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quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Mitos e verdades da Falsa Direita sobre "Marxismo Cultural"- sexo, drogas e rock roll para destruir a civilização?





Introdução
O termo surgiu na década de 90 nos Estados Unidos e foi importado pelo Brasil. Apesar de considerar impreciso Olavo de Carvalho foi o maior divulgador no Brasil deste erro. Essa narrativa diz que  há um movimento orquestrado pelo marxismo para destruição da cultura ocidental, especialmente a família monogãmica. Esta narrativa atribui a Escola de Frankfunrt (Markuse, Adorno, etc.) e ou a Gramsci  a iniciativa da destruição da cultura, por meio da infiltração , especialmente, de conceitos de perversão sexual, sendo assim o marxismo permeia todas as esferas da sociedade:
Dificilmente se encontrará hoje um romance, um filme, uma peça de teatro, um livro didático onde as crenças do marxismo cultural, no mais das vezes não reconhecidas como tais, não estejam presentes com toda a virulência do seu conteúdo calunioso e perverso Olavo de Carvalho. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. . Rio de Janeiro: Record, 2013.  ou  Do marxismo cultural Olavo de Carvalho O Globo, 8 de junho de 2002


Na verdade, não poderia fazê-lo, porque não apenas jamais usei esse termo ao falar dessa pessoa, como também tenho insistido que “marxismo cultural” é um conceito impreciso, para não dizer errado. Difamação por osmose Olavo de Carvalho Diário do Comércio, 16 de fevereiro de 2014 http://olavodecarvalho.org/difamacao-por-osmose/
Existe Marxismo Cultural?
Muitas vezes no Brasil as pessoas dizem assim "isso não existe" para se referir a conceitos distorcidos. o conceito Marxismo Cultural existe mas não representa o pensamento marxista, é uma distorção da falsa direita.

Os professores comunistas usam o termo?
Recentemente a professora Iná Camargos Costa resolveu se apropriar do termo da falsa direita e usá-lo como meio de combater a distorção sobre o marxismo:

"O marxismo cultural nestes termos foi formulado pela extrema direita norte-americana na década de 1990...

simplificando o argumento: Quando o nosso inimigo aqui no brasil lança a palavra de ordem de combate ao marxismo cultural , eles estão assumindo como herdeiros desta vasta tradição. 
E para concordar com o que você disse o início é nós que somos comunistas somos a favor da revolução, podemos e devemos encampar a expressão marxismo cultural. Foi essa a minha atitude, como você mesmo disse, inspirada na atitude do mar no Marx e Engels no manifesto comunista , inspirada nos socialistas no século 19 que encamparam a acusação de "marxistas". Os seguidores de Marx não se chamavam marxistas, foram os anarquistas que acusavam os socialistas de marxistas. Eles encamparam [adotaram, tomaram posse do termo] "somos marxistas".

 Da mesma forma, na década de 20, os que faziam teatro político eram acusados pela direita de fazer teatro épico,e aí veio um companheiro e falou: é isso mesmo nós fazemos teatro épico. Eu estou nessa tradição,  eles nos acusa ali marxistas culturais, pois muito bem, que somos sim e temos uma longa tradição de luta ... Podcast - Na trincheira com Iná | Parte 1: Marxismo Cultural https://www.youtube.com/watch?v=Qc1VAnEO2jM acesso em 02/02/2022 Iná Camargo Costa

Quanto à expressão “marxismo cultural”, como já ficou dito, seu uso data do início da década de 1990. Seus primeiros usuários são cristãos fundamentalistas, ultraconservadores, supremacistas – enfim, a extrema-direita estadunidense. Uma das mais eloquentes manifestações da tendência é o movimento Dark Enlightenment (que não se perca pelo nome)– antítese assumida do iluminismo, que prega a moral vitoriana do século XIX, uma ordem tradicionalista e teocrática, declara guerra aberta a todo conhecimento científico e, em primeiro lugar, ao marxismo cultural. Os objetos mais imediatos de sua fúria conservadora são o feminismo, a ação afirmativa, a liberação sexual, a igualdade racial, o multiculturalismo, os direitos LGBTQ e o ambientalismo[12]. Marxismo Cultural e a paranóia americana https://outraspalavras.net/historia-e-memoria/o-marxismo-cultural-e-a-paranoia-americana/ Iná Camargo Costa.

A autora fala então de usar o termo da falsa direita e usá-lo para mostrar a doutrina comunista, fala-se então no autentico marxismo cultural



Dialeticamente, para um marxista, o marxismo cultural (sub specie spectrum) nada mais é que a fusão operada pelo inimigo entre marxismo ocidental e materialismo cultural, numa operação ideológica que requenta, além de mal e porcamente reciclar, a marmita nazista....Eis uma das milhares de histórias que interessam a um militante comunista do autêntico marxismo cultural!

Marxismo cultural pode muito bem servir de senha para nos voltarmos ao que realmente interessa no plano cultural... Marxismo cultural, hora de um resgate https://outraspalavras.net/outrapolitica/marxismo-cultural-hora-de-um-resgate/ Iná Camargo Costa

O objetivo do Marxismo sempre foi a Destruição da família monogâmica? 
Olavo de Carvalho, Padre Paulo Ricardo e outros defendem que desde Marx e Engels (bem como dos teoricos marxistas posteriores) o objetivo era a destruição da familia tradicional.
 Nas universidades, os discípulos de Georg Lukács e Theodor Adorno esfregam as mãos, excitadíssimos, vendo cumprir-se sem maiores dificuldades, e com o comovido apoio do bom mocismo protestante e católico, o projeto marxista de destruição da família, que seus mestres viam como condição indispensável ao triunfo do socialismo.Olavo de Carvalho A técnica da opressão sedutora Diário do Comércio, 19 de dezembro de 2011
Resposta:


  •  Marx e Engels defendiam a libertação da mulher da opressão masculina. Mas eram a favor da monogamia, mas com direitos iguais entre homem e mulher. ou seja, a monogamia não iria desaparecer e sim fortalecer
 "o primeiro antagonismo de classes que apareceu na história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher, na monogamia; e a primeira opressão de classes, com a opressão do sexo feminino pelo masculino. A monogamia foi um grande progresso histórico, mas, ao mesmo tempo, iniciou, juntamente com a escravidão e as riquezas privadas, aquele período, que dura até nossos dias, no qual cada progresso é simultaneamente um retrocesso relativo, e o bem-estar e o desenvolvimento de uns se verificam às custas da dor e da repressão de outros....
A origem da familia, da propriedade privada e do Estado. Engels. São Paulo: La Fonte, 201p. 89


  De igual modo, o caráter particular do predomínio do homem sobre a mulher na família moderna, assim como a necessidade e o modo de estabelecer uma igualdade social efetiva entre ambos, não se manifestarão com toda a nitidez senão quando homem e mulher tiverem, por lei, direitos absolutamente iguais. Então é que se há de ver que a libertação da mulher exige, como primeira condição, a reincorporação de todo o sexo feminino á indústria social, o que, por sua vez, requer a supressão da família individual enquanto unidade econômica da sociedade... Idem ,p. 99


  Para isso era necessária a monogamia da  mulher, mas não a do homem; tanto assim que a monogamia daquela não constituiu o menor empecilho á poligamia, oculta ou descarada, deste. Mas a revolução social iminente, transformando pelo menos a imensa maioria das riquezas duradouras hereditárias - os meios de produção - em propriedade social, reduzirá ao mínimo todas essas preocupações de transmissão por herança. E agora cabe a pergunta: tendo surgido de causas econômicas, a monogamia desaparecerá quando desaparecerem essas causas ?
A resposta poderia ser, e não sem fundamento: longe de desaparecer, antes há de se realizar plenamente a partir desse momentoPorque com a transformação dos meios de produção em propriedade social desaparecem o trabalho assalariado, o proletariado, e, consequentemente, a necessidade de se prostituírem algumas mulheres, em número estatisticamente calculável. Desaparece a prostituição e, em lugar de decair, a monogamia chega enfim a ser uma realidade - também para os homens...
Idem ,p.100
 O matrimônio, pois, só se realizará com toda a liberdade quando, suprimidas a produção capitalista e as condições, de propriedade criadas por ela, forem removidas todas as considerações econômicas acessórias que ainda exercem uma influência tão poderosa na escolha dos esposos. Então, o matrimônio já não terá outra causa determinante que não a inclinação recíproca. Idem, p. 106
E, desde que o amor sexual é, por sua própria natureza, exclusivista - embora em nossos dias esse exclusivismo só se realize plenamente sobre a mulher - o matrimônio baseado no amor sexual será, por sua própria natureza, monogâmico... 
Idem, p. 107
  Por isso, quando chegarem a desaparecer as considerações econômicas em virtude das quais as mulheres foram obrigadas a aceitar essa infidelidade masculina habitual - a preocupação pela própria subsistência e, ainda mais, pelo futuro dos filhos - a igualdade alcançada pela mulher, a julgar por toda a nossa experiência anterior, influirá muito mais no sentido de tornar os homens monógamos do que no de tornar as mulheres poliandras. Mas o que, sem sombra de dúvida, vai desaparecer da monogamia é o conjunto dos caracteres que lhe foram impressos pelas relações de propriedade a que deve sua origem. Esses caracteres são, em primeiro lugar, a preponderância do homem e, depois, a indissolubilidade do matrimônio.... Idem, p. 107
  Isso se verá quando uma nova geração tenha crescido: uma geração de homens que nunca se tenham encontrado em situação de comprar, à custa de dinheiro, nem com a ajuda de qualquer outra força social, a conquista de uma mulher; e uma geração de mulheres que nunca se tenham visto em situação de se entregar a um homem em virtude de outras considerações que não as de um amor real, nem de se recusar a seus amados com receio das conseqüências econômicas que isso lhes pudesse trazer. E, quando essas gerações aparecerem, não darão um vintém por tudo que nós hoje pensamos que elas deveriam fazer. Estabelecerão suas próprias normas de conduta e, em consonância com elas, criarão uma opinião pública para julgar a conduta de cada um. E ponto final...
  Como a família monogâmica se aperfeiçou a partir dos começos da civilização e, de uma maneira muito notável nos tempos modernos, é lícito pelo menos supor que seja capaz de continuar seu aperfeiçoamento até que chegue à igualdade entre os dois sexos.... Idem, p. 109  
Engels fala do fim da família como sistema opressor e econômico, frase esta citada frequentemente contextualizada na internet:
“Então é que se há de ver que a libertação da mulher exige, como primeira condição, a reincorporação de todo o sexo feminino à indústria social, o que, por sua vez, requer a supressão da família monogâmica como unidade econômica da sociedade”
 Marx e Engels falavam do controle do estado na educação das crianças e da proliferação de sexo livre como consequencia da implantação da revolução (que nunca aconteceu):

"Em todo caso, modificar-se-á muito a posição dos homens. Mas, também, há de sofrer profundas transformações a das mulheres, a de todas elas. Quando os meios de produção passarem a ser propriedade comum, a família individual deixará de ser a unidade econômica da sociedade. A economia doméstica converter-se-á em indústria social. O trato e a educação das crianças tornar-se-ão público; a sociedade cuidará, com o mesmo empenho, de todos os filhos, sejam legítimos ou naturais. Desaparecerá, assim, o temor das "conseqüências", que é hoje o mais importante motivo social tanto do ponto de vista moral como do ponto de vista econômico - que impede uma jovem solteira de se entregar livremente ao homem que ama. Não bastará isso para que se desenvolvam, progressivamente, relações sexuais mais livres, e também para que a opinião pública se torne menos rigorosa quanto à honra das virgens e à desonra das mulheres ? 
A origem da familia, da propriedade privada e do Estado. Engels. São Paulo: La Fonte, 2017, 101
b- O manifesto comunista fala da destruição da familia burguesa, patriarcal QUANDO DESAPARECER O CAPITAL.
 Ou seja, com a Revolução comunista tanto a familia burguesa quanto a familia o proletário iriam sofrer uma nova configuração. A mulher deixaria de ser explorada, bem como as crianças:
"Abolição da família! Até os mais radicais ficam indignados diante desse desígnio infame dos comunistas. Sobre que fundamento repousa a família atual, a família burguesaNo capital, no ganho individual. A família, na sua plenitude, só existe para a burguesia, mas encontra seu complemento na supressão forçada da família para o proletário e na prostituição pública. família burguesa desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu complemento, e uma e outra desaparecerão com o desaparecimento do capital. Acusai-nos de querer abolir a exploração das crianças por seus próprios pais? Confessamos este crime. Dizeis também que destruímos os vínculos mais íntimos, substituindo a educação doméstica pela educação social. E vossa educação não é também determinada pela sociedade, pelas condições sociais em que educais vossos filhos, pela intervenção direta ou indireta da sociedade por meio de vossas escolas, etc? Os comunistas não inventaram essa intromissão da sociedade na educação, apenas mudam seu caráter e arrancam a educação à influência da classe dominante. As declamações burguesas sobre a família e a educação, sobre os  doces laços que unem a criança aos pais, tornam-se cada vez mais repugnantes à medida que a grande indústria destroi todos os laços familiares do proletário e transforma as crianças em simples objetos de comércio, em simples instrumentos de trabalho.
 Toda a burguesia grita em côro: "Vós, comunistas, quereis introduzir a comunidade das mulheres!" Para o burguês, sua mulher nada mais é que um instrumento de produção. Ouvindo dizer que os instrumentos de produção serão explorados em comum, conclui naturalmente que haverá comunidade de mulheres. Não imagina que se trata precisamente de arrancar a mulher de seu papel atual de simples instrumento de produção....
10. Educação pública e gratuita de todas as crianças, abolição do trabalho das crianças nas fábricas, tal como é praticado hoje. Combinação da educação com a produção material, etc."  O manifesto comunista

Herbert Marcuse cunhou a frase "faça  [amor] sexo, não faça guerra"?
Os propagadores do mito do marxismo cultural dizem que sim:
Para Marcuse, o homem ocidental é unidimensional, e a única salvação é a libertação absoluta do erotismo em uma rebelião contra a racionalidade tecnológica. Foi ele que criou, na nova edição de 1966, o famoso slogan “faça amor, não faça guerra”. http://www.puggina.org/artigo/convidados/escola-de-franfkurt-satanismo-feiura-e-revolu/12003  Acesso em 01/01/2020
A conexão entre a Escola de Frankfurt e a rebelião estudantil dos anos 60 foi feita principalmente por um de seus elementos mais destacados, Herbert Marcuse – o homem que nos anos 60 cunhou a frase “Faça amor, não faça guerra”. O livro de Marcuse “Eros e Civilização” defendia que as ferramentas com as quais se deveria destruir a civilização ocidental eram o sexo, as drogas e o rock'n roll. Ele popularizou as idéias da Escola de Frankfurt de um modo que os estudantes radicais dos anos 60 podiam entender e absorver, e hoje conhecemos seu trabalho como o politicamente correto.
http://speminaliumnunquam.blogspot.com/2011/06/as-raizes-comunistas-do-politicamente.html   e  http://omarxismocultural.blogspot.com/2015/09/desenterrando-as-raizes-marxistas-do.html


Resposta:
Não. Segundo o New York Times foi Gershon Legman em 1963:
"Autodidata incansável, ... Em entrevistas, ele também disse que havia desenvolvido um vibrador no final dos anos 30 e cunhou a frase "Faça amor, não guerra" durante uma palestra na Universidade de Ohio em 1963.  The New York Times. Gershon Legman, Anthologist of Erotic Humor, Is Dead at 81. By Janny Scott March 14, 1999. 

Diane Newell Meyer atribui a si em 1965 o Slogan   https://web.archive.org/web/20140106032127/http://www.mailtribune.com/apps/pbcs.dll/article?AID=/20100815/NEWS/8150330


Herbert Marcuse foi o mentor dos movimentos estudantis dos naos 60 e 70?
Os propagadores do mito do marxismo cultural diz que sim:

Herbert Marcuse, outro grande expoente da Escola de Frankfurt, escreveu um livro chamado Eros e Civilização, na década de 50, no qual traça, com toda clareza, o programa da revolução hippie, da revolução sexual, do pacifismo. Marcuse propõe uma junção do pensamento de Freud e Marx ao defender a tese de que o americano é puritano e que por reprimir o sexo é extremamente agressivo. Para superar tal agressividade, os americanos precisam fazer guerra. Como o sistema capitalista precisa de mercados, as guerras são úteis para o imperialismo americano conquistar o mundo. A repressão sexual seria um dos meios para manter o sistema capitalista de pé, segundo Marcuse, pois ao tornar as pessoas agressivas, leva a guerras e, automaticamente, acaba por atrasar a implantação da nova sociedade marxista no mundo.
É preciso, então, que o homem reprimido, puritano, faça sexo. Daí surge o lema de Marcuse: faça amor, não faça a guerra[10]. A revolução hippie é fruto direto do pensamento de Marcuse. Segundo ele, fazendo sexo os jovens iriam se tornar pacifistas, não fariam guerras, o que faria com que o sistema capitalista caísse. Assim, o movimento hippie e Woodstock, que pareciam ser fruto da decadência do modelo da sociedade americana, fruto do capitalismo decadente e materialista, na realidade são fenômenos inoculados na sociedade americana pelos marxistas. Padre Paulo Ricardo acesso em 31/12/2019   https://padrepauloricardo.org/aulas/reacao-a-crise-marxista
Ele mesmo numa entrevista em 1978 respondeu que não
https://www.youtube.com/watch?v=4jFIfJBKdaw  acesso em 31/12/2019

"eu não era mentor  de ativistas estudantis dos anos 60 e início dos anos 70, o que eu fiz é formular e articular algumas idéias e algumas metas que estavam no ambiente naquela época,... A geração que se tornou ativa nestes anos não precisava de uma figura paterna ou um figura do avô, a fim de protestar contra uma sociedade que revelava diariamente sua injustiça, desigualdade, crueldade e sua destrutividade geral. Eles poderiam experimentar na espada diante de seus próprios olhos como características da sociedade."

Marcuse abandonou a classe operária?
Os pregadores do mito do marxismo cultural dizem que sim:
"Segundo Herbert Marcuse, ...o proletariado industrial já não servia como classe revolucionária, por ter sido corrompido pelas benesses do capitalismo. Em vez de tirar desse óbvio desmentido dos prognósticos de Marx quanto à miséria crescente dos trabalhadores no livre mercado a conclusão lógica de que o marxismo não servia para grande coisa, Marcuse achou que podia consertar a teoria simplesmente buscando uma nova classe revolucionária, definida não pela desvantagem econômica, mas por qualquer tipo de frustração psicológica. 
Em vez de uma ele descobriu três:
  •  (1) os intelectuais e estudantes, sempre revoltados contra uma sociedade que não lhes dá toda a importância que julgam merecer; 
  • (2) todos os insatisfeitos com qualquer coisa – esposas mal amadas, gays enfezados com a empáfia masculina, crianças rebeldes à autoridade paterna, etc.; 
  • (3) os marginais em geral: prostitutas, viciados, assassinos, estupradores e tutti quanti.
 Eram essas pessoas maravilhosas, e não os proletários, que tinham de ser organizadas para corromper o “sistema”, enfraquecê-lo e destruí-lo por dentro. A influência de Marcuse, fundindo-se às propostas de “revolução cultural” inspiradas em Antonio Gramsci, foi tão vasta e profunda que hoje o marcusismo em ação já nem aparece associado ao nome de seu inventor: tornou-se o modo de ser natural e universal do movimento revolucionário por toda parte."      Olavo de Carvalho http://olavodecarvalho.org/primores-de-ternura-2/ acesso em 26-12-2019
O discurso comunista mudou muito ao longo dos tempos. Começou declarando que a classe revolucionária, incumbida de destruir o capitalismo, era o proletariado industrial. Desde Herbert Marcuse, acredita que os proletários são uns vendidos e que a tarefa de transformar o mundo cabe aos estudantes, prostitutas, bandidos e drogados (e, no Brasil, aos funcionários públicos, que Marx considerava aliados naturais da burguesia). 
http://olavodecarvalho.org/o-poder-da-loucura-i/  acesso em 26-12-2019

Herbert Marcuse demite ostensivamente o proletariado da função de classe revolucionária, colocando em lugar dele os estudantes pequeno-burgueses e o Lumpenproletariat que Marx desprezava: bandidos, prostitutas, cantores de boate, drogados, bêbados e malucos em geral. Antonio Gramsci prefere os intelectuais. E Ernesto Laclau proclama que nem é preciso uma classe revolucionária existente: a mera força da propaganda cria a classe revolucionária do nada. 
http://olavodecarvalho.org/o-burgues-segundo-marx/ acesso em 26-12-2019

Resposta:


https://www.youtube.com/watch?v=K1VeKFIv_Mc   acesso em 31/12/2019




Marcuse na verdade via a necessidade de junção do proletariado e dos movimentos sociais, uma ação conjunta:

A estabilidade do capitalismo foi perturbada e, de fato, escala internacional; o sistema expõe cada vez mais seus interesses destrutividade e irracionalidade. É a partir deste ponto que o protesto cresce e se espalha, mesmo que seja amplamente desorganizado, difuso, desconectado e ainda sem nenhum objetivo socialista evidente a princípio. Entre os trabalhadores, o protesto expressa-se sob a forma de ataques violentos, absenteísmo e disfarçado sabotagem ou aparece em surtos contra a liderança sindical; aparece como bem nas lutas das minorias sociais oprimidas e, finalmente, no movimento de libertação das mulheres. The failure of the new left?  1979, p. 7

Essa revolução seria apropriado às condições criadas pelo capitalismo tardio. Seus portadores seriam uma classe trabalhadora expandida com uma existência social alterada e diferentes consciência, uma classe trabalhadora expandida que incluiria grandes segmentos das outrora independentes classes médias e intelectuais. The failure of the new left?  1979, p. 7



"e eles ainda não reduziram a diferença entre a classe trabalhadora e a Nova Esquerda, especialmente os intelectuais radicais. Não adianta minimizar a hostilidade dos trabalhadores: esta hostilidade é racional e bem fundamentada. E, no entanto, a conjuntura entre as duas forças é uma condição prévia para a mudança: a consciência sindical deve se tornar consciência política, consciência socialista. Isso não será alcançado "" indo se juntar aos trabalhadores '', participando de piquetes, defendendo suas "causas", etc. A junção pode apenas tomar vida no processo de mudança social, no qual os dois grupos ajam cada um em suas próprias bases e em termos de sua própria consciência, queixas e metas. Esta é, por exemplo, a estratégia da Sinistra Proletaria na Itália: "" estudantes e intelectuais que anteriormente trabalharam dentro dos grupos de base nas fábricas, agora sem agitação dentro ou na frente das fábricas. Lá, a propaganda militante política é feita pelos próprios trabalhadores, principalmente trabalhadores jovens, enquanto os estudantes apoiam os trabalhadores fornecendo material para agitação, pesquisas nas várias partes da cidade, etc.   “os diferentes interesses específicos de cada grupo experimentado e articulado em seus próprios termos e situação (na fábrica, loja, escritório, vizinhança), encontrem bases e estratégias comuns” (MARCUSE, Counterrevolution and revolt. Boston: Beacon Press, 1972, p. 40

Em outras palavras, a classe trabalhadora é o sujeito potencial da revolução não apenas porque é a classe explorada em modo de produção capitalista, mas porque as necessidades e Aspiração desta classe exigem a abolição deste modo de Produção. Segue-se que, se a classe trabalhadora não é mais essa "negação absoluta" da sociedade existente, se ela se tornou uma classe. nesta sociedade, compartilhando suas necessidades e aspirações, então a transferência de poder somente para a classe trabalhadora (não importa que forma) não garante a transição para o socialismo como sociedade qualitativamente diferente. A própria classe trabalhadora deve mudar para se tornar o poder que afeta essa transição. Se as necessidades criadas, mas não satisfatórias pelo capital monopolista, assumiriam uma força subversiva e se tornariam o solo para o desenvolvimento da consciência política entre os trabalhadores da população, não seria (isso é decisivo!) o ressurgimento da consciência de classe proletária; não desencadearia uma classe trabalhadora contra todos os outros setores da população trabalhadora, não "trabalho assalariado" versus capital, mas todas classes dependentes contra o capital. Da mesma forma, essa nova consciência seria / militaria contra a estrutura dos sindicatos de política: visaria o fim do modo estabelecido de produção na sua totalidade. Essa é a dinâmica do monopólio capitalista: a sujeição de toda a população ao domínio do capital e seu estado corresponde à necessidade universal de sua abolição. Se esse  desenvolvimento modificar o conceito original de classe, se obscurecer o nítido contraste entre o colarinho azul da classe trabalhadora e outros setores da população trabalhadora,  então, é devido a mudanças na realidade do capitalismo que ser conceituado na teoria do capitalismo. Idem, p 38-39

Como processo histórico, o processo dialético inclui a consciência: reconhecimento e domínio de potencialidades libertadoras.  Assim, entenda a liberdade. No grau em que a conscientização é determinada pelas demandas e interesses da sociedade estabelecida "carece de liberdade"; na medida em que a sociedade estabelecida é irracional, a consciência se torna livre para a maior racionalidade histórica apenas na luta contra a sociedade estabelecida. A verdade e a liberdade do pensamento negativo têm sua base e sua razão nesta luta. Assim, segundo Marx, o proletariado é a força histórica libertadora apenas como força revolucionária; a determinada negação do capitalismo ocorre se e quando o proletariado torna-se consciente de si mesmo e das condições e processos que moldam sua sociedade. Essa conscientização é um pré-requisito, tanto quanto um elemento da prática de negação.  Esse "sim" é essencial para o progresso histórico: é o elemento de liberdade (e da oportunidade!) que abre as possibilidades de conquista da necessidade dos fatos apresentados. Sem ele, a história cai na escuridão da natureza não conquistada. HERBERT MARCUSE EL HOMBRE UNIDIMENSIONAL ENSAYO SOBRE LA IDEOLOGÍA DE LA SOCIEDAD INDUSTRIAL AVANZADA p. 251 



Os anos 60 marcam um ponto de virada no desenvolvimento do capitalismo (possivelmente também do socialismo); e foi a Nova Esquerda, que colocou uma abordagem abrangente, se esquecida e suprimida dimensão da mudança social radical na agenda; foi a nova esquerda que escreveu em seus banners - mesmo que de forma caótica e um tanto imatura forma - a idéia de uma revolução  no século 20 que seria específica para seu tempo e distinto de todas as revoluções anteriores. Essa revolução seria apropriado às condições criadas pelo capitalismo tardio. Seus portadores seriam uma classe trabalhadora expandida com uma existência social alterada e diferentes consciência, uma classe trabalhadora expandida que incluiria grandes segmentos das outrora independentes, classes média e intelectual The failure of the new left?  1979, p. 8.



Marcuse criou a metodologia do sexo livre para destruir a família monogâmica?

Resposta:


Nâo. Ele defendia um conceito, utópico, onde em consequência da transformação da sociedade por meio da reorientação do trabalho para a glorificação das necessidades individuais iria acontecer uma:
  •  transformação da libido da sexualidade
  • que se expressaria num declínio da supremacia genital onde haveria uma sublimação do desejo sexual para atividades de prazer não relacionadas ao sexo. Inclusive o trabalho
  •   Ele não defendeu a liberação da sexualidade reprimida:
Com o aparecimento de um princípio de realidade não-repressivo, com a abolição da mais-repressão requerida pelo princípio de desempenho, esse processo seria invertido. Nas relações sociais, a coisificação reduzir-se-ia à medida que a divisão do trabalho se

reorientasse para a gratificação de necessidades individuais desenvolvendo-se livremente; ao passo que, na esfera das relações libidinais, o tabu sobre a coisificação do corpo seria atenuado. Tendo deixado de ser usado como instrumento de trabalho em tempo integral, o corpo seria ressexualizado. A regressão envolvida nessa propagação da libido manifestar-se-ia, primeiro, numa reativação de todas as zonas erotogênicas e, conseqüentemente, numa ressurgência da sexualidade polimórfica pré-genital e num declínio da supremacia genital. Todo o corpo se converteria em objeto de catexe, uma coisa a ser desfrutada um instrumento de prazer. Essa mudança no valor e extensão das relações libidinais levaria a uma desintegração das instituições em que foram organizadas as relações privadas interpessoais,particularmente a família monogâmica e patriarcal. Essas perspectivas parecem confirmar a expectativa de que a libertação dos instintos só poderá conduzir a uma sociedade de maníacos sexuais isto é, a sociedade nenhuma. Contudo, o processo que acabamos de esboçar envolve não uma simples descarga, mas uma transformação da libido da sexualidade refreada, sob a supremacia genital, à erotização da personalidade total. É uma propagação e não uma explosão de libido, sua disseminação nas relações privadas e sociais que preencherá a lacuna mantida entre elas por um princípio de realidade repressiva. Essa transformação da libido seria o resultado de uma transformação social que autorizou o livre jogo de necessidades e faculdades individuais. Em virtude dessas condições, o livre desenvolvimento da libido transformada, para além das instituições do princípio de prazer, difere essencialmente da liberação da sexualidade reprimida, dentro do domínio dessas instituições.
Este último processo faz explodir a sexualidade suprimida; a libido continua acusando a marca da supressão e manifesta-se nas abomináveis formas tão bem conhecidas na história da civilização; nas orgias sádicas e masoquistas das massas desesperadas, das

elites da sociedade , dos bandos famintos de mercenários, dos guardas de presídios e

campos de concentração. Tal descarga de sexualidade fornece uma saída periodicamente necessária para a frustração insuportável; robustece, mais do que debilita, as raízes da coação instintiva; conseqüentemente, tem sido usada, repetidas vezes, como um instrumento apropriado para os regimes supressivos.
Em contraste, o livre desenvolvimento da libido transformada, dentro das instituições transformadas, embora erotizando zonas,

tempo e relações previamente tabus, reduziria ao mínimo as manifestações de mera sexualidade mediante a sua integração numa ordem muito mais ampla, incluindo a ordem de trabalho. Nesse contexto, a sexualidade tende para a sua própria sublimação: a libido não reativaria,

simplesmente, os estágios pré-civilizado e infantil, mas transformaria também o conteúdo pervertido desses estágios.

O termo perversões abrange fenômenos sexuais de origem essencialmente diferente. O mesmo tabu impera sobre manifestações instintivas incompatíveis com a civilização e sobre as que são incompatíveis com a civilização repressiva, especialmente a supremacia monogâmica genital. Contudo, dentro da dinâmica histórica do instinto, por exemplo, a coprofilia e a homossexualidade ocupam um lugar e têm uma função 176-178
Com essa restauração da estrutura primária da sexualidade, a primazia da função genital foi quebrada assim como a dessexualização do corpo que acompanhou essa primazia.

O organismo, em sua totalidade, torna-se o substratum da sexualidade, enquanto, ao mesmo tempo, o objetivo do instinto deixa de ser absorvido por uma função especializada, ou seja, a de pôr os órgãos genitais do indivíduo em contato com os de alguém do sexo oposto . Assim ampliados, o campo de ação e o objetivo do instinto convertem-se na vida do próprio organismo.Por sua lógica intrínseca, esse processo sugere, quase naturalmente, a transformação conceptual da sexualidade em Eros. A introdução do termo Eros nos últimos escritos de Freud foi certamente motivada por razões diferentes; Eros, como instinto de vida, significa um instinto biológico mais amplo, em lugar de um âmbito mais vasto de sexualidade
179-180
 Por exemplo, se o trabalho for acompanhado por uma reativação do erotismo polimórfico pré-genital, tenderá a tornar-se gratificador em si mesmo, sem perder o seu conteúdo de trabalho. Ora, é precisamente tal reativação do erotismo polimórfico que se manifesta como a conseqüência da conquista da escassez e alienação. As condições sociais alteradas criariam, portanto, uma base instintiva para a transformação do trabalho em atividade lúdica. 187
A transformação da sexualidade em Eros e sua ampliação para duradouras relações libidinais de trabalho pressupõem aqui a reorganização racional de uma gigantesca engrenagem industrial, de uma divisão social do trabalho altamente especializada, o uso de energias fantasticamente destrutivas e a cooperação de vastas massas. 188
A Metodologia da Revolução cultural não inclui imoralidade:
A premissa de que um excedente de bens materiais é a condição prévia para socialismo significa adiar a transformação revolucionária da sociedade até o dia do juízo final ou abrigando a esperança não dialética de que uma nova qualidade de a vida social e a interação evoluirão como um subproduto do quantitativo crescimento da economia. O surgimento da nova esquerda na década de 1960 desafiou vigorosamente esse conceito de socialismo e as estratégias  envolvidas....
O movimento assumiu a forma, então, de uma revolução cultural desde o próprio começo; concebeu a revolução do século 20 como aquela em que não apenas demandas políticas e econômicas, mas também radicalmente outros desejos e esperanças seriam articuladas: o desejo de um novo senso moral, de um ambiente humano, para uma completa "emancipação dos sentidos" (Marx), em outras palavras, uma liberação dos sentidos da compulsão de perceber pessoas e coisas meramente como objetos de troca. The failure of the new left?  1979, p. 4
Como, então, a Nova Esquerda deve se preparar para uma transformação tão radical?...

Por causa da maquinaria de controle global do capitalismo, a Nova esquerda - isolada da massa conservadora da população - é deixada por enquanto, com a estratégia mínima da frente unida: a cooperação de estudantes, trabalhadores militantes e pessoas de esquerda liberal (mesmo que não sejam políticas) e grupos. Essa frente unida enfrenta a tarefa de organizar protestos contra certos atos especialmente brutais de agressão e supressão por parte do regime.

 Em geral, a integração prevalecente parece impedir a formação de partidos radicais de massa, pelo menos por enquanto;  a ênfase primária da organização radical seria, então, em bases locais e regionais (nas fábricas, escritórios, universidades, complexos de apartamentos); a tarefa  incluir e articular o protesto e mobilizar-se para ações concretas.  A organização radical não se preocuparia em organizar ações para a transição para o socialismo... A transição para o socialismo não está agora na agenda; a a contra-revolução é dominante. Sob essas circunstâncias, uma luta contra as piores tendências se torna o ponto focal. O capitalismo expõe diariamente em atos e fatos que poderiam servir aos fins do protesto organizado e educação política: a preparação de novas guerras e intervenções, assassinatos políticos e tentativas de assassinato, violações brutais de direitos civis, racismo, exploração intensificada da força de trabalho. A luta normalmente surgirá primeiro nas formas democráticas burguesas (a eleição e apoio de políticos liberais, a distribuição de informações suprimidas, o protesto contra a poluição ambiental, boicotes, etc.). Exige  ações que foram legitimamente condenadas em outras situações como política reformista, econômica, liberal-burguesa pode ter um efeito positivo e importante agora: o capitalismo tardio ostenta uma tolerância diminuída limite...

Eu indiquei que em sua fase heróica, a Nova Esquerda foi permeada pela convicção de que o revolução do século 20 iria avançar em dimensões que deixam por trás de tudo o que sabemos das revoluções anteriores. Por um lado, irá mobilizar "grupos marginais" e setores sociais que não foram politizados até agora; por outro lado, essa revolução será mais do que uma revolução econômica e política; será acima de tudo cultural. The failure of the new left?  1979, p. 9
Nesse contexto, o Movimento de Libertação das Mulheres poderia se tornar a "terceira força" da revolução. The failure of the new left?  1979, pp. 10


Marcuse Incentivava o uso de drogas?
"as contraculturas criadas pela Nova Esquerda se destruíram quando perderam seu ímpeto político em favor da retirada para uma espécie  de  libertação privada (cultura das drogas, a volta aos cultos de gurus e outras seitas pseudo-religiosas), de um anti-autoritarismo abstrato e um desprezo pela teoria como uma diretiva para a praxis, da ritualização e fetichização do Marxismo The failure of the new left?  1979, p. 5   https://pdfs.semanticscholar.org/6c40/085ffc6cdb15326bffe70eb5facafbbea381.pdf 



A Liberação sexual foi fruto do marxismo?
Não foi o marxismo que trouxe uma revolução sexual

A revolução sexual diz respeito ao aumento das várias formas de atividade sexual não conjugal. Essa "liberação sexual" é resultado de uma nova perspectiva social que desafia os códigos tradicionais de comportamento relacionados à sexualidade humana. O fenômeno não foi universal, ocorreu em grande medida no mundo ocidental com muitas nuances, ... A revolução sexual teve suas maiores expressões apreendida pelo movimento hippie e pela juventude rebelde dos anos 1960 e 1970, desencadeando novos códigos de comportamento sexual e de relações interpessoais, obtendo gradativamente um status de regra geral de comportamento. É possível perceber várias mudanças no comportamento de homens e mulheres: um bom exemplo é o fato de que moças e rapazes começaram a iniciar suas atividades sexuais cada vez mais cedo; o impacto desta experimentação sexual mais precoce foi o de perceber uma idade mais avançado por ocasião do casamento. Também o crescente número de divórcio trouxe a oportunidade de homens (em menor grau) e mulheres praticarem atividades sexuais não monogâmicas, abrindo caminho para um maior número de parceiros sexuais, o que quase não ocorria em gerações anteriores, onde esse comportamento era mal visto e precisava ser feito de forma não pública. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS HUMANAS Anderson Luís de Santana 2016, p.13    http://www.ufjf.br/bach/files/2016/10/ANDERSON-LU%C3%8DS-DE-SANT%C2%B4ANA-sda.pdf

Precedentes Históricos da Revolução sexual:
1-Reforma Protestante- expansão da liberdade pessoal
 a tolerância sexual somente cresceu e se difundiu a partir de uma maior tolerância religiosa.  Com base nos escritos de variados pensadores, como John Locke, John Milton, David Hume, William Walwyn, Thomas Hobbes, Pierre Bayle, Richard Fiddes, Joseph Priestley e Robert Malthus, o autor elucida como tais filósofos ajudaram a expandir o escopo da liberdade pessoal. Buscavam, com isso, viver em um clima muito mais pluralista. O efeito das discussões filosóficas foi colocar as normas morais numa posição mais liberal, fazendo surgir, já na década de 1750, uma doutrina considerada bem desenvolvida de liberdade sexual. Sexo era, a partir desse período, uma questão privada. Criou-se um modelo civilizacional baseado nos princípios da "privacidade, igualdade e liberdade", princípios que foram fundamentais para a criação de um novo modelo de cultura sexual e que o Ocidente continua a sentir seus reflexos. DABHOIWALA, Faramerz. As origens do sexo: uma história da primeira revolução sexual. Tradução: Rafael Mantovani. 1. ed. São Paulo: Globo, 2013.p. 261-262

2- O culto à sedução- a mulher como sexo frágil
 Antes de 1800, afirma Dabhoiwala, as mulheres eram consideradas o sexo mais lascivo. Argumentos misóginos eram tão difundidos que era ideia comum entre a sociedade de que elas eram mental, moral e corporalmente mais fracas do que os homens. No século XIX ... A partir desse período, a ideia era exatamente oposta: passou-se a acreditar que na verdade eram os homens os seres mais libidinosos por natureza. 
No caso deles, isso era uma espécie de "impulso elementar". O sexo feminino passará a ser considerado como "delicado", "passivo", "frágil". Segundo o autor, tal mudança estava extremamente avançada na metade do século XVIII, pois já era expressa de forma notória em grandes romances em língua inglesa que surgiram entre as décadas de 1740 e 1750. ...Houve, por exemplo, uma enorme ascensão de atrizes profissionais no teatro inglês após 1660. As peças elisabetanas e jacobinas encenavam a vulnerabilidade feminina sempre contrastada com a lascívia masculina. A violência masculina tornou-se o tema central de vários enredos trágicos.
Peças de comédia como Rei Lear, escrita por Nahum Tate, VertueBetray'd, de John Banks, The Orphan, de Thomas Otway, e The Fair Penitent, de Nicholas Rowe, apenas para citar algumas, colocavam o sofrimento feminino no centro da história. Eram claras admoestações contra as artimanhas dos homens que colocavam em cena, quase sempre, estupros, raptos, enganações e mortes. O romance foi outro meio utilizado para
divulgar essa imagem de "sexo frágil" em relação à mulher. Conquista e sedução eram assuntos primordiais no romance, como o comprovam as obras de Jane Austen, AphraBehn, DelarivierManley e Eliza Haywood, PenelopeAubin, Jane Barker e Mary Davys. Essas autoras ajudaram, cada uma a seu próprio modo, a estabelecer o romance como a forma mais difundida de literatura inglesa, sendo a sedução - e questões como o amor, conquista e desejo carnal - seu enredo mais fundamental. Dabhoiwala acredita que o romance teve, nesse contexto, um papel fundamental na mudança para uma moralidade mais tolerante. 
 DABHOIWALA, Faramerz. As origens do sexo: uma história da primeira revolução sexual. Tradução: Rafael Mantovani. 1. ed. São Paulo: Globo, 2013.p. 262-263

3- A promiscuidade natural do macho
 "mulheres que, do século XIX em diante, deveriam se resignar, se fechar, se enclausurar cada vez mais para proteger-se das investidas masculinas. O que estava em causa, após as primeiras décadas do século XIX, era como domar a imprudência e a aparente promiscuidade "natural" do macho. Essa ideia de que as mulheres eram superioras moralmente tinha uma força gigante. Isso acabou por dividir a suposta natureza sexual dos homens e das mulheres, legitimando e acentuando preconceitos sociais e sexuais, preconceitos estes que ainda hoje se fazem presentes. Diante disso, a questão posta aos homens do período foi a seguinte: como canalizar a lascívia masculina de modo a preservar a "pureza" feminina? A resposta a essa pergunta estava, entre outras coisas, na aceitação social da prostituição. Entendia-se que melhor seria reservar uma classe de mulheres "inferiores" do que sacrificar as "respeitáveis". p. 263

4- A revolução midiática
a revolução midiática do Iluminismo - exemplificada pelo crescimento da cultura de massa, da pornografia, de publicações biográficas de prostitutas e cafetinas, de xilogravuras baratas e de gravuras das "damas de prazer" - foi central para as mudanças comportamentais em relação ao sexo no século XIX. O crescimento da mídia, a disseminação dos livreiros, o aumento do número de alfabetizados, a ascensão da imprensa periódica como os jornais e o maior uso de panfletos na sociedade fizeram emergir uma cultura midiática que ajudou a criar um novo modelo de vivências erótico-sexuais no Ocidente.
Criaram-se, por exemplo, diversos clubes especiais masculinos como o Beggar'sBeninson, em que seus membros reuniam-se para beberem, conversarem acerca de sexo e, em alguns momentos, ejacularem coletivamente lendo pornografia. O prazer sexual passou a ser celebrado em fins do século XIX. Houve, segundo o autor, uma espécie de colapso do policiamento sexual. Desenvolveu-se uma enorme indústria material dedicada ao sexo. A prostituição tornou-se mais visível. Pinturas, desenhos e livros eróticos eram sensação quase instantânea, popularizando-se no mundo anglófono. Amplamente relidos, tais imagens e textos ajudaram a apressar o desenvolvimento da vida privada. O resultado foi o aumento de um público ávido por leituras desse tipo, muito mais amplo do que nos séculos precedentes, refletindo uma nova apreciação do homem moderno com o ato sexual. 
 DABHOIWALA, Faramerz. As origens do sexo: uma história da primeira revolução sexual. Tradução: Rafael Mantovani. 1. ed. São Paulo: Globo, 2013, p. 263
A revolução sexual do sec 20
  •  os estudos e relatórios de pesquisa sobre sexualidade foram usados para descriminalizar e  condutas sexuais como sexo oral, anal e homossexualidade
  • os estudos e relatórios de pesquisa sobre sexualidade foram usados para despatologizar a homossexualidade, vista como doença, desvio ou perversão (Freud)
  • a pilula anticoncepcional
  • a inclusão da mulher no mercado de trabalho
O biólogo norte americano Alfred Charles Kinsey (1894-1956) foi um importante pioneiro nos estudos de sexo, gênero, reprodução e sem dúvida teve uma grande influencia na nova compreensão do tema. Os resultados publicados por Kinsey entre 1948 e 1953, sobre o comportamento sexual de homens e mulheres contribuíram muito para desencadear a chamada “revolução sexual” que se deu principalmente a partir da década de 1960. Suas pesquisas provocaram um grande impacto na sociedade americana do início dos anos 50. Kinsey defendeu a ideia de que todos os comportamentos sexuais considerados anômalos são na verdade normais, e, ao mesmo tempo, afirmou que ser exclusivamente heterossexual é anormal: é fruto de inibições culturais e de condicionamentos sociais, contrários à natureza do homem. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS HUMANAS Anderson Luís de Santana 2016 p. 5
Foi no âmbito  da legislação e dos costumes que a pesquisa exerceu seu impacto maior. Se os dados de Kinsey estavam corretos - e  os poucos estudos subsequentes renderam a confirmar muitos dos resultados - , isso significava que havia uma grave incongruência entre lei e conduta sexual. Os relatórios indicavam que muitos aspectos comportamentais considerados criminosos ou desviantes era praticados, na verdade, por segmentos bastantes amplos da população...contato entre a boca e a genitália, que ocorria na maioria dos casamentos da classe média, era criminoso nos termos da legislação (existentes na maioria dos estados) [EUA], que proibia a sodomia e os crimes contra a natureza. O coito pré-conjugal, que era uma atividade característica da maioria dos homens e de 50 por cento das mulheres, era um delito criminal, assim como o adultério, que era praticado pela metade dos homens e 1/4 das mulheres, segundo o levantamento de Kinsey. A homossexualidade era um fenômeno minoritário, mas as experiências homossexuais isoladas eram razoavelmente comuns em ambos os sexos... Uma interpretação do desejo. ensaios sobre o estudo da sexulaidade. John Gagnon. Rio de Janeiro:Garamond p. 95
 O trabalho de Alfred Kinsey mapeou essas mudanças e,por sua vez, influenicou as atitudes populares, a política pública e os interesses de pesquisa durante as décadas de 1950 a 1960... Uma interpretação do desejo. ensaios sobre o estudo da sexualidade. John Gagnon. Rio de Janeiro:Garamondp. 66
os efeitos das pesquisas de Kinsey e de trabalhos posteriores ... os resultados foram usados para respaldar as demandas de mudanças jurídicas Uma interpretação do desejo. ensaios sobre o estudo da sexualidade. John Gagnon. Rio de Janeiro:Garamondp. 101
A oposição teórica de Kinsey a essa visão de que todo homossexual tinha um defeito biológico, ou um defeito da educação na primeira infância, consistiu em adotar um forte postura biológica, mas que enfatizava a história evolutiva da espécie... ele afirmou que a homossexualidade, a masturbação e o sexo oral... eram atividades comuns na 'herança mamífera'... Com isso foi possível criar a legitimação moral e política da homossexualidade, tratando-a como parte de um mundo natural que deveria ser limitado aos artifícios da cultura Uma interpretação do desejo. ensaios sobre o estudo da sexualidade. John Gagnon. Rio de Janeiro:Garamond p. 185

A crença coletiva na existência de um grande numero de homossexuais [advindas das pesquisas de Kinsey e de outros pesquisadores posteriores] reforçou o sentimento de normalidade pessoal  e combateu a visão psicanalítica e médica tradicional da homossexualidade sustentada pelos homossexuais, que não mais aceitaram tão prontamente a ideia de ser 'doentes'  Uma interpretação do desejo. ensaios sobre o estudo da sexualidade. John Gagnon. Rio de Janeiro:Garamondp. 102

Kinsey e sua obra- O comportamento sexual  da mulher... A sexualidade em seu sentido mais lato, revelou-se abertamente; palavras antes não proferidas fora de grupos de profissionais especializados e dos que estavam familiarizados com a cultura psicanalítica, e nunca escritas na imprensa popular, tornaram-se parte do discurso nacional. Pênis, vagina, contato orogenital, orgasmo, homossexual e coito extraconjugal passaram a ser palavras ditas por pessoas e surgiram nas páginas impressas. Condutas até então não mencionadas, ou mencionadas nos termos mais negativos, foram declaradas excepcionalmente comuns...
 Uma interpretação do desejo. ensaios sobre o estudo da sexulaidade. John Gagnon. Rio de Janeiro:Garamond p. 183

 Algumas descobertas científicas tiveram um impacto mais direto no comportamento da sociedade. Como exemplo podemos citar Carl Djerassi 4 criador da pílula anticoncepcional, sua invenção teve enorme impacto social, ao liberar milhões de mulheres do fardo da gravidez indesejada. Isso incentivou o desenvolvimento de uma nova classe de mulheres profissionais nas sociedades modernas, e foi uma das prováveis causas da “revolução sexual” dos anos 70, ao permitir o sexo fora do casamento sem medo de gravidez.  Reagentes de Telúrio em Síntese Orgânica Estudos Visando a Síntese Total do Siphonodiol. Ricardo Machado Ellensohn Doutorando UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE QUÍMICA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FUNDAMENTAL. São Paulo, 2000.

 A contracepção moderna mostrou ser a mais revolucionária prática da história da moral sexual, na medida em que serviu como um instrumental importante na emancipação da mulher, separando a sexualidade feminina da procriação como implicação. A revolução sexual é celebrada, em quase todos os aspectos, como uma conquista, uma evolução necessária para a sociedade moderna: libertou as mulheres da escravatura da sua fertilidade, proporcionando-lhe oportunidades pessoais e profissionais; libertou os homens das cadeias que consistia em terem de assumir a responsabilidade pelas mulheres com quem tinham relações sexuais e/ou pelos filhos que daí resultava. De forma otimista, podemos afirmar que também os filhos se beneficiaram com esta situação, pois a facilidade de limitar o número de nascimentos resultaria em que cada filho teria que dividir com menos dependentes a atenção familiar UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS HUMANAS Anderson Luís de Santana 2016,p. 14

Música popular, cinema, jogos violentos a serviço do marxismo? 

Adorno viria a torna-se no líder da divisão focada nos "estudos músicas" da Escola de Frankfurt, que promoveu no seu livro "Theory of Modern Music" a perspectiva de propagar a música atonal, bem como a popular, como forma de destruir a sociedade, formas de música degeneradas como forma de promover a doença mental. Ele afirmou que os Estados Unidos poderiam ser colocados de joelhos através do uso da rádio e da televisão como forma de promover a cultura de pessimismo e desespero; perto do final dos anos 30, Adorno (juntamente com Horkheimer) haviam migrado para Hollywood.
A expansão de jogos de computador violentos também apoiava os propósitos da Escola de Frankfurt.  http://omarxismocultural.blogspot.com/2014/10/a-conspiracao-e-corrupcao-da-escola-de.html
Resposta:
O mito do marxismo cultural diz o oposto dos livros de Adorno:
Pato Donald mostra nos desenhos animados como os infelizes são espancados na realidade, para que os espectadores se habituem com o procedimento.p. 20
 A indústria cultural não sublima, mas reprime e sufoca. .... As obras de arte são ascéticas e sem pudor; a indústria cultural é pornográfica e pudica. Ela assim reduz o amor à fumaça. E dessa forma muita coisa passa, inclusive a libertinagem como especialidade corrente em pequenas doses e com a etiqueta daring (ousado). A produção em série do sexo realiza automaticamente a sua repressão. Indústria cultural e sociedade,São Paulo, Paz e Terra, 2002, p. 21


O marxismo predomina das universidades?
 - Olavo de Carvalho não tem como saber que ideias predominam na universidade porque desconhece completamente as instituições de ensino superior brasileiras. Nunca as frequentou. Qualquer um que passe seus dias nas universidades sabe que o marxismo é uma corrente de ideias muito minoritária, com uma influência muito pequena no dia a dia dessas instituições. Qual é, por exemplo, a influência do marxismo nas escolas de engenharia, de medicina e de direito das universidades brasileiras? Provavelmente nenhuma. Não são elas as que concentram a maior quantidade de professores, alunos e recursos? Mesmo nas faculdades de filosofia e ciências humanas o quadro não condiz com o retrato pintado pelos críticos do “marxismo cultural”. Na Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais havia um único Grupo de Trabalho sobre marxismo, em meio a outros 34 GTs sobre os mais variados temas. Havia, porque ele encerrou suas atividades no ano passado.

Costumo dar o exemplo do curso de Ciências Sociais da Unicamp, onde trabalho. Não temos na grade curricular uma disciplina de “Pensamento Político Socialista”, mas temos uma de “Pensamento Político Liberal” da qual fui o responsável durante anos. Na última vez que dei a disciplina de “Tradições do Pensamento Político” os alunos leram um texto de Marx, a Crítica ao Programa de Gotha, mas também leram Os Fundamentos da Liberdade, do liberal Friedrich Hayek, e Os Caminhos para a Modernidade, da conservadora Gertrude Himmelfarb. O que predomina nas faculdades de filosofia e ciências humanas é a pluralidade
Alvaro Bianchi  http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/585547-olavo-de-carvalho-e-um-efeito-da-nova-direita-e-nao-sua-causa-entrevista-especial-com-alvaro-bianchi
Onde surgiu o mito do marxismo cultural?

Gramsci nunca falou ou escreveu a respeito de um “marxismo cultural”. A expressão foi criada em ambientes intelectuais conservadores norte-americanos e foi difundida por Paul Weyrich e William S. Lind para os quais “marxismo cultural” era um sinônimo para multiculturalismo ou politicamente correto. Em resumo, afirmavam que os marxistas haviam concluído que para chegar ao poder e manter-se nele precisavam destruir a cultura Ocidental e a civilização cristã. O que Olavo de Carvalho e outros têm feito é requentar essas ideias traduzindo-as para o contexto político brasileiro Alvaro Bianchi http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/585547-olavo-de-carvalho-e-um-efeito-da-nova-direita-e-nao-sua-causa-entrevista-especial-com-alvaro-bianchi


O mito do marxismo cultural pode ser perigoso?
UM extremista de direita Anders Behring Breivik, que matou 77 pessoas em 2011

Ele afirma fazer parte de uma organização secreta que se espelha na dos antigos cavaleiros medievais, voltada a proteger os cristãos que faziam a peregrinação a Jerusalém. Esses novos templários almejariam formar “o principal movimento revolucionário conservador da Europa Ocidental”.  
https://veja.abril.com.br/mundo/assassino-de-oslo-deixou-manifesto-de-1500-paginas-em-que-se-ve-como-martir/

Anders Behring Breivik, acusado dos ataques terroristas em Oslo, na Noruega, compilou um Manifesto de 1.500 páginas sob o nome "Andrew Berwick", que cita as publicações da Fundação Free Congress dos EUA e LaRouchite. O manifesto afirma que "o politicamente correto" deve ser chamado de "marxismo cultural" e é a razão dos líderes políticos que permitem a migração muçulmana em massa para a Europa. A tese central de Breivik é emprestada da teoria da conspiração antissemita de William S. Lind sobre o "marxismo cultural".  http://www.talk2action.org/story/2011/7/23/8287/32273/Front_Page/Anders_Behring_Breivik_Soldier_in_the_Christian_Right_Culture_Wars  acesso em 01/01/2020
Em Abril de 2019 outro fanático fez o mesmo:
O suspeito de abrir fogo contra fiéis em uma sinagoga de San Diego, nos EUA, publicou um manifesto on-line culpando o “marxismo cultural”, bicho papão usado nos círculos de extrema direita mundial, https://www.diariodocentrodomundo.com.br/atirador-de-sinagoga-em-san-diego-culpou-o-marxismo-cultural-citado-por-olavistas-como-o-chanceler-araujo-o-chefe-do-mec-e-outros/ acesso em 01/01/2020
No Brasil  o grupo que assumiu o atentado em 24/12/2019 contra "Portas dos Fundos" também culpou o marxismo cultural como divulgado nos vídeos, mas retirados agora do youtube:
“Nós do Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Família Integralista Brasileira reivindicamos a ação direta revolucionária que buscou justiçar os anseios de todo povo brasileiro contra a atitude blasfema, burguesa e antipatriótica que o grupo de militantes marxistas culturais Porta dos fundos tomou quando produziu seu especial de natal a mando da mega corporação bilionária Netflix, deixando claro para todo o povo brasileiro, mais uma vez, como o grande capital anda de mãos dadas com os ditos socialistas, https://veja.abril.com.br/brasil/suposto-grupo-integralista-diz-ter-atacado-sede-do-porta-dos-fundos/ acesso em 01/01/2020



Distorções sobre Gramsci
Como são muitas leia neste link




 Marcuse foi aplicado no Brasil??
O problema é que a Nova Esquerda em que Marcuse apostava sua esperança na década de 1960 não seguiu seus conselhos, como pôde ser observado no final do século XX e início do século XXI. Pelo contrário, a Nova Esquerda acabou sendo cooptada pela totalidade do sistema capitalista e pelas regras do jogo “democrático”, adotando cada vez mais a social-democracia como resposta única, o que resultou em uma limitada estratégia que não percorreu o passo fundamental de conscientização da sociedade (reforma intelectual e moral que Gramsci defendia), partindo diretamente para a tomada do poder político UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA Carlos Augusto de Godoy Curro O PENSAMENTO DE ANTONIO GRAMSCI E AS POSSIBILIDADES DE REVOLUÇÃO PASSIVA OU EFETIVA NO CAPITALISMO DO SÉCULO XXI Uberlândia 2014,p. 70
O atual modelo educacional - não apenas aquele restrito às escolas e universidades, mas o modelo ampliado que atua em todos os meios de aprendizado dinâmico na vida social - prioriza a manutenção do poder pela hegemonia burguesa dominante. Para evitar os riscos de uma tomada de consciência e de superação do senso comum pela população, de modo a alcançar um bom senso crítico, esse modelo de educação burguês se perpetua com a utilização sem limites de mecanismos de distorção e forte propaganda (social, cultural e acadêmica) para formação da opinião pública a seu favor, inclusive chegando ao ponto de reescrever a própria História, se necessário. (A educação para além do capital. Mezaros. São Paulo: Boitempo, 2008, p. 37) 


Para conhecer outras teorias da conspiração como GLOBALISMO  click  https://averacidadedafecrista.blogspot.com/2020/06/globalismo-os-perigos-desta-teoria-da.html

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Tende a fé de Deus ou a Fé em Deus??

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Alguns dizem que Deus tem fé. Baseado em Mc 11:22
Mc 11:22 Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus;
23 porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele.

Você é cristão? Se é, significa que você é como Cristo, então, ande como Ele andou, seja como Ele foi, fale o que Ele falou.
Uma das formas de andar como Jesus é viver pela fé. Jesus viveu pela fé aqui na terra. E Ele nos ensinou a ter a fé do mesmo tipo de Deus.
Jesus falou para uma figueira não dar mais frutos e ela secou (Marcos 11.12-14). A figueira tinha ouvidos? A figueira tem vontade própria? Isto nos ensina que nós podemos falar para o câncer, para a pobreza e para qualquer outra circunstância ordenando que não dê mais fruto e seque, morra!
No outro dia, Pedro se admirou porque a figueira estava seca desde a raiz (v. 21). Mas, foi exatamente isso que Jesus havia falado. Jesus não se admirou, porque Ele tinha convicção de que o que Ele falou iria acontecer. Ele, então, explicou aos discípulos sobre a lei da fé, como ela funciona e o tipo de fé que Deus tem:
“Se alguém disser a este monte, ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar no seu coração, mas CRÊ QUE SE FARÁ O QUE DISSE, ASSIM SERÁ COM ELE” (Marcos 11.23)
A fé de Deus gera uma fala. E o que Ele fala, acontece! É assim desde a criação do mundo.
Jesus ensinou: Se alguém (qualquer pessoa), disser aquilo que está crendo no coração, será assim com ele. Se você crer no que você fala, acontecerá! Pode ser algo negativo ou positivo… Então, fale apenas positivo!
A fé fala! Seja da fé, fale fé, não fale negativo, não fale besteiras. Deixe de falar negativo. Deixe de falar que não pode, que não tem e que não dar certo. Você vai ter aquilo que você falar....
 http://verbodavida.org.br/sem-categoria/a-lei-da-fe/ acesso em 16/12/2019
Prova racional que não devemos ter fé em nós mesmos.
Partindo do pressuposto que Deus tem fé e que Jesus era ungido pelo Espírito Santo:

Se Deus tem fé, ele acredita em si, no seu poder inerente, na usa onipotência. E portanto o que ele pode criar o que não existe ainda.
Jesus quando estava na Terra fazia tudo segundo a direção do Pai pelo Poder do Espírito Santo. Ele foi capacitado por Deus. 
Nós, cristãos, não temos poder inerente, não somos onipotentes. 
Também nós cristãos temos também o Espírito Santo, assim como Jesus, e como imitadores de Cristo devemos ter fé em Deus e no Espírito Santo e não fé em nós mesmos. Pois nem mesmo Jesus fez algo de si. 
Portanto não podemos fazer o mesmo que Deus.
Nem tão pouco sermos diferentes de Jesus, pois ele mesmo confiava no Pai. Sua fé estava no Pai.
Assim não tem sentido dizer que devemos ter fé do tipo de Deus.





Prova gramatical que Deus é o objeto da fé em Mc 11:22

O erudito em Grego A. T . Robertson responde:
Have faith in God} (ecete pistin yeou). Objective genitive yeou as in #Ro 3:22,26. That was the lesson for the disciples from the curse on the fig tree so promptly fulfilled. See this point explained by Jesus in #Mt 21:21 which see for "this mountain" also Word Pictures in the New Testament - Bíblia Online 3.0
Tradução:
Tenha Fé em Deus.(ecete pistin yeou) Genitivo objetivo yeou , como em #Ro 3: 22,26. Essa foi a lição para os discípulos da maldição sobre a figueira, tão prontamente cumprida. Veja este ponto explicado por Jesus em Mt 21:21, que  também fala sobre o trecho de remover "esta montanha" 

Romanos 3:22  justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção,
Ou seja, a justiça concedida por Deus.


A New Short Grammar o f the Greek Testament (“Uma Nova Gramática Sintética do Testamento Grego”). Ali, na página 227, ele explica o significado dos genitivos subjetivo e objetivo. Para seu grande deleite, ele até se utiliza de Marcos 11.22 para ilustrar sua lição. Em essência, ele diz que um genitivo objetivo significa que o substantivo (nesse caso, theou) é o objeto da ação. Portanto, em Marcos 11.22, Deus é o objeto da fé. Isso requer que a passagem seja traduzida por “tende fé em Deus”. E rapidamente fica claro para você que, para que os mestres da Fé estivessem corretos, seria necessário um genitivo subjetivo. Em tal caso, Deus seria o sujeito da fé, e o texto poderia dizer “a fé de Deus”.
Mas eis que Robertson insiste que tal tradução é um despropósito, não tem sentido. E esclarece: “Não se trata da fé que Deus tem, e, sim, da fé da qual Deus é o objeto ”.u Visto que você faz questão de completa justiça e imparcialidade, resolve que por mais que Archibald T.  Robertson seja respeitado como gramático do grego, uma segunda opinião especializada se faz necessária. Assim sendo, passa dias examinando as obras de outros gramáticos do grego e consulta autores como Η . E. Dana, Julius R. Mantey, William Douglas Chamberlain, Curtis Vaughan, Virtus E. Gideon, James Hope Moulton e Nigel Turner, entre outros. Para sua admiração, a conclusão é sempre a mesma: os especialistas que dedicaram suas vidas ao estudo da gramática do grego são unânimes em sua opinião de que Copeland e seu séquito estão errados. Pois, ao contrário do que alegam, suas perversões não têm base no grego original!13  Cristianismo em Crise. Rio de Janeiro: CPAD, p. 97-98

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Feminismo ou Feminismos ? 4 ondas e 17 tipos- análise cristã


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"A primeira onda feminista vai do início do sec. IX até meados dos XX. ...O foco das primeiras ativistas foi a obtenção de direitos, principalmente o de votar e estudar. A igualdade do casamento, a legalização do divórcio e o direito de adquirir bens e propriedades eram outras pautas relevantes. ...A luta começou a ter resultados já no final do sec. XIX, quando por exemplo as brasileiras começaram a cursar as universidade. O sufrágio feminino começou a ser implementado em diversos países - a Nova Zelândia foi o primeiro em 1893., a Alemanha e a Inglaterra em 1918, nos Estados Unidos o direito ao voto veio em 1920. e no Brasil, somente em 1934.... Com a obtenção de direitos, outros temas foram apropriados pela pauta feminista instigados por grandes intelectuais do séc. XX, destaca-se a francesa Simone de Beauvoir, que em 1949 publicou a obra que é considerada a base da segunda onda do feminismo: O segundo sexo." Guia Mundo em Foco Especial: Feminismo. On line editora. Edição 03. Ano 03 p,. 7

1- TIPOS
Existem pelo menos 17 tipos:
"1. Feminismo por direitos iguais ou feminismo liberal: luta pelos direitos das
mulheres em instituições sociais, culturais e religiosas.

2. Feminismo complementário: pressupõe naturezas essencialmente diferentes
para homens e mulheres, permitindo, assim, a complementaridade recíproca.
Esse dualismo tende a considerar o feminino em uma das extremidades
antropológicas, definindo a natureza feminina ora como subcategoria, ora
como categoria mais excelente.

3. Feminismo ginocêntrico ou radical: parte da premissa de que existam modos
de perceber o mundo especificamente femininos. Subjaz aí a ideia de uma
natureza menos corrompida no que se refere às mulheres. Pressupõe a
construção de uma cultura particular.

4. Feminismo lésbico: recentemente também denominado queer, capta lutas
em torno da sexualidade e do grande leque de alternativas sexuais.

5. Feminismo de gênero ou feminismo de diferença: concentra sua atenção não
nas mulheres, mas nas construções culturais e sociais de gênero,
pressupostas como articulações culturais e não derivadas de dados
biológicos.

6. Feminismo maternal: desafia o individualismo com uma ética e uma política
de virtudes que foram consideradas características da vida privada e, em
especial, no cuidado com os filhos – nutrição, aceitação, crescimento,
preservação, etc.

7. Feminismo relacional: desenvolve uma ontologia filosófica e/ou social do
self, ao afirmar que mulheres foram moldadas social e discursivamente para
executar tarefas relacionais que servem ao masculino.

8. Feminismo marxista/materialista: relaciona a opressão das mulheres e os
modos de produção, descrevendo, desse modo, sua base material.

9. Feminismo pós-moderno: põe em questão as crenças advindas do
Iluminismo europeu, com encorajamento à aceitação da ambivalência, da
instabilidade e da multiplicidade.

10. Ecofeminismo: afirma que o feminismo não é apenas uma questão de
sexo/gênero, mas uma energia ou poder presente em todos os seres vivos.
Faz conexões entre a destruição do mundo e a opressão das mulheres.

11. Feminismo do Terceiro Mundo: reconhece as diferenças de raça, classe,
etnia, sexualidade e religião, além das de gênero. Atenta não apenas para a
discursividade de tais diferenças, mas para sua materialidade.

12. Feminismo contextual/global: enfatiza a realidade de que a descrição ou o
julgamento sobre fatos dependem da perspectiva da qual se fala; assim, as
diferenças não são produzidas por políticas de identidade, mas em distintos
lugares sociais, por meio e dentro das estruturas de dominação.

13. Feminismo pós-colonial: acentua elementos já trabalhados por outras
ênfases ao destacar o impacto do colonialismo e do imperialismo ocidentais
sobre a autoidentidade e o lugar social das mulheres.

14. Feminismo internacional: oriundo das quatro Conferências das Nações
Unidas sobre mulheres: Cidade do México (1975), Copenhagen (1980),
Nairóbi (1985) e Pequim (1995). Através desses movimentos, pretende
oferecer iniciativas de combate a estruturas opressivas.

15. Feminismo religioso: não separa o chamado movimento feminista “secular”
do “religioso”. Percebe a presença tanto positiva, quanto negativa da religião
na vida das mulheres e a afirma como força que opera tanto na manutenção
do status quo, quanto na transformação do mesmo.

16. Feminismo pós-bíblico: rejeita religiões bíblicas, apelando para seu impacto
violento e desumanizador ao longo da história.

17. Feminismo crítico-libertador: fruto do movimento abolicionista do séc. XIX,
dos movimentos por direitos civis e movimentos radicais da década de 60
(movimentos gay, socialistas estudantis e anticolonialistas). A despeito do
reconhecimento das múltiplas perspectivas, essa vertente convoca ao
estabelecimento de alianças para que todas as mulheres alcancem seus
direitos e reconhecimento. "

ANTROPOLOGIA DO FEMININO EM GÊNESIS:UMA NOVA CONSTRUÇÃO A PARTIR DA HERMENÊUTICA DE ELISABETH. SCHÜSSLER FIORENZA. Karen de Souza Colares. FAJE – Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, 2019.


2-ONDAS

Primeira Onda


A influencia protestante Quaker:
A primeira convenção sobre direitos das mulheres, realizada em julho de 1848 na pequena cidade de Seneca Falls , Nova York. Foi uma ideia do momento que surgiu durante uma reunião social de Lucretia Mott , uma pregadora Quaker e veterana ativista social, Martha Wright (irmã de Mott), Mary Ann McClintock, Jane Hunt e Elizabeth Cady Stanton , esposa de um abolicionista e a única não-quaker do grupo. A convenção foi planejada com cinco dias de antecedência, divulgada apenas por um pequeno anúncio não assinado em um jornal local.



Stanton elaborou o "Declaração de Sentimentos ”que orientou a Convenção de Seneca Falls . Usando a Declaração da Independência como seu guia para proclamar que “todos os homens e mulheres [foram] criados iguais”, ela elaborou 11 resoluções, incluindo a demanda mais radical - o direito ao voto. Com Frederick Douglass , um ex-escravo, argumentando eloqüentemente em seu nome, todas as 11 resoluções foram aprovadas, e Mott chegou a obter a aprovação de uma declaração final “pela derrubada do monopólio do púlpito, e para garantir à mulher participação igualitária com homens em os vários ofícios, profissões e comércio.
https://www.britannica.com/topic/feminism
 As reformas que elas reclamavam aqui ou nas convenções para os direitos da mulher, que começavam a ser organizadas em todo o lado, eram o controle dos seus saláriose o direito à propriedade privada, o acesso ao ensino e o direito de divórcio, a tutela dos filhos, e, o que era considerado mais revolucionário, o direito de voto. Política Sexual. Kate MIllet Lisboa: Dom Quixote, 1979
No entanto, ao enfatizar a educação e os direitos políticos que eram privilégios das classes altas, o movimento feminista embrionário tinha pouca conexão com mulheres comuns que limpavam casas em Liverpool ou colhiam algodão na Geórgia. A única voz de mulher não branca ouvida neste momento - a de Sojourner Truth , uma antiga escrava - simbolizava a distância entre o comum e a elite. Sua famosa “Não sou mulher? ”Discurso foi proferido em 1851 antes da Convenção dos Direitos da Mulher em Akron, Ohio, mas a verdade não dedicou sua vida aos direitos das mulheres. Em vez disso, ela promoveu o abolicionismo e um programa de distribuição de terras para outros ex-escravos. No discurso, Truth observou: “Aquele homem ali diz que as mulheres precisam ser ajudadas em carruagens, erguidas sobre valas e ter o melhor lugar em todos os lugares. Ninguém me ajuda em carruagens, nem em poças de lama, ou me dá o melhor lugar! E eu não sou mulher?

Embora Seneca Falls tenha sido seguido por convenções de direitos das mulheres em outros estados, o interesse estimulado por esses primeiros momentos de organização rapidamente desapareceu. A preocupação nos Estados Unidos voltou-se para a Guerra Civil pendente, enquanto na Europa o reformismo da década de 1840 deu lugar à repressão do final da década de 1850. Quando o movimento feminista se recuperou, ele se concentrou em uma única questão,sufrágio feminino , um objetivo que dominaria o feminismo internacional por quase 70 anos.
Após a Guerra Civil dos EUA, as feministas americanas assumiram que o sufrágio feminino seria incluído na 15ª Emenda à Constituição dos EUA, que proibia a cassação com base na raça. No entanto, os principais abolicionistas recusaram-se a apoiar tal inclusão, o que levou Stanton e Susan B. Anthony , ativista da temperança, para formar a Associação Nacional de Sufrágio Feminino em 1869. Inicialmente, baseavam sua demanda pela votação do princípio iluminista da lei natural , invocando regularmente o conceito de direitos inalienáveis ​​concedido a todos os americanos pela Declaração de Independência. Em 1900, no entanto, a paixão americana por princípios como a igualdade foi atenuada por uma enxurrada de imigrantes do Leste Europeu e pelo crescimento das favelas urbanas. Os líderes sufragistas, refletindo essa mudança de atitude, começaram a apelar para o voto não no princípio da justiça ou na humanidade comum de homens e mulheres, mas em bases racistas e nativistas. Já em 1894,Carrie Chapman Catt declarou que os votos das mulheres de classe média letradas e nascidas nos Estados Unidos equilibrariam os votos dos estrangeiros: “Tirem o voto das favelas e entreguem à mulher a cédula”.

Essa inclinação elitista ampliou a divisão entre os organizadores feministas e as massas de mulheres americanas que viviam nessas favelas ou falavam com sotaque estrangeiro. Como resultado, as mulheres da classe trabalhadora - já mais preocupadas com salários, horas e legislação protetora do que com o voto ou questões como os direitos de propriedade das mulheres - se lançaram no movimento sindical em vez de nas fileiras das feministas. Anthony, no entanto, não cedeu terreno. Na década de 1890, ela pediu apoio trabalhista para o sufrágio feminino, mas insistiu que ela e seu movimento não fariam nada sobre as exigências feitas pelas mulheres trabalhadoras até que sua própria batalha fosse vencida. Da mesma forma, quando solicitada a apoiar a luta contra a segregação de Jim Crow nas estradas de ferro da nação, ela recusou.

As feministas radicais desafiaram o foco unilateral do sufrágio como condição sine qua non da libertação das mulheres. Emma Goldman , a principal anarquista do país, ridicularizou a ideia de que a votação poderia garantir a igualdade para as mulheres, uma vez que dificilmente conseguiria isso para a maioria dos homens americanos. As mulheres ganhariam sua liberdade, ela disse, apenas “recusando o direito a qualquer pessoa sobre seu corpo… se recusando a ser um servo de Deus, o estado, a sociedade, o marido, a família, etc., tornando sua vida mais simples, mas mais profundo e mais rico ”.Charlotte Perkins Gilman , emWomen and Economics (1898), insistiu que as mulheres não seriam libertadas até que fossem libertadas da “mitologia doméstica” do lar e da família que as mantinham dependentes dos homens.


Líderes feministas tradicionais, como Stanton, conseguiram marginalizar demandas mais extremas, como a de Goldman e Gilman, mas não conseguiram garantir o voto para as mulheres. Não foi até um tipo diferente de radical,Alice Paul , reacendeu o movimento de sufrágio das mulheres nos Estados Unidos, copiando ativistas ingleses. Como os americanos, os sufragistas britânicos, liderados pelo Sindicato Nacional das Sociedades de Sufrágio de Mulheres, tinham inicialmente abordado sua luta educadamente, com um lobby feminino. Mas em 1903, uma facção dissidente liderada por Emmeline Pankhurst começou uma série de boicotes , atentados a bomba e piquetes. Suas táticas inflamaram a nação e, em 1918, o parlamento britânico estendeu a votação a mulheres chefes de família, esposas de chefes de família e mulheres formadas em universidades com idade acima de 30 anos.


Seguindo a liderança britânica, as forças de Paulo, as “tropas de choque” da cruzada de sufrágio americano, organizaram manifestações em massa, desfiles e confrontos com a polícia. Em 1920, o feminismo americano reivindicou seu primeiro grande triunfo com a aprovação da décima nona emenda da Constituição.


Segunda Onda
O movimento feminista dos anos 1960 e 1970 é chamado de segunda onda. Se as feministas da primeira onda foram inspiradas pelo movimento abolicionista, suas bisnetas foram arrastadas para o feminismo pelo movimento dos direitos civis , a consequente discussão de princípios como igualdade e justiça , e o fermento revolucionário causado pelos protestos contra a Guerra do Vietnã .


As preocupações das mulheres estavam na agenda do presidente John F. Kennedy antes mesmo desta discussão pública começar. Em 1961 ele criou a Comissão Presidencial sobre o Status da Mulher e nomeou Eleanor Roosevelt para liderá-la. Seu relatório, publicado em 1963, apoiou firmemente a família nuclear e preparou mulheres para a maternidade. Mas também documentou um padrão nacional de discriminação no emprego, salários desiguais, desigualdade legal e escassos serviços de apoio para mulheres trabalhadoras que precisavam ser corrigidas por meio de garantias legislativas de pagamento igual para trabalho igual, igualdade de oportunidades de emprego e ampliação dos serviços de assistência infantil. A Lei de Igualdade de Pagamento de 1963 ofereceu a primeira garantia, e a Lei dos Direitos Civis de 1964 foi alterada para proibir os empregadores de discriminar com base no sexo.


Alguns consideraram essas medidas insuficientes em um país onde as propagandas classificadas ainda segregavam vagas de emprego por sexo, onde as leis estaduais restringiam o acesso das mulheres à contracepção, e onde os incidentes de estupro e violência doméstica continuavam não revelados. No final dos anos 1960, então, a noção de um movimento pelos direitos das mulheres criou raízes ao mesmo tempo que o movimento dos direitos civis, e mulheres de todas as idades e circunstâncias foram envolvidas em debates sobre gênero, discriminação e a natureza da igualdade.

Dissenção e debate na segunda onda

Grupos comuns, como a Organização Nacional para as Mulheres (NOW), lançaram uma campanha pela equidade legal , enquanto grupos ad hoc organizaram protestos e marchas por várias razões - desde assaltar currículos universitários que não tinham autoras até promover o uso da palavra Senhora como uma forma neutra de tratamento - ou seja, que não se refere ao estado civil. Coletivos de saúde e centros de estupro foram estabelecidos. Os livros infantis foram reescritos para evitar estereótipos sexuais. Os departamentos de estudos das mulheres foram fundados em faculdades e universidades. As leis trabalhistas de proteção foram derrubadas. Os empregadores que discriminavam as trabalhadoras eram obrigados a compensar com o pagamento em atraso. Excluídas das ocupações dominadas por homens por décadas, as mulheres começaram a encontrar empregos como pilotos, trabalhadores da construção civil, soldados, banqueiros e motoristas de ônibus.



Diferentemente da primeira onda, o feminismo da segunda onda provocou extensa discussão teórica sobre as origens da opressão das mulheres, a natureza do gênero e o papel da família. Kate Millett A política sexual entrou na lista de best-sellers em 1970, e nela ampliou o termo política para incluir todos os "relacionamentos estruturados pelo poder" e postulou que o pessoal era realmente político.Shulamith Firestone , fundadora das Feministas Radicais de Nova York, publicou A Dialética do Sexo no mesmo ano, insistindo que o amor prejudicava as mulheres, criando algemas íntimas entre elas e os homens que amavam - homens que também eram seus opressores. Um ano depois,Germaine Greer , uma australiana que vive em Londres, publicou A Eunuco Feminina , na qual ela argumentou que a repressão sexual das mulheres as separa da energia criativa de que precisam para serem independentes e auto-realizadas.


O feminismo se tornou um rio de correntes e correntes concorrentes. 

Anarco-feministas, que encontraram uma audiência maior na Europa do que nos Estados Unidos, ressuscitaram Emma Goldman e disseram que as mulheres não poderiam ser libertadas sem desmantelar instituições como a família, a propriedade privada e o poder do Estado. 

Feministas individualistas, recorrendo aos princípios libertários do governo mínimo, romperam com a maioria das outras feministas em relação à questão de recorrer ao governo em busca de soluções para os problemas das mulheres. 

As “feministas  Amazonas celebraram a mítica heroína feminina e defenderam a libertação através da força física.

 E as feministas separatistas, incluindo muitas feministas lésbicas, pregavam que as mulheres não poderiam se libertar sem pelo menos um período de separação dos homens.






Em última análise, três grandes correntes de pensamento surgiram. 

Liberal
A primeira foi liberal , ou corrente principal do feminismo, que concentrou sua energia na mudança concreta e pragmática em nível institucional e governamental. Seu objetivo era integrar as mulheres mais profundamente na estrutura de poder e dar às mulheres acesso igual às posições que os homens tradicionalmente dominavam. Ao mesmo tempo em que objetivavam igualdade rigorosa (para ser evidenciada por medidas como um número igual de mulheres e homens em posições de poder, ou uma quantia igual de dinheiro gasto com atletas estudantes masculinos e femininos), esses grupos feministas liberais apoiavam o equivalente moderno de legislação protetora, como benefícios especiais de trabalho para as mães.


Radical
Em contraste com a abordagem pragmática adotada pelo feminismo liberal, o feminismo radical visava reformular a sociedade e reestruturar suas instituições, que viam como inerentemente patriarcais. Fornecendo a teoria central para o feminismo moderno, os radicais argumentaram que o papel subserviente das mulheres na sociedade estava intimamente ligado ao tecido social a ser desvendado sem uma reforma revolucionária da própria sociedade. Eles se esforçaram para suplantar as relações de poder hierárquicas e tradicionais que viam como reflexo de um preconceito masculino, e procuraram desenvolver abordagens não hierárquicas e antiautoritárias à política e à organização.


Cultural
Finalmente, O feminismo cultural ou de “diferença”, a última das três correntes, rejeitou a noção de que homens e mulheres são intrinsecamente os mesmos e defendiam celebrar as qualidades que eles associavam às mulheres, tais como sua maior preocupação com relacionamentos afetivos e sua preocupação crescente com os outros. Inerente à sua mensagem estava uma crítica à tentativa do feminismo mainstream (liberal) de entrar nas esferas tradicionalmente masculinas. Isto foi visto como denegrir as inclinações naturais das mulheres, tentando tornar as mulheres mais parecidas com os homens.


Como o feminismo de primeira onda, a segunda onda foi amplamente definida e liderada por mulheres brancas educadas de classe média que construíram o movimento principalmente em torno de suas próprias preocupações. Isso criou um relacionamento ambivalente, se não contencioso , com mulheres de outras classes e raças. A campanha contra a discriminação no emprego e nos salários ajudou a preencher a lacuna entre o movimento e as mulheres brancas dos sindicatos . Mas a relação do feminismo com as mulheres afro-americanas sempre colocavam maiores desafios. As feministas brancas definiram o gênero como a principal fonte de sua exclusão da participação plena na vida americana; as mulheres negras foram forçadas a enfrentar a interação entre racismo e sexismo e a descobrir como fazer os homens negros pensarem sobre questões de gênero, enquanto as mulheres brancas pensavam em questões raciais. Tais questões foram abordadas por feministas negras, incluindo Michele Wallace, Mary Ann Weathers, campainhas , Alice Walker e Bettina Aptheker.


O apelo das feministas brancas por unidade e solidariedade foi baseado no pressuposto de que as mulheres constituíam uma classe ou casta baseada em gênero, unificada pela opressão comum. Muitas mulheres negras tiveram dificuldade em ver as mulheres brancas como suas irmãs feministas; aos olhos de muitos afro-americanos, afinal, as mulheres brancas eram tão opressoras quanto os homens brancos. "Qual a relevância das verdades, das experiências e das descobertas das mulheres brancas para as negras?"Toni Cade Bambara emA mulher negra: uma antologia (1970). “Eu não sei que nossas prioridades são as mesmas, que nossas preocupações e métodos são os mesmos.” Já em Sojourner Truth , feministas negras tinham visto feministas brancas como incapazes de entender suas preocupações.



No entanto, algumas mulheres negras, especialmente mulheres negras de classe média, também insistiam que era fundamentalmente diferente ser negra e feminina do que negra e masculina. Durante a primeira conferência da Organização Nacional Feminista Negra, realizada na cidade de Nova York em 1973, ativistas de mulheres negras reconheceram que muitos dos objetivos centrais do movimento feminista dominante - creche, aborto, licença de maternidade, violência - eram críticos para os afro-americanos mulheres também. Em questões específicas, então, feministas afro-americanas e feministas brancas construíram uma relação de trabalho eficaz.

A globalização do feminismo e os conflitos
No final do século XX, feministas européias e americanas começaram a interagir com os movimentos feministas nascentes da Ásia, África e América Latina . Quando isso aconteceu, mulheres em países desenvolvidos, especialmente intelectuais , ficaram horrorizadas ao descobrir que em alguns países era necessário usar véus em público ou para suportar casamentos forçados , infanticídio feminino , queima de viúvas ou corte genital feminino (FGC). 

Muitas feministas ocidentais logo se perceberam como salvadoras de Mulheres do Terceiro Mundo , pouco percebendo que suas percepções e soluções para problemas sociais estavam frequentemente em desacordo com a vida e as preocupações reais das mulheres nessas regiões. Em muitas partes da África, por exemplo, o status das mulheres começou a se deteriorar significativamente apenas com a chegada do colonialismo europeu. Nessas regiões, então, a noção de que o patriarcado era o principal problema - e não o imperialismo europeu - parecia absurda.

Os conflitos entre mulheres nos países desenvolvidos e em desenvolvimento ocorreram de maneira mais vívida em conferências internacionais. Depois da Conferência Mundial da Década das Nações Unidas para as Mulheres: Igualdade, Desenvolvimento e Paz, em 1980 , em Copenhague, mulheres de países menos desenvolvidos reclamaram que o véu e o FGC haviam sido escolhidos como prioridades da conferência sem consultar as mulheres mais interessadas. Parecia que seus colegas no Ocidente não os ouviam. Em 1994 Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, no Cairo, mulheres do Terceiro Mundo protestaram do lado de fora porque acreditavam que a agenda havia sido invadida por europeus e americanos. Os manifestantes esperavam falar sobre maneiras pelas quais o subdesenvolvimento estava impedindo as mulheres. Em vez disso, os organizadores da conferência optaram por se concentrar na contracepção e no aborto. "[As mulheres do Terceiro Mundo] observaram que não podiam muito bem se preocupar com outros assuntos quando seus filhos morriam de sede, fome ou guerra", escreveu Azizah al-Hibri, professora de direito e estudiosa dos direitos das mulheres muçulmanas. “A conferência, em vez disso, centrou-se na redução do número de bebês do Terceiro Mundo, a fim de preservar os recursos da Terra, apesar (ou é 'por causa') do fato de que o Primeiro Mundo consome muito desses recursos.” Em Pequim, na quarta conferencia internacional  em 1995, as mulheres do terceiro mundo criticaram a prioridade da mulher americana e europeia  na linguagem dos direitos reprodutivos e questões de discriminação com base na orientação sexual e seu desinteresse na proposta de plataforma mais importante para os países menos desenvolvidos - a reestruturação da dívida internacional.


Ainda assim, no final do século 20, mulheres de todo o mundo avançaram em seus interesses, embora muitas vezes em trancos e barrancos. O feminismo foi descarrilado em países como o Afeganistão, onde o Taliban firmemente reacionário e antifeminista proibiu até a educação de meninas. 

Pontos positivos e questões
Em outros lugares, no entanto, o feminismo obteve ganhos significativos para as mulheres, como visto na erradicação da mutilação genital  de muitos países africanos ou nos esforços do governo para acabar com a queima de viúvas na Índia. De maneira mais geral, e especialmente no Ocidente, o feminismo havia influenciado todos os aspectos da vida, comunicação e debate contemporâneos, desde a crescente preocupação com a linguagem sexista até a ascensão de campos acadêmicos, como estudos sobre mulheres e ecofeminismo.. Esportes, leis de divórcio, costumes sexuais, religião organizada - todos foram afetados, em muitas partes do mundo, pelo feminismo.

Ainda restavam perguntas: como o feminismo ocidental lidaria com a dissensão de mulheres que acreditavam que o movimento havia ido longe demais e se tornado radical demais? Quão uniforme e bem-sucedido poderia ser o feminismo em nível global? Os problemas enfrentados pelas mulheres nas montanhas do Paquistão ou os desertos do Oriente Médio poderiam ser tratados isoladamente ou essas questões devem ser abordadas por meio de fóruns internacionais? Dadas as situações econômicas, políticas e culturais únicas obtidas em todo o mundo, as respostas a essas perguntas pareciam bastante diferentes em Nairóbi e em Nova York.



Terceira Onda

A terceira onda de feminismo surgiu em meados da década de 1990. Foi liderado pelos assim chamados geração X que, nascidos na década de 1960 e 70 no mundo desenvolvido, veio de idade em um saturada de mídia , culturalmente e economicamente  de ambiente diversificado . Embora tenham se beneficiado significativamente dos direitos e proteções legais obtidos pelas feministas de primeira e segunda ondas, eles também criticaram as posições e o que consideraram ser um trabalho inacabado do feminismo da segunda onda.


Fundações

A terceira onda foi possibilitada pelo maior poder econômico e profissional e status alcançado pelas mulheres da segunda onda, a expansão maciça de oportunidades para a disseminação de idéias criadas pela revolução da informação no final do século XX e a chegada da maioridade. Estudiosos da geração X e ativistas.

Alguns dos primeiros adeptos da nova abordagem eram literalmente filhas da segunda onda. A Third Wave Direct Action Corporation (organizada em 1992) tornou-se em 1997 a Fundação Third Wave, dedicada a apoiar “grupos e indivíduos que trabalham em prol da justiça de gênero , racial, econômica e social”; ambos foram fundadas por (entre outros)Rebecca Walker, a filha do romancista e da segunda vacilação Alice Walker .Jennifer Baumgardner e Amy Richards, autora do Manifesto: Young Women, Feminism, and the Future (2000), nasceu em 1970 e foi criada por pessoas da segunda onda que pertenciam a grupos feministas organizados, questionou a divisão sexual do trabalho em seus lares e criou suas filhas como mulheres autoconscientes, capacitadas, articuladas e de alto desempenho.


Essas mulheres e outras pessoas como elas cresceram com a expectativa de conquista e exemplos de sucesso feminino, bem como com a consciência das barreiras apresentadas pelo sexismo , racismo e classismo. Eles escolheram combater tais obstáculos invertendo símbolos sexistas, racistas e classistas, combatendo o patriarcado com ironia , respondendo à violência com histórias de sobrevivência e combatendo a exclusão contínua com o ativismo popular e a democracia radical . Em vez de se tornar parte da “máquina”, os terceiros usuários começaram a sabotar e reconstruir a própria máquina.

Influenciadas pelo movimento pós-modernista na academia, as feministas da terceira onda procuraram questionar, recuperar e redefinir as idéias, palavras e mídias que transmitiram idéias sobre feminilidade, gênero, beleza, sexualidade, feminilidade e masculinidade, entre outras coisas. Houve uma mudança decidida nas percepções de gênero, com a noção de que existem algumas características estritamente masculinas e outras estritamente femininas, dando lugar ao conceito descontinuum de gênero. Nesta perspectiva, cada pessoa é vista como possuindo, expressando e suprimindo toda a gama de características que anteriormente haviam sido associadas a um gênero ou a outro.


 Para as feministas da terceira onda, portanto, a "libertação sexual", um dos principais objetivos do feminismo da segunda onda, foi expandida para significar um processo de primeiro tornar-se consciente das maneiras pelas quais a identidade de gênero e a sexualidade foram moldadas pela sociedade e depois intencionalmente construídas ( e tornar-se livre para expressar) a autêntica identidade de gênero.



Manifestações

A terceira onda herdou uma posição de poder institucional criada pela segunda onda, incluindo programas de estudos para mulheres em universidades, organizações feministas de longa data e publicações bem estabelecidas, como a revista Ms. e várias revistas acadêmicas. Esses pontos de venda se tornaram uma parte menos importante da cultura da terceira onda do que na segunda onda.

Ao expressar suas preocupações, as feministas da terceira onda ativamente subverteram, cooptaram e brincaram com imagens e símbolos aparentemente sexistas. Isso ficou evidente no duplo sentido e ironia da linguagem comumente adotada pelas pessoas em suas auto-apresentações. Gírias usadas de forma depreciativa na maioria dos contextos anteriores tornaram-se rótulos orgulhosos e desafiadores. O espírito e a intenção da terceira onda brilhavam através da honestidade crua, humor e horror de A peça de Eve Ensler (e livro posterior) The Vagina Monologues , uma exploração dos sentimentos das mulheres sobre a sexualidade, que incluía tópicos centrados na vagina tão diversos quanto o orgasmo, o nascimento e o estupro; a raiva justa do movimento motriz do punk rock ; e a brincadeira, seriedade e subversão do Guerrilla Girls , um grupo de mulheres artistas que usavam máscaras de gorila em um esforço para expor estereótipos femininos e combater a discriminação contra artistas femininas.

Para as feministas da terceira onda, portanto, a “liberação sexual”, um objetivo importante do feminismo da segunda onda, foi expandida para significar um processo de primeiro se tornar consciente das formas como a identidade de gênero e sexualidade foram moldadas pela sociedade e então intencionalmente construídas ( e tornar-se livre para expressar sua autêntica identidade de gênero.


A terceira onda era muito mais inclusiva de mulheres e meninas de cor do que a primeira ou segunda onda tinha sido. Em reação e oposição a imagens estereotipadas de mulheres como passivas, fracas, virgens e fiéis, ou alternativamente tão dominadoras, exigentes, sacanas e emasculantes , a terceira onda redefiniu mulheres e meninas como assertivas , poderosas e no controle de sua própria sexualidade. . Na cultura popular, essa redefinição deu origem a ícones de mulheres poderosas que incluíam os cantores Madonna , Queen Latifah e Mary J. Blige , entre outros, e as mulheres representadas em séries de televisão como Buffy the Vampire Slayer (1997-2003), Sexo na cidade(1998–2004) e Girlfriends (2000–08). A programação de mídia para crianças cada vez mais representava meninas e mulheres inteligentes e independentes em papéis principais, incluindo heroínas da Disney como Mulan (1998) e Helen Parr e sua filha Violet ( The Incredibles, 2006) e personagens de televisão como Dora ( Dora the Explorer). , 1999–2006), Carly e Sam ( iCarly , 2007–12), e a primeira protagonista feminina da Sesame Street , Abby Cadabby, que estreou em 2006. A atrevida autoexpressão da mercadoria “Girl Power” também se mostrou popular.





A crescente facilidade de publicação na Internet fez com que os e-zines (revistas eletrônicas) e os blogs se tornassem onipresentes . Muitos escritores independentes sérios, para não mencionar organizações, descobriram que a Internet oferecia um fórum para troca de informações e publicação de ensaios e vídeos que apontavam para um público potencialmente grande. A Internet democratizou radicalmente o conteúdo do movimento feminista com relação a participantes, estética e questões.



Controvérsias
Previsivelmente, a terceira onda  enfrentou críticas. Mesmo quando a terceira onda encontrou sua voz, alguns escritores se declararam pós-feministas e argumentaram que o movimento havia vivido além de sua utilidade. Enquanto isso, feministas estabelecidas da geração anterior argumentaram que os problemas realmente não haviam mudado e que as mulheres mais jovens não estavam adicionando nada de substância. Por volta de 2000, alguns escritores de dentro e de fora do movimento correram para declarar que a onda havia quebrado. Além disso, questões de comportamento sexualizado suscitaram um debate sobre se coisas como roupas reveladoras, sapatos de estilete de grife e dança do poste amador representavam verdadeira libertação sexual e igualdade de gênero ou velhas opressões disfarçadas.
Como com qualquer outro movimento social ou político, fissuras e discordâncias estavam presentes em cada onda do feminismo. A terceira onda, até certo ponto quase inimaginável para os membros das primeira e segunda ondas anteriores, era plural e multifacetada, abrangendo pessoas de muitas identidades, experiências e interesses de gênero, etnia e classe. Como tal, sua maior força, a multifocalidade, foi atacada por alguns como sua maior fraqueza. A terceira onda protestou contra essa crítica afirmando que a criação de uma agenda  ou filosofia unificada  - ou pelo menos, uma que foi unificada para além das declarações muito gerais oferecidas por grupos como a Fundação da Terceira Onda mencionada acima (“grupos e indivíduos trabalhando para gênero, racial, econômico e justiça social ”) - era um objetivo não apenas irreal, mas indesejável.



Quarta Onda
Embora debatidas por alguns, muitos afirmam que uma quarta onda de feminismo começou por volta de 2012, com foco no assédio sexual , vergonha do corpo e cultura de estupro , entre outras questões. Um componente-chave foi o uso das mídias sociais para destacar e abordar essas preocupações. A nova onda surgiu em meio a vários incidentes de alto perfil. Em dezembro de 2012, uma jovem foi brutalmente estuprada na Índia e posteriormente morreu, provocando protestos locais e indignação internacional. Isso foi seguido dois anos depois pela Campanha Gamergate, uma manifestação do chamado "movimento dos direitos dos homens" que teve sua origem no site 4chan. O GamerGate procurou ostensivamente promover a ética no jornalismo de videogame, mas na realidade era uma campanha de assédio contra os " guerreiros da justiça social ". Estes últimos eram frequentemente mulheres que se opunham aos estereótipos femininos nos videogames e foram subsequentemente inundados com ameaças de morte e ameaças de estupro. .

Nesse contexto, veio a derrota de   Hillary Clinton por 
Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA em 2016 . Trump fez uma série de comentários inflamatórios sobre as mulheres e, no dia seguinte à eleição, uma avó foi ao Facebook para propor uma marcha em Washington, DC. A sugestão rapidamente ganhou força e tornou-se um pedido de mudança social , especialmente em relação à igualdade de gênero . Conhecido como Marcha das Mulheres , cresceu para incluir manifestações nos Estados Unidos e em todo o mundo. Os protestos ocorreram em 21 de janeiro de 2017, um dia após a posse de Trump, e até 4,6 milhões de pessoas participaram dos vários eventos nos Estados Unidos, tornando a Marcha das Mulheres talvez a maior demonstração de um dia da história do país



Indiscutivelmente ainda mais significativo foi o Movimento Me Too , lançado em 2006 nos Estados Unidos para ajudar sobreviventes de violência sexual, principalmente mulheres de cor. A campanha ganhou atenção generalizada a partir de 2017, depois que foi revelado que o magnata do cinema Harvey Weinstein havia anos assediara e agredia sexualmente mulheres na indústria com impunidade . Vítimas de assédio ou agressão sexual em todo o mundo - e de todas as etnias - começaram a compartilhar suas experiências nas mídias sociais, usando a hashtag #MeToo. O movimento cresceu nos próximos meses para condenar dezenas de homens poderosos na política, negócios, entretenimento e mídia

https://www.britannica.com/topic/feminism


Análise cristã:

Como pode ser visto o movimento feminista,em sua origem foi encabeçado por mulheres cristãs em busca de igualdade de direitos como voto, direitos salariais, acesso ao ensino superior e etc.

O questionamento de papéis de gênero como por exemplo que a educação dos filhos cabe  somente à mãe, também é um aspecto positivo pois de acordo com a bíblia este papel cabe tanto ao pai tanto quanto a mãe.

Feministas da segunda onda como Sulamita Firestone apresentaram idéias bastantes contrárias a  bíblia, bem como a terceira onda especialmente na figura de Judith Butler:



 3 Liberdade para todos as mulheres e crianças usarem a sua sexualidade como quiserem. Não haverá mais nenhuma razão para não ser assim. (Razões passadas: a sexualidade plena ameaçava a continuidade da reprodução necessária para a sobrevivência humana, e, assim, a sexualidade tinha que ser restringida, através da religião e de outras instituições culturais, a fins reprodutores, sendo todo o prazer sexual não-reprodutor considerado um desvio, ou coisa pior; a liberdade sexual das mulheres poderia colocar em dúvida a paternidade da criança, ameaçando assim o patrimônio; a sexualidade infantil tinha que ser reprimida porque constituía uma ameaça ao precário equilíbrio interno da família. Estas repressões sexuais cresceram em proporção ao grau de exageração cultural da família biológica.) Em nossa nova sociedade, a
humanidade poderá finalmente voltar a sua sexualidade natural "polimorfamente perversa" — serão permitidas e satisfeitas todas as formas de sexualidade. A mente plenamente sexuada, realizada no passado apenas em alguns indivíduos (sobreviventes), tornar-se-ia universal. A realização cultural, feita artificialmente, não seria mais a única via para a auto-realização sexual. Nós poderíamos nos realizar plenamente então, simplesmente no processo de ser e agir.


4. Liberdade sexual, amor, etc. Por enquanto não falamos muito sobre o amor, nem sobre a liberdade sexual, porque não há razão para isso ser um problema: não haverá nada os impedindo. Com uma licença total, as relações humanas finalmente seriam redefinidas para melhor. Se uma criança não conhece a própria mãe, ou pelo menos não atribui a ela um valor
especial em relação às outras pessoas, é pouco provável que ela a escolha como seu primeiro objeto de amor apenas para depois ter que desenvolver inibições em relação a esse amor. É possível que a criança estabeleça suas primeiras relações físicas íntimas com pessoas de seu próprio tamanho, por mera conveniência física, exatamente como os homens e as mulheres podem preferir um ao outro em vez de pessoas do mesmo sexo, por mera conveniência física. Mas, se ao contrário ela escolhesse se relacionar sexualmente com os adultos, mesmo que isso se desse com a sua própria mãe genética, não haveria razões a priori para ela rejeitar seus avanços sexuais, uma vez que o tabu do incesto teria perdido valor. O household, forma social transitória, não estaria sujeito aos perigos da endogamia.
Shulamith Firestone, A dialética do sexo, 1972

"foram as feministas que criaram a Teoria Queer, feministas mulheres e homens. Enquanto a maior parte dos estudos gays foram feitos por homens que não liam as feministas.a Teoria Queer é uma vertente do feminismo... é uma vertente do feminismo que vem questionar se os sujeito do feminismo é a mulher...A Teoria Queer lida com o gênero como algo cultural,... no fundo o gênero é relacionado a normas e convenções culturais que variam no tempo e de sociedade para sociedade... Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Richard Miskolci. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017, p. 32
Além disso nos dias de hoje as feministas em geral, são a favor de  vários valores opostos ao cristianismo:

  • poliamor
  • aborto por qualquer motivo
  • sexo fora do casamento
  • uniões não heterosexuais

Para uma abordagem bíblica dos papéis da mulher e do homem : click https://averacidadedafecrista.blogspot.com/2018/02/a-cultura-judaico-crista-e-o-berco-do.html

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Barak abençoar ou amaldiçoar? A tradução "amaldiçoa" está errada?

Image result for barak abençoar e amldiçoar"



O termo barak não significa somente abençoar:


(bãrak) ajoelhar, abençoar, louvar, saudar, amaldiçoar (usado de modo eufemístico). 
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, p. 220


Léxico de Strong
barak

uma raiz primitiva; DITAT-285; v

1) abençoar, ajoelhar
1a) (Qal)
1a1) ajoelhar
1a2) abençoar
1b) (Nifal) ser abençoado, abençoar-se
1c) (Piel) abençoar
1d) (Pual) ser abençoado, ser adorado
1e) (Hifil) fazer ajoelhar
1f) (Hitpael) abençoar-se

2) (DITAT) louvar, saudar, amaldiçoar

AMALDIÇOAR, BLASFEMAR

1 Reis 21:10  Fazei sentar defronte dele dois homens malignos, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste <01288> contra Deus e contra o rei. Depois, levai-o para fora e apedrejai-o, para que morra.
1 Reis 21:13  Então, vieram dois homens malignos, sentaram-se defronte dele e testemunharam contra ele, contra Nabote, perante o povo, dizendo: Nabote blasfemou <01288> contra Deus e contra o rei. E o levaram para fora da cidade e o apedrejaram, e morreu.


Jó 1:5  Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado <01288> contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente

Jó 1:11  Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema <01288> contra ti na tua face.
Jó 2:5  Estende, porém, a mão, toca-lhe nos ossos e na carne e verás se não blasfema <01288> contra ti na tua face.
Jó 2:9  Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa <01288> a Deus e morre.
Salmos 10:3  Pois o perverso se gloria da cobiça de sua alma, o avarento maldiz <01288> o SENHOR e blasfema contra ele.

SAUDAR
A palavra traduzida como "maldição" significa usar para abençoar , daí saudar , 1 Samuel 25:14, seja na reunião ou na separação, como o Oriental deseja a paz (salâm) ou a bênção de Deus sobre quem ele encontra ou parte dele, Gênesis 47: 7 ; Gênesis 47:10 . A partir desse uso da palavra em tirar licença, pode ter chegado a significar despedir-se e, portanto, renegar ou renunciar.Cambridge Bible for Schools and Colleges
1 Sm 25:14  Nesse meio tempo, um dentre os moços de Nabal o anunciou a Abigail, mulher deste, dizendo: Davi enviou do deserto mensageiros a saudar a nosso senhor; porém este disparatou com eles.


LOUVAR

Jó 1:21  e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito <01288> seja o nome do SENHOR!
Salmos 16:7  Bendigo <01288> o SENHOR, que me aconselha; pois até durante a noite o meu coração me ensina.
Salmos 26:12  O meu pé está firme em terreno plano; nas congregações, bendirei <01288> o SENHOR.
Salmos 28:6  Bendito <01288> seja o SENHOR, porque me ouviu as vozes súplices!
Salmos 63:4  Assim, cumpre-me bendizer-te <01288> enquanto eu viver; em teu nome, levanto as mãos.
Salmos 96:2  Cantai ao SENHOR, bendizei <01288> o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia.
Zacarias 11:5  Aqueles que as compram matam-nas e não são punidos; os que as vendem dizem: Louvado <01288> seja o SENHOR, porque me tornei rico; e os seus pastores não se compadecem delas.