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sábado, 29 de janeiro de 2022

Canto do galo- Quantas vezes cantou o galo? Era um expressão?




 Marcos 14:30  Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes.

A expressão se referia ao período da madrugada das 24:00-3:00, observe:

Marcos 13:35  Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã;


34 O dito de Jesus: “Asseguro-lhe” (veja comentário sobre 5.18) introduz outra advertência sobre quão próxima está a deserção de Pedro: “Ainda esta noite”, na verdade, “antes que o galo cante”. Se a ideia de dois galos cantando, preservada só em alguns MSS de Marcos 14.30,68,72, é original (e pode não ser: cf. John W.Wenham, “How Many Cock-Crowings? The Problem of Harmonistic Text-Variants” [“Quantos galos cantam? O problema da harmonização em variantes textuais”], NTS 25 [1978-79], p. 523-25), então a “diferença é a mesma da de entre dizer ‘antes que o sino toque’ e ‘antes que o segundo sino toque’ (chamando para a  igreja ou para o jantar)” (Alexander). Aparentemente, na Palestina era usual o galo cantar por volta das 24h30, lh30 e 2h30 (Hans Kosmala, “The Time of the Cock-Crow” [“A hora do galo cantar”] , Annual o f Swedish Theological Institute 2 [1963], p. 118-20; 6 [1967-68], p. 132-34); por isso, os romanos usavam a expressão “canto do galo” para o intervalo entre a meia-noite e as 3:00 horas da madrugada. A despeito das declarações de Pedro de lealdade inabalável (v. 33), Jesus diz que em horas Pedro o negará (mesmo verbo usado em 16.24) três vezes.  O comentário de Mateus / D.A. Carson ;São Paulo : Shedd Publicações, 2010.. 626-627



Há algo muito interessante sobre o canto do galo. Jesus havia dito que Pedro o negaria três vezes antes do cantar do galo. Agora, isso apresenta algumas dificuldades. Segundo a Lei ritual judia era ilegal ter galos na cidade santa mas não podemos assegurar que todos obedeciam  essa Lei. Por outro lado, jamais se pode estar seguro de que o galo cantará. Não obstante, os romanos tinham um costume militar. A noite se dividia em quatro guardas: 18 a 21 h, 21 a 24, 24 a 3 e 3 a 6. Depois do terceiro guarda se trocavam os soldados de volta e para o assinalar se tocava a trombeta às três da manhã. Esse toque se chamava gallicinium em latim e alektorophonia em grego. Ambos os termos significam canto do galo. Pode ser que Jesus haja dito a Pedro: "Antes que a trombeta toque o canto do galo, você me negará três vezes". Todos os habitantes de Jerusalém devem ter conhecido o toque de trombeta das três da manhã. Essa noite ressonou por toda a cidade e Pedro se lembrou das palavras do Senhor.  COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO (WILLIAM BARCLAY) p. 521-522

Pode ser que o canto do galo não tenha pertencido a nenhuma ave; e que jamais se imaginou, desde o começo, que proviria de uma ave. Depois de tudo, a casa do sumo sacerdote estava em pleno centro de Jerusalém, e é muito pouco provável que houvesse aves domésticas em meio da cidade. De fato, a lei judaica estabelece que está proibido ter galos e galinhas na Cidade Santa, porque manchavam as coisas sagradas. Mas as três da manhã era chamado "o canto do galo" pela seguinte razão. A essa hora se trocava a guarda romana no castelo de Antônia e o sinal da mudança de guarda era um toque de trombeta. A palavra latina que designa esse toque de trombeta é gallicinium, que significa canto do galo. Pelo menos é possível pensar que no mesmo momento em que Pedro pronunciou sua terceira negação, tenha soado a trombeta do castelo acima da cidade adormecida, o gallicinium, o canto do galo, e Pedro se lembrou, e então saiu e chorou de todo o coração. p. 769-770 COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO (WILLIAM BARCLAY)


Marcos 13.35 mostra que ele marcava a terceira das quatro vigílias; veja sobre essa passagem; portanto, da meia-noite às três horas da manhã; O “duas vezes cante o galo” indica que Jesus estava se referindo à parte final daquele período.

Reconheça o fato de que, entre a meia-noite e três da manhã, não havia nada que fizesse com que um galo deixasse de cantar - portanto, Marcos 14.68 - , mas que, em relação ao cumprimento da predição de Cristo, no caso, em Mateus 26.34, 74; Lucas 22.34, 60; João 13.38; 18.27, e também em Marcos 14.30, 72, é o canto do galo que marca o final da vigília que vai da meia-noite às três horas da manhã. Veja sobre Marcos 13.35. Isso significaria que, quando Jesus predisse as três manifestações de infidelidade, ele estava, na verdade, dizendo: “Em verdade lhe digo: esta noite, antes que o galo cante pela segunda vez, você me negará três vezes” . p. 781 Comentário do Novo Testamento, Exposição do Evangelho de Marcos © 2003,Editora Cultura Cristã.

domingo, 16 de janeiro de 2022

Citações pagãs de Paulo- é errado ouvir música ou apreciar arte pagã?



Tudo que não tem origem cristã deve ser rejeitado?

Algumas pessoas dizem que devemos ouvir ou apreciar apenas a arte (musica, etc.) proveniente apenas de pessoas cristãs, mesmo que a letra, tema ou conteúdo esteja correto. Essas pessoas condenam por exemplo músicas com o tema do livro de Cantares de Salomão, o amor romantico. Mas será que a bíblia ensina isso?

Se lermos atentamente percebemos que Paulo citou pelo menos 4 poetas pagãos, mas obviamente isso não significa que ele aprovava tudo que eles escreverem.

Paulo seguia o princípio:

1 Ts 5:21  julgai todas as coisas, retende o que é bom;

22  abstende-vos de toda forma de mal.


Ao examinarmos estas passagens abaixo vamos perceber que Paulo observava o conteúdo e não a origem:

Assim, citações de Cleanto, Arato e Epimenedes em Atos 17.28, Menander em ICoríntios 15.33, Epimênides em Tito 1.12 


Atos 17:28
 pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.
Tito 1:12  Foi mesmo, dentre eles, um seu profeta, que disse: Cretenses, sempre mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos.



Estabelecendo uma identificação com sua platéia ateniense, Paulo cita textos de dois poetas gregos. Ambos os escritores exaltam as virtudes do deus Zeus. O primeiro é um poeta cretense chamado Epimênides (600 a.C.).  As palavras de seu poema aparecem num comentário do século 9º, escrito em siríaco por Iso’dad de Merv, que comenta:
“Os cretenses diziam como verdade a respeito de Zeus, que ele era um senhor; foi dilacerado por um javali e foi sepultado; e veja! Seu túmulo é conhecido entre nós; assim Minos, filho de Zeus, proferiu um discurso de louvação em favor de seu pai; e nesse ele disse:
Os cretenses entalham para ti um túmulo,
Ó Santo e altíssimo!
mentirosos, bestas selvagens e lentos glutões
pois tu não estás morto para sempre;
tu estás vivo e ressurreto; pois
em ti nós vivemos e nos movemos,
e temos o nosso ser.’



A segunda citação é do poeta Aratus (315-240 a.C.), natural da
Cilícia na Ásia Menor, e portanto, compatriota de Paulo. No século 3º
a.C., Aratus escreveu um poema honrando a Zeus numa composição
denominada Phainomena. A quarta e a quinta linhas da poesia trazem
as seguintes palavras:
 “Em tudo temos que ver com Zeus, pois somos
verdadeiramente descendência sua”

 As palavras aparecem também num Hino a Zeus escrito por Cleantes (331-233 a.C.).
Clemente de Alexandria se refere a ele no Stromata 1.19.91.4-5.

A primeira citação apresenta um pequeno problema relacionado à
sua fonte. Apesar de Iso’dad de Merv atribuir as palavras do poema a
Minos de Creta, Clemente de Alexandria atribui as linhas “os cretenses
são sempre mentirosos, bestas selvagens e glutões preguiçosos”

(veja Tt 1.12) a Epimênides.62 Com toda a probabilidade, Minos citou
tais palavras em vez de redigi-las.

Ao citar esses poetas, Paulo não está dando a entender que concorda
com o ambiente pagão no qual surgiram as citações. Pelo contrário,
ele usa as palavras para encaixá-las ao seu ensino cristão." 
Comentário do Novo Testamento: Exposição de Atos dos ApóstolosVol. 2. Simon J. Kistemakerde, 2003, Editora Cultura Cristã, p. 191-192

Cleanto:

Mais glorioso dos imortais, de muitos nomes,
Todo-poderoso e para sempre, tu, ó Zeus,
Soberano da natureza, e que guias com tua mão
Tudo quanto existe, saudamos com louvores. Justo
É que os mortais te invoquem em harmonia,
Pois somos tua geração, e nós somente,
De tudo quanto vive e se move sobre a terra,
Recebemos o dom da linguagem imitativa.



Arato:

De Zeus começa; jamais deixemos
De amar seu nome. Com ele, Zeus, estão cheios
Todos os caminhos que palmilhamos, e todos os negócios dos homens;
Enche “ele” também o mar, todo o ribeiro e baía;
E todos, em tudo, precisamos da ajuda de Zeus,
Pois também somos sua geração (Fenômenos, 1-5)

 

1 Co.15:33: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.”


·Por essa razão, Paulo cita um provérbio da obra Thais, do poeta grego Menander:
“a má companhia corrompe bons costumes”.
Sem dúvida o provérbio era bem conhecido
entre as pessoas de fala grega na Grécia e em outros lugares. Comentário do Novo Testamento – Exposição da Primeira Epístola aos Coríntios ©2003, Editora Cultura Cristã, p. 781.

Outro texto de Paulo no mostra um outro princípio daquilo que deve ocupar nosso pensamento:

Filipenses 4:8  Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.



Conclusão:

Não se busca a origem, o autor, mas o conteúdo, os valores apresentados, a letra da música.
A letra deve ser julgada de acordo com o conteúdo da mesma.
O conteúdo não deve conter coisas contrárias ao que diz o texto sagrado


para saber sobre ritmo 

sábado, 25 de dezembro de 2021

97 teses de lutero contra a Escolástica em Alemão e Português

 




"Debate sobre a Teologia Escholástica 1

 

A teologia medieval ou escolástica baseava-se amplamente no pensamento de Aristóteles (384-322 a.C.), um dos mais importantes filósofos da antiga Grécia. Era comum dizer-se que a filosofia em geral é a serva da teologia" 2 que, sem Aristóteles, ninguém pode ser teólogo'.

Formaram-se as correntes ou "escolas" dos tomistas, seguidores do dominicano italiano Tomas de Aquino (1225-1274), dos escotistas, seguidores do franciscano escocês João Duns Escoto (aproximadamente 1270-1308) 4, e dos occamistas, seguidores do franciscano inglês Guilherme de Occam (aproximadamente 1285-1349)5, sendo esta última corrente também chamada de "via moderna". 
Na Universidade de Erfurt. Lutero foi educado segundo os padrões filosofico-teológicos do occamismo. Cedo porém começou a ficar insatiseito com a maneira escolastica de fazer teologia. Com professor de interpretação da Bíblia desde 1512 na recém-fundada (1502) Üniveriidade de Wittenberg, aprofundou-se no estudo da Sagrada Escritura. Em busca de alternativas, encontrou importante ajuda nos escritos de Agostinho (353-430). bispo de Hipona, África do Norte....Agostinho era patrono da Universidade de Wittenberg, e seu pensamento foi de grande importância para a Ordem dos Agostinianos Eremitas, à qual Lutero pertenceu.

 A partir de critérios tomados da Bíblia e de Agostinho, Lutero percebeu que a teologia estava acorrentada no cativeiro da escolástica, impossibilidade articular adequadamente a questão essencial da fé cristã, ou seja, graça e justificação, Deus em seu relacionamento como ser humano e vice-versa. As verdades da fé não podem ser compreendidas em toda a sua profundidade mediante a aplicação das regras da lógica filosófica. A teologia precisava ser libertada, sobretudo da "ditadura" de Aristóteles, a quem, certa vez, Lutero caracterizou como "esse palhaço que, com sua máscara grega, tanto enganou a Igreja"6. 

0 método teológico alternativo era o do paradoxo: afirmações que a lógica tradicional considerava paradoxais passaram a ser usadas para expressar adequadamente as verdades cristãs. Lutero tornou-se o mentor espiritual da nova maneira de fazer teologia. Convenceu seus colegas da Faculdade de Teologia da necessidade de substituir as matérias tradicionais por outras, mais adequadas para conduzir os alunos ao centro da fé cristã. Em maio de 1517, escreveu a seu amigo João Lang, em Erfurt, que "nossa teologia e Agostinho progridem bem, com a ajuda de Deus, e predominam em nossa universidade. Aristóteles decai pouco a pouco e está sendo arruinado."

Na universidade havia regularmente debates públicos sobre séries de teses formuladas especialmente para essa finalidade. Quem pretendia adquirir qualquer grau acadêmico precisava demonstrar sua capacidade intelectual participando de tal debate. Como as teses não se destinavam a publicação, proporcionavam a oportunidade de apresentar idéias novas sem o risco de uma intervenção imediata das autoridades eclesiásticas. 

Para o debate de seu discípulo Francisco Günther, pretendente ao titulo de bacharel em Estudos Bíblicos, Lutero resumiu, em 97 teses claras e radicais, sua critica a todo o sistema da teologia escolástica. As teses, redigidas entre 21 de agosto e 4 de setembro de 1517, dirigem-se sobretudo contra Gabriel Bielx e sua concepção ,da capacidade natural do ser humano (teses 5 a 36), bem como contra a concepção de justiça de Aristóteles e o papel do mesmo na teologia (teses 37 a 53), tratando também da relação existente entre graça, obediência, livre arbítrio e amor (teses 54 a 97). 

O debate realizou-se em 4 de setembro de 1517. Sobre seu conteudo nada sabemos, mas o titulo de bacharel em Estudos Bíblicos foi conferido a Francisco Gunther por unanimidade. Lutero mandou as teses também para Erfurt e Nurnberg. Estava ansioso para conhecer a reação de outros. Chegou a se prontificar a ir pessoalmente a Erfurt para defender publicamente seu ataque aos fundamentos da escolástica. Seus ex-professores, não entanto, não lhe responderam diretamente. Como soube mais tarde, haviam comentado que Lutero era arrogante e condenava precipitadamente os que divergiam de sua teologia. Entre os jovens, porém, as criticas de Lutero foram recebidas como um ato de libertação das verdades bíblicas de seu cativeiro aristotélico-escolástico. Na evolução de Lutero, as teses representam a fase da critica. São o mais importante testemunho escrito de seu rompimento com a escolástica e, assim, com seu próprio passado teológico. Ainda não apresentam o programa de uma teologia alternativa. Entretanto, com as teses, Lutero removeu definitivamente os obstáculos no caminho em direção a uma teologia autêntica, que chega ao "interior da noz" e a "medula dos ossos" 9. Seu amigo Cristóvão Scheurl, de Nürnberg, respondeu-lhe, acertadamente, em 4 de novembro daquele ano, após ter recebido as teses: "Restaurar a teologia de Cristo!" E provável que as teses tenham sido originalmente impressas em forma de cartaz para poderem ser afixadas em Wittenberg, nos lugares destinados a esse fim. Não se conhece nenhum exemplar do original. Só nas reedições as teses estão numeradas; contam-se entre 97 e 100 teses. Os editores modernos preferem contar 97 teses. Joachim Fischer


Pelas teses abaixo responderei, em local e data a serem determinados ainda, o mestre10 Francisco Gunther, de Nordhausen, para obtenção do grau de bacharel em Estudos Biblicos ll, sob a presidência do reverendo padre Martinho Lutero, agostiniano, decano da Faculdade de Teologia de Wittenberg.

1. Dizer que Agostinho 12 se excede ao atacar os hereges é dizer que Agostinho quase sempre teria mentido. Contra a opinião geral.

 2. Isto é o mesmo que oferecer aos pelagianos 13 e a todos os hereges uma oportunidade de triunfo ou mesmo uma vitória; 

3. E é o mesmo que expor ao deboche a autoridade de todos os mestres da Igreja.
 
4. Por isso, é verdade que o ser humano, sendo árvore má 14, não pode senão querer e fazer o mal, 

5. Está errado que o desejo é livre para optar por qualquer uma de duas alternativas opostas; pelo contrário: ele não é livre, e sim cativo. Contra a opinião comum. 

6. Está errado que, por natureza, a vontade possa conformar-se ao ditame correto. Contra Duns Escoto e Gabriel Biel. 

7. Na verdade, sem a graça de Deus, a vontade suscita necessariamente um ato desconforme e mau. 

8. Não se segue daí, entretanto, que ela seja má por natureza, isto é, pertencente ao mal por natureza, conforme pretendem os maniqueus. 15

9. Mesmo assim, por natureza e inevitavelmente ela é má e de natureza viciada. 

10. Admite-se que a vontade não é livre para tender para aquilo que lhe parece bom segundo a razão. Contra Duns Escoto e Gabriel Biel. 

11. Ela também não tem a capacidade de querer ou não querer o que quer que se lhe apresente. 

12. Dizer isto tampouco é contra o B. Agostinho, que diz: Nada está tanto dentro da capacidade da vontade quanto a própria vontade.

 13. Absurdíssima é a consequência de que o ser humano em erro pode amar a criatura acima de tudo e, portanto, também a Deus. Contra Duns Escoto e Gabriel Biel. 

14. Não é de estranhar que ela pode conformar-se ao ditame errôneo e não ao correto. 

15. Pelo contrário, é característica sua conformar-se exclusivamente ao ditame errado e não ao correto. 

16. Preferível é esta consequência: o ser humano em erro pode amar a criatura; portanto, é impossível que ame a Deus.

17. Por natureza, o ser humano não consegue querer que Deus seja Deus; pelo contrário, quer que ele mesmo seja Deus e que Deus não seja Deus. 

18. Amar a Deus, por natureza, sobre todas as coisas, é uma ficção, uma quimera, por assim dizer. Contra a opinião quase gerai. 


19. Também não tem validade o pensamento de Escoto a respeito do valente cidadão que ama a coisa pública mais do que a si mesmo. 


20. Um ato de amizade não provém da natureza, mas da graça preveniente. Contra Gabriel Biel. 


21. Nada há na natureza senão atos de concupiscência contra Deus. 


22. Todo ato de concupiscência contra Deus é um mal e uma prostituição do espírito.

23. Também não é verdade que um ato de concupiscência pode ser posto em ordem pela virtude da esperança. Contra Gabriel Biel. 

24. Isto porque a esperança não é contrária ao amor, que somente busca e deseja o que é de Deus. 


25. A esperança não vem de méritos, mas de sofrimentos que destroem méritos. Contra a prática de muitos. 


26. O ato de amizade não é a forma mais perfeita de fazer 16 o que está em si, nem a mais perfeita disposição para a graça de Deus, nem uma forma de se converter e de se aproximar de Deus. 


27. Ele ê, isto sim, um ato de uma conversão já realizada, temporalmente e por natureza posterior à graça. 


28. “ Tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros.” [Zc 1.3.] “ Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros.” [Tg 4.8.] “ Buscai e achareis.” [Mt 7.7.] “ Quando me buscardes, serei achado de vós.” [Jr 29.13s.) — Afirmar, a respeito destas e de outras passagens semelhantes, que uma parte cabe à natureza e a outra à graça, não é outra coisa que sustentar o que disseram os pelagianos. 


29. A melhor e infalível preparação e a única disposição para a graça é a eleição e predestinação eterna de Deus. 


30. Da parte do ser humano, entretanto, nada precede à graça senão indisposição e até mesmo rebelião contra a graça. 


31. Invencionice vaníssima é a afirmação de que o predestinado pode ser condenado separando-se os conceitos, mas não combinando-os. 17 Contra os escolásticos. 


32. Igualmente não resulta nada da afirmação de que a predestinação é necessária pela necessidade da consequência, mas não pela necessidade do conseqüente. 18


33. Falsa é também a tese de que fazer o que está em si equivale a remover os obstáculos que se opõem à graça. Contra determinados teólogos. 

34. Em suma, a natureza não tem nem ditame correto nem vontade boa. 

35. Não é verdade que a ignorância irremediável 19 exime de toda culpa. Contra todos os escolásticos. 

36. Porque a ignorância de Deus, de si mesmo e do que são boas obras sempre é irremediável para a natureza. 

37. A natureza até necessariamente se vangloria e orgulha por dentro da obra que, na aparência e exteriormente, é boa. 

38. Não existe virtude moral sem orgulho ou tristeza, isto é, sem pecado. 

39. Não somos senhores dos nossos atos desde o princípio até o fim, e sim escravos. Contra os filósofos. 

40. Não nos tornamos justos por realizarmos coisas justas; é tendo sido feitos justos que realizamos coisas justas. Contra os filósofos. 

41. Quase toda a Ética de Aristóteles 20 é a pior inimiga da graça. Contra os escolásticos. 

42. É um erro dizer que a concepção de felicidade de Aristóteles não contraria a doutrina católica. Contra os moralistas. 

43. É um erro dizer que, sem Aristóteles, ninguém se torna teólogo. Contra a opinião geral. 

44. Muito pelo contrário, ninguém se torna teólogo a não ser sem Aristóteles. 

45. Dizer que o teólogo que não é um lógico é um monstruoso herege, é uma afirmação monstruosa e herética. Contra a opinião geral. 

46. É em vão que se forja uma lógica da fé, uma suposição sem pé nem cabeça. Contra os dialéticos recentes. 


47. Nenhuma fórmula silogística subsiste em questões divinas. Contra o cardeal Pedro d’Ailly. 21

48. Mesmo assim, não se segue daí que a verdade do artigo sobre a Trindade contraria as fórmulas silogísticas. Contra aqueles e contra o cardeal. 

49. Se uma fórmula silogística subsistisse em questões divinas, o artigo sobre a Trindade seria conhecido, em vez de ser crido. 

50. Em suma, todo o Aristóteles está para a teologia como as trevas estão para a luz. Contra os escolásticos.

51. É altamente duvidoso que os latinos tenham uma opinião correta sobre Aristóteles. 

52. Teria sido bom para a Igreja se Porfírio 22 com seus universalia 23 não tivesse nascido para os teólogos. 

53. As definições mais correntes de Aristóteles parecem pressupor aquilo que pretendem provar. 

54. Para o ato meritório basta a coexistência da graça; do contrário, a coexistência nada é. Contra Gabriel Biel. 

55. A graça de Deus nunca coexiste de forma ociosa, mas é espírito vivo, ativo e operante; nem mesmo pelo poder absoluto de Deus pode suceder que haja um ato de amizade sem que a graça de Deus esteja presente. Contra Gabriel Biel. 

56. Deus não pode aceitar o ser humano sem a graça justificante de Deus. Contra Occam. 

57. Perigosa é a afirmação de que a lei preceitua que o cumprimento do preceito suceda dentro da graça de Deus. Contra o cardeal Pedro d ’AiIly e Gabriel Biel. 

58. Tal afirmação implica que ter a graça de Deus seria uma nova exigência além da lei. 

59. Tal afirmação implica também que o cumprimento do preceito poderia ocorrer sem a graça de Deus. 

60. Ela também implica que a graça de Deus se tornaria mais odiosa do que a própria lei o foi. 

61. Disso não se infere que a lei deve ser guardada e cumprida na graça de Deus. Contra Gabriel Biel. 

62. Portanto, quem está fora da graça de Deus peca constantemente, mesmo não matando, não praticando adultério, não cometendo roubo. 

63. A conclusão a ser tirada é que essa pessoa peca por cumprir a lei de forma não espiritual. 

64. Não mata, não pratica adultério nem comete roubo espiritualmente quem não se ira nem cobiça. 

65. Fora da graça de Deus é a tal ponto impossível não ser tomado de ira ou de cobiça, que nem mesmo na graça isso pode suceder de forma a cumprir perfeitamente a lei. 

66. Não matar, não praticar adultério, etc. exteriormente e em ato concreto é justiça dos hipócritas. 

67. Não cobiçar e não se encolerizar provém da graça de Deus. 

68. Portanto, sem a graça de Deus é impossível cumprir a lei, seja de que maneira for.

69. Sim, por natureza, sem a graça de Deus, ela é mais transgredida ainda. 

70. Para a vontade natural, a lei, que, em si, é boa, torna-se inevitavelmente má. 

71. Sem a graça de Deus, a lei e a vontade são dois adversários implacáveis. 

72. Aquilo que a lei quer, a vontade nunca quer, a menos que, por temor ou por amor, finja querê-lo. 

73. A [ei é o executor da vontade, que é superado apenas pelo “ menino que nos nasceu” [Is 9.6]. 

74. A lei faz abundar o pecado, porque irrita e retrai de si mesma a vontade. 

75. Mas a graça de Deus faz abundar a justiça através de Jesus Cristo, porque torna agradável a lei. 

76. Toda obra da lei sem a graça de Deus parece boa exteriormente, mas interiormente é pecado. Contra os escolásticos. 

77. Sem a graça de Deus, a mão está voltada para a lei do Senhor, mas a vontade está sempre afastada dela. 

78. Sem a graça de Deus, a vontade se volta para a lei movida pela vantagem própria. 


79. Malditos são todos os que praticam as obras da lei. 

80. Benditos são todos os que praticam as obras da graça de Deus. 

81. Quando não entendido de forma errônea, o capítulo Falsas de pe. dis. V 24 confirma que, fora da graça, as obras não são boas. 

82. Não só as leis cerimoniais são leis não boas e preceitos nos quais não se vive. Contra muitos mestres. 

83. Isto vale também para o próprio Decálogo e para tudo o que puder ser ensinado ou prescrito interior ou exteriormente. 

84. A lei boa na qual se vive é o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo. 

85. Se fosse possível, a vontade de qualquer pessoa preferiria ser completamente livre e que não houvesse lei. 

86. A vontade de qualquer pessoa odeia que a lei lhe seja imposta, a menos que deseje que lhe seja imposta por amor a si mesma. 

87. Já que a lei é boa, não pode ser boa a vontade que é inimiga da lei. 

88. Disso se evidencia claramente que toda vontade natural é iníqua e má.

89. A graça é necessária como mediadora que concilie a lei com a vontade. 

90. A graça de Deus é dada para orientar a vontade, para que esta não erre também ao amar a Deus. Contra Gabriel Biel, 

91. Ela não é dada para suscitar atos com maior frequência e facilidade, mas porque, sem ela, nenhum ato de amor é suscitado. Contra Gabriel Biel. 

92. E irrefutável o argumento de que o amor seria supérfluo se, por natureza, o ser humano fosse capaz de um ato de amizade. Contra Gabriel Biel. 

93. Perversidade sutil é dizer que fruir e usar constituem o mesmo ato. Contra Occam, o cardeal Pedro d ’Ailly e Gabriel Biel. 

94. O mesmo vale para a afirmação de que o amor a Deus subsiste mesmo ao lado de intenso amor pela criatura. 95. Amar a Deus significa odiar a si mesmo e nada saber além de Deus. 

96. Nosso querer deve conformar-se em tudo à vontade divina. Contra o cardeal Pedro d’Ailly. 

97. Não só devemos querer o que ele quer que queiramos, mas devemos querer absolutamente qualquer coisa que Deus queira."

1 Disputatio contra scholasticam theologian, WA 1,224-8. Tiadução de Walter O. Schlupp. 

2 Philosophia anciila theologiae. 

3 Cf. a tese 43 deste escrito. 

4 Um dos mais brilhantes pensadores escolásticos. Lecionou em Paris, na Inglaterra e em CaIônia (Alemanha). 

5 Iniciador do norninalismo (v. nota 23 infra) dos sécs. XIV/XV e da corrente filosófico-teológica da "via moderna". Um das mais fiéis adeptos de sua teologia foi Gabriei Biel (v. nota 8 infra). Occam lecionou em Paris e faleceu na Alemanha como refugiado. 

6 Carta a Joao Lang. de 8 de fevereiro de 1517 (WA Br 1,88,17s. - n° 34). 

7 Carta de 18 de maio de 1517 (WA Br 1.99.8-10 -no 41). 

8 Aproximadamente 1410-1495. Natural da Alemanha, ocupou diversos cargos eclesiasticos, lecionou na Universidade de Tiibingen (1484-1492) e escreveu um livro didático de teologia, de ampla divulgação. Seu pensamento teve grande importância para a formaçâa teológica de Lutera. 

9 Carta a João Braun, vigario em Eisenach, de 17 de marca de 1509 (WA Br 1,17,43s. - n° 5). 

10 A universidade conferia os títulos de bacharel, mestre e doutor. Francisco Günther já obtivera o grau de mestre na Faculdade de Artes Liberais. uma espécie de curso básico para todos as estudantes.

I I Grau conferido pela Faculdade de Teologia. O bacharel em Estudos Biblicos estava habilitado a dar aulas sobre a Biblia.

12 Cf. a introduçâo a este escrito.

13 Adeptos do asceta britânico Pelágio (m. depois de 416), que viveu durante muito tcmpo em

Roma. Afirmou que o cristão é capaz de chegar a perfeicào através da cumprimento da lei

de Deus e rejeitou a doutrina do pecado original. O pelagianismo foi virias vezes condenado coma heresia.

14 Cf. Mt 7.17.

15 Adepto do persa Mani.(215-provavelmente 276) Fundador de uma religião que se espalhou por todo o imperio Romano. Sua característica principal era a dualidade entre o bem e o mal (ou entre a luz e as trevas)

16 Facere quod est in se. no original: "fazer (tudo) o que se é capaz de fazer". Trata-se da idéia de que Deus dá sua graça a quem faz o que é capar de fazer. Essa ideia está presente tanto na teologia como na religiosidade popular da Idade Média. Fazendo o que é capaz de fazer, a ser humano prepara-se para o recebimento da graça de Deus. 

Segundo Tomás de Aquino, a ser humano só pode fazê-lo movido pela graça divina. Para Alexandre de Haies íoor volta de 1170-12451. . natural da Inglaterra e desde aproximadamente 1231 franciscano. . - quem faz o que é capaz de fazer é igual a uma pessoa que abre a janela: não acende a luz no quarto nem o ilumina, mas faz com que a luz possa entrar nele para iluminá-lo.

17 O que significa separar e combinar os conceitos pode ser mostrado através do seguinte exemplo: "Quem dorme, pode estar acordado" é uma afirmação correta "separando-se os conceitos", pois um ser humano pode dormir e estar acordado em momentos diferentes.1 Mas é uma afirmacão errada "combinando-se os conceitos", pois ninguém pode dormir e estar acordado ao mesmo tempo.

18 "Necessidade da conseqiiência" quer dizer, neste contexto: aquilo que Deus quer, acontece  necessariamente; quem for predestinado por Deus, será necessariamente salvo. "Necessidade do conseqüente" quer dizer: não se pode demonstrar que determinada pessoa necessariamente tivesse que ser predestinada por Deus.

19 Ignorantia invincibilis, no original. Por "ignorância irremediável" os teólogos escolásticos entendiam o fato de que obstáculos intransponiveis impedem uma pessoa de conhecer o verdadeiro e único caminho da salvaçáo, que é indicado pela Igreja de Roma. Tal ignarância, diriam. não é pecado; conseqüentemente, exime de toda culpa. Além disso conheciam a "ignorância grave", que exime de grande parte de culpa, e a "ignorância intencional", cuja consequência é uma culpa maior.

20- Cf. a introdução a este escrito

21 1350-1420, francês. lecionou na Universidade de Paris, tendo sido mais tarde nomeado bispo (1396 em Cambrai) e cardeal (141 1). e um dos teólogos em cujos escritos Lutero se aprofundou como estudante universitário

22 232/33-304/05, filósofo neoplatõnico que, embora fosse inimigo do cristianismo, exerceu grande influência sobre o mesmo. Sua introduçào aos escritos lógicos de Aristóteles, redigida em grego e traduzida para o latim, no séc. VI, por Boécio, foi o ponto de partida para a controvérsia medieval sobre os universalia (cf. a nata seguinte). 

23 Conceitos genéricos. Na Idade Média discutiu-se a relaçào entre eles e as coisas reais e perceptíveis. O realismo platônico afirmava que os conceitos genéricos existem realmente, separados das coisas. Segundo o realismo aristotélico, os conceitos existem imanentes as coisas. Para o nominalisma, eles sao meras abstrações das coisas concretas, abstrações essas produzidas pelo raciocínio humano. 

 24 Decreturn magistri Gratiani, parte II, causa XXXIII, questào III, distinctio V, capitulo 6, in: Corpus iuris canonici, Graz, 1955, v. I, col. 1241. O Decreturn Gratiani é a campilação do direito canônico feita pelo monge camaldulense Graciano pouco depois de 1140."

 Martinho Lutero Obras Selecionadas Volume 1 Os Primórdios Escritos de 1517 a 1519, Editora Sinodal: São Leopoldo  e Concórdia Editora: Porto Alegre, 1987, p. 13-20

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Monumento da Paz x Besta do Apocalipse - Uma análise bíblica e da cultura mexicana



Monumento da Paz x Besta do Apocalipse








Escultura dos artistas do estado mexicano de Oaxaca, Jacobo e María Angeles

O monumento guardião da paz da ONU de 2021 levou muitas pessoas a comparar o jaguar alado com a besta de Apocalipse 13:1-2.

Esta postagem apresenta os seguintes tópicos:

1- O que significa o Jaguar alado na cultura mexicana?

2-Por que o Jaguar alado foi doado à ONU?

3-Quais as características da besta do Apocalipse?

4- O que significa a simbologia da besta?


1- O que significa o  jaguar alado?

E um alebrije, escultura típica da cultura mexicana. Desfile de alebrijes gigantes são comuns no méxico, como vc pode ver abaixo no link https://vidamaz.com/2019/11/07/giant-alebrije-parade/

Veja por exemplo estas figura:





O site oficial da ONU diz:


"O embaixador do México na ONU, Juan Ramon de la Fuente, explicou numa rede social da Missão mexicana, o significado da escultura.
O diplomata contou que a chegada do Guardião da Paz e da Segurança servia também para mostrar à ONU a cultura mexicana, a mensagem dos artesãos mexicanos e a contribuição do país, como membro fundador da organização." https://news.un.org/pt/story/2021/12/1772602 acesso em 09/12/2021


A Missão de Mexico ONU explicou que o animal é a fusão de 2 animais, a águia e o jaguar:


"O guardião é uma fusão de onça e águia, visto que são animais fortes e muito representativos em nossa história pré-hispânica e nacional."


2- Por que este Jaguar alado foi colocado na ONU NY?

No “Mês de Oaxaca nos Estados Unidos”( 22 de outubro a 20 de novembro) houve divulgação de alebrijes no  Rockefeller Center em Nova York, para  promoção econômica e cultural visando atrair investimentos e turismo para o estado mexicano. Este evento foi promovido pelo Consulado Geral do México:


"O Workshop Jacobo e María Ángeles criou dois "Guardiões" para viver na cidade de Nova York com a missão de acompanhar e proteger todos os migrantes latino-americanos, mexicanos e oaxaquenhos que vivem ou estão prestes a chegar aos Estados Unidos em busca de um futuro melhor para seus famílias. Essas duas figuras monumentais fazem parte da narrativa contida na coleção dos "Nômades".


"Como o próprio nome indica, eles mantêm tudo o que a tribo considera valioso: suas tradições, costumes e identidade cultural. Eles são os responsáveis ​​por dar segurança em cada guerra e adversidade que os nômades passam em sua jornada, protegendo a essência que cada membro da comunidade carrega consigo: guerreiros, tonas e guias que conduzem a peregrinação.
https://jacoboymariaangeles.com/guardians/?lang=en




"Quero dizer que estou muito grato, pois Oaxaca tem um propósito que gostamos de resumir em uma frase: queremos mais Oaxaca no mundo e mais do mundo em Oaxaca. E por estarmos aqui no Rockefeller Center em Nova York , revelando esses alebrijes e iniciando este dia festivo de promoção econômica e cultural, sabemos que estamos alcançando esse objetivo ”, disse o governador Alejandro Murat Hinojosa ao apresentar as obras dos artesãos de Oaxaca Jacobo e María Ángeles, situada no emblemático Rockefeller Center desta cidade.  https://www.theyucatantimes.com/2021/10/oaxaca-giant-alebrijes-conquer-new-york-city-with-their-magic/

Alebrijes expostos no Rockfeler Center






A praça cívica tem esculturas doadas por vários países com placas de identificação sobre a origem. O governo do México fez uma doação de um alebrije:


Doação de Luxemburgo


Doação URSS.Yevgeny. Vamos transformar espadas em relhas de arado . 1959. 
 Esta peça ilustra o fim de guerras e a transformação de uma arma de destruição em uma arma
 para semear a vida. O título da peça vem do livro de Isaías 2: 3 .


 Doação Croácia. Antun Augustinčić.uma mulher cavalgando um cavalo com um ramo de oliveira em uma das mãos e um globo na outra; um manto que esvoaçava nas costas e um cavalo numa postura que sugere um poderoso movimento para a frente, ou seja, uma liderança simbólica das nações do mundo rumo à paz.




Doação do México



"O embaixador mexicano na ONU publicou um vídeo de boas-vindas ao Guardião da Paz e Segurança Internacional, um alebrije feito por artesãos zapotecas .
Juan Ramón de la Fuente destacou que o governador de Oaxaca, Alejandro Murat, enviou a escultura para reforçar a presidência do México durante o mês de novembro, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

“Com o objetivo de demonstrar à ONU que o México tem uma cultura poderosa que pode enviar mensagens por meio de nossos artesãos e, como há 76 anos, o México continua a ser um guardião da paz e segurança internacional ”, disse ele em sua mensagem:

 https://www.informador.mx/internacional/Exponen-alebrije-en-plaza-de-la-ONU-en-Nueva-York-20211104-0154.html

 

3- Como é a descrita a besta do Apocalipse?
Ap 13?1  Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.
2 A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade.



Um leopardo:
  • sem asas
  • com pés de urso
  • boca de leão
  • 10 cabeças
  • 7 chifres
  • 10 diademas (coroas)
Ou seja, a única coisa comum com o monumento do México doado à ONU é o corpo do leopardo.


4- O que representa a simbologia da besta?
Click no link abaixo e veja os detalhes



5 -Conclusão:
Não tem relação alguma a besta do Apocalipse com o monumento da ONU. A falta de conhecimento bíblico e /ou da cultura do México causou esta confusão.