da atração sexual do mesmo sexo. Alguns mostram diminuição da excitação fisiológica para Estímulos. Evidência convincente de diminuição  de comportamento com pessoas do mesmo sexo e maior atração sexual e envolvimento no comportamento sexual com pessoas do outro sexo era raro. Poucos estudos forneceram provas sólidas que quaisquer alterações produzidas em condições laboratoriais foram traduzidas para a vida diária. Muitas pessoas continuaram experimentar atrações sexuais com pessoas mesmo sexo seguindo SOCE e raramente relataram mudanças significativas  de atração sexual  a pessoas do mesmo sexo.Assim, concluímos o seguinte s obre a SOCE: Os resultados de pesquisas cientificamente válidas Indicam que é improvável que os indivíduos possam reduzir as atrações sexuais ao mesmo sexo ou aumentar as pelo outro sexo através de SOCE. p. 83

"As poucas investigações iniciais que foram conduzidas com rigor científico suscitam preocupações
à segurança da SOCE, uma vez que alguns participantes  relataram efeitos colaterais não intencionais das intervenções. Esses efeitos colaterais negativos incluíram perda de desejo sexual, depressão, ideação suicida, e ansiedade. O alto nesses estudos pode indicar que alguns participantes da pesquisa podem ter experimentado tratamento prejudicial e descontinuado (Lilienfeld, 2007). Não existem estudos recentes da SOCE que nos permitissem declaração definitiva sobre se o SOCE recente é seguro ou prejudiciais e para quem.p. 83"

The few early research investigations that were
conducted with scientific rigor raise concerns about
the safety of SOCE, as some participants suffered
unintended harmful side effects from the interventions.
These negative side effects included loss of sexual
feeling, depression, suicidality, and anxiety. The high
dropout rate in these studies may indicate that some
research participants may have experienced these
treatments as harmful and discontinued treatment
(Lilienfeld, 2007). There are no scientifically rigorous
studies of recent SOCE that would enable us to make a
definitive statement about whether recent SOCE is safe
or harmful and for whom.

OBSERVAÇÃO: 
Todos estes sintomas: perda de desejo sexual, depressão, ideação suicida, e ansiedade. São mais comuns em pessoas que tem um conflito em sua homossexualidade e são essas pessoas em conflito que buscam a SOCE , ou seja, as terapias de reorientação sexual:

"Além disso, verificou-se que indivíduos religiosos que possuem crenças de que a homossexualidade é pecaminosa e moralmente inaceitável são proeminentes na população que atualmente  procuram   a SOCE. Esses indivíduos procuram SOCE porque a postura desaprovadora de suas religiões para a homossexualidade produz conflitos por um lado, entre as suas crenças e valores e, por outro, a sua orientação sexual. Esses conflitos resultam sofrimento significativo devido às percepções dos clientes
São incapazes de integrar a sua fé e os sua orientação sexual" p. 82
Further, we found that religious individuals with beliefs that homosexuality is sinful and morally unacceptable are prominent in the population that currently undergoes SOCE. These individuals seek SOCE because the disapproving stance of their faiths toward homosexuality produces conflicts between, on the one hand, their beliefs and values and, on the other, their sexual orientation. These conflicts result in significant distress due to clients’ perceptions that they are unable to integrate their faith and sexual orientation. 

Indivíduos relataram que a SOCE forneceu Vários benefícios: 

(a) um lugar para discutir seus conflitos (Beckstead & Morrow, 2004, Erzen, 2006, Ponticelli,

1999; Wolkomir, 2001); 

(B) estruturas cognitivas que Lhes permitiu reavaliar sua orientação sexual Identidade, atrações e eu de maneiras que diminuíram vergonha e angústia e aumento da auto-estima (Erzen,

2006; Karten, 2006; Nicolosi et al., 2000; Ponticelli,

1999; Robinson, 1998; Schaeffer et al., 2000; Spitzer,

2003; Throckmorton, 2002); 

 (C) apoio social e Modelos de papel (Erzen, 2006, Ponticelli, 1999, Wolkomir, 2001, 2006); E (d) estratégias para viver consistentemente com sua fé religiosa e comunidade (Beckstead & Morrow, 2004; Erzen, 2006; Horlacher, 2006; S. L. Jones & Yarhouse, 2007; Nicolosi et al., 2000; Ponticelli, 1999;

Robinson, 1998; Wolkomir, 2001, 2006; Throckmorton & Welton, 2005 p. 49


For instance, participants reporting beneficial
effects in some studies perceived changes to their
sexuality, such as in their sexual orientation, gender
identity, sexual behavior, sexual orientation identity
(Beckstead, 2001; Nicolosi et al., 2000; Schaeffer et
al., 2000; Spitzer, 2003; Throckmorton & Welton,
2005), or improving nonsexual relationships with
men (Karten, 2006).

 These changes in sexual selfviews
were described in a variety of ways (e.g., exgay,
heterosexual, heterosexual with same-sex sexual
attractions, heterosexual with a homosexual past) and
with varied and unpredictable outcomes, some of which
were temporary (Beckstead, 2003; Beckstead & Morrow,
2004; Shidlo & Schroeder, 2002). McConaghy (1999)reported that some men felt they had more control in their sexual behavior and struggled less with their
attractions after interventions, although same-sex
sexual attractions still existed (cf. Beckstead & Morrow,
2004). Additionally, some SOCE consumers describe
that trying and failing to change their same-sex sexual
orientation actually allowed them to accept their samesex
attractions (Beckstead & Morrow, 2004; Smith et
al., 2004).

Por exemplo, os participantes relataram em alguns estudos  que perceberam mudanças em sua
sexualidade, como na sua orientação sexual, identidade  de orientação sexual, comportamento sexual, identidade de orientação sexual (Beckstead, 2001), Nicolosi et al., 2000, Schaeffer et al. Al., 2000; Spitzer, 2003; Throckmorton & Welton, 2005), ou melhora das relações não-sexuais com Homens (Karten, 2006). 
Essas mudanças nas auto-visões sexuais foram descritos de uma variedade de modos (por exemplo, ex gay, Heterossexual, heterossexual com relações sexuais do mesmo sexo Heterossexuais com um passado homossexual) e com resultados variados e imprevisíveis, alguns dos quais Foram temporários (Beckstead, 2003, Beckstead & Morrow, 2004; Shidlo & Schroeder, 2002). 
McConaghy (1999) Relataram que alguns homens sentiram que tinham mais controle seu comportamento sexual e lutaram menos com seus atrações após as intervenções, embora as atrações sexuais ainda existiam (ver Beckstead & Morrow, 2004). p. 49





A identidade de orientação sexual refere-se a Reconhecimento e internalização da orientação sexual
E reflete a auto-consciência, auto-reconhecimento, selflabeling, Associação de grupo e afiliação, cultura, e auto-estigma. A identidade de orientação sexual é uma elemento na determinação das relações interpessoais Decisões, pois cria uma base para a formação de Comunidade, apoio social, modelos, amizade e em parceria (APA, 2003, Jordan & Deluty, 1998, McCarn & Fassinger, 1996; Morris, 1997). p. 84


Conclusões:
Vimos acima 3 abordagens diferentes:

Embora o estudo acima (Appropriate Therapeutic Responses to Sexual Orientation) que trata de terapias de conversão (geralmente feitas por leigos) classificou a mudança de orientação rara ou incomum, isso não significa que não ocorreu.

 A metodologia deste estudos citados eram diferentes do citado no livro Homossexualidade em perspectiva, usando casais e apenas pessoas altamente motivadas obtendo assim  maiores resultados.

Já o livro de Jhon Gagnon e os estudos Queer citados no curso de Direitos LGBT dizem respeito a mudança expontanea na orientação ou preferencia sexual, que são frequentes.

Deve-se salientar que a homossexualidade não é doença ou transtorno, e nem era na época da abordagem do livro Homossexualidade em perspectiva, sendo assim não se trata de CURA, pois não é doença.