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domingo, 30 de maio de 2021

Por que Deus tirou a vida de crianças? A doutrina da medida da maldade



A MEDIDA DA  MALDADE 


A bíblia usa a expressão medida da maldade ou medida dos pecados, por exemplo sobre a destruição de Jerusalém e seus destarramento desde o ano 70 d.C:

Mt 23:32  Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.

33  Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?

34 ¶ Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade;

35  para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o santuário e o altar.

36  Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre a presente geração.

37  Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!

38  Eis que a vossa casa vos ficará deserta.

39  Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!

Mt 24:1 ¶ Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo.

2  Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.

3  No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século.

 Ts 2:16  a ponto de nos impedirem de falar aos gentios para que estes sejam salvos, a fim de irem enchendo sempre a medida de seus pecados. A ira, porém, sobreveio contra eles, definitivamente.



DEUS O JUSTO JUÍZ


Deus como juiz justo tem autoridade de julgamento sobre sua criação.

Julgou no dilúvio, em Sodoma e Gomorra e cidade vizinhas, em alguns povos de Canaã (visto a aliança com os heveus [gibeonitas] )



Ezequiel 18:23  Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? —diz o SENHOR Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva?

Ezequiel 18:32  Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei.


Salmos 7:11  Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias.

Deuteronômio 9:5  Não é por causa da tua justiça, nem pela retitude do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela maldade destas nações o SENHOR, teu Deus, as lança de diante de ti; e para confirmar a palavra que o SENHOR, teu Deus, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.

1 Samuel 2:6  O SENHOR é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir.


Quais os povos Deus ordenou tirar a vida?

Habitantes de Canaã e Amalequitas

Dt 20:10 ¶ Quando te aproximares de alguma cidade para pelejar contra ela, oferecer-lhe-ás a paz.

11 Se a sua resposta é de paz, e te abrir as portas, todo o povo que nela se achar será sujeito a trabalhos forçados e te servirá.

12 Porém, se ela não fizer paz contigo, mas te fizer guerra, então, a sitiarás.

13 E o SENHOR, teu Deus, a dará na tua mão; e todos os do sexo masculino que houver nela passarás a fio de espada;

14 mas as mulheres, e as crianças, e os animais, e tudo o que houver na cidade, todo o seu despojo, tomarás para ti; e desfrutarás o despojo dos inimigos que o SENHOR, teu Deus, te deu.

15 Assim farás a todas as cidades que estiverem mui longe de ti, que não forem das cidades destes povos.

16 Porém, das cidades destas nações que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança, não deixarás com vida tudo o que tem fôlego.

17 Antes, como te ordenou o SENHOR, teu Deus, destruí-las-ás totalmente: os heteus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus,

18 para que não vos ensinem a fazer segundo todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, pois pecaríeis contra o SENHOR, vosso Deus.


Dt 25:17  Lembra-te do que te fez Amaleque no caminho, quando saías do Egito;
18  como te veio ao encontro no caminho e te atacou na retaguarda todos os desfalecidos que iam após ti, quando estavas abatido e afadigado; e não temeu a Deus.
19  Quando, pois, o SENHOR, teu Deus, te houver dado sossego de todos os teus inimigos em redor, na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá por herança, para a possuíres, apagarás a memória de Amaleque de debaixo do céu; não te esqueças

1 Sm 15:2  Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Castigarei Amaleque pelo que fez a Israel: ter-se oposto a Israel no caminho, quando este subia do Egito.
3  Vai, pois, agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que tiver, e nada lhe poupes; porém matarás homem e mulher, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos.




As maldades do povo de Canaã
O culto do povo de Canaã era centralizado no sexo, inclusive no culto  de filhos a Moloque e que envolvia também sacrifício de crianças


Deuteronômio 9:5  Não é por causa da tua justiça, nem pela retitude do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela maldade destas nações o SENHOR, teu Deus, as lança de diante de ti; e para confirmar a palavra que o SENHOR, teu Deus, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.


Jeremias 32:35  Edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para queimarem a seus filhos e a suas filhas a Moloque, o que nunca lhes ordenei, nem me passou pela mente fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá.


Dt 12;29  Quando o SENHOR, teu Deus, eliminar de diante de ti as nações, para as quais vais para possuí-las, e as desapossares e habitares na sua terra,
30  guarda-te, não te enlaces com imitá-las, após terem sido destruídas diante de ti; e que não indagues acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviram estas nações aos seus deuses, do mesmo modo também farei eu.
31  Não farás assim ao SENHOR, teu Deus, porque tudo o que é abominável ao SENHOR e que ele odeia fizeram eles a seus deuses, pois até seus filhos e suas filhas queimaram aos seus deuses.


Lv 18:1 ¶ Disse mais o SENHOR a Moisés:
2  Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Eu sou o SENHOR, vosso Deus.
3  Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos.
4  Fareis segundo os meus juízos e os meus estatutos guardareis, para andardes neles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.
5  Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o SENHOR.
6 ¶ Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne, para lhe descobrir a nudez. Eu sou o SENHOR.
7  Não descobrirás a nudez de teu pai e de tua mãe; ela é tua mãe; não lhe descobrirás a nudez.
8  Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai; é nudez de teu pai.
9  A nudez da tua irmã, filha de teu pai ou filha de tua mãe, nascida em casa ou fora de casa, a sua nudez não descobrirás.
10  A nudez da filha do teu filho ou da filha de tua filha, a sua nudez não descobrirás, porque é tua nudez.
11  Não descobrirás a nudez da filha da mulher de teu pai, gerada de teu pai; ela é tua irmã.
12  A nudez da irmã do teu pai não descobrirás; ela é parenta de teu pai.
13  A nudez da irmã de tua mãe não descobrirás; pois ela é parenta de tua mãe.
14  A nudez do irmão de teu pai não descobrirás; não te chegarás à sua mulher; ela é tua tia.
15  A nudez de tua nora não descobrirás; ela é mulher de teu filho; não lhe descobrirás a nudez.
16  A nudez da mulher de teu irmão não descobrirás; é a nudez de teu irmão.
17  A nudez de uma mulher e de sua filha não descobrirás; não tomarás a filha de seu filho, nem a filha de sua filha, para lhe descobrir a nudez; parentes são; maldade é.
18  E não tomarás com tua mulher outra, de sorte que lhe seja rival, descobrindo a sua nudez com ela durante sua vida.
19 ¶ Não te chegarás à mulher, para lhe descobrir a nudez, durante a sua menstruação.
20  Nem te deitarás com a mulher de teu próximo, para te contaminares com ela.
21  E da tua descendência não darás nenhum para dedicar-se a Moloque, nem profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o SENHOR.
22  Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação.
23  Nem te deitarás com animal, para te contaminares com ele, nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele; é confusão.
24  Com nenhuma destas coisas vos contaminareis, porque com todas estas coisas se contaminaram as nações que eu lanço de diante de vós.

Lv 20:1 ¶ Disse mais o SENHOR a Moisés:

2  Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel, que der de seus filhos a Moloque será morto; o povo da terra o apedrejará.

3  Voltar-me-ei contra esse homem, e o eliminarei do meio do seu povo, porquanto deu de seus filhos a Moloque, contaminando, assim, o meu santuário e profanando o meu santo nome.

4  Se o povo da terra fechar os olhos para não ver esse homem, quando der de seus filhos a Moloque, e o não matar,

5  então, eu me voltarei contra esse homem e contra a sua família e o eliminarei do meio do seu povo, com todos os que após ele se prostituem com Moloque.

6  Quando alguém se virar para os necromantes e feiticeiros, para se prostituir com eles, eu me voltarei contra ele e o eliminarei do meio do seu povo.

7  Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus.

8  Guardai os meus estatutos e cumpri-os. Eu sou o SENHOR, que vos santifico.

9  Se um homem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, será morto; amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o seu sangue cairá sobre ele.

10 ¶ Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera.

11  O homem que se deitar com a mulher de seu pai terá descoberto a nudez de seu pai; ambos serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.

12  Se um homem se deitar com a nora, ambos serão mortos; fizeram confusão; o seu sangue cairá sobre eles.

13  Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.

14  Se um homem tomar uma mulher e sua mãe, maldade é; a ele e a elas queimarão, para que não haja maldade no meio vós.

15  Se também um homem se ajuntar com um animal, será morto; e matarás o animal.

16  Se uma mulher se achegar a algum animal e se ajuntar com ele, matarás tanto a mulher como o animal; o seu sangue cairá sobre eles.

17  Se um homem tomar a sua irmã, filha de seu pai ou filha de sua mãe, e vir a nudez dela, e ela vir a dele, torpeza é; portanto, serão eliminados na presença dos filhos do seu povo; descobriu a nudez de sua irmã; levará sobre si a sua iniqüidade.

18  Se um homem se deitar com mulher no tempo da enfermidade dela e lhe descobrir a nudez, descobrindo a sua fonte, e ela descobrir a fonte do seu sangue, ambos serão eliminados do meio do seu povo.

19  Também a nudez da irmã de tua mãe ou da irmã de teu pai não descobrirás; porquanto descobriu a nudez da sua parenta, sobre si levarão a sua iniqüidade.

20  Também se um homem se deitar com a sua tia, descobriu a nudez de seu tio; seu pecado sobre si levarão; morrerão sem filhos.

21  Se um homem tomar a mulher de seu irmão, imundícia é; descobriu a nudez de seu irmão; ficarão sem filhos.

22 ¶ Guardai, pois, todos os meus estatutos e todos os meus juízos e cumpri-os, para que vos não vomite a terra para a qual vos levo para habitardes nela.

23  Não andeis nos costumes da gente que eu lanço de diante de vós, porque fizeram todas estas coisas; por isso, me aborreci deles.




Deus previu e assim profetizou  dos povos cananeus ao usar Noé na profecia dos descendentes de seus 3 filhos e do neto Canaã:

Gn 9:22  Cam, pai de Canaã, vendo a nudez do pai, fê-lo saber, fora, a seus dois irmãos.

23  Então, Sem e Jafé tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a vissem.

24 ¶ Despertando Noé do seu vinho, soube o que lhe fizera o filho mais moço

25  e disse: Maldito seja Canaã; seja servo dos servos a seus irmãos.

26  E ajuntou: Bendito seja o SENHOR, Deus de Sem; e Canaã lhe seja servo.

27  Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo.


Deus deu 400 anos  para que o povo cananeu (amorreu) se arrependerem, pois a medida da maldade daquele povo estava no limite:

Gn 15:12 ¶ Ao pôr-do-sol, caiu profundo sono sobre Abrão, e grande pavor e cerradas trevas o acometeram;
13  então, lhe foi dito: Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos.
14  Mas também eu julgarei a gente a que têm de sujeitar-se; e depois sairão com grandes riquezas.
15  E tu irás para os teus pais em paz; serás sepultado em ditosa velhice.
16  Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus.
17 ¶ E sucedeu que, posto o sol, houve densas trevas; e eis um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo que passou entre aqueles pedaços.
18  Naquele mesmo dia, fez o SENHOR aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates:
19  o queneu, o quenezeu, o cadmoneu,
20  o heteu, o ferezeu, os refains,
21  o amorreu, o cananeu, o girgaseu e o jebuseu.


Deuteronômio 9:4  Quando, pois, o SENHOR, teu Deus, os tiver lançado de diante de ti, não digas no teu coração: Por causa da minha justiça é que o SENHOR me trouxe a esta terra para a possuir, porque, pela maldade destas gerações, é que o SENHOR as lança de diante de ti.
Deuteronômio 9:5  Não é por causa da tua justiça, nem pela retitude do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela maldade destas nações o SENHOR, teu Deus


A comparação dos objetos de culto e dos textos mitológicos dos cananeus com os dos egípcios e mesopotâmios, força uma única conclusão: de que a religião cananéia era muito mais centralizada no sexo e suas manifestações. Em nenhum outro país tem sido, relativamente tão grande o número de figuras da deusa nua da fertilidade, algumas distintamente obscenas, que se tem encontrado. Em nenhum outro lugar o culto da serpente aparece tão fortemente. As duas deusas Astartc fAstarote) e A na te são chamadas as grandes deusas que conceberam, mas não dão à luz\ Cortesãs sagradas e sacerdotes eunucos eram excessivamente comuns. O sacrifício humano era comum também. . .4 Arqueologia do Antigo Testamento. Merril Unger p. 38 IBR


Essa medida da maldade é citada em outras partes da Bíblia:




Os povo de Canaã sabia do Deus de Israel e seus feitos

Raabe (cananéia) e o gibeonitas (heveus) são preservados


a-Raabe e seus familiares foram preservados

Js 2:1 ¶ De Sitim enviou Josué, filho de Num, dois homens, secretamente, como espias, dizendo: Andai e observai a terra e Jericó. Foram, pois, e entraram na casa de uma mulher prostituta, cujo nome era Raabe, e pousaram ali.

2  Então, se deu notícia ao rei de Jericó, dizendo: Eis que, esta noite, vieram aqui uns homens dos filhos de Israel para espiar a terra.

3  Mandou, pois, o rei de Jericó dizer a Raabe: Faze sair os homens que vieram a ti e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a terra.

4  A mulher, porém, havia tomado e escondido os dois homens; e disse: É verdade que os dois homens vieram a mim, porém eu não sabia donde eram.

5  Havendo-se de fechar a porta, sendo já escuro, eles saíram; não sei para onde foram; ide após eles depressa, porque os alcançareis.

6  Ela, porém, os fizera subir ao eirado e os escondera entre as canas do linho que havia disposto em ordem no eirado.

7  Foram-se aqueles homens após os espias pelo caminho que dá aos vaus do Jordão; e, havendo saído os que iam após eles, fechou-se a porta.

8 ¶ Antes que os espias se deitassem, foi ela ter com eles ao eirado

9  e lhes disse: Bem sei que o SENHOR vos deu esta terra, e que o pavor que infundis caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados.

10  Porque temos ouvido que o SENHOR secou as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito; e também o que fizestes aos dois reis dos amorreus, Seom e Ogue, que estavam além do Jordão, os quais destruístes.

11  Ouvindo isto, desmaiou-nos o coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o SENHOR, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra.

12  Agora, pois, jurai-me, vos peço, pelo SENHOR que, assim como usei de misericórdia para convosco, também dela usareis para com a casa de meu pai; e que me dareis um sinal certo

13  de que conservareis a vida a meu pai e a minha mãe, como também a meus irmãos e a minhas irmãs, com tudo o que têm, e de que livrareis a nossa vida da morte.

Josué 6:17  Porém a cidade será condenada, ela e tudo quanto nela houver; somente viverá Raabe, a prostituta, e todos os que estiverem com ela em casa, porquanto escondeu os mensageiros que enviamos.
Josué 6:23  Então, entraram os jovens, os espias, e tiraram Raabe, e seu pai, e sua mãe, e seus irmãos, e tudo quanto tinha; tiraram também toda a sua parentela e os acamparam fora do arraial de Israel.
Josué 6:25  Mas Josué conservou com vida a prostituta Raabe, e a casa de seu pai, e tudo quanto tinha; e habitou no meio de Israel até ao dia de hoje, porquanto escondera os mensageiros que Josué enviara a espiar Jericó.

Hebreus 11:31  Pela fé, Raabe, a meretriz, não foi destruída com os desobedientes, porque acolheu com paz aos espias.
Tiago 2:25  De igual modo, não foi também justificada por obras a meretriz Raabe, quando acolheu os emissários e os fez partir por outro caminho?

b-Gibeonitas (heveus)

2 Samuel 211 ¶ Houve, em dias de Davi, uma fome de três anos consecutivos. Davi consultou ao SENHOR, e o SENHOR lhe disse: Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa, porque ele matou os gibeonitas.

2  Então, chamou o rei os gibeonitas e lhes falou. Os gibeonitas não eram dos filhos de Israel, mas do resto dos amorreus; e os filhos de Israel lhes tinham jurado poupá-los, porém Saul procurou destruí-los no seu zelo pelos filhos de Israel e de Judá.

Josué 9:1 ¶ Sucedeu que, ouvindo isto todos os reis que estavam daquém do Jordão, nas montanhas, e nas campinas, em toda a costa do mar Grande, defronte do Líbano, os heteus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus,

2  se ajuntaram eles de comum acordo, para pelejar contra Josué e contra Israel.

3 ¶ Os moradores de Gibeão, porém, ouvindo o que Josué fizera com Jericó e com Ai,

4  usaram de estratagema, e foram, e se fingiram embaixadores, e levaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho, velhos, rotos e consertados;

5  e, nos pés, sandálias velhas e remendadas e roupas velhas sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento.

6  Foram ter com Josué, ao arraial, a Gilgal, e lhe disseram, a ele e aos homens de Israel: Chegamos de uma terra distante; fazei, pois, agora, aliança conosco.

7  E os homens de Israel responderam aos heveus: Porventura, habitais no meio de nós; como, pois, faremos aliança convosco?

8  Então, disseram a Josué: Somos teus servos. Então, lhes perguntou Josué: Quem sois vós? Donde vindes?

9  Responderam-lhe: Teus servos vieram de uma terra mui distante, por causa do nome do SENHOR, teu Deus; porquanto ouvimos a sua fama e tudo quanto fez no Egito;

10  e tudo quanto fez aos dois reis dos amorreus que estavam dalém do Jordão, Seom, rei de Hesbom, e Ogue, rei de Basã, que estava em Astarote.

11  Pelo que nossos anciãos e todos os moradores da nossa terra nos disseram: Tomai convosco provisão alimentar para o caminho, e ide ao encontro deles, e dizei-lhes: Somos vossos servos; fazei, pois, agora, aliança conosco.

12  Este nosso pão tomamos quente das nossas casas, no dia em que saímos para vir ter convosco; e ei-lo aqui, agora, já seco e bolorento;

13  e estes odres eram novos quando os enchemos de vinho; e ei-los aqui já rotos; e estas nossas vestes e estas nossas sandálias já envelheceram, por causa do mui longo caminho.

14  Então, os israelitas tomaram da provisão e não pediram conselho ao SENHOR.

15 ¶ Josué concedeu-lhes paz e fez com eles a aliança de lhes conservar a vida; e os príncipes da congregação lhes prestaram juramento.

16  Ao cabo de três dias, depois de terem feito a aliança com eles, ouviram que eram seus vizinhos e que moravam no meio deles.

17  Pois, partindo os filhos de Israel, chegaram às cidades deles ao terceiro dia; suas cidades eram Gibeão, Cefira, Beerote e Quiriate-Jearim.

18  Os filhos de Israel não os feriram, porquanto os príncipes da congregação lhes juraram pelo SENHOR, Deus de Israel; pelo que toda a congregação murmurou contra os príncipes.

19  Então, todos os príncipes disseram a toda a congregação: Nós lhes juramos pelo SENHOR, Deus de Israel; por isso, não podemos tocar-lhes.

20  Isto, porém, lhes faremos: Conservar-lhes-emos a vida, para que não haja grande ira sobre nós, por causa do juramento que já lhes fizemos.



Josué defende os Gibeonitas contra seus vizinhos

Js 10:1 ¶ Tendo Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, ouvido que Josué tomara a Ai e a havia destruído totalmente e feito a Ai e ao seu rei como fizera a Jericó e ao seu rei e que os moradores de Gibeão fizeram paz com os israelitas e estavam no meio deles,
2  temeu muito; porque Gibeão era cidade grande como uma das cidades reais e ainda maior do que Ai, e todos os seus homens eram valentes.
3  Pelo que Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, enviou mensageiros a Hoão, rei de Hebrom, e a Pirã, rei de Jarmute, e a Jafia, rei de Laquis, e a Debir, rei de Eglom, dizendo:
4  Subi a mim e ajudai-me; firamos Gibeão, porquanto fez paz com Josué e com os filhos de Israel.
5  Então, se ajuntaram e subiram cinco reis dos amorreus, o rei de Jerusalém, o rei de Hebrom, o rei de Jarmute, o rei de Laquis e o rei de Eglom, eles e todas as suas tropas; e se acamparam junto a Gibeão e pelejaram contra ela.
6  Os homens de Gibeão mandaram dizer a Josué, no arraial de Gilgal: Não retires as tuas mãos de teus servos; sobe apressadamente a nós, e livra-nos, e ajuda-nos, pois todos os reis dos amorreus que habitam nas montanhas se ajuntaram contra nós.
7 ¶ Então, subiu Josué de Gilgal, ele e toda a gente de guerra com ele e todos os valentes.
8  Disse o SENHOR a Josué: Não os temas, porque nas tuas mãos os entreguei; nenhum deles te poderá resistir.
9  Josué lhes sobreveio de repente, porque toda a noite veio subindo desde Gilgal.
10  O SENHOR os conturbou diante de Israel, e os feriu com grande matança em Gibeão, e os foi perseguindo pelo caminho que sobe a Bete-Horom, e os derrotou até Azeca e Maquedá.
11  Sucedeu que, fugindo eles de diante de Israel, à descida de Bete-Horom, fez o SENHOR cair do céu sobre eles grandes pedras, até Azeca, e morreram. Mais foram os que morreram pela chuva de pedra do que os mortos à espada pelos filhos de Israel.
12  Então, Josué falou ao SENHOR, no dia em que o SENHOR entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel; e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeão, e tu, lua, no vale de Aijalom.
13  E o sol se deteve, e a lua parou até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no Livro dos Justos? O sol, pois, se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.
14  Não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, tendo o SENHOR, assim, atendido à voz de um homem; porque o SENHOR pelejava por Israel.
15 ¶ Voltou Josué, e todo o Israel com ele, ao arraial, a Gilgal.


Este texto abaixo é um trecho do livro EM DEFESA DA FÉ- Lee Strobel




"Olhei atentamente para os olhos de Geisler. Minha voz deixou transparecer sarcasmo quando apresentei a objeção mais específica ao caráter de Deus.

- O senhor fala em compaixão e misericórdia - disse mas essas qualidades são difíceis de entender quando vemos Deus ordenar o genocídio, dizendo aos israelitas em Deuteronômio 7 que "destruam totalmente" os cananeus e seis outras nações, e "não tenham piedade delas".

Passei a apresentar uma lista.

- Esse não foi um incidente isolado - continuei, ganhando ímpeto à medida que prosseguia. - Deus ordenou a execução de cada primogênito egípcio; enviou o dilúvio e matou incontáveis milhares de pessoas; disse aos israelitas: "Agora vão, ataquem os amalequitas e consagrem ao SENHOR para destruição tudo o que lhes pertence. Não os poupem; matem homens, mulheres, crianças, recém-nascidos, bois, ovelhas, camelos e jumentos".10 (1 Sm 15:3)Isso mais parece um Deus violento e brutal que um Deus amoroso. Como se pode esperar que as pessoas o adorem se ele ordena que crianças sejam massacradas?

A despeito da severidade da pergunta, Geisler manteve um tom calmo e equilibrado.

- Isso mostra - disse -, que o caráter de Deus é absolutamente santo e que ele tem de punir o pecado e a rebeldia. Ele é um justo juiz; inquestionavelmente, isso é parte de sua essência. Mas, em segundo lugar, o seu caráter também é misericordioso.

Ouça: se alguém quer escapar, ele permite que o faça." Geisler fez uma pausa. Minhas perguntas obviamente exigiam uma resposta mais longa. merecem uma resposta consciente - redargüiu. - Você se

importa se analisarmos essas passagens com um pouco mais de cuidado? Porque, se assim o fizermos, creio que veremos a mesma postura, caso a caso.

Fiz um gesto para que prosseguisse.

- Por favor - eu disse - analise-as. Eu realmente quero entender.

- Vamos começar pelos amalequitas - ele disse. - Ouça, Lee, eles estavam longe de ser inocentes. Longe disso. Não eram boas pessoas. Na verdade, eram absoluta e totalmente depravados. Sua missão era destruir Israel. Em outras palavras, cometer genocídio. Como se isso não fosse suficiente, leve em conta o que estava pesando na balança. Os israelitas eram o povo escolhido por quem Deus traria salvação ao mundo todo através de Jesus Cristo.

- Então, o senhor está dizendo que mereciam ser destruídos?- perguntei.

- A destruição da nação foi uma exigência da gravidade do pecado - disse Geisler. - Se um remanescente empedernido tivesse sobrevivido, poderiam retomar sua agressão contra os israelitas e o plano de Deus. Era um povo persistente, cruel e belicoso. Para ilustrar como eram intoleráveis, haviam seguido os israelitas e massacrado covardemente as pessoas mais vulneráveis - os fracos, os idosos e os inválidos que tinham ficado para trás.

- Eles queriam eliminar até o último dos israelitas da face da terra. Deus podia ter lidado com eles por meio de um desastre natural, como uma enchente, mas em vez disso usou Israel como seu instrumento de juízo. Agiu não somente por causa dos israelitas, mas também, em última análise, em benefício de cada pessoa ao longo da história, cuja salvação seria oferecida pelo Messias que haveria de nascer entre eles.

- Mas as crianças - protestei. - Por que crianças inocentes tinham de ser mortas7"

- Vamos ter em mente - disse, - que estritamente ninguém é de fato inocente. A Bíblia diz no salmo 51 que todos nós nascemos em pecado, isto é, com a propensão para nos rebelarmos e cometer transgressões. Além disso, precisamos ter em mente a soberania de Deus sobre a vida. Certa vez, um ateu levantou esse assunto em um debate e eu respondi dizendo: "Deus criou a vida e ele tem o direito de tirá-la. Se você pode criar a vida, então você pode ter o direito de tirá-la. Mas se você não pode criá-la, você não tem esse direito". E a audiência aplaudiu. - As pessoas supõem que o que é errado para nós é errado para Deus. No entanto, é errado que eu tire a sua vida, porque não a fiz e não a possuo. Por exemplo, é errado que eu entre no seu jardim e arranque os seus arbustos, corte-os, mate-os, transplante-os ou mude-os de lugar. Eu posso fazer isso no meu jardim, porque eu sou o dono dos arbustos do meu jardim. - Pois bem, Deus é soberano sobre toda a vida e tem o direito de tirá-la se o quiser. De fato, nós temos a tendência de esquecer que Deus tira a vida de cada ser humano. Isso é chamado morte. A única questão é quando e como, coisas que devemos deixar para ele resolver.

E quanto às crianças? Intelectualmente, poderia até aqui entender a resposta de Geisler. Emocionalmente, todavia, ela não avançava o suficiente. Eu continuava inquieto.- Mas as crianças... - insisti.

Geisler, ele mesmo pai de seis filhos e avô de nove, simpatizava com a idéia.

- Física e socialmente, o destino das crianças ao longo da história sempre esteve ligado aos seus pais, seja para o bem ou para o mal - observou.

- Lee, você precisa compreender a situação dos amalequitas. Naquela cultura inteiramente ímpia, violenta e depravada, não havia esperança para aquelas crianças. Essa nação estava tão corrompida quanto uma gangrena que estivesse se apossando da perna de uma pessoa; Deus tinha de amputar a perna, senão a gangrena se espalharia e não sobraria nada.


Em certo sentido, a ação de Deus foi um ato de misericórdia.- Misericórdia? - espantei-me. - Como assim?

- De acordo com a Bíblia, toda criança que morre antes da idade da razão vai para o céu a fim de passar a eternidade na presença de Deus - respondeu. - Ora, se elas tivessem continuado a viver naquela sociedade horrível além da idade da razão, certamente iriam se corromper e assim perder-se para sempre.

- O que o faz pensar que as crianças vão para o céu quando morrem? - indaguei.

- Isaías 7.16 fala de certa idade antes que a criança seja moralmente responsável, antes que a criança "saiba rejeitar o erro e escolher o que é certo". O rei Davi falou em estar com o seu filho que morreu ao nascer. Jesus disse: "Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas", o que indica que elas irão para o céu.!' Ainda existem muitas outras evidências bíblicas em defesa dessa posição.

Apontei uma aparente inconsistência.

- Se, em última análise, foi melhor que aquelas crianças morressem antes da idade da razão, porque assim elas iriam para o céu, por que não se pode dizer o mesmo quanto a crianças ainda não nascidas que são abortadas em nossos dias?

- perguntei. - Se elas forem abortadas, certamente irão para o céu, mas se nascerem e crescerem poderão rebelar-se contra Deus e acabar no inferno. Esse não é um forte argumento a favor do aborto?

A resposta de Geisler veio rapidamente.

- Não, essa é uma falsa analogia - insistiu. - Primeiro, Deus não ordena a ninguém que faça hoje em dia um aborto; de fato, isso é contrário aos ensinamentos da Bíblia. Lembrese, ele é o único que pode decidir tirar uma vida porque ele é o autor último da vida. Segundo, não temos hoje uma culturaque seja tão completamente corrompida como a sociedade amalequita. Naquela cultura, não havia esperança; hoje, existe esperança.

- Nesta ordem de idéias - disse, - o senhor não acha que Deus estava sendo pouco razoável ao ordenar a destruição dos amalequitas.

- Você precisa lembrar que essas pessoas tiveram muitas oportunidades para mudar seus caminhos e evitar tudo isto - afirmou. - De fato, se você considerar todos os cananeus junto com os amalequitas, tiveram quatrocentos anos para se arrepender. Isso é muitíssimo tempo. Finalmente, depois de

esperar por séculos para dar-lhes a oportunidade de abandonar o caminho para a autodestruição, a natureza de Deus exigiu que ele cuidasse da maldade intencional dos amalequitas. Certamente não agiu de modo precipitado. Agora, precisamos ter em mente que os que quiseram sair dessa situação já o tinham feito; tiveram amplas oportunidades ao longo dos anos. Certamente aqueles que quiseram ser salvos da destruição fugiram e foram poupados. Em Josué 6, onde a Bíblia fala sobre a destruição de Jericó e dos cananeus, você tem o mesmo modelo. Era uma cultura inteiramente má, tanto assim que a Bíblia diz que dava náuseas a Deus. Estavam envolvidos na brutalidade, crueldade, incesto, bestialidade, prostituição religiosa e até mesmo sacrifício de crianças na fogueira. Era uma cultura agressiva que queria aniquilar os israelitas. Novamente, eis pessoas malignas que foram destruídas, exceto os justos que viviam entre elas e foram salvos. Por exemplo, Raabe, que protegeu os espiões israelitas, não foi julgada ao lado de outras pessoas. E veja o que aconteceu com os corruptos habitantes da cidade de Nínive. Deus iria julgá-los porque mereciam, mas eles se arrependeram e Deus salvou todo mundo.

Assim, a questão é a seguinte: Deus está disposto a salvar a quem se arrepende. É importante lembrar disso.

- Veja, o propósito de Deus nesses exemplos foi destruir a nação corrupta porque a estrutura nacional era inerentemente má, e não destruir pessoas se elas estivessem dispostas a se arrepender. Muitos versículos indicam que o principal desejo de Deus era expulsar essas pessoas más da terra pois sabiam que havia sido prometida há muito tempo a Israel. Dessa maneira, Israel poderia entrar e ficar relativamente livre da corrupção externa que poderia destruí-lo como um câncer. Queria criar um ambiente em que o Messias poderia advir para o bem de milhões de pessoas ao longo da história."

- A norma, portanto, era que as pessoas tiveram um bocado de advertências? - perguntei.

- Certamente - respondeu. - E leve em conta o seguinte: a maior parte das mulheres e crianças teria fugido antecipadamente antes do início da luta propriamente dita, deixando atrás de si os guerreiros para enfrentar os israelitas. Os combatentes que permaneceram teriam sido os mais endurecidos, aqueles que se recusaram obstinadamente a partir, os defensores da cultura corrupta. De qualquer maneira é bastante questionável quantas mulheres e crianças poderiam estar envolvidas nisso.

- Além disso, face as regras de conduta que Deus havia estabelecido aos israelitas, sempre que entravam em uma cidade inimiga, primeiro deviam propor ao povo uma oferta de paz. O povo tinha uma escolha: podia aceitar a oferta, nesse caso não seriam mortos, ou podiam rejeitar o oferecimento por sua conta e risco. Isso é apropriado e justo.

Tive de admitir que essas considerações lançavam nova luz sobre a situação, especialmente os comentários sobre as muitas advertências que haviam sido dadas e a probabilidade de que as mulheres e crianças talvez tivessem deixado a região antes de qualquer batalha. Por mais inquietantes que sejam essas passagens, foi útil saber que Israel oferecia a paz antes de travar um combate e que a norma bíblica é que as pessoas arrependidas recebam a oportunidade de evitar o julgamento.

- Deus não estaria sendo caprichoso?- Ele não é caprichoso, não é arbitrário, não é cruel. Todavia,

Lee, preciso dizer-lhe uma coisa: ele é inegavelmente justo. Sua natureza exige que trate das pessoas corruptas que, de maneira obstinada e deliberada, persistem no mal. E não é issoo que ele deveria fazer? Não é isso o que nós queremos - que a justiça seja feita? Uma das principais coisas que devemos lembraré que ao longo da história, para os que se arrependem e se voltam para ele, Deus é compassivo, misericordioso, bondoso e generoso. No final, todos nós assistiremos à sua justiça.

Ainda assim, havia outro episódio perturbador - outra vez envolvendo crianças - que parecia questionar a opinião de Geisler de que Deus não age de modo arbitrário. Isto constitui-se num dos episódios mais estranhos de toda a Bíblia.

Massacre cósmico?

O profeta Eliseu estava percorrendo a estrada para Betel quando se encontrou com alguns meninos que o importunaram fazendo graça da sua calvície. "Suma daqui, careca!", eles caçoaram."Suma daqui, careca!" Ele reagiu amaldiçoando-os em nome de Deus. Então, em um impressionante ato de punição,duas ursas repentinamente saíram do bosque e despedaçaram 42 merrinos.P

- Dr. Geisler, o senhor insistiu que Deus não é caprichoso rebati.- Mas isso parece uma reação excessiva para uma ofensa pequena e tola. Despedaçar 42 criancinhas inocentes só porque fizeram troça de um indivíduo careca é rigoroso demais.

Geisler estava bem familiarizado com a questão.

- A pressuposição da sua pergunta está errada - respondeu.

- Não se tratava de criancinhas inocentes.

Tendo previsto sua resposta, peguei uma fotocópia desta passagem bíblica e a empurrei em sua direção.

- Sim, eram - retruquei. - Veja bem aí - disse apontando para as palavras. - Diz "criancinhas".

12V 2 Reis 2.23-25.

Geisler olhou rapidamente para a folha, reconhecendo imediatamente a fonte.

- Infelizmente, a VERSÃO DO REI TIAGO tem uma tradução equivocada - disse. - Os estudiosos verificaram que o original hebraico é melhor traduzido como "jovens". A NOVA VERSÃO

INTERNACIONAL traduz a palavra como "meninos". Até onde podemos saber, tratava-se de um bando violento de adolescentes perigosos, comparável a uma moderna gangue de rua.

A vida do profeta estava correndo perigo simplesmente pelo grande número deles - se 42 foram despedaçados, quem sabe quantos ao todo o estavam ameaçando?

- Ameaçando-o? - perguntei. - Tenha paciência! Eles só estavam fazendo graça de sua calvície.

- Quando você entender o contexto, verá que era algo muito mais sério que isso - Geisler respondeu. "Os comentaristas têm observado que os escárnios visavam questionar a condição de profeta de Eliseu. Em essência, estavam querendo dizer: "Se você é um homem de Deus, por que não sobe para o céu como fez o profeta Elias? Aparentemente, estavam zombando da obra anterior de Deus quando levou Elias para o céu. Desrespeitavam com sua incredulidade o que Deus havia feito por intermédio desses dois profetas. E o comentário de Eliseu ser calvo com toda a probabilidade era uma referência ao fato de que os leprosos daqueles dias raspavam a cabeça. Eles estavam injuriando Eliseu - um homem dotado de dignidade e autoridade como profeta de Deus - como um pária detestável e desprezível. Estavam lançando uma mancha não somente sobre o caráter dele, mas também sobre o caráter de Deus, uma vez que Eliseu era o representante de Deus.

- Ainda assim - reiterei -, não seria uma ofensa um tanto pequena?

- Não no contexto daqueles dias - explicou. - Eliseu com razão sentiu-se ameaçado pelo bando. A sua vida corria perigo. Eles estavam, com efeito, atacando-o e a Deus. Foi um tipo de golpe preventivo para infundir temor no coração de quem quisesse repetir o ato, que poderia ser um precedente perigoso. Se um bando ameaçador de adolescentes saísse ileso e Deus não viesse em auxílio do profeta, pense no efeito negativo que isso teria sobre a sociedade. Poderia abrir as portas para outros ataques contra profetas e conseqüentemente o desprezo da mensagem urgente de Deus que estavam tentando difundir. De fato, como disse um comentarista, "em vez de demonstrar crueldade desenfreada, o ataque das ursas mostra como Deus tenta repetidamente trazer o seu povo de volta por meio de juízos menores evitando

que o pecado do povo cresça demais e o juízo precise vir com força total [... ] A desastrosa queda de Samaria teria sido evitada caso o povo tivesse se arrependido após o ataque das ursas" .13

- Por último - Geisler acrescentou, - eu diria uma vez mais que precisamos considerar a soberania de Deus. Não foi Eliseu que tirou a vida deles; foi Deus que os criou e deixou as ursas à solta. Se ele criou a vida, tem todo o direito de tirá-la.

O ataque desse bando contra o profeta revelou a sua verdadeira atitude para com Deus e quando alguém amaldiçoa arrogantemente e se opõe obstinadamente a Deus sempre envereda por um caminho perigoso que leva à destruição."

Dobrei a fotocópia.

- Então é uma leitura incorreta do texto original considerar essas pessoas como simples crianças - disse.

- Certo - respondeu. - O termo hebraico usado para descrevê-los [ne'ãrim] indica que muito provavelmente estavam entre as idades de 12 e 30 anos. Com efeito, a mesma palavra hebraica é usada em outro trecho para descrever homens do exércíto.!" Como você pode ver, quando tudo é colocado

em perspectiva se tem uma imagem muito diferente do que se supunha originalmente.

13Walter C. lCAISER [r., Peter H. DAVIDS, F: E BRUCE & Manfred T. BRAUCH,

Hard sayings of the Bible, Downers Grave, Illinois: InterVarsity Press,

1996, p. 233-4.

14Ibid., V tb, 1 Reis 20.14,15.


A essa altura, as respostas de Geisler haviam esvaziado boa parte dos argumentos contra o caráter de Deus, trazendo algum equilíbrio e contexto para se entender a sua aparente intenção nesses episódios controvertidos. Embora essas passagens ainda fossem questões não inteiramente resolvidas,

ver o outro lado tornava mais fácil dar a Deus o benefício da dúvida, especialmente à luz da preponderância de outras evidências de sua compaixão e amor.

Todavia, também havia uma questão correlata acerca do caráter de Deus que preocupa a muitas pessoas nos dias de hoje: como ele tratou os animais. Por que ele criou um mundo em que os predadores constantemente espreitam as suas vítimas e no qual a morte violenta é uma parte integrante da vida?

Mais fundamentalmente, isso não revela algo inquietante sobre a atitude de Deus?

segunda-feira, 26 de abril de 2021

ABORDAGENS SOCIOLÓGICAS DA RELIGIÃO

 

 

INTRODUÇÃO

 

            Os fundadores da Sociologia não estavam interessados no fenômeno religioso enquanto tal, mas estavam à procura das causas sociais da grande mudança social que assistiam e dos possíveis remédios para as patologias sociais que acompanhavam a passagem da sociedade tradicional para a industrial. Divisão social do trabalho, desemprego, aumento das desigualdades sociais, conflitos de classe, anomia, etc., eram as grandes questões para as quais a teoria sociológica procurou uma resposta durante o séc. XIX. Essas questões coletivas apresentavam uma dimensão ética, e foi nessa perspectiva que os clássicos da sociologia colocaram a questão da religião, considerada como um fator decisivo para explicar as estruturas e os processos que asseguravam a ordem e o controle social nas sociedades humanas. As 3 vertentes clássicas- o organicismo positivista, o materialismo dialético e a teoria da ação social- deram origem a muitas outras abordagens sociológicas para a  religião, que de maneira bastante ampla, podemos distinguir em funcionalista, conflitual e simbólico-cultural.

 

ABORDAGEM FUNCIONALISTA

Distingue os conteúdos das doutrinas e dos sentimentos religiosos, considerados como obstáculos ao progresso, das funções sociais desenvolvidas pela religião, essas consideradas essenciais para a coesão social e para a integração dos indivíduos na sociedade, especialmente em períodos de rápidas mudanças sociais, como o era na revolução industrial. A primeira formulação consciente (sistemática) se encontra em Émile Durkheim, porém podem ser considerados precursores C. H. de Saint Simon, Augusto Conte, J. Stuart Mill, A. de Tocqueville; enquanto que H. Spencer e os antropólogos da escola anglo-saxônica, como B. Malinowski deram importantes contribuições para a sua elaboração.

 

ABORDAGEM CONFLITUAL

Considera superados não somente os conteúdos da religião, mas também a sua pretensa função integradora. Para Feuerbach, Marx e Engels, Voltaire e Hume a religião é mistificadora e alienante, pois oculta as reais forças que conduzem a mudança e escamoteia os conflitos que se verificam na esfera da produção, impedindo a autodeterminação do homem.

 

ABORDAGEM SIMBÓLICO-CULTURAL

Confluem as contribuições de autores bem diferentes entre si, como Max Weber, Georg Simmel e Ernest Troeltsch, todos eles tendo em comum na base uma concepção da religião depositária de fundamentais significados culturais, pelos quais os indivíduos e coletividade são capazes de interpretar  a própria condição de vida, construir uma identidade e dominar o próprio ambiente.

 

 

 

 

 

 

POSITIVISMO

 

INTRODUÇÃO

            A primeira corrente teórica sistematizada de pensamento sociológico foi o positivismo, pois foi a primeira a definir o objeto, a estabelecer conceitos e uma metodologia de investigação.

            A revolução industrial no séc. XVIII, expressão do poder da burguesia em expansão, demonstrou a eficácia do novo saber inaugurado pela ciência moderna no séc. XVII. Ciência e técnica tornam-se aliada, provocando modificações no ambiente humano jamais suspeitadas. A exaltação desse novo saber e novo poder  leva à concepção do cientificismo.

            O positivismo derivou do cientificismo, a crença no poder da ciência de explicar a realidade e traduzi-la sob a forma de leis naturais. Esta filosofia social derivou seu método de investigação das ciências naturais, especialmente a física e a biologia. Assim a sociedade foi concebida como um organismo constituído de partes integradas e coesas que funcionavam harmoniosamente, segundo um modelo físico ou mecânico, por isso o positivismo também foi chamado de organicismo.

            Com o surgimento da Teoria da Evolução de Charles Darwin, Darwinismo, a idéia de evolução lenta e progressiva também foi aplicada à sociologia, é o que se chama de darwinismo social (princípio de que as sociedades se modificam e se desenvolvem num mesmo sentido e que tais transformações representariam sempre a passagem de um estágio inferior para outro superior em que o organismo social se mostraria mais evoluído, mais adaptado e mais complexo) Nesta época as nações industrializadas partiram para o colonialismo, para conquistar novos mercados, especialmente Ásia, América, e África, as populações destes lugares forma consideradas “fósseis vivos” Nestes lugares os europeus se encontraram com civilizações “menos desenvolvidas”, “primitivas”, e então justificaram a exploração com a ideologia da “civilização”, retirar estes povos do atraso em que viviam.

 Os principais pensadores da escola positivista foram Albert Schäffle, Herbert Spencer Alfred Espinas e Augusto Conte.

 

Augusto Conte (1798-1857)

  • Conte acreditava que a história da humanidade evoluiu em  3 etapas ou estágios:

Teológico ou fictício- através do medo e da ignorância o homem explica o s fenômenos da natureza por meio de deuses concebidos à sua imagem.

Metafísico ou abstrato-  neste estágio o homem procura forças abstratas, conceitos, reflexão mental,  por trás dos fenômenos.

Científico ou positivo- neste estágio o homem pode abandonar as formas de saber dos estágios anteriores, seguindo a ciência.

  • Conte afirmava que a sociologia ia substituir as funções da religião que são a coesão e integração e assim esta desapareceria. Na época dele a sociedade estava entrando na era industrial, e neste tempo os fundamentos tradicionais da ordem social estavam sendo desfeitos.
  • Afirmava que a sociologia era capaz de promover uma reforma moral e intelectual da sociedade moderna
  • Embora outros positivistas adotem o evolucionismo social como Herbert Spencer e L. T. Hobhouse, eles não propõe, como Conte a substituição da religião pela sociologia.
  • “A sociologia da religião contemporânea tira da obra de Conte e de Spencer uma contribuição feita mais de estímulos e de exemplos metodológicos do que de contribuições teóricas.” (A religião na sociedade pós-moderna, p. 41)

 

 

Émile Durkheim (1858-1917)

 

  • Um pressuposto fundamental do pensamento de Durkheim é que a sociedade plasma o indivíduo desde o nascimento, socializando-o em valores e modelos de comportamento bem definidos (É o que ele chama de fato social), isto é, a sociedade prevalece sobre o indivíduo.
  • Durkheim afirma que os fatos sociais apresentam coerção social, pois leva o indivíduo a se conformar independente de sua vontade ou escolha à regras.
  • O indivíduo é entendido a partir do social e não ao contrário. É a consciência coletiva (conjunto de regras, representações, modelos de comportamento) que guia o agir dos indivíduos.

 

  • Partindo do pressuposto de que o totemismo era o sistema religioso mais primitivo, ele propõe uma interpretação sócio-genética da religião: o sentimento religioso mesmo dirigido à divindades diferentes, em qualquer lugar sempre tem a mesma origem, nasce do sentimento de  dependência que a sociedade, como potência coletiva e autoridade moral, inspira em seus membros.

 

  • A religião segundo ele dá forma expressiva a sentimentos que alimentam normas e valores e através dos ritos consolida-os na consciência dos indivíduos. Além disso os ritos suscitam atitudes de temor e respeito para as normas sociais. Assim ela assume uma função de integração e coesão social.

 

  • A sociedade é vista como uma realidade transcendente, dotada de autoridade moral sobre o indivíduo e, ao mesmo tempo, capaz de levá-lo além de si mesmo; depois, reconhece no sagrado a própria sociedade em forma simbólica.

 

  • Assim para ele a religião é vista somente na dimensão coletiva, em outras palavras, a religião é a experiência coletiva do sagrado. O sagrado é o símbolo da própria sociedade. O sentimento religioso é o sentimento de dependência do indivíduo do grupo social.
  • Para ele a religião surge nos estágios de efervescência coletiva, isto é, naqueles momentos em quem os membros de um grupo social atingem uma intensidade de sentimentos tal que se sentem como que fundidos numa só realidade.

 

  • Ensinava que uma característica comum a todas as religiões era a distinção entre sagrado e profano. (Isto não acontece nas religiões Monistas, pois afirmam que a realidade é uma só, nem em formas religiosas pós-modernas)
  • A religião para ele sempre existirá, pois é uma só coisa com a sociedade; a religião é a sociedade sacralizada.

 

Herbert Spencer (1820-1903)

  • Sua abordagem apresenta como características o organicismo e o evolucionismo, pois acreditava que havia uma equivalência entre organismo biológico e organismo social.
  • A sociedade foi considerada por ele como um conjunto super orgânico de estruturas e funções que, para conhecê-lo, é preciso analisar as unidades que compõem e o papel que elas exercem. A diferenciação é um processo natural, assim as sociedades humanas são vistas como momentos internos de um desenvolvimento progressivo, em base ao princípio de formas homogêneas e incoerentes para formas sempre mais diferenciadas e harmonicamente integradas.
  • Na sua perspectiva encontramos como em Conte a tentativa de realizar uma sociedade auto-orientada, da qual o desenvolvimento industrial e o progresso científico constituem os fatores principais do processo evolutivo, e na qual a religião desenvolve pelo menos um papel privado; todavia ele não propõe como Conte, a substituição da religião pela sociologia.

 

Karl Marx (1818-1883)

  • Considerava que não se pode pensar a relação indivíduo-sociedade separadamente das condições materiais em que essas relações se apóiam. Para ele as condições materiais de todas a sociedade condicionam as demais relações sociais. Em outras palavras, para viver, os homens têm de, inicialmente, transformar a natureza, ou seja, comer, construir, etc., sem  o que não poderia existir como seres vivos. Por isso o estudo de qualquer sociedade deve partir justamente  das relações sociais que os homens estabelecem entre si  para utilizar os meios de produção e transformar a natureza. Assim as relações sociais de produção condicionam todo o resto da sociedade.
  • Segundo Marx, as desigualdades sociais observadas em seu tempo era provocadas pelas relações de produção do sistema capitalista, que dividem os homens em proprietários e não-proprietários dos meios de produção. As desigualdades são a base da formação das classes sociais.
  • Para Marx as relações  entre os homens se caracterizam por relações de oposição, antagonismo, exploração e complementaridade entre as classes sociais (classe social é um, grupo de indivíduos que ocupam uma mesma posição nas relações de produção em determinada sociedade). A história do homem é a história das lutas de classes.
  • Sob o ponto de vista de Marx a religião era “expressão de sofrimento real, protesto contra um sofrimento real, suspiro da criatura oprimida, coração de um mundo sem coração, espírito de uma situação sem espírito, ópio do povo” e também “teoria geral deste mundo,... seu fundamento universal de consolo e legitimação”.
  • Numa primeira fase, portanto, Marx trabalha a religião como alienação. Numa segunda fase, que começa com a Ideologia Alemã (1845) ele considera a religião como ideologia, falsa consciência, é o reflexo ilusório, fantástico, das relações de dominação de classe, de exploração: as idéias religiosas exprimem, justificam e escondem a realidade da dominação. Assim para ele a religião servia de legitimação para a classe dominante e consolo para os dominados. A religião surgia então em conseqüência da situação dos pobres, pois “É o homem que faz a religião; a religião não faz o homem” e “Não é a consciência que determina a vida, mas é a vida que determina a consciência”. Assim a religião deve ser abolida como condição para a verdadeira felicidade. Mas para abolir a religião é preciso que a situação seja mudada, a situação que necessita de ilusões. Pois ela só existe numa situação de alienação.

 

TENDÊNCIA ATUAIS DO PENSAMENTO MARXISTA

·         Vários Marxistas atualmente tem reconhecido que nem toda religião é ópio do povo ou alienação; tais como: Michael Löwoy, Luciem goldmann, Michèle Bertrand pois, percebe-se a participação de religiosos em lutas sócio-políticas em países como Nicarágua, El Salvador e Brasil.

 

 

Max Weber (1854-1920)

  • Dentre os 3 autores que tem sido considerados os fundadores da sociologia- Marx, Durkheim e Weber, este último foi o que mais se preocupou com o fenômeno religioso, e conseqüentemente é o que mais tem influenciado a sociologia da religião.
  • Para ele não há uma linha unívoca nem um curso progressivo na história, assim se afasta bastante do modelo do materialismo histórico e de concepções evolucionistas dominantes de seu tempo.
  • Weber também rejeita a proximidade com a biologia defendida pelos teóricos evolucionistas, e em clara distinção a esses destacava a importância do método histórico e comparativo.
  • Para a sociologia positivista a ordem social submete os indivíduos como força exterior a eles. Para Weber, ao contrário, não existe oposição entre indivíduo e sociedade: as normas sociais só se tornam concretas quando se manifestam em cada indivíduo sob a forma de motivação. A análise de Weber está centrada nos atores sociais e em suas ações. Destaca a subjetividade e intencionalidade dos atores sociais.
  • Max enfatizava que os acontecimentos que integram a sociedade têm origem nos indivíduos. Assim a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto de ações individuais reciprocamente referidas. Por isso ele define como objeto da sociologia a ação social (qualquer ação que o indivíduo faz implicando numa orientação significativa visando outros indivíduos.). A ação social pode ser: Tradicional, Afetiva, Racional com relação a Valores e Racional com relação a Fins. Assim Weber destaca a subjetividade do agente social.
  • Restituiu uma posição autônoma à religião no concerne à capacidade de exercer influência sobre a sociedade.
  • O modelo de Weber é a interação recíproca entre religião e sociedade.
  • Max introduziu a noção de carisma (qualidade considerada extraordinária)- uma importante contribuição à teoria da mudança social, mostrando o influxo das idéias religiosas no surgimento de comportamentos inovadores- que até hoje tem sido utilizada para interpretar fenômenos, como o surgimento de novos movimentos religiosos na sociedade pós-industrial. Segundo sua análise destaca que as grandes religiões originam-se  da pregação de um líder carismático (ao qual Weber dá o nome de profeta), ao redor do qual se reúnem discípulos. Esta figura rejeita a tradição e exige obediência por causa do carisma que dele emana. Assim ele considera o carisma o poder revolucionário criador da história capaz de derrubar a regra e a tradição. Ele defende dois tipos de profetas, o emissário e o exemplar. O profeta emissário foi peculiar às religiões do Oriente Médio (Zoroastrismo, judaísmo, cristianismo e islamismo) e pretendiam ser instrumentos de transformação do mundo. Já o profeta exemplar defende uma religião de salvação do tipo predominantemente contemplativo. Ele é visto como um exemplo, um santo. O primeiro conduz predominantemente a ascese e o segundo a mística. Na religião ascética o fiel se vê como instrumento de Deus e adota uma postura ativa para controlar seus impulsos. Na religiosidade mística desenvolve uma postura predominantemente contemplativa. Esses dois tipos de religiosidades implementam teodicéias e racionalidades distintas. A religiosidade ascética tende para um Deus pessoal e uma ascese intramundana , enquanto que uma religiosidade mística tende para uma postura contemplativa e para uma imanência e despersonalização do divino; tanto quanto para uma ascese fora do mundo (extramundana).
  • Ele destaca que com a morte do líder carismático ocorre a questão da sucessão e da estabilização da mensagem e isto ocorre através do que ele chama de “rotinização do carisma”. Assim os discípulos alteram o caráter do carisma e da autoridade que se funda sobre ele. O carisma, considerado algo sobrenatural passa a ser objeto de aquisição e de educação, pois para se tornar portador deste carisma o discípulo deve ser recrutado, treinado e colocado à prova. Assim o carisma entra de novo na vida cotidiana. Assim os seguidores não possuindo o carisma original passam apenas a viver a experiência  de forma secundária, mediada por ritos e símbolos.Em outras palavras, os discípulos institucionalizam o carisma, isto é, criam um corpo doutrinal, práticas cultuais e uma organização sacerdotal (sacerdotes) que constituem outros suportes e mediações para poder reviver a experiência do fundador.
  • A sociologia da religião de Weber emerge do surgimento do capitalismo. Defende que o espírito do capitalismo conseguiu se firmar estavelmente no Ocidente somente pela racionalização de todos os aspectos da vida encorajada pela reforma protestante (eliminação da função mediadora da Igreja Católica por meio de indulgências, sacerdotes, etc.; a desmagização [desencanto] do mundo por meio do questionamento dos milagre dos santos, da transubstanciação), em especial pela ascese intramundana do calvinismo (compromisso ativo no mundo,  em especial o incentivo ao trabalho e ao estudo) e que isto se deu de forma não intencional, pois a usura era condenada pelo protestantismo. Porém destaca que o capitalismo por sua vez se tornou prejudicial ao protestantismo (individualismo, consumismo, exploração, utilitarismo, etc).
  •  Assim para Weber a religião pode  ter efeitos tanto de reforço  e justificação dos ordenamentos sociais existentes, como de crítica e subversão destes últimos. O fulcro da atenção de Weber desloca-se, portanto sobre os efeitos que determinadas imagens religiosas do mundo, mediante determinadas normas éticas, têm sobre as respectivas sociedades, em particular sobre o agir econômico.

Elementos constituintes das religiões - definição e origem do termo

 


SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO

INTRODUÇÃO



"Seita:
substantivo feminino
1 na antiga literatura romana e pré-cristã, partido ou escola filosófica
2 na Vulgata, variedade de tendências religiosas dentro do judaísmo
Ex.: s. dos fariseus *
3 doutrina ou sistema que se afasta da crença ou opinião geral
4 Derivação: por metonímia.
o conjunto das pessoas que seguem essa doutrina ou sistema
5 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: religião.
grupo de dissidentes de uma religião ou de uma comunhão principal
Ex.: <a s. dos fundamentalistas> <a s. dos quacres>
6 Derivação: por analogia. Uso: informal.
grupo de indivíduos partidários de uma mesma causa; partido, bando, facção
7 teoria de um mestre com inúmeros seguidores
8 Rubrica: sociologia.
sociedade cujos membros se agregam voluntariamente e que se mantém à parte do mundo"

 Religião

1 crença na existência de um poder ou princípio superior, sobrenatural, do qual depende o destino do ser humano e ao qual se deve respeito e obediência
2 postura intelectual e moral que resulta dessa crença
Ex.: homens ímprobos, que vivem longe da r.
3 sistema de doutrinas, crenças e práticas rituais próprias de um grupo social, estabelecido segundo uma determinada concepção de divindade e da sua relação com o homem; fé, culto
Exs.: r. cristã
r. islâmica
4 culto que se presta à divindade, consolidado nesse sistema
5 observância cuidadosa e contrita dos preceitos religiosos; devoção, piedade, fervor
Ex.: viver frugalmente, dia a dia, na r.
6 Derivação: sentido figurado.
prática, doutrina ou organização que se assemelha a uma religião
Ex.: o positivismo era a r. dos primeiros republicanos
7 Derivação: sentido figurado.
aquilo que se considera uma obrigação moral, um dever inelutável
Ex.: o trabalho é a sua r.
8 Derivação: sentido figurado.
conjunto de princípios morais e éticos
Ex.: não é da minha r. trair um compromisso



Relig-
elemento de composição
antepositivo, do lat. religìo,ónis (relligìo nos poetas datílicos) 'religião, culto prestado aos deuses, prática religiosa; escrúpulo religioso, receio religioso, sentimento religioso, superstição; santidade, caráter sagrado; objeto de um culto, objeto sagrado; uma divindade, um oráculo; profanação, sacrilégio, impiedade; lealdade, consciência, exato cumprimento do dever, pontualidade; cuidado minucioso, escrúpulo excessivo'; us. em todas as épocas; "o prefixo é re-, red- (cf. relliquiae, reliquiae)", dizem Ernout e Meillet, "mas o segundo elemento é obscuro. Os latinos ligam-no a relegere (...), etimologia defendida por Cícero (...). Outros autores [Lactâncio e Sérvio] associam religìo a religáre: seria propriamente 'o fato de se ligar com relação aos deuses', simbolizado pela utilização das uittae ['fitas para enfeitar as vítimas ou ornar os altares'] e dos stémmata no culto. Alega-se em favor desse sentido a imagem de Lucrécio, 1, 931: religionum nodis animum exsoluere; (...). O sentido seria portanto: 'obrigação assumida para com a divindade; vínculo ou escrúpulo religioso' (cf. mihi religio est 'tenho o escrúpulo de'); depois 'culto prestado aos deuses, religião'."; der. latinos: religiósus,a,um 'religioso, piedoso; consagrado pela religião, santo, sagrado; supersticioso; escrupuloso, consciencioso; proibido pela religião, ímpio, sacrílego', lat.imp. religiosìtas,átis 'religiosidade, piedade', lat.imp. irreligiósus,a,um 'ímpio, irreligioso', irreligiosìtas,átis 'impiedade' (linguagem da Igreja), lat.imp. irreligìo,ónis; a cognação port. desenvolve-se desde as orig. do idioma: correligionário, correligionarismo, correligionarista, correligionarístico, correligiosismo, correligiosista, correligiosístico; irreligião, irreligiosidade, irreligiosismo, irreligioso; religião, religiomania, religiomaníaco, religiômano, religionário, religiosa, religiosidade, religioso, religiúncula; ver lig-

 

Heresia
n substantivo feminino
1 interpretação, doutrina ou sistema teológico rejeitado como falso pela Igreja
2 teoria, idéia, prática etc. que nega ou contraria a doutrina estabelecida (por um grupo)
3 ação, dito ou atitude que desrespeita a religião
4 Derivação: por extensão de sentido, sentido figurado.
contra-senso, opinião absurda; disparate, despautério, tolice" Dicionário Eletrônico Houaiss 3.0

 



  1. CONCEITO- SOCIOLOGIA

 

É a disciplina que estuda “o comportamento social do homem religioso, a importância da religião na estrutura da sociedade e as inter-relações entre ambas. A sociologia  da religião aborda os fatos e os fenômenos religiosos de um ponto de vista estritamente social, é claro, científico.” (Sociologia, Introdução ao estudo dos seus princípios. Rio de Janeiro, 1973, p.719) .

 

  1. ELEMENTOS CONSTITUINTES DAS RELIGIÔES (Sociologia da Religião- François Houtart, São Paulo, Ática, 1994)

 

2.1.  Significações religiosas (Crenças)

 

a-      Da relação da natureza

 

As representações religiosas coincidem com situações de grande vulnerabilidade do homem diante da natureza tais como: doenças. Exemplos:

 Na sociedade Inca e Maia a representação do milho era central. Existiam as divindades do milho e a representação da criação do homem a partir do milho e do sangue. Pois interpretavam que como o milho era o centro da vida material, deveria ser também a origem da espécie.A produção do milho também estava vinculada com a chuva, e esta com a lua (divindade feminina vinculada a fertilidade. Assim constrói um mundo de explicações. Todas as festas eram  centradas em torno do milho. Essas explicações se desenvolveram não apenas em função de encontrar uma explicação intelectual, mas também de estimular meios para proteger-se, para controlar a natureza (magia), pelo menos de Maira simbólica.

Muitos povos antigos divinizavam o sol, a lua, Terra, água, etc, pois viam uma inter-relação entre eles no que diz respeito principalmente à agricultura. Assim os egípcios divinizaram a lua o sol e o rio Nilo, bem como criaram deuses para a proteção das enfermidades e outras coisas. 

Para justificar o aparecimento de doenças os povos criavam explicações como: carma, destino, provação e outras.

 

b-     Das relações sociais de produção

As relações sociais de produção exigem explicação religiosa quando:

·  Quando não há reciprocidade entre os grupos e necessita-se do consenso de todos os grupos sociais.

·  Quando a apropriação dos meios de produção não aparece na consciência como resultado da atividade humana.(Exemplo:As sociedades pré-capitalistas; pois na sociedade capitalista o capital é apresentado como fruto do trabalho humano. Na verdade a sociedade capitalista lança mão da Ideologia)

As sociedades criaram explicações para justificar e legitimar as relações sociais, econômicas e políticas discrepantes,

Nas sociedades de linhagem o culto aos antepassados significa o respeito pelos pais, o que garante a reprodução da ordem social, como é o caso do Japão. Também a doutrina da reencarnação na Índia serve para manter o sistema de castas rígido. No Egito antigo a divinização do Faraó servia para tornar seu poder inquestionável, pois era deus encarnado.

 

c-      Do sentido global do homem e do universo

Como o sentido da vida, a origem e a finalidade do homem não era evidente, os antigos criaram explicações religiosas.

Ao contrário das significações religiosas da natureza e dois meios de produção, que estão desaparecendo com o tempo, esta significação do sentido global do homem permanece mesmo agora, no pós-modernismo, pois a da teoria da evolução pura e simples não leva em conta a ação sobrenatural (Deus).

 É claro que cada religião apresenta um conteúdo explicativo para esta questão, daí uma ampla variedade de religiões.

 

2.2.  Expressões religiosas- liturgia- ritual

 

As práticas religiosas trazem a força de seu sentido, já que este ajuda os atores sociais a se redefinirem, a se reafirmarem como comunidades ou grupos sociais, ou a se referirem a um projeto comum ou a uma visão de futuro que motiva um compromisso total (salvação, paraíso, união com o cosmos, libertação das reencarnações, etc.)

A história mostra que toda institucionalização da prática religiosa simbólica (pelas organizações religiosas) pode cair no formalismo (ritos, cultos, sacramentos, devoções, sacrifícios, etc.). Isto ocorre porque uma vez institucionalizadas, essas práticas se tornam resistentes à mudanças, e toda sociedade muda com o tempo. Além disso, muitas vezes, com a institucionalização das expressões religiosas se perde o sentido original (como por exemplo, o batismo regenerador praticado por algumas igrejas- capaz de lavar o homem de seus pecados) ou às vezes confunde-se essência com aparência, exemplo: As testemunhas de YERROSHUA usam roupas parecidas com a da época de Cristo, criando um obstáculo  conversão de novos adeptos, pois pensam que para ser um fiel discípulo deve-se vestir como Cristo. Ora sabemos que Jesus vestia-se de acordo com a sociedade da época dele, assim não era um anômalo como são tais adeptos desta religião. Tais coisas acontecem também na área da música como: ritmos, expressões corporais, etc; tanto quanto em outras expressões religiosas.

 

 

2.3.  Ética com referência religiosa

 

A ética com referência religiosa pode se manifestar como produto da vontade de Deus (Bíblia) ou dos deuses (Código de Hamurabi), este código serviu para legitimar o poder de Hamurabi sobre seus súditos. È claro que tanto a religião pode influenciar a sociedade como esta pode influenciar a religião,  como é o caso da Teologia da Libertação, que recebeu influência direta da ética Marxista.

A maior parte das religiões dispões de uma ética no plano interpessoal, como se a realidade social fosse o resultado da soma dos indivíduos e não da soma completa das relações sociais, pois a maior parte deles se institucionalizou em sociedades pré-capitalistas e antes do desenvolvimento da análise social.

 

 

2.4.  Organização religiosa e suas funções

 

A organização religiosa varia conforme a religião, podendo estar menos desenvolvida como no Hinduísmo, ou mais desenvolvida como no Islamismo e no Catolicismo.

A organização católica se modelou com base na organização política do império romano (dioceses e paróquias eram divisões territoriais políticas; o título de Sumo Pontífice e o direito eclesiástico possuem sua origem formal na sociedade romana).

 

            A organização religiosa pode preencher funções como:

  • Codificação dos escritos (bíblia, alcorão, etc.)
  • Definição de normas éticas: Elaboração de novas doutrinas ou abolição de outras para se adaptar à realidade, ou mesmo mudança na interpretação dos textos sagrados (muitas religiões modificam suas crenças e normas de conduta) Ex: Catolicismo, Igrejas pentecostais clássicas, Igrejas protestantes históricas, etc.
  • Formalização das formas de expressões religiosas: cultos, devoções, liturgias, etc. Assim se estabelece o acesso às funções rituais a pessoas restritas (clero), bem como se oficializam cerimônias sagradas e a forma de se realizar essas expressões religiosas.
  • Reprodução institucional religiosa: para a instituição se manter ela se utiliza da formação de novos agentes religiosos pro meio de seminários, monastérios, cursos, etc. Muitas vezes a instituição passa a ter como alvo a sua própria reprodução e não o fim último pela qual foi formada.
  • Vinculação com os outros elementos da sociedade cível e política: O Islamismo, por exemplo, apresenta diretamente relacionado à política em alguns países muçulmanos, enquanto que as Testemunhas de Jeová são avessos à política. O maior ou menor envolvimento da religião na sociedade depende de suas crenças.