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domingo, 5 de janeiro de 2020

Gramscismo da Falsa Direita x Pensamento Gramsciano- uma resposta a teoria do marximo cultural


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1- Gramcismo


Gramscismo é um termo usado pelos teóricos que usam uma narrativa chamada de marxismo cultural.(acesse aqui se desejar saber)

Trata-se de uma distorção sistemática das idéias de Antônio Gramsci.(1891-1937). Ele foi um filósofo e político masxista. Liderou o movimento dos Conselhos de Fábrica, junto com o grupo do jornal operário l'Ordine Nuovo. Foi preso por Mussoline, e ficou  no cárcere ate 1934. De lá escreveu dezenas de cadernos e cartas conhecidos como Cadernos do Cárcere

Embora eu não seja ligado a ideologia de esquerda, marxista, socialista...penso que não se deve combater uma ideologia com mentiras.


2- Gramsci inverteu a relação entre a superestrutura e a infraestrutura?? 
"né então que fizeram esses filhos da p. , Antonio Gramsci e o pessoal da Escola de Frankfurt, inverteu 180 graus a teoria marxista da infraestrutura e superestrutura, porque segundo Karl Marx a economia é a infraestrutura, ou seja a parte real da história; em cima tem um véu ideológico que é a superestrutura.

Então a família seria parte da super estrutura; e a base seria a economia de propriedade privada...como destruir a propriedade privada se revelou muito mais difícil do que eles poderiam ter que esperar, e na verdade é impossível, é materialmente impossível a eliminação da propriedade privada, ne então eles decidiram inverter tudo, ou seja em vez de destruir a propriedade privada para daí destruir a família automaticamente; não nós temos  que destruir a família primeiro e daí talvez cheguemos a destruição da propriedade privada.  
Ora  pô! O que você acha de uma teoria que inverte em 180 graus o que estava dizendo e continua que há mesmo afirmando que a mesma teoria, é claro que isso é teoria nenhuma, isto é um charlatanismo oportunista do mais rasteiro do mais vagabundo, do mais sem vergonha" Olavo de Carvalho - Os motivos para destruição da família   https://www.youtube.com/watch?v=nKuPHWHqWDA


Resposta:
Gramsci nunca inverteu a teoria de Marx, observe: 

“[...] A estrutura e as superestruturas formam um “bloco histórico”, isto é, o conjunto complexo e contraditório das superestruturas é o reflexo do conjunto das relações sociais de produção” Antonio Gramsci. Cadernos do Cárcere. Vol. 1 – Introdução ao Estudo da Filosofia e A Filosofia de Benedetto Croce. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2006. , p. 250-51).

De toda forma, desde o Q 4, 15, 436-7, Gramci nega a interpretação crociana segundo a qual “para Marx, as ‘superestruturas’ são aparência e ilusão”; ao contrário, elas 

“são uma realidade objetiva e operante, mas não são a mola da história, isso é tudo. Não são as ideologias que criam a realidade social, mas é a realidade social, na sua estrutura produtiva, que cria as ideologias. Como Marx poderia pensar que as superestruturas são aparência e ilusão? Também suas doutrinas são uma superestrutura. Marx afirma explicitamente que os homens adquirem consciência de suas tarefas no terreno ideológico, das superestruturas, o que não é uma pequena afirmação de ‘realidade’: sua teoria pretende precisamente, também ela, fazer com que um determinado grupo social ‘tome consciência’ das próprias tarefas, da própria força, do próprio devir. Mas ele destrói as ideologias dos grupos sociais adversários, que de fato são instrumentos práticos de domínio político sobre o restante da sociedade: ele demonstra como eles são privados de sentido, porque em contradição com a realidade efetiva”...  DICIONÁRIO GRAMSCIANO: o mapa crítico de um marxista. LIGUORI, Guido; VOZA, Pasquale (Orgs.).1. ed. – São Paulo: Boitempo, 2017 

“(...) não é verdade que a filosofia da práxis “destaque” a estrutura das superestruturas; ao contrário, ela concebe o desenvolvimento das mesmas como intimamente relacionado e necessariamente inter-relativo e recíproco. Tampouco a estrutura é, nem mesmo por metáfora, comparável a um “deus oculto”: ela é concebida de uma maneira ultra-realista Gramsci,  “Cadernos do Cárcere”, 6 volumes, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999 – 2002,Caderno 10 nota §40, p. 369, v. 1
  “[...] as forças materiais são o conteúdo e as ideologias a forma, distinção entre forma e conteúdo puramente didática, já que as forças materiais não seriam concebíveis sem forma e as ideologias seriam fantasias individuais sem as forças materiais” (2006, p. 238).
Qto ao suposto projeto de destruição da familia nuclear monogâmica acesse aqui




3- Revolução Cultural Imperceptível? Sem reforma econômica? Sem a existência de idéias de oposição?

. A revolução leninista tomava o poder para estabelecer a hegemonia. O gramscismo conquista a hegemonia para ser levado ao poder suavemente, imperceptivelmente. Não é preciso dizer que o poder, fundado numa hegemonia prévia, é poder absoluto e incontestável: domina ao mesmo tempo pela força bruta e peloconsentimento popular - aquela forma profunda e irrevogável de consentimento que se assenta na força do hábito, principalmente dos automatismos mentais adquiridos que uma longa repetição torna inconscientes e coloca fora do alcance da discussão e da crítica. O governo revolucionário leninista reprime pela violência as idéias adversas. O gramscismo espera chegar ao poder quando já não houver mais idéias adversas no repertório mental do povo

“Com Gramsci ela aprendeu que uma revolução da mente deve preceder a revolução política; que é mais importante solapar as bases morais e culturais do adversário do que ganhar votos; que um colaborador inconsciente e sem compromisso, de cujas ações o partido jamais possa ser responsabilizado, valemais que mil militantes inscritos. Com Gramsci ela aprendeu uma estratégia tão vasta em sua abrangência, tão sutil em seus meios, tão complexa e quase contraditória em sua pluralidade simultânea de canais de ação, que é praticamente impossível o adversário mesmo não acabar colaborando com ela de algum modo, tecendo, como profetizou Lênin, a corda com que será enforcado” (A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra e Antonio Gramsci, Instituto de Artes Liberais, Rio de Janeiro, 1994)

Resposta:
  • reforma cultural se dará segundo Gramsci junto com uma mudança economica e não antes dela.
  • A reforma cultural é implantada sorrateiramente ou de maneira imperceptível, mas de forma explicita por meio de argumentação lógica, racional
  • embora a atividade hegemônica e a direção eficaz dos grupos aliados tenha início antes da conquista do poder, ela só se realiza plenamente após este momento, quando as forças dirigentes podem mobilizar o aparelho estatal viabilizando um programa pedagógico.
  • O que os teóricos do chamado marxismo cultural falam sobre  "revolução cultural"  não tem nada a ver com solapar as bases morais (sexo, drogas e Rock) e sim de implantar os ideais socialistas( de igualitarismo, propriedade coletiva dos meios de produção,e o fim das classes sociais, etc.)


O moderno Príncipe deve e não pode deixar de ser o anunciador e  o organizador de uma reforma intectual e moral, o que significa, de resto, criar o terreno para um novo desenvolvimento da vontade coletiva nacional-popular no sentido da realização de uma forma superior e total de civilização moderna....
Estes dois pontos fundamentais de formaçao de uma, Vontade coletiva nacional-popular, da qual o moderno Príncipe é ao mesmo tempo o organizador e  a expressão-ativa e atuante, e reforma intelectual e moral -deveriam constituir a estrutura do trahalho. Os pontos programáticos concretos devem ser incorporados na primeira parte, isto é, deveriam resultar "dramaticamente" da argumentação, não ser uma fria e pedante exposição de raciocínios.

Pode haver reforma cultural, ou seja, elevação civil das camadas mais baixas da sociedade, sem uma anterior reforma econômica e uma modificação na posição social e no mundo econômico? É por isso que uma reforma intelectual e moral não pode deixar de estar  ligada a um programa de reforma econômica; mais precisamente, o  programa de reforma econômica é exatamente o modo concreto através do qual se apresenta toda reforma intelectual e moral.  O moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa de fato que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio moderno Príncipe e  serve ou para aumentar seu poder ou , para opor-se a  ele. O Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume.  Cadernos do Cárcere vol 3 p. 18-19

“uma classe é dominante em dois modos, isto é, ‘dirigente’ e ‘dominante’. É dirigente das classes aliadas e dominante das classes adversarias. Por isso, já antes da chegada ao poder uma classe pode ser ‘dirigente’ (e deve sê-lo); quando chega ao poder torna-se dominante, mas continua a ser ‘dirigente’”. Cadernos do Cárcere caderno 1, § 44, p. 41.
...] a supremacia de um grupo social se manifesta de dois modos, como "domínio" e como "direção intelectual e moral". Um grupo social domina os grupos adversários, que visa a "liquidar" ou a submeter inclusive com a força armadae dirige os grupos afins e aliados. Um grupo social pode e, aliás, deve ser dirigente já antes de conquistar o poder governamental (esta é uma das condições principais para a própria conquista do poder); depois, quando exerce o poder e mesmo se o mantém fortemente nas mãos torna-se dominante mas deve continuar a ser também "dirigente"Cadernos do Cárcere vol 5 Caderno19, p.62-63
Na doutrina do Estado -sociedade regulada, de uma fase em que Estado será  igual a Governo, e Estado se identificará com sociedade civil, deverse-á passar a uma fase de Estado-guarda-noturno, isto é, de uma organização coercitiva que protegerá o desenvolvimento dos elementos de sociedade regulada em contínuo incremento e que, portanto, reduzirá gradualmente suas intervenções autoritárias e coativas. E isso não pode fazer pensar num novo "liberalismo", embora esteja por se dar o início de uma era de liberdade orgânica. Cadernos do Cárcere vol 3 p. 245

Hegemonia  . 3 Momentos da consciencia coletiva
"[...] diversos momentos da consciência política coletiva, tal como se manifestaram na história até agora.
O primeiro e mais elementar é o econômico corporativo: um comerciante sente que deve ser solidá-rio com outro comerciante, um fabricante com outro fabricante, etc., mas o comerciante não se sente ainda solidário com o fabricante; isto é, sente-se a unidade homogénea do grupo profissional e  o dever de organizá-la, mas não ainda a unidade do grupo social mais amplo.
Um segundo momento é aquele em que se atinge a consciência da solidariedade de interesses entre todos os membros do grupo social, màs ainda no campo meramente econômico. Já se põe. neste momento a questão do Estado, mas apenas no terreno da obtenção de uma igualdade politico-jurídica com os grupos dominantes, já que se reivindica  o direito de participar da legislação e da adiminstração. e mesmo de modificá-las, de reformá-las, mas nos quadros fundamentais existentes.
Um terceiro momento é aquele em que se adquire a consciência de · que os próprios interesses corporativos, em seu desenvolvimento atual e futuro, superam o círculo corporativo, de grupo meramente econômico; e podem  e devem tornar-se os interesses de. outros grupos subordinados.
Esta é a fase mais estritamente política, que assinala a passagem nítida da estrutura para a esfera das superestruturas complexas; é a fase em que as ideologias geradas anteriormente se transformam em "partido", entram em confrontação e lutam até que uma delas, ou pelo menos uma única combinação delas, tenda a prevalecer, a se impor, a se irradiar por toda a área social, determinando, além da unicidade dos fins econômicos e políticos, também a unidade intelectual e moral, pondo todas as questões em torno das quais ferve a luta não no plano corporativo, mas num plano "universal", criando assim a hegemonia de um grupo social fundamental sobre uma série de grupos subordinados. 
Cadernos do Cárcere vol 3. Caderno 13 p. 40-41)


4- Hegemonia sem coerção?

Hegemonia em Gramsci se refere ao consenso ou orientação por meio do prestígio, confiança e argumentação do grupo dominante. 

Coerção se refere ao dominação pela força:
 “uma classe é dominante em dois modos, isto é, ‘dirigente’ e ‘dominante’. É dirigente das classes aliadas e dominante das classes adversarias. Por isso, já antes da chegada ao poder uma classe pode ser ‘dirigente’ (e deve sê-lo); quando chega ao poder torna-se dominante, mas continua a ser ‘dirigente’”. Cadernos do Cárcere  caderno 1, § 44, p. 41.
“a supremacia de um grupo se manifesta em dois modos, como ‘domínio’ e como ‘direção intelectual e moral’”.Cadernos do Cárcere volume 5. caderno  19,  p.62-63
à função de “hegemonia” que o grupo dominante exerce em toda a sociedade e àquela de  “domínio direto”  ou de comando, que se expressa no Estado e no governo “jurídico”. Estas funções são preci­samente organizativas e conectivas. Os intelectuais são os  “prepostos” do grupo dominante para o exercício das funções subalternas da hegemonia social e do governo político, isto é:
1) do consenso “espon­tâneo” dado pelas grandes massas da população à orientação impres­sa pelo grupo fundamental dominante à vida social, consenso que nasce “historicamente” do prestígio (e, portanto, da confiança) obti­do pelo grupo dominante por causa de sua posição e de sua função no mundo da produção;
2) do aparelho de coerção estatal que assegura “legalmente” a disciplina dos grupos que não “consentem”, nem ati­va nem passivamente, mas que é constituído para toda a sociedade na previsão dos momentos de crise no comando e na direção, nos quais desaparece o consenso espontâneo. Caderno 12 p. 21
..] a supremacia de um grupo social se manifesta de dois modos, como "domínio" e como "direção intelectual e moral". Um grupo social domina os grupos adversários, que visa a "liquidar" ou a submeter inclusive com a força armadae dirige os grupos afins e aliados. Um grupo social pode e, aliás, deve ser dirigente já antes de conquistar o poder governamental (esta é uma das condições principais para a própria conquista do poder); depois, quando exerce o poder e mesmo se o mantém fortemente nas mãos torna-se dominante mas deve continuar a ser também "dirigente"Cadernos do Cárcere vol 5 Caderno19, p.62-63

Um grupo pode fazer concessões para alcançar a Hegemonia?
 O fato da hegemonia pressupõe indubitavelmente que sejam levados em conta os  interesses e as tendências dos grupos sobre os quais a hegemonia será exercida, que se forme um certo equilíbrio de compromisso, isto é, que o grupo dirigente faça sacrifícios de ordem econômico-corporativa; mas também é indubitável que tais sacrifícios e tal compromisso não podem envolver o essencial, dado que, se a hegemonia é ético-política, não pode deixar de ser também econômica, não pode deixar de ter seu fundamento na função decisiva que o grupo dirigente exerce no núcleo decisivo da atividade econômica. Cadernos do Cárcere vol 3, p. 48
Como se dá a perda de poder da classe dirigente?
" [...] Em um certo ponto de sua vida histórica, os grupos sociais se separam de seus partidos tradicionais, isto é, os partidos tradicionais naquela dada forma organizativa, com aqueles determinados homens que os constituem, representam e dirigem, não são mais reconhecidos como sua expressão por sua classe ou fração de classe. Quando se verificam estas crises, a situação imediata torna-se delicada e perigosa, pois abre-se o campo às soluções de força, à atividade de potências ocultas representadas pelos homens providenciais ou carismáticos. Como se formam estas situações de contraste entre representantes e representados, que, a partir do terreno dos partidos (organizações de partido em sentido estrito, campo eleitoral-parlamentar, organização jornalística), reflete-se em todo o organismo estatal, reforçando a posição relativa do poder da burocracia (civil e militar), da alta finança, da Igreja e, em geral, de todos os organismos relativamente independentes das flutuações da opinião pública? O processo é diferente em cada país, embora o conteúdo seja o mesmo. E o conteúdo é a crise da hegemonia da classe dirigente, que ocorre ou porque a classe dirigente fracassou em algum grande empreendimento político para o qual pediu ou impôs pela força o consenso das grandes massas (como a guerra), ou porque amplas massas (sobretudo de camponeses e de pequeno-burgueses intelectuais) passaram subitamente da passividade política para uma certa atividade e representam reivindicações que, em seu conjunto desorganizado, constitui uma revolução. Fala-se de crise de autoridade”: e isso é precisamente a crise de hegemonia, ou crise do Estado em seu conjunto  Cadernos do Cárcere, caderno 13, Notas sobre Maquiavel, 23, p. 1603.


5- Publicação das obras completas de Gramsci, década de 60? 

Passado mais de um século, ainda não temos uma boa tradução de Aristóteles, mas publicamos, já na década de 60, as obras completas de Antonio Gramsci. O. Carvalho, Santo Antonio Gramsci e a salvação do Brasil, in Id., A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra e Antonio Gramsci, Instituto de Artes Liberais, Rio de Janeiro, 1994; ...
Resposta:
A edição completa dos Cadernos do cárcere começou a ser publicada pela primeira vez no Brasil em 1999, organizada por Carlos Nelson Coutinho. Até hoje não foram publicadas todas as obras de Gramsci (2020), muito menos na década de 60 como atesta o próprio tradutor, Coutinho:

Quando ele foi publicado aqui, parcialmente, em meados dos anos 60, chegamos a dispor em português de uma massa de textos que, com exceção do italiano e do espanhol, não estava disponível ainda em nenhuma outra língua MAURÍCIO SANTANA DIAS da Redação São Paulo, Domingo, 21 de Novembro de 1999    https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2111199904.htm


No Brasil, graças ao empenho de Ênio Silveira, diretor da editora Civilização Brasileira, foram publicados, entre 1966 e 1968, quatro dos seis volumes: Concepção dialética da história, Os intelectuais e a organização da cultura, Maquiavel, a política e o Estado moderno e uma seleção de Literatura e vida nacional, além de uma antologia das cartas do cárcere....

Em 1975, na Itália, é publicada uma edição crítica 6, quando todo o conteúdo dos 29 cadernos 7, miscelâneos e especiais8, chega ao público. Uma reprodução dessa edição foi traduzida para o espanhol e publicada em 1981, no México.

Embora a edição crítica italiana dos Cadernos do Cárcere nunca tenha sido publicada no Brasil, nossa edição dos anos de 19909 é baseada na edição crítica, conforme explica o seu principal editor....
Acredita-se que a publicação em língua portuguesa de todos os textos escritos no cárcere acompanhados de um aparato crítico é passo importante para orientar os estudos sobre o pensamento do autor. Nesse sentido, considerando que uma edição nacional está em processo de publicação na Itália, entende-se que a tradução para o português dos Cadernos do Cárcere, das cartas e dos escritos anteriores à prisão deva ser com base nessa edição. Até que isso seja feito, é fundamental que os pesquisadores brasileiros estudem “nossa edição crítica”, publicada nos anos de 1990. JACOMINI, Márcia Aparecida and MORAES, Carmen Sylvia Vidigal. Os escritos de Antonio Gramsci e obras de intérpretes em teses e dissertações sobre políticas educacionais (2000-2010). Educ. rev. [online]. 2018, vol.34, n.72 [cited 2020-01-05], pp.209-230. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602018000600209&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0104-4060. http://dx.doi.org/10.1590/0104-4060.59345.



6- Gramsci inventou o a idéia de Hegemonia?


Gramsci jura que é leninista, mas como ele atribui a Lênin algumas idéias de sua própria invenção das quais Lênin nunca ouviu falar, as relações entre gramscismo e leninismo são um abacaxi que os estudiosos buscam descascar revirando os textos com uma paciência de exegetas católicos. Uma dessas idéias é a de "hegemonia", central no gramscismo. Gramsci diz que ela foi a "maior contribuição de Lênin" à estratégia marxista, mas o conceito de hegemonia não aparece em parte alguma dos escritos de Lênin.   O. Carvalho, Santo Antonio Gramsci e a salvação do Brasil, in Id., A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra e Antonio Gramsci, Instituto de Artes Liberais, Rio de Janeiro, 1994; ...

Resposta:
Antes de tudo deve-se destacar que Gramsci usa o termo hegemonia de duas formas, tanto no sentido de coerção como no sentido de dirigencia, consenso. Mas sobretudo, de fato Lenin usa o termo no sentido exatamente negado por Olavo de Carvalho:



De modo que não se trata, para Gramsci, de superar o horizonte do marxismo, mas, ao contrário, de voltar às suas fontes originárias: deriva daqui a atribuição a Lenin, a partir de Q 4, 38, 465, da paternidade do próprio conceito de hegemonia que, aliás, representa “a contribuição máxima de Ilitch à filosofia marxista, ao materialismo histórico, contribuição original, criadora”. DICIONÁRIO GRAMSCIANO: o mapa crítico de um marxista. LIGUORI, Guido; VOZA, Pasquale (Orgs.).1. ed. – São Paulo: Boitempo, 2017 

Disso resulta a necessidade da hegemonia, isto é, da capacidade dirigente do proletariado, na fase da revolução democrático-burguesa. Aqui há uma diferença de significado entre Gramsci e Lenin, por que Gramsci, quando fala em hegemonia, refere-se por vezes a capacidade dirigente, enquanto que outras vezes pretende se referir simultaneamente a direção e dominação. Lênim, ao contrário, entende por hegemonia, sobretudo, a função dirigente. O termo 'hegemonia' aparece em Lenim pela primeira vez num escrito de 1905, no início da revolução, diz ele: Segundo o ponto de vista proletário, a hegemonia pertence a quem se bate com maior energia, a quem se aproveita de qualquer ocasião para golpear o inimigo, pertence àquele a cujas palavras correspondem os fatos e que, portanto, é o líder ideológico da democracia, criticando-lhe qualquer inconseqüência  O conceito de Hegemonia em Gramnsci, .p. 11
na verdade o conceito de hegemonia veio de Lenin :"Já que para Lenin, é impossível a conquista do poder sem o consenso do proletariado..." (Fontes do pensamento politico. Gramsci. Carlos Nelson Coutinho, 1981p. 41


7- Gramsci teve uma filha?

O que Gramsci fez com sua própria filha, por que não o faria com os filhos dos outros? É

preciso que a pregação comunista atinja os cérebros enquanto ainda estão tenros e indefesos,
e, fechando-lhes o acesso a toda concepção de ordem espiritual, os encerre para sempre no
círculo de ferro da mundanidade "histórica" O. Carvalho, Santo Antonio Gramsci e a salvação do Brasil, in Id., A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra e Antonio Gramsci, Instituto de Artes Liberais, Rio de Janeiro, 1994; ...
Resposta:
Gramsci só teve filhos homens, Delio e Giuliano:

Sua vida pessoal também foi repleta de experiências significativas, sendo a principal a sua reunião e o subsequente casamento com Julka Schucht (1896-1980), violinista e membro do Partido Comunista Russo que conheceu durante sua estadia na Rússia. Antonio e Julka tiveram dois filhos, Delio (1924-1981), e Giuliano, nascido em 1926, 
Antes da prisão de Gramsci, em novembro de 1926, sua esposa Julia retornou à União Soviética para dar à luz seu segundo filho, Giuliano. Giuliano nasceu em Moscou em 30 de agosto de 1926, pouco mais de dois meses antes da prisão de Gramsci. Por causa da prisão e morte prematura de Gramsci, ele nunca teve a chance de conhecer Giuliano. Esta é uma foto de Giuliano como um garotinho com seus colegas de escola em Moscou, tirada em algum momento na década de 1930.
 





8- Nada de política?  Ideias camufladas?

 A revolução leninista tomava o poder para estabelecer a hegemonia. O gramscismo conquista a hegemonia para ser levado ao poder suavemente, imperceptivelmente.A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra e Antonio Gramsci, Instituto de Artes Liberais, Rio de Janeiro, 1994;
O que Gramsci lhe ensinou foi abdicar do radicalismo ostensivo para ampliar a margem de alianças; foi renunciar à pureza dos esquemas ideológicos aparentes para ganhar eficiência na arte de aliciar e comprometer; foi recuar do combate político direto para a zona mais profunda da sabotagem psicológica. Com Gramsci ela aprendeu que uma revolução da mente deve preceder a revolução política; que é mais importante solapar as bases morais e culturais do adversário do que ganhar votos; que um colaborador inconsciente e sem compromisso, de cujas ações o partido jamais possa ser responsabilizado, vale mais que mil militantes inscritos. Com Gramsci ela aprendeu uma estratégia tão vasta em sua abrangência, tão sutil em seus meios, tão complexa e quase contraditória em sua pluralidade simultânea decanais de ação, que é praticamente impossível o adversário mesmo não acabar colaborando com ela de algum modo, tecendo, como profetizou Lênin, a corda com que será enforcado. A conversão formal ou informal, consciente ou inconsciente da intelectualidade de esquerda à estratégia de Antonio Gramsci é o fato mais relevante da História nacional dos últimos trinta anos. É nela, bem como em outros fatores concordantes e convergentes, que se deve buscar a origem das mutações psicológicas de alcance incalculável que lançam o Brasil numa situação claramente pré-revolucionária, que até o momento só dois observadores, além do autor deste livro, souberam assinalar, e aliás mui discretamente 3.  12 Olavo de Carvalho, Santo Antonio Gramsci e a salvação do Brasil, in Id., A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra e Antonio Gramsci, Instituto de Artes Liberais, Rio de Janeiro, 1994; ...

Mas Gramsci é, neste ponto, bastante exigente: não basta derrotar a ideologia expressa da burguesia; é preciso extirpar, junto com ela, todos os valores e princípios herdados de civilizações anteriores, que ela de algum modo incorporou e que se encontram hoje no fundo do senso comum. Trata-se enfim de uma gigantesca operação de lavagem cerebral, que deve apagar da mentalidade popular, e sobretudo do fundo inconsciente do senso comum, toda a herança moral e cultural da humanidade, para substituíla por princípios radicalmente novos, fundados no primado da revolução e no que Gramsci denomina "historicismo absoluto" ( mais adiante explico )....Uma operação dessa envergadura transcende infinitamente o plano da mera pregação revolucionária, e abrange mutações psicológicas de imensa profundidade, que não poderiam ser realizadas de improviso nem à plena luz do dia. O combate pela hegemonia requer uma pluralidade de canais de atuação informais e aparentemente desligados de toda política, através dos quais se possa ir injetando imperceptivelmente na mentalidade popular toda uma gama de novos sentimentos, de novas reações, de novas palavras, de novos hábitos, que aos poucos vá mudando de direção o eixo da conduta.Daí que Gramsci dê relativamente pouca importância à pregação revolucionária aberta, mas
enfatize muito o valor da penetração camuflada e sutil...Milhões de pequenas alterações vão assim sendo introduzidas no senso comum, até que o efeito cumulativo se condense numa repentina mutação global ( uma aplicação da teoria marxista do "salto qualitativo" que sobrevem ao fim de uma acumulação de mudanças quantitativas ). Ao esforço sistemático de produzir esse efeito cumulativo Gramsci denomina,significativamente, "agressão molecular": a ideologia burguesa não deve ser combatida no campo aberto dos confrontos ideológicos, mas no terreno discreto do senso comum; não pelo avanço maciço, mas pela penetração sutil, milímetro a milímetro, cérebro por cérebro, idéia por idéia, hábito por hábito, reflexo por reflexo....

Enxertando o pragmatismo no marxismo, Labriola e Gramsci propunham que se jogasse no lixo o conceito de verdade: na nova cosmovisão, toda atividade intelectual não deveria buscar mais o conhecimento objetivo, mas sim a mera "adequação" das idéias a um determinado estado da luta social. A isto Gramsci denominava "historicismo absoluto".Nesta nova cosmovisão, não haveria lugar para a distinção - burguesa, segundo Gramsci - entre verdade e mentira. Uma teoria, por exemplo, não se aceitaria por ser verdadeira, nem se rejeitaria por falsa, mas dela só se exigiria uma única e decisiva coisa: que fosse "expressiva" do seu momento histórico, e principalmente das aspirações da massa revolucionária. Dito de modo mais claro: Gramsci exige que toda atividade cultural e científica se reduza à mera propaganda política, mais ou menos disfarçada

...O objetivo primeiro do gramscismo é muito amplo e geral em seu escopo: nada de política, nada de pregação revolucionária, apenas operar um giro de cento e oitenta graus na cosmovisão do senso comum, mudar os sentimentos morais, as reações de base e o senso das proporções, sem o confronto ideológico direto que só faria excitar prematuramente antagonismos indesejáveis.A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra e Antonio Gramsci, Instituto de Artes Liberais, Rio de Janeiro, 1994

Resposta:
Estes dois pontos fundamentais de formaçao de uma, Vontade coletiva nacional-popular, da qual o moderno Príncipe é ao mesmo tempo o organizador e  a expressão-ativa e atuante, e reforma intelectual e moral -deveriam constituir a estrutura do trabalho. Os pontos programáticos concretos devem ser incorporados na primeira parte, isto é, deveriam resultar "dramaticamente" da argumentação, não ser uma fria e pedante exposição de raciocínios. Cadernos do Cárcere vol 3 p. 18-19




9- Gramsci era relativista?
Tanto Gramsci quanto Rorty negam que o conhecimento humano possa descrever o real, e declaram que a única finalidade dos nossos esforços culturais e científicos é expressar desejos coletivos. Para um e para outro, não há conceitos universais, nem juízos universais válidos, mas pode-se “criar” universais pela propaganda, fazendo todas as pessoas compartilharem das mesmas crenças, ou melhor, das mesmas ilusões. A função da intelectualidade é portanto gerar essas ilusões e, como diz Rorty, “inculcá-las gradualmente” na cabeça do povo. Eles divergem somente quanto à identidade do intelectual: para Rorty, ele se constitui da comunidade acadêmica; para Gramsci, é o Partido ou “intelectual coletivo”. O IMBECIL COLETIVO

Resposta:
Não existe um texto falando de relativismo moral nos escritos de Gramsci

Criar uma nova cultura não significa apenas fazer individualmente descobertas “originais”; significa também, e sobretudo, difundir criticamente verdades já descobertas, “socializá-las” por assim dizer; e, portanto, transformá-las em base de ações vitais, em elemento de coordenação e de ordem intelectual e moral. (GRAMSCI, Cadernos do cárcere. Tradução de Carlos Nelson Coutinho com a colaboração de Luiz Sergio Henriques e Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. v. 1, p. 95-96) 

10- Gramsci, perigoso?

“profeta da imbecilidade, o guia de hordas de imbecis para quem a verdade é a mentira e a
mentira a verdade. Somente um outro imbecil como Mussolini podia considerá-lo uma inteligência perigosa. O perigo que há nela é o da malícia que obscurece, não o da inteligência que clareia; e a malícia é a contrafação simiesca da inteligência”
 A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra e Antonio Gramsci, Instituto de Artes Liberais, Rio de Janeiro, 1994
 Gramsci transformou a estratégia comunista, de um grosso amálgama de retórica e força bruta, numa delicada orquestração de influências sutis, penetrante como a Programação  Neurolinguística e mais perigosa, a longo prazo, do que toda a artilharia do Exército Vermelho. Se Lênin foi o teórico do golpe de Estado, ele foi o estrategista da revolução psicológica que deve preceder e aplainar o caminho para o golpe de Estado.  A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra e Antonio Gramsci, Instituto de Artes Liberais, Rio de Janeiro, 1994
É claro que ninguém adere a Gramsci com outro propósito que não o de
implantar o comunismo em alguma parte do mundo. Mas, sendo o gramscismo um
pensamento obscuro e às vezes incompreensível, não há nenhum motivo para crer que sua
aplicação deva produzir nem mesmo esse resultado
, lamentável o quanto seja. Pode
acontecer, por exemplo, que a estratégia gramsciana não gere outro efeito além de tornar os
burgueses ateus
, retirando os freios que a religião impunha à sua cobiça e ao seu
maquiavelismo. Algo muito parecido aconteceu na própria terra de Gramsci: é impossível não
haver conexão entre a decadência da fé católica e a transformação da Itália numa Sodoma
capitalista.
 A nova cultura materialista e gramsciana que dominou a atmosfera intelectual
italiana desde a década de 60 muito contribuiu para esse resultado; apenas, não se vê que
vantagem os comunistas puderam tirar disso. Os esquerdistas brasileiros deveriam pensar na
experiência italiana antes de atirar-se a aventuras gramscianas que, na educação como na
política, podem levar a resultados tão confusos quanto as idéias que as inspiram. 
A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra e Antonio Gramsci, Instituto de Artes Liberais, Rio de Janeiro, 1994

Resposta:
Independente do perigo ou não da Teoria Gramsciana, a história mostra que esta estratégia não teve êxito visto o fracasso do socialismo no mundo. Basta olharmos no mundo a quantidade de países comunistas e a propagação do capitalismo até mesmo na China "comunista".


Conclusão:
Para se contrapor ao teórico Gramsci não se faz necessário fazer caricatura de seus argumentos utilizando-se de distorções, mais conhecidas como Falácia do Espantalho.

Deve-se expor o pensamento do autor e depois trazer respostas a altura.



Se vc deseja saber qual sistema politico se mostrou mais eficaz acesse aqui


quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Mitos e verdades da Falsa Direita sobre "Marxismo Cultural"- sexo, drogas e rock roll para destruir a civilização?





Introdução
O termo surgiu na década de 90 nos Estados Unidos e foi importado pelo Brasil. Apesar de considerar impreciso Olavo de Carvalho foi o maior divulgador no Brasil deste erro. Essa narrativa diz que  há um movimento orquestrado pelo marxismo para destruição da cultura ocidental, especialmente a família monogãmica. Esta narrativa atribui a Escola de Frankfunrt (Markuse, Adorno, etc.) e ou a Gramsci  a iniciativa da destruição da cultura, por meio da infiltração , especialmente, de conceitos de perversão sexual, sendo assim o marxismo permeia todas as esferas da sociedade:
Dificilmente se encontrará hoje um romance, um filme, uma peça de teatro, um livro didático onde as crenças do marxismo cultural, no mais das vezes não reconhecidas como tais, não estejam presentes com toda a virulência do seu conteúdo calunioso e perverso Olavo de Carvalho. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. . Rio de Janeiro: Record, 2013.  ou  Do marxismo cultural Olavo de Carvalho O Globo, 8 de junho de 2002


Na verdade, não poderia fazê-lo, porque não apenas jamais usei esse termo ao falar dessa pessoa, como também tenho insistido que “marxismo cultural” é um conceito impreciso, para não dizer errado. Difamação por osmose Olavo de Carvalho Diário do Comércio, 16 de fevereiro de 2014 http://olavodecarvalho.org/difamacao-por-osmose/
Existe Marxismo Cultural?
Muitas vezes no Brasil as pessoas dizem assim "isso não existe" para se referir a conceitos distorcidos. o conceito Marxismo Cultural existe mas não representa o pensamento marxista, é uma distorção da falsa direita.

Os professores comunistas usam o termo?
Recentemente a professora Iná Camargos Costa resolveu se apropriar do termo da falsa direita e usá-lo como meio de combater a distorção sobre o marxismo:

"O marxismo cultural nestes termos foi formulado pela extrema direita norte-americana na década de 1990...

simplificando o argumento: Quando o nosso inimigo aqui no brasil lança a palavra de ordem de combate ao marxismo cultural , eles estão assumindo como herdeiros desta vasta tradição. 
E para concordar com o que você disse o início é nós que somos comunistas somos a favor da revolução, podemos e devemos encampar a expressão marxismo cultural. Foi essa a minha atitude, como você mesmo disse, inspirada na atitude do mar no Marx e Engels no manifesto comunista , inspirada nos socialistas no século 19 que encamparam a acusação de "marxistas". Os seguidores de Marx não se chamavam marxistas, foram os anarquistas que acusavam os socialistas de marxistas. Eles encamparam [adotaram, tomaram posse do termo] "somos marxistas".

 Da mesma forma, na década de 20, os que faziam teatro político eram acusados pela direita de fazer teatro épico,e aí veio um companheiro e falou: é isso mesmo nós fazemos teatro épico. Eu estou nessa tradição,  eles nos acusa ali marxistas culturais, pois muito bem, que somos sim e temos uma longa tradição de luta ... Podcast - Na trincheira com Iná | Parte 1: Marxismo Cultural https://www.youtube.com/watch?v=Qc1VAnEO2jM acesso em 02/02/2022 Iná Camargo Costa

Quanto à expressão “marxismo cultural”, como já ficou dito, seu uso data do início da década de 1990. Seus primeiros usuários são cristãos fundamentalistas, ultraconservadores, supremacistas – enfim, a extrema-direita estadunidense. Uma das mais eloquentes manifestações da tendência é o movimento Dark Enlightenment (que não se perca pelo nome)– antítese assumida do iluminismo, que prega a moral vitoriana do século XIX, uma ordem tradicionalista e teocrática, declara guerra aberta a todo conhecimento científico e, em primeiro lugar, ao marxismo cultural. Os objetos mais imediatos de sua fúria conservadora são o feminismo, a ação afirmativa, a liberação sexual, a igualdade racial, o multiculturalismo, os direitos LGBTQ e o ambientalismo[12]. Marxismo Cultural e a paranóia americana https://outraspalavras.net/historia-e-memoria/o-marxismo-cultural-e-a-paranoia-americana/ Iná Camargo Costa.

A autora fala então de usar o termo da falsa direita e usá-lo para mostrar a doutrina comunista, fala-se então no autentico marxismo cultural



Dialeticamente, para um marxista, o marxismo cultural (sub specie spectrum) nada mais é que a fusão operada pelo inimigo entre marxismo ocidental e materialismo cultural, numa operação ideológica que requenta, além de mal e porcamente reciclar, a marmita nazista....Eis uma das milhares de histórias que interessam a um militante comunista do autêntico marxismo cultural!

Marxismo cultural pode muito bem servir de senha para nos voltarmos ao que realmente interessa no plano cultural... Marxismo cultural, hora de um resgate https://outraspalavras.net/outrapolitica/marxismo-cultural-hora-de-um-resgate/ Iná Camargo Costa

O objetivo do Marxismo sempre foi a Destruição da família monogâmica? 
Olavo de Carvalho, Padre Paulo Ricardo e outros defendem que desde Marx e Engels (bem como dos teoricos marxistas posteriores) o objetivo era a destruição da familia tradicional.
 Nas universidades, os discípulos de Georg Lukács e Theodor Adorno esfregam as mãos, excitadíssimos, vendo cumprir-se sem maiores dificuldades, e com o comovido apoio do bom mocismo protestante e católico, o projeto marxista de destruição da família, que seus mestres viam como condição indispensável ao triunfo do socialismo.Olavo de Carvalho A técnica da opressão sedutora Diário do Comércio, 19 de dezembro de 2011
Resposta:


  •  Marx e Engels defendiam a libertação da mulher da opressão masculina. Mas eram a favor da monogamia, mas com direitos iguais entre homem e mulher. ou seja, a monogamia não iria desaparecer e sim fortalecer
 "o primeiro antagonismo de classes que apareceu na história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher, na monogamia; e a primeira opressão de classes, com a opressão do sexo feminino pelo masculino. A monogamia foi um grande progresso histórico, mas, ao mesmo tempo, iniciou, juntamente com a escravidão e as riquezas privadas, aquele período, que dura até nossos dias, no qual cada progresso é simultaneamente um retrocesso relativo, e o bem-estar e o desenvolvimento de uns se verificam às custas da dor e da repressão de outros....
A origem da familia, da propriedade privada e do Estado. Engels. São Paulo: La Fonte, 201p. 89


  De igual modo, o caráter particular do predomínio do homem sobre a mulher na família moderna, assim como a necessidade e o modo de estabelecer uma igualdade social efetiva entre ambos, não se manifestarão com toda a nitidez senão quando homem e mulher tiverem, por lei, direitos absolutamente iguais. Então é que se há de ver que a libertação da mulher exige, como primeira condição, a reincorporação de todo o sexo feminino á indústria social, o que, por sua vez, requer a supressão da família individual enquanto unidade econômica da sociedade... Idem ,p. 99


  Para isso era necessária a monogamia da  mulher, mas não a do homem; tanto assim que a monogamia daquela não constituiu o menor empecilho á poligamia, oculta ou descarada, deste. Mas a revolução social iminente, transformando pelo menos a imensa maioria das riquezas duradouras hereditárias - os meios de produção - em propriedade social, reduzirá ao mínimo todas essas preocupações de transmissão por herança. E agora cabe a pergunta: tendo surgido de causas econômicas, a monogamia desaparecerá quando desaparecerem essas causas ?
A resposta poderia ser, e não sem fundamento: longe de desaparecer, antes há de se realizar plenamente a partir desse momentoPorque com a transformação dos meios de produção em propriedade social desaparecem o trabalho assalariado, o proletariado, e, consequentemente, a necessidade de se prostituírem algumas mulheres, em número estatisticamente calculável. Desaparece a prostituição e, em lugar de decair, a monogamia chega enfim a ser uma realidade - também para os homens...
Idem ,p.100
 O matrimônio, pois, só se realizará com toda a liberdade quando, suprimidas a produção capitalista e as condições, de propriedade criadas por ela, forem removidas todas as considerações econômicas acessórias que ainda exercem uma influência tão poderosa na escolha dos esposos. Então, o matrimônio já não terá outra causa determinante que não a inclinação recíproca. Idem, p. 106
E, desde que o amor sexual é, por sua própria natureza, exclusivista - embora em nossos dias esse exclusivismo só se realize plenamente sobre a mulher - o matrimônio baseado no amor sexual será, por sua própria natureza, monogâmico... 
Idem, p. 107
  Por isso, quando chegarem a desaparecer as considerações econômicas em virtude das quais as mulheres foram obrigadas a aceitar essa infidelidade masculina habitual - a preocupação pela própria subsistência e, ainda mais, pelo futuro dos filhos - a igualdade alcançada pela mulher, a julgar por toda a nossa experiência anterior, influirá muito mais no sentido de tornar os homens monógamos do que no de tornar as mulheres poliandras. Mas o que, sem sombra de dúvida, vai desaparecer da monogamia é o conjunto dos caracteres que lhe foram impressos pelas relações de propriedade a que deve sua origem. Esses caracteres são, em primeiro lugar, a preponderância do homem e, depois, a indissolubilidade do matrimônio.... Idem, p. 107
  Isso se verá quando uma nova geração tenha crescido: uma geração de homens que nunca se tenham encontrado em situação de comprar, à custa de dinheiro, nem com a ajuda de qualquer outra força social, a conquista de uma mulher; e uma geração de mulheres que nunca se tenham visto em situação de se entregar a um homem em virtude de outras considerações que não as de um amor real, nem de se recusar a seus amados com receio das conseqüências econômicas que isso lhes pudesse trazer. E, quando essas gerações aparecerem, não darão um vintém por tudo que nós hoje pensamos que elas deveriam fazer. Estabelecerão suas próprias normas de conduta e, em consonância com elas, criarão uma opinião pública para julgar a conduta de cada um. E ponto final...
  Como a família monogâmica se aperfeiçou a partir dos começos da civilização e, de uma maneira muito notável nos tempos modernos, é lícito pelo menos supor que seja capaz de continuar seu aperfeiçoamento até que chegue à igualdade entre os dois sexos.... Idem, p. 109  
Engels fala do fim da família como sistema opressor e econômico, frase esta citada frequentemente contextualizada na internet:
“Então é que se há de ver que a libertação da mulher exige, como primeira condição, a reincorporação de todo o sexo feminino à indústria social, o que, por sua vez, requer a supressão da família monogâmica como unidade econômica da sociedade”
 Marx e Engels falavam do controle do estado na educação das crianças e da proliferação de sexo livre como consequencia da implantação da revolução (que nunca aconteceu):

"Em todo caso, modificar-se-á muito a posição dos homens. Mas, também, há de sofrer profundas transformações a das mulheres, a de todas elas. Quando os meios de produção passarem a ser propriedade comum, a família individual deixará de ser a unidade econômica da sociedade. A economia doméstica converter-se-á em indústria social. O trato e a educação das crianças tornar-se-ão público; a sociedade cuidará, com o mesmo empenho, de todos os filhos, sejam legítimos ou naturais. Desaparecerá, assim, o temor das "conseqüências", que é hoje o mais importante motivo social tanto do ponto de vista moral como do ponto de vista econômico - que impede uma jovem solteira de se entregar livremente ao homem que ama. Não bastará isso para que se desenvolvam, progressivamente, relações sexuais mais livres, e também para que a opinião pública se torne menos rigorosa quanto à honra das virgens e à desonra das mulheres ? 
A origem da familia, da propriedade privada e do Estado. Engels. São Paulo: La Fonte, 2017, 101
b- O manifesto comunista fala da destruição da familia burguesa, patriarcal QUANDO DESAPARECER O CAPITAL.
 Ou seja, com a Revolução comunista tanto a familia burguesa quanto a familia o proletário iriam sofrer uma nova configuração. A mulher deixaria de ser explorada, bem como as crianças:
"Abolição da família! Até os mais radicais ficam indignados diante desse desígnio infame dos comunistas. Sobre que fundamento repousa a família atual, a família burguesaNo capital, no ganho individual. A família, na sua plenitude, só existe para a burguesia, mas encontra seu complemento na supressão forçada da família para o proletário e na prostituição pública. família burguesa desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu complemento, e uma e outra desaparecerão com o desaparecimento do capital. Acusai-nos de querer abolir a exploração das crianças por seus próprios pais? Confessamos este crime. Dizeis também que destruímos os vínculos mais íntimos, substituindo a educação doméstica pela educação social. E vossa educação não é também determinada pela sociedade, pelas condições sociais em que educais vossos filhos, pela intervenção direta ou indireta da sociedade por meio de vossas escolas, etc? Os comunistas não inventaram essa intromissão da sociedade na educação, apenas mudam seu caráter e arrancam a educação à influência da classe dominante. As declamações burguesas sobre a família e a educação, sobre os  doces laços que unem a criança aos pais, tornam-se cada vez mais repugnantes à medida que a grande indústria destroi todos os laços familiares do proletário e transforma as crianças em simples objetos de comércio, em simples instrumentos de trabalho.
 Toda a burguesia grita em côro: "Vós, comunistas, quereis introduzir a comunidade das mulheres!" Para o burguês, sua mulher nada mais é que um instrumento de produção. Ouvindo dizer que os instrumentos de produção serão explorados em comum, conclui naturalmente que haverá comunidade de mulheres. Não imagina que se trata precisamente de arrancar a mulher de seu papel atual de simples instrumento de produção....
10. Educação pública e gratuita de todas as crianças, abolição do trabalho das crianças nas fábricas, tal como é praticado hoje. Combinação da educação com a produção material, etc."  O manifesto comunista

Herbert Marcuse cunhou a frase "faça  [amor] sexo, não faça guerra"?
Os propagadores do mito do marxismo cultural dizem que sim:
Para Marcuse, o homem ocidental é unidimensional, e a única salvação é a libertação absoluta do erotismo em uma rebelião contra a racionalidade tecnológica. Foi ele que criou, na nova edição de 1966, o famoso slogan “faça amor, não faça guerra”. http://www.puggina.org/artigo/convidados/escola-de-franfkurt-satanismo-feiura-e-revolu/12003  Acesso em 01/01/2020
A conexão entre a Escola de Frankfurt e a rebelião estudantil dos anos 60 foi feita principalmente por um de seus elementos mais destacados, Herbert Marcuse – o homem que nos anos 60 cunhou a frase “Faça amor, não faça guerra”. O livro de Marcuse “Eros e Civilização” defendia que as ferramentas com as quais se deveria destruir a civilização ocidental eram o sexo, as drogas e o rock'n roll. Ele popularizou as idéias da Escola de Frankfurt de um modo que os estudantes radicais dos anos 60 podiam entender e absorver, e hoje conhecemos seu trabalho como o politicamente correto.
http://speminaliumnunquam.blogspot.com/2011/06/as-raizes-comunistas-do-politicamente.html   e  http://omarxismocultural.blogspot.com/2015/09/desenterrando-as-raizes-marxistas-do.html


Resposta:
Não. Segundo o New York Times foi Gershon Legman em 1963:
"Autodidata incansável, ... Em entrevistas, ele também disse que havia desenvolvido um vibrador no final dos anos 30 e cunhou a frase "Faça amor, não guerra" durante uma palestra na Universidade de Ohio em 1963.  The New York Times. Gershon Legman, Anthologist of Erotic Humor, Is Dead at 81. By Janny Scott March 14, 1999. 

Diane Newell Meyer atribui a si em 1965 o Slogan   https://web.archive.org/web/20140106032127/http://www.mailtribune.com/apps/pbcs.dll/article?AID=/20100815/NEWS/8150330


Herbert Marcuse foi o mentor dos movimentos estudantis dos naos 60 e 70?
Os propagadores do mito do marxismo cultural diz que sim:

Herbert Marcuse, outro grande expoente da Escola de Frankfurt, escreveu um livro chamado Eros e Civilização, na década de 50, no qual traça, com toda clareza, o programa da revolução hippie, da revolução sexual, do pacifismo. Marcuse propõe uma junção do pensamento de Freud e Marx ao defender a tese de que o americano é puritano e que por reprimir o sexo é extremamente agressivo. Para superar tal agressividade, os americanos precisam fazer guerra. Como o sistema capitalista precisa de mercados, as guerras são úteis para o imperialismo americano conquistar o mundo. A repressão sexual seria um dos meios para manter o sistema capitalista de pé, segundo Marcuse, pois ao tornar as pessoas agressivas, leva a guerras e, automaticamente, acaba por atrasar a implantação da nova sociedade marxista no mundo.
É preciso, então, que o homem reprimido, puritano, faça sexo. Daí surge o lema de Marcuse: faça amor, não faça a guerra[10]. A revolução hippie é fruto direto do pensamento de Marcuse. Segundo ele, fazendo sexo os jovens iriam se tornar pacifistas, não fariam guerras, o que faria com que o sistema capitalista caísse. Assim, o movimento hippie e Woodstock, que pareciam ser fruto da decadência do modelo da sociedade americana, fruto do capitalismo decadente e materialista, na realidade são fenômenos inoculados na sociedade americana pelos marxistas. Padre Paulo Ricardo acesso em 31/12/2019   https://padrepauloricardo.org/aulas/reacao-a-crise-marxista
Ele mesmo numa entrevista em 1978 respondeu que não
https://www.youtube.com/watch?v=4jFIfJBKdaw  acesso em 31/12/2019

"eu não era mentor  de ativistas estudantis dos anos 60 e início dos anos 70, o que eu fiz é formular e articular algumas idéias e algumas metas que estavam no ambiente naquela época,... A geração que se tornou ativa nestes anos não precisava de uma figura paterna ou um figura do avô, a fim de protestar contra uma sociedade que revelava diariamente sua injustiça, desigualdade, crueldade e sua destrutividade geral. Eles poderiam experimentar na espada diante de seus próprios olhos como características da sociedade."

Marcuse abandonou a classe operária?
Os pregadores do mito do marxismo cultural dizem que sim:
"Segundo Herbert Marcuse, ...o proletariado industrial já não servia como classe revolucionária, por ter sido corrompido pelas benesses do capitalismo. Em vez de tirar desse óbvio desmentido dos prognósticos de Marx quanto à miséria crescente dos trabalhadores no livre mercado a conclusão lógica de que o marxismo não servia para grande coisa, Marcuse achou que podia consertar a teoria simplesmente buscando uma nova classe revolucionária, definida não pela desvantagem econômica, mas por qualquer tipo de frustração psicológica. 
Em vez de uma ele descobriu três:
  •  (1) os intelectuais e estudantes, sempre revoltados contra uma sociedade que não lhes dá toda a importância que julgam merecer; 
  • (2) todos os insatisfeitos com qualquer coisa – esposas mal amadas, gays enfezados com a empáfia masculina, crianças rebeldes à autoridade paterna, etc.; 
  • (3) os marginais em geral: prostitutas, viciados, assassinos, estupradores e tutti quanti.
 Eram essas pessoas maravilhosas, e não os proletários, que tinham de ser organizadas para corromper o “sistema”, enfraquecê-lo e destruí-lo por dentro. A influência de Marcuse, fundindo-se às propostas de “revolução cultural” inspiradas em Antonio Gramsci, foi tão vasta e profunda que hoje o marcusismo em ação já nem aparece associado ao nome de seu inventor: tornou-se o modo de ser natural e universal do movimento revolucionário por toda parte."      Olavo de Carvalho http://olavodecarvalho.org/primores-de-ternura-2/ acesso em 26-12-2019
O discurso comunista mudou muito ao longo dos tempos. Começou declarando que a classe revolucionária, incumbida de destruir o capitalismo, era o proletariado industrial. Desde Herbert Marcuse, acredita que os proletários são uns vendidos e que a tarefa de transformar o mundo cabe aos estudantes, prostitutas, bandidos e drogados (e, no Brasil, aos funcionários públicos, que Marx considerava aliados naturais da burguesia). 
http://olavodecarvalho.org/o-poder-da-loucura-i/  acesso em 26-12-2019

Herbert Marcuse demite ostensivamente o proletariado da função de classe revolucionária, colocando em lugar dele os estudantes pequeno-burgueses e o Lumpenproletariat que Marx desprezava: bandidos, prostitutas, cantores de boate, drogados, bêbados e malucos em geral. Antonio Gramsci prefere os intelectuais. E Ernesto Laclau proclama que nem é preciso uma classe revolucionária existente: a mera força da propaganda cria a classe revolucionária do nada. 
http://olavodecarvalho.org/o-burgues-segundo-marx/ acesso em 26-12-2019

Resposta:


https://www.youtube.com/watch?v=K1VeKFIv_Mc   acesso em 31/12/2019




Marcuse na verdade via a necessidade de junção do proletariado e dos movimentos sociais, uma ação conjunta:

A estabilidade do capitalismo foi perturbada e, de fato, escala internacional; o sistema expõe cada vez mais seus interesses destrutividade e irracionalidade. É a partir deste ponto que o protesto cresce e se espalha, mesmo que seja amplamente desorganizado, difuso, desconectado e ainda sem nenhum objetivo socialista evidente a princípio. Entre os trabalhadores, o protesto expressa-se sob a forma de ataques violentos, absenteísmo e disfarçado sabotagem ou aparece em surtos contra a liderança sindical; aparece como bem nas lutas das minorias sociais oprimidas e, finalmente, no movimento de libertação das mulheres. The failure of the new left?  1979, p. 7

Essa revolução seria apropriado às condições criadas pelo capitalismo tardio. Seus portadores seriam uma classe trabalhadora expandida com uma existência social alterada e diferentes consciência, uma classe trabalhadora expandida que incluiria grandes segmentos das outrora independentes classes médias e intelectuais. The failure of the new left?  1979, p. 7



"e eles ainda não reduziram a diferença entre a classe trabalhadora e a Nova Esquerda, especialmente os intelectuais radicais. Não adianta minimizar a hostilidade dos trabalhadores: esta hostilidade é racional e bem fundamentada. E, no entanto, a conjuntura entre as duas forças é uma condição prévia para a mudança: a consciência sindical deve se tornar consciência política, consciência socialista. Isso não será alcançado "" indo se juntar aos trabalhadores '', participando de piquetes, defendendo suas "causas", etc. A junção pode apenas tomar vida no processo de mudança social, no qual os dois grupos ajam cada um em suas próprias bases e em termos de sua própria consciência, queixas e metas. Esta é, por exemplo, a estratégia da Sinistra Proletaria na Itália: "" estudantes e intelectuais que anteriormente trabalharam dentro dos grupos de base nas fábricas, agora sem agitação dentro ou na frente das fábricas. Lá, a propaganda militante política é feita pelos próprios trabalhadores, principalmente trabalhadores jovens, enquanto os estudantes apoiam os trabalhadores fornecendo material para agitação, pesquisas nas várias partes da cidade, etc.   “os diferentes interesses específicos de cada grupo experimentado e articulado em seus próprios termos e situação (na fábrica, loja, escritório, vizinhança), encontrem bases e estratégias comuns” (MARCUSE, Counterrevolution and revolt. Boston: Beacon Press, 1972, p. 40

Em outras palavras, a classe trabalhadora é o sujeito potencial da revolução não apenas porque é a classe explorada em modo de produção capitalista, mas porque as necessidades e Aspiração desta classe exigem a abolição deste modo de Produção. Segue-se que, se a classe trabalhadora não é mais essa "negação absoluta" da sociedade existente, se ela se tornou uma classe. nesta sociedade, compartilhando suas necessidades e aspirações, então a transferência de poder somente para a classe trabalhadora (não importa que forma) não garante a transição para o socialismo como sociedade qualitativamente diferente. A própria classe trabalhadora deve mudar para se tornar o poder que afeta essa transição. Se as necessidades criadas, mas não satisfatórias pelo capital monopolista, assumiriam uma força subversiva e se tornariam o solo para o desenvolvimento da consciência política entre os trabalhadores da população, não seria (isso é decisivo!) o ressurgimento da consciência de classe proletária; não desencadearia uma classe trabalhadora contra todos os outros setores da população trabalhadora, não "trabalho assalariado" versus capital, mas todas classes dependentes contra o capital. Da mesma forma, essa nova consciência seria / militaria contra a estrutura dos sindicatos de política: visaria o fim do modo estabelecido de produção na sua totalidade. Essa é a dinâmica do monopólio capitalista: a sujeição de toda a população ao domínio do capital e seu estado corresponde à necessidade universal de sua abolição. Se esse  desenvolvimento modificar o conceito original de classe, se obscurecer o nítido contraste entre o colarinho azul da classe trabalhadora e outros setores da população trabalhadora,  então, é devido a mudanças na realidade do capitalismo que ser conceituado na teoria do capitalismo. Idem, p 38-39

Como processo histórico, o processo dialético inclui a consciência: reconhecimento e domínio de potencialidades libertadoras.  Assim, entenda a liberdade. No grau em que a conscientização é determinada pelas demandas e interesses da sociedade estabelecida "carece de liberdade"; na medida em que a sociedade estabelecida é irracional, a consciência se torna livre para a maior racionalidade histórica apenas na luta contra a sociedade estabelecida. A verdade e a liberdade do pensamento negativo têm sua base e sua razão nesta luta. Assim, segundo Marx, o proletariado é a força histórica libertadora apenas como força revolucionária; a determinada negação do capitalismo ocorre se e quando o proletariado torna-se consciente de si mesmo e das condições e processos que moldam sua sociedade. Essa conscientização é um pré-requisito, tanto quanto um elemento da prática de negação.  Esse "sim" é essencial para o progresso histórico: é o elemento de liberdade (e da oportunidade!) que abre as possibilidades de conquista da necessidade dos fatos apresentados. Sem ele, a história cai na escuridão da natureza não conquistada. HERBERT MARCUSE EL HOMBRE UNIDIMENSIONAL ENSAYO SOBRE LA IDEOLOGÍA DE LA SOCIEDAD INDUSTRIAL AVANZADA p. 251 



Os anos 60 marcam um ponto de virada no desenvolvimento do capitalismo (possivelmente também do socialismo); e foi a Nova Esquerda, que colocou uma abordagem abrangente, se esquecida e suprimida dimensão da mudança social radical na agenda; foi a nova esquerda que escreveu em seus banners - mesmo que de forma caótica e um tanto imatura forma - a idéia de uma revolução  no século 20 que seria específica para seu tempo e distinto de todas as revoluções anteriores. Essa revolução seria apropriado às condições criadas pelo capitalismo tardio. Seus portadores seriam uma classe trabalhadora expandida com uma existência social alterada e diferentes consciência, uma classe trabalhadora expandida que incluiria grandes segmentos das outrora independentes, classes média e intelectual The failure of the new left?  1979, p. 8.



Marcuse criou a metodologia do sexo livre para destruir a família monogâmica?

Resposta:


Nâo. Ele defendia um conceito, utópico, onde em consequência da transformação da sociedade por meio da reorientação do trabalho para a glorificação das necessidades individuais iria acontecer uma:
  •  transformação da libido da sexualidade
  • que se expressaria num declínio da supremacia genital onde haveria uma sublimação do desejo sexual para atividades de prazer não relacionadas ao sexo. Inclusive o trabalho
  •   Ele não defendeu a liberação da sexualidade reprimida:
Com o aparecimento de um princípio de realidade não-repressivo, com a abolição da mais-repressão requerida pelo princípio de desempenho, esse processo seria invertido. Nas relações sociais, a coisificação reduzir-se-ia à medida que a divisão do trabalho se

reorientasse para a gratificação de necessidades individuais desenvolvendo-se livremente; ao passo que, na esfera das relações libidinais, o tabu sobre a coisificação do corpo seria atenuado. Tendo deixado de ser usado como instrumento de trabalho em tempo integral, o corpo seria ressexualizado. A regressão envolvida nessa propagação da libido manifestar-se-ia, primeiro, numa reativação de todas as zonas erotogênicas e, conseqüentemente, numa ressurgência da sexualidade polimórfica pré-genital e num declínio da supremacia genital. Todo o corpo se converteria em objeto de catexe, uma coisa a ser desfrutada um instrumento de prazer. Essa mudança no valor e extensão das relações libidinais levaria a uma desintegração das instituições em que foram organizadas as relações privadas interpessoais,particularmente a família monogâmica e patriarcal. Essas perspectivas parecem confirmar a expectativa de que a libertação dos instintos só poderá conduzir a uma sociedade de maníacos sexuais isto é, a sociedade nenhuma. Contudo, o processo que acabamos de esboçar envolve não uma simples descarga, mas uma transformação da libido da sexualidade refreada, sob a supremacia genital, à erotização da personalidade total. É uma propagação e não uma explosão de libido, sua disseminação nas relações privadas e sociais que preencherá a lacuna mantida entre elas por um princípio de realidade repressiva. Essa transformação da libido seria o resultado de uma transformação social que autorizou o livre jogo de necessidades e faculdades individuais. Em virtude dessas condições, o livre desenvolvimento da libido transformada, para além das instituições do princípio de prazer, difere essencialmente da liberação da sexualidade reprimida, dentro do domínio dessas instituições.
Este último processo faz explodir a sexualidade suprimida; a libido continua acusando a marca da supressão e manifesta-se nas abomináveis formas tão bem conhecidas na história da civilização; nas orgias sádicas e masoquistas das massas desesperadas, das

elites da sociedade , dos bandos famintos de mercenários, dos guardas de presídios e

campos de concentração. Tal descarga de sexualidade fornece uma saída periodicamente necessária para a frustração insuportável; robustece, mais do que debilita, as raízes da coação instintiva; conseqüentemente, tem sido usada, repetidas vezes, como um instrumento apropriado para os regimes supressivos.
Em contraste, o livre desenvolvimento da libido transformada, dentro das instituições transformadas, embora erotizando zonas,

tempo e relações previamente tabus, reduziria ao mínimo as manifestações de mera sexualidade mediante a sua integração numa ordem muito mais ampla, incluindo a ordem de trabalho. Nesse contexto, a sexualidade tende para a sua própria sublimação: a libido não reativaria,

simplesmente, os estágios pré-civilizado e infantil, mas transformaria também o conteúdo pervertido desses estágios.

O termo perversões abrange fenômenos sexuais de origem essencialmente diferente. O mesmo tabu impera sobre manifestações instintivas incompatíveis com a civilização e sobre as que são incompatíveis com a civilização repressiva, especialmente a supremacia monogâmica genital. Contudo, dentro da dinâmica histórica do instinto, por exemplo, a coprofilia e a homossexualidade ocupam um lugar e têm uma função 176-178
Com essa restauração da estrutura primária da sexualidade, a primazia da função genital foi quebrada assim como a dessexualização do corpo que acompanhou essa primazia.

O organismo, em sua totalidade, torna-se o substratum da sexualidade, enquanto, ao mesmo tempo, o objetivo do instinto deixa de ser absorvido por uma função especializada, ou seja, a de pôr os órgãos genitais do indivíduo em contato com os de alguém do sexo oposto . Assim ampliados, o campo de ação e o objetivo do instinto convertem-se na vida do próprio organismo.Por sua lógica intrínseca, esse processo sugere, quase naturalmente, a transformação conceptual da sexualidade em Eros. A introdução do termo Eros nos últimos escritos de Freud foi certamente motivada por razões diferentes; Eros, como instinto de vida, significa um instinto biológico mais amplo, em lugar de um âmbito mais vasto de sexualidade
179-180
 Por exemplo, se o trabalho for acompanhado por uma reativação do erotismo polimórfico pré-genital, tenderá a tornar-se gratificador em si mesmo, sem perder o seu conteúdo de trabalho. Ora, é precisamente tal reativação do erotismo polimórfico que se manifesta como a conseqüência da conquista da escassez e alienação. As condições sociais alteradas criariam, portanto, uma base instintiva para a transformação do trabalho em atividade lúdica. 187
A transformação da sexualidade em Eros e sua ampliação para duradouras relações libidinais de trabalho pressupõem aqui a reorganização racional de uma gigantesca engrenagem industrial, de uma divisão social do trabalho altamente especializada, o uso de energias fantasticamente destrutivas e a cooperação de vastas massas. 188
A Metodologia da Revolução cultural não inclui imoralidade:
A premissa de que um excedente de bens materiais é a condição prévia para socialismo significa adiar a transformação revolucionária da sociedade até o dia do juízo final ou abrigando a esperança não dialética de que uma nova qualidade de a vida social e a interação evoluirão como um subproduto do quantitativo crescimento da economia. O surgimento da nova esquerda na década de 1960 desafiou vigorosamente esse conceito de socialismo e as estratégias  envolvidas....
O movimento assumiu a forma, então, de uma revolução cultural desde o próprio começo; concebeu a revolução do século 20 como aquela em que não apenas demandas políticas e econômicas, mas também radicalmente outros desejos e esperanças seriam articuladas: o desejo de um novo senso moral, de um ambiente humano, para uma completa "emancipação dos sentidos" (Marx), em outras palavras, uma liberação dos sentidos da compulsão de perceber pessoas e coisas meramente como objetos de troca. The failure of the new left?  1979, p. 4
Como, então, a Nova Esquerda deve se preparar para uma transformação tão radical?...

Por causa da maquinaria de controle global do capitalismo, a Nova esquerda - isolada da massa conservadora da população - é deixada por enquanto, com a estratégia mínima da frente unida: a cooperação de estudantes, trabalhadores militantes e pessoas de esquerda liberal (mesmo que não sejam políticas) e grupos. Essa frente unida enfrenta a tarefa de organizar protestos contra certos atos especialmente brutais de agressão e supressão por parte do regime.

 Em geral, a integração prevalecente parece impedir a formação de partidos radicais de massa, pelo menos por enquanto;  a ênfase primária da organização radical seria, então, em bases locais e regionais (nas fábricas, escritórios, universidades, complexos de apartamentos); a tarefa  incluir e articular o protesto e mobilizar-se para ações concretas.  A organização radical não se preocuparia em organizar ações para a transição para o socialismo... A transição para o socialismo não está agora na agenda; a a contra-revolução é dominante. Sob essas circunstâncias, uma luta contra as piores tendências se torna o ponto focal. O capitalismo expõe diariamente em atos e fatos que poderiam servir aos fins do protesto organizado e educação política: a preparação de novas guerras e intervenções, assassinatos políticos e tentativas de assassinato, violações brutais de direitos civis, racismo, exploração intensificada da força de trabalho. A luta normalmente surgirá primeiro nas formas democráticas burguesas (a eleição e apoio de políticos liberais, a distribuição de informações suprimidas, o protesto contra a poluição ambiental, boicotes, etc.). Exige  ações que foram legitimamente condenadas em outras situações como política reformista, econômica, liberal-burguesa pode ter um efeito positivo e importante agora: o capitalismo tardio ostenta uma tolerância diminuída limite...

Eu indiquei que em sua fase heróica, a Nova Esquerda foi permeada pela convicção de que o revolução do século 20 iria avançar em dimensões que deixam por trás de tudo o que sabemos das revoluções anteriores. Por um lado, irá mobilizar "grupos marginais" e setores sociais que não foram politizados até agora; por outro lado, essa revolução será mais do que uma revolução econômica e política; será acima de tudo cultural. The failure of the new left?  1979, p. 9
Nesse contexto, o Movimento de Libertação das Mulheres poderia se tornar a "terceira força" da revolução. The failure of the new left?  1979, pp. 10


Marcuse Incentivava o uso de drogas?
"as contraculturas criadas pela Nova Esquerda se destruíram quando perderam seu ímpeto político em favor da retirada para uma espécie  de  libertação privada (cultura das drogas, a volta aos cultos de gurus e outras seitas pseudo-religiosas), de um anti-autoritarismo abstrato e um desprezo pela teoria como uma diretiva para a praxis, da ritualização e fetichização do Marxismo The failure of the new left?  1979, p. 5   https://pdfs.semanticscholar.org/6c40/085ffc6cdb15326bffe70eb5facafbbea381.pdf 



A Liberação sexual foi fruto do marxismo?
Não foi o marxismo que trouxe uma revolução sexual

A revolução sexual diz respeito ao aumento das várias formas de atividade sexual não conjugal. Essa "liberação sexual" é resultado de uma nova perspectiva social que desafia os códigos tradicionais de comportamento relacionados à sexualidade humana. O fenômeno não foi universal, ocorreu em grande medida no mundo ocidental com muitas nuances, ... A revolução sexual teve suas maiores expressões apreendida pelo movimento hippie e pela juventude rebelde dos anos 1960 e 1970, desencadeando novos códigos de comportamento sexual e de relações interpessoais, obtendo gradativamente um status de regra geral de comportamento. É possível perceber várias mudanças no comportamento de homens e mulheres: um bom exemplo é o fato de que moças e rapazes começaram a iniciar suas atividades sexuais cada vez mais cedo; o impacto desta experimentação sexual mais precoce foi o de perceber uma idade mais avançado por ocasião do casamento. Também o crescente número de divórcio trouxe a oportunidade de homens (em menor grau) e mulheres praticarem atividades sexuais não monogâmicas, abrindo caminho para um maior número de parceiros sexuais, o que quase não ocorria em gerações anteriores, onde esse comportamento era mal visto e precisava ser feito de forma não pública. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS HUMANAS Anderson Luís de Santana 2016, p.13    http://www.ufjf.br/bach/files/2016/10/ANDERSON-LU%C3%8DS-DE-SANT%C2%B4ANA-sda.pdf

Precedentes Históricos da Revolução sexual:
1-Reforma Protestante- expansão da liberdade pessoal
 a tolerância sexual somente cresceu e se difundiu a partir de uma maior tolerância religiosa.  Com base nos escritos de variados pensadores, como John Locke, John Milton, David Hume, William Walwyn, Thomas Hobbes, Pierre Bayle, Richard Fiddes, Joseph Priestley e Robert Malthus, o autor elucida como tais filósofos ajudaram a expandir o escopo da liberdade pessoal. Buscavam, com isso, viver em um clima muito mais pluralista. O efeito das discussões filosóficas foi colocar as normas morais numa posição mais liberal, fazendo surgir, já na década de 1750, uma doutrina considerada bem desenvolvida de liberdade sexual. Sexo era, a partir desse período, uma questão privada. Criou-se um modelo civilizacional baseado nos princípios da "privacidade, igualdade e liberdade", princípios que foram fundamentais para a criação de um novo modelo de cultura sexual e que o Ocidente continua a sentir seus reflexos. DABHOIWALA, Faramerz. As origens do sexo: uma história da primeira revolução sexual. Tradução: Rafael Mantovani. 1. ed. São Paulo: Globo, 2013.p. 261-262

2- O culto à sedução- a mulher como sexo frágil
 Antes de 1800, afirma Dabhoiwala, as mulheres eram consideradas o sexo mais lascivo. Argumentos misóginos eram tão difundidos que era ideia comum entre a sociedade de que elas eram mental, moral e corporalmente mais fracas do que os homens. No século XIX ... A partir desse período, a ideia era exatamente oposta: passou-se a acreditar que na verdade eram os homens os seres mais libidinosos por natureza. 
No caso deles, isso era uma espécie de "impulso elementar". O sexo feminino passará a ser considerado como "delicado", "passivo", "frágil". Segundo o autor, tal mudança estava extremamente avançada na metade do século XVIII, pois já era expressa de forma notória em grandes romances em língua inglesa que surgiram entre as décadas de 1740 e 1750. ...Houve, por exemplo, uma enorme ascensão de atrizes profissionais no teatro inglês após 1660. As peças elisabetanas e jacobinas encenavam a vulnerabilidade feminina sempre contrastada com a lascívia masculina. A violência masculina tornou-se o tema central de vários enredos trágicos.
Peças de comédia como Rei Lear, escrita por Nahum Tate, VertueBetray'd, de John Banks, The Orphan, de Thomas Otway, e The Fair Penitent, de Nicholas Rowe, apenas para citar algumas, colocavam o sofrimento feminino no centro da história. Eram claras admoestações contra as artimanhas dos homens que colocavam em cena, quase sempre, estupros, raptos, enganações e mortes. O romance foi outro meio utilizado para
divulgar essa imagem de "sexo frágil" em relação à mulher. Conquista e sedução eram assuntos primordiais no romance, como o comprovam as obras de Jane Austen, AphraBehn, DelarivierManley e Eliza Haywood, PenelopeAubin, Jane Barker e Mary Davys. Essas autoras ajudaram, cada uma a seu próprio modo, a estabelecer o romance como a forma mais difundida de literatura inglesa, sendo a sedução - e questões como o amor, conquista e desejo carnal - seu enredo mais fundamental. Dabhoiwala acredita que o romance teve, nesse contexto, um papel fundamental na mudança para uma moralidade mais tolerante. 
 DABHOIWALA, Faramerz. As origens do sexo: uma história da primeira revolução sexual. Tradução: Rafael Mantovani. 1. ed. São Paulo: Globo, 2013.p. 262-263

3- A promiscuidade natural do macho
 "mulheres que, do século XIX em diante, deveriam se resignar, se fechar, se enclausurar cada vez mais para proteger-se das investidas masculinas. O que estava em causa, após as primeiras décadas do século XIX, era como domar a imprudência e a aparente promiscuidade "natural" do macho. Essa ideia de que as mulheres eram superioras moralmente tinha uma força gigante. Isso acabou por dividir a suposta natureza sexual dos homens e das mulheres, legitimando e acentuando preconceitos sociais e sexuais, preconceitos estes que ainda hoje se fazem presentes. Diante disso, a questão posta aos homens do período foi a seguinte: como canalizar a lascívia masculina de modo a preservar a "pureza" feminina? A resposta a essa pergunta estava, entre outras coisas, na aceitação social da prostituição. Entendia-se que melhor seria reservar uma classe de mulheres "inferiores" do que sacrificar as "respeitáveis". p. 263

4- A revolução midiática
a revolução midiática do Iluminismo - exemplificada pelo crescimento da cultura de massa, da pornografia, de publicações biográficas de prostitutas e cafetinas, de xilogravuras baratas e de gravuras das "damas de prazer" - foi central para as mudanças comportamentais em relação ao sexo no século XIX. O crescimento da mídia, a disseminação dos livreiros, o aumento do número de alfabetizados, a ascensão da imprensa periódica como os jornais e o maior uso de panfletos na sociedade fizeram emergir uma cultura midiática que ajudou a criar um novo modelo de vivências erótico-sexuais no Ocidente.
Criaram-se, por exemplo, diversos clubes especiais masculinos como o Beggar'sBeninson, em que seus membros reuniam-se para beberem, conversarem acerca de sexo e, em alguns momentos, ejacularem coletivamente lendo pornografia. O prazer sexual passou a ser celebrado em fins do século XIX. Houve, segundo o autor, uma espécie de colapso do policiamento sexual. Desenvolveu-se uma enorme indústria material dedicada ao sexo. A prostituição tornou-se mais visível. Pinturas, desenhos e livros eróticos eram sensação quase instantânea, popularizando-se no mundo anglófono. Amplamente relidos, tais imagens e textos ajudaram a apressar o desenvolvimento da vida privada. O resultado foi o aumento de um público ávido por leituras desse tipo, muito mais amplo do que nos séculos precedentes, refletindo uma nova apreciação do homem moderno com o ato sexual. 
 DABHOIWALA, Faramerz. As origens do sexo: uma história da primeira revolução sexual. Tradução: Rafael Mantovani. 1. ed. São Paulo: Globo, 2013, p. 263
A revolução sexual do sec 20
  •  os estudos e relatórios de pesquisa sobre sexualidade foram usados para descriminalizar e  condutas sexuais como sexo oral, anal e homossexualidade
  • os estudos e relatórios de pesquisa sobre sexualidade foram usados para despatologizar a homossexualidade, vista como doença, desvio ou perversão (Freud)
  • a pilula anticoncepcional
  • a inclusão da mulher no mercado de trabalho
O biólogo norte americano Alfred Charles Kinsey (1894-1956) foi um importante pioneiro nos estudos de sexo, gênero, reprodução e sem dúvida teve uma grande influencia na nova compreensão do tema. Os resultados publicados por Kinsey entre 1948 e 1953, sobre o comportamento sexual de homens e mulheres contribuíram muito para desencadear a chamada “revolução sexual” que se deu principalmente a partir da década de 1960. Suas pesquisas provocaram um grande impacto na sociedade americana do início dos anos 50. Kinsey defendeu a ideia de que todos os comportamentos sexuais considerados anômalos são na verdade normais, e, ao mesmo tempo, afirmou que ser exclusivamente heterossexual é anormal: é fruto de inibições culturais e de condicionamentos sociais, contrários à natureza do homem. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS HUMANAS Anderson Luís de Santana 2016 p. 5
Foi no âmbito  da legislação e dos costumes que a pesquisa exerceu seu impacto maior. Se os dados de Kinsey estavam corretos - e  os poucos estudos subsequentes renderam a confirmar muitos dos resultados - , isso significava que havia uma grave incongruência entre lei e conduta sexual. Os relatórios indicavam que muitos aspectos comportamentais considerados criminosos ou desviantes era praticados, na verdade, por segmentos bastantes amplos da população...contato entre a boca e a genitália, que ocorria na maioria dos casamentos da classe média, era criminoso nos termos da legislação (existentes na maioria dos estados) [EUA], que proibia a sodomia e os crimes contra a natureza. O coito pré-conjugal, que era uma atividade característica da maioria dos homens e de 50 por cento das mulheres, era um delito criminal, assim como o adultério, que era praticado pela metade dos homens e 1/4 das mulheres, segundo o levantamento de Kinsey. A homossexualidade era um fenômeno minoritário, mas as experiências homossexuais isoladas eram razoavelmente comuns em ambos os sexos... Uma interpretação do desejo. ensaios sobre o estudo da sexulaidade. John Gagnon. Rio de Janeiro:Garamond p. 95
 O trabalho de Alfred Kinsey mapeou essas mudanças e,por sua vez, influenicou as atitudes populares, a política pública e os interesses de pesquisa durante as décadas de 1950 a 1960... Uma interpretação do desejo. ensaios sobre o estudo da sexualidade. John Gagnon. Rio de Janeiro:Garamondp. 66
os efeitos das pesquisas de Kinsey e de trabalhos posteriores ... os resultados foram usados para respaldar as demandas de mudanças jurídicas Uma interpretação do desejo. ensaios sobre o estudo da sexualidade. John Gagnon. Rio de Janeiro:Garamondp. 101
A oposição teórica de Kinsey a essa visão de que todo homossexual tinha um defeito biológico, ou um defeito da educação na primeira infância, consistiu em adotar um forte postura biológica, mas que enfatizava a história evolutiva da espécie... ele afirmou que a homossexualidade, a masturbação e o sexo oral... eram atividades comuns na 'herança mamífera'... Com isso foi possível criar a legitimação moral e política da homossexualidade, tratando-a como parte de um mundo natural que deveria ser limitado aos artifícios da cultura Uma interpretação do desejo. ensaios sobre o estudo da sexualidade. John Gagnon. Rio de Janeiro:Garamond p. 185

A crença coletiva na existência de um grande numero de homossexuais [advindas das pesquisas de Kinsey e de outros pesquisadores posteriores] reforçou o sentimento de normalidade pessoal  e combateu a visão psicanalítica e médica tradicional da homossexualidade sustentada pelos homossexuais, que não mais aceitaram tão prontamente a ideia de ser 'doentes'  Uma interpretação do desejo. ensaios sobre o estudo da sexualidade. John Gagnon. Rio de Janeiro:Garamondp. 102

Kinsey e sua obra- O comportamento sexual  da mulher... A sexualidade em seu sentido mais lato, revelou-se abertamente; palavras antes não proferidas fora de grupos de profissionais especializados e dos que estavam familiarizados com a cultura psicanalítica, e nunca escritas na imprensa popular, tornaram-se parte do discurso nacional. Pênis, vagina, contato orogenital, orgasmo, homossexual e coito extraconjugal passaram a ser palavras ditas por pessoas e surgiram nas páginas impressas. Condutas até então não mencionadas, ou mencionadas nos termos mais negativos, foram declaradas excepcionalmente comuns...
 Uma interpretação do desejo. ensaios sobre o estudo da sexulaidade. John Gagnon. Rio de Janeiro:Garamond p. 183

 Algumas descobertas científicas tiveram um impacto mais direto no comportamento da sociedade. Como exemplo podemos citar Carl Djerassi 4 criador da pílula anticoncepcional, sua invenção teve enorme impacto social, ao liberar milhões de mulheres do fardo da gravidez indesejada. Isso incentivou o desenvolvimento de uma nova classe de mulheres profissionais nas sociedades modernas, e foi uma das prováveis causas da “revolução sexual” dos anos 70, ao permitir o sexo fora do casamento sem medo de gravidez.  Reagentes de Telúrio em Síntese Orgânica Estudos Visando a Síntese Total do Siphonodiol. Ricardo Machado Ellensohn Doutorando UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE QUÍMICA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FUNDAMENTAL. São Paulo, 2000.

 A contracepção moderna mostrou ser a mais revolucionária prática da história da moral sexual, na medida em que serviu como um instrumental importante na emancipação da mulher, separando a sexualidade feminina da procriação como implicação. A revolução sexual é celebrada, em quase todos os aspectos, como uma conquista, uma evolução necessária para a sociedade moderna: libertou as mulheres da escravatura da sua fertilidade, proporcionando-lhe oportunidades pessoais e profissionais; libertou os homens das cadeias que consistia em terem de assumir a responsabilidade pelas mulheres com quem tinham relações sexuais e/ou pelos filhos que daí resultava. De forma otimista, podemos afirmar que também os filhos se beneficiaram com esta situação, pois a facilidade de limitar o número de nascimentos resultaria em que cada filho teria que dividir com menos dependentes a atenção familiar UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS HUMANAS Anderson Luís de Santana 2016,p. 14

Música popular, cinema, jogos violentos a serviço do marxismo? 

Adorno viria a torna-se no líder da divisão focada nos "estudos músicas" da Escola de Frankfurt, que promoveu no seu livro "Theory of Modern Music" a perspectiva de propagar a música atonal, bem como a popular, como forma de destruir a sociedade, formas de música degeneradas como forma de promover a doença mental. Ele afirmou que os Estados Unidos poderiam ser colocados de joelhos através do uso da rádio e da televisão como forma de promover a cultura de pessimismo e desespero; perto do final dos anos 30, Adorno (juntamente com Horkheimer) haviam migrado para Hollywood.
A expansão de jogos de computador violentos também apoiava os propósitos da Escola de Frankfurt.  http://omarxismocultural.blogspot.com/2014/10/a-conspiracao-e-corrupcao-da-escola-de.html
Resposta:
O mito do marxismo cultural diz o oposto dos livros de Adorno:
Pato Donald mostra nos desenhos animados como os infelizes são espancados na realidade, para que os espectadores se habituem com o procedimento.p. 20
 A indústria cultural não sublima, mas reprime e sufoca. .... As obras de arte são ascéticas e sem pudor; a indústria cultural é pornográfica e pudica. Ela assim reduz o amor à fumaça. E dessa forma muita coisa passa, inclusive a libertinagem como especialidade corrente em pequenas doses e com a etiqueta daring (ousado). A produção em série do sexo realiza automaticamente a sua repressão. Indústria cultural e sociedade,São Paulo, Paz e Terra, 2002, p. 21


O marxismo predomina das universidades?
 - Olavo de Carvalho não tem como saber que ideias predominam na universidade porque desconhece completamente as instituições de ensino superior brasileiras. Nunca as frequentou. Qualquer um que passe seus dias nas universidades sabe que o marxismo é uma corrente de ideias muito minoritária, com uma influência muito pequena no dia a dia dessas instituições. Qual é, por exemplo, a influência do marxismo nas escolas de engenharia, de medicina e de direito das universidades brasileiras? Provavelmente nenhuma. Não são elas as que concentram a maior quantidade de professores, alunos e recursos? Mesmo nas faculdades de filosofia e ciências humanas o quadro não condiz com o retrato pintado pelos críticos do “marxismo cultural”. Na Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais havia um único Grupo de Trabalho sobre marxismo, em meio a outros 34 GTs sobre os mais variados temas. Havia, porque ele encerrou suas atividades no ano passado.

Costumo dar o exemplo do curso de Ciências Sociais da Unicamp, onde trabalho. Não temos na grade curricular uma disciplina de “Pensamento Político Socialista”, mas temos uma de “Pensamento Político Liberal” da qual fui o responsável durante anos. Na última vez que dei a disciplina de “Tradições do Pensamento Político” os alunos leram um texto de Marx, a Crítica ao Programa de Gotha, mas também leram Os Fundamentos da Liberdade, do liberal Friedrich Hayek, e Os Caminhos para a Modernidade, da conservadora Gertrude Himmelfarb. O que predomina nas faculdades de filosofia e ciências humanas é a pluralidade
Alvaro Bianchi  http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/585547-olavo-de-carvalho-e-um-efeito-da-nova-direita-e-nao-sua-causa-entrevista-especial-com-alvaro-bianchi
Onde surgiu o mito do marxismo cultural?

Gramsci nunca falou ou escreveu a respeito de um “marxismo cultural”. A expressão foi criada em ambientes intelectuais conservadores norte-americanos e foi difundida por Paul Weyrich e William S. Lind para os quais “marxismo cultural” era um sinônimo para multiculturalismo ou politicamente correto. Em resumo, afirmavam que os marxistas haviam concluído que para chegar ao poder e manter-se nele precisavam destruir a cultura Ocidental e a civilização cristã. O que Olavo de Carvalho e outros têm feito é requentar essas ideias traduzindo-as para o contexto político brasileiro Alvaro Bianchi http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/585547-olavo-de-carvalho-e-um-efeito-da-nova-direita-e-nao-sua-causa-entrevista-especial-com-alvaro-bianchi


O mito do marxismo cultural pode ser perigoso?
UM extremista de direita Anders Behring Breivik, que matou 77 pessoas em 2011

Ele afirma fazer parte de uma organização secreta que se espelha na dos antigos cavaleiros medievais, voltada a proteger os cristãos que faziam a peregrinação a Jerusalém. Esses novos templários almejariam formar “o principal movimento revolucionário conservador da Europa Ocidental”.  
https://veja.abril.com.br/mundo/assassino-de-oslo-deixou-manifesto-de-1500-paginas-em-que-se-ve-como-martir/

Anders Behring Breivik, acusado dos ataques terroristas em Oslo, na Noruega, compilou um Manifesto de 1.500 páginas sob o nome "Andrew Berwick", que cita as publicações da Fundação Free Congress dos EUA e LaRouchite. O manifesto afirma que "o politicamente correto" deve ser chamado de "marxismo cultural" e é a razão dos líderes políticos que permitem a migração muçulmana em massa para a Europa. A tese central de Breivik é emprestada da teoria da conspiração antissemita de William S. Lind sobre o "marxismo cultural".  http://www.talk2action.org/story/2011/7/23/8287/32273/Front_Page/Anders_Behring_Breivik_Soldier_in_the_Christian_Right_Culture_Wars  acesso em 01/01/2020
Em Abril de 2019 outro fanático fez o mesmo:
O suspeito de abrir fogo contra fiéis em uma sinagoga de San Diego, nos EUA, publicou um manifesto on-line culpando o “marxismo cultural”, bicho papão usado nos círculos de extrema direita mundial, https://www.diariodocentrodomundo.com.br/atirador-de-sinagoga-em-san-diego-culpou-o-marxismo-cultural-citado-por-olavistas-como-o-chanceler-araujo-o-chefe-do-mec-e-outros/ acesso em 01/01/2020
No Brasil  o grupo que assumiu o atentado em 24/12/2019 contra "Portas dos Fundos" também culpou o marxismo cultural como divulgado nos vídeos, mas retirados agora do youtube:
“Nós do Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Família Integralista Brasileira reivindicamos a ação direta revolucionária que buscou justiçar os anseios de todo povo brasileiro contra a atitude blasfema, burguesa e antipatriótica que o grupo de militantes marxistas culturais Porta dos fundos tomou quando produziu seu especial de natal a mando da mega corporação bilionária Netflix, deixando claro para todo o povo brasileiro, mais uma vez, como o grande capital anda de mãos dadas com os ditos socialistas, https://veja.abril.com.br/brasil/suposto-grupo-integralista-diz-ter-atacado-sede-do-porta-dos-fundos/ acesso em 01/01/2020



Distorções sobre Gramsci
Como são muitas leia neste link




 Marcuse foi aplicado no Brasil??
O problema é que a Nova Esquerda em que Marcuse apostava sua esperança na década de 1960 não seguiu seus conselhos, como pôde ser observado no final do século XX e início do século XXI. Pelo contrário, a Nova Esquerda acabou sendo cooptada pela totalidade do sistema capitalista e pelas regras do jogo “democrático”, adotando cada vez mais a social-democracia como resposta única, o que resultou em uma limitada estratégia que não percorreu o passo fundamental de conscientização da sociedade (reforma intelectual e moral que Gramsci defendia), partindo diretamente para a tomada do poder político UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA Carlos Augusto de Godoy Curro O PENSAMENTO DE ANTONIO GRAMSCI E AS POSSIBILIDADES DE REVOLUÇÃO PASSIVA OU EFETIVA NO CAPITALISMO DO SÉCULO XXI Uberlândia 2014,p. 70
O atual modelo educacional - não apenas aquele restrito às escolas e universidades, mas o modelo ampliado que atua em todos os meios de aprendizado dinâmico na vida social - prioriza a manutenção do poder pela hegemonia burguesa dominante. Para evitar os riscos de uma tomada de consciência e de superação do senso comum pela população, de modo a alcançar um bom senso crítico, esse modelo de educação burguês se perpetua com a utilização sem limites de mecanismos de distorção e forte propaganda (social, cultural e acadêmica) para formação da opinião pública a seu favor, inclusive chegando ao ponto de reescrever a própria História, se necessário. (A educação para além do capital. Mezaros. São Paulo: Boitempo, 2008, p. 37) 


Para conhecer outras teorias da conspiração como GLOBALISMO  click  https://averacidadedafecrista.blogspot.com/2020/06/globalismo-os-perigos-desta-teoria-da.html