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quinta-feira, 25 de abril de 2019

A desaprovação de Deus ao judaísmo- templo em ruínas.



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1-A desaprovação de Deus se mostra pela despatriamento e destruição dos santuários judaicos


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Arco de Tito- construído em 82  por Domiciano em homenagem ao seu irmão e ex imperador Tito.  Relembra a destruição do templo e derrota do povo judeu.




1.1 Israel teve 3 santuários:

1- Tabernáculo (tenda móvel)- Siló

1 Samuel 1:24  Havendo-o desmamado, levou-o consigo, com um novilho de três anos, um efa de farinha e um odre de vinho, e o apresentou à Casa do SENHOR, a Siló. Era o menino ainda muito criança.


2- Templo de Salomão (1º templo)- Jerusalém


3- Templo de Herodes (2º templo)- Jerusalém
Ed 6:14  Os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando em virtude do que profetizaram os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido. Edificaram a casa e a terminaram segundo o mandado do Deus de Israel e segundo o decreto de Ciro, de Dario e de Artaxerxes, rei da Pérsia

João 2:20  Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás?


1.2 Violação da aliança- destruição do santuário


 Lv 26:11 Porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma não vos aborrecerá.
12 Andarei entre vós e serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo.

4 ¶ Mas, se me não ouvirdes e não cumprirdes todos estes mandamentos;
15  se rejeitardes os meus estatutos, e a vossa alma se aborrecer dos meus juízos, a ponto de não cumprir todos os meus mandamentos, e violardes a minha aliança,
16  então, eu vos farei isto: porei sobre vós terror, a tísica e a febre ardente, que fazem desaparecer o lustre dos olhos e definhar a vida; e semeareis debalde a vossa semente, porque os vossos inimigos a comerão.
17  Voltar-me-ei contra vós outros, e sereis feridos diante de vossos inimigos; os que vos aborrecerem assenhorear-se-ão de vós e fugireis, sem ninguém vos perseguir.
18  Se ainda assim com isto não me ouvirdes, tornarei a castigar-vos sete vezes mais por causa dos vossos pecados.
19  Quebrantarei a soberba da vossa força e vos farei que os céus sejam como ferro e a vossa terra, como bronze.
20  Debalde se gastará a vossa força; a vossa terra não dará a sua messe, e as árvores da terra não darão o seu fruto.
21  E, se andardes contrariamente para comigo e não me quiserdes ouvir, trarei sobre vós pragas sete vezes mais, segundo os vossos pecados.
22  Porque enviarei para o meio de vós as feras do campo, as quais vos desfilharão, e acabarão com o vosso gado, e vos reduzirão a poucos; e os vossos caminhos se tornarão desertos.
23  Se ainda com isto não vos corrigirdes para volverdes a mim, porém andardes contrariamente comigo,
24  eu também serei contrário a vós outros e eu mesmo vos ferirei sete vezes mais por causa dos vossos pecados.
25  Trarei sobre vós a espada vingadora da minha aliança; e, então, quando vos ajuntardes nas vossas cidades, enviarei a peste para o meio de vós, e sereis entregues na mão do inimigo.
26  Quando eu vos tirar o sustento do pão, dez mulheres cozerão o vosso pão num só forno e vo-lo entregarão por peso; comereis, porém não vos fartareis.
27  Se ainda com isto me não ouvirdes e andardes contrariamente comigo,
28  eu também, com furor, serei contrário a vós outros e vos castigarei sete vezes mais por causa dos vossos pecados.
29  Comereis a carne de vossos filhos e de vossas filhas.
30  Destruirei os vossos altos, e desfarei as vossas imagens do sol, e lançarei o vosso cadáver sobre o cadáver dos vossos deuses; a minha alma se aborrecerá de vós.
31  Reduzirei as vossas cidades a deserto, e assolarei os vossos santuários, e não aspirarei o vosso aroma agradável.
32  Assolarei a terra, e se espantarão disso os vossos inimigos que nela morarem.
33  Espalhar-vos-ei por entre as nações e desembainharei a espada atrás de vós; a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas.


Sl 79:1  Ó Deus, as nações invadiram a tua herança, profanaram o teu santo templo, reduziram Jerusalém a um montão de ruínas.

2  Deram os cadáveres dos teus servos por cibo às aves dos céus e a carne dos teus santos, às feras da terra.

3  Derramaram como água o sangue deles ao redor de Jerusalém, e não houve quem lhes desse sepultura.

4  Tornamo-nos o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria dos que nos rodeiam.

Até quando, SENHOR? Será para sempre a tua ira? Arderá como fogo o teu zelo?



2-A rejeição do Santuário (tabernáculo) de Siló em Efraim- rejeição da Tribo de Efraim e eleição da Tribo de Judá

Sl 78:57  Tornaram atrás e se portaram aleivosamente como seus pais; desviaram-se como um arco enganoso.
58  Pois o provocaram com os seus altos e o incitaram a zelos com as suas imagens de escultura.
59  Deus ouviu isso, e se indignou, e sobremodo se aborreceu de Israel.
60  Por isso, abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda de sua morada entre os homens,
61  e passou a arca da sua força ao cativeiro, e a sua glória, à mão do adversário.
62  Entregou o seu povo à espada e se encolerizou contra a sua própria herança.
63  O fogo devorou os jovens deles, e as suas donzelas não tiveram canto nupcial.
64  Os seus sacerdotes caíram à espada, e as suas viúvas não fizeram lamentações.
67  Além disso, rejeitou a tenda de José e não elegeu a tribo de Efraim.
68  Escolheu, antes, a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava.
69  E construiu o seu santuário durável como os céus e firme como a terra que fundou para sempre.


O profeta adverte que como Deus rejeitou o tabenaculo de Silo, assim também o templo de Jerusalém será destruído:
Jr 7:9  Que é isso? Furtais e matais, cometeis adultério e jurais falsamente, queimais incenso a Baal e andais após outros deuses que não conheceis,
10  e depois vindes, e vos pondes diante de mim nesta casa que se chama pelo meu nome, e dizeis: Estamos salvos; sim, só para continuardes a praticar estas abominações!
11  Será esta casa que se chama pelo meu nome um covil de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isto, diz o SENHOR.
12  Mas ide agora ao meu lugar que estava em Siló, onde, no princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo de Israel.
13  Agora, pois, visto que fazeis todas estas obras, diz o SENHOR, e eu vos falei, começando de madrugada, e não me ouvistes, chamei-vos, e não me respondestes,
14  farei também a esta casa que se chama pelo meu nome, na qual confiais, e a este lugar, que vos dei a vós outros e a vossos pais, como fiz a Siló.
15  Lançar-vos-ei da minha presença, como arrojei a todos os vossos irmãos, a toda a posteridade de Efraim.


Jr 26:2  Assim diz o SENHOR: Põe-te no átrio da Casa do SENHOR e dize a todas as cidades de Judá, que vêm adorar à Casa do SENHOR, todas as palavras que eu te mando lhes digas; não omitas nem uma palavra sequer.
3  Bem pode ser que ouçam e se convertam, cada um do seu mau caminho; então, me arrependerei do mal que intento fazer-lhes por causa da maldade das suas ações.
4  Dize-lhes, pois: Assim diz o SENHOR: Se não me derdes ouvidos para andardes na minha lei, que pus diante de vós,
5  para que ouvísseis as palavras dos meus servos, os profetas, que, começando de madrugada, vos envio, posto que até aqui não me ouvistes,
6  então, farei que esta casa seja como Siló e farei desta cidade maldição para todas as nações da terra.
7 ¶ Os sacerdotes, os profetas e todo o povo ouviram a Jeremias, quando proferia estas palavras na Casa do SENHOR.


3- A destruição do primeiro templo 




Jr 25:8 ¶ Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Visto que não escutastes as minhas palavras,

9  eis que mandarei buscar todas as tribos do Norte, diz o SENHOR, como também a Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo, e os trarei contra esta terra, contra os seus moradores e contra todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e os porei por objeto de espanto, e de assobio, e de ruínas perpétuas.
10  Farei cessar entre eles a voz de folguedo e a de alegria, e a voz do noivo, e a da noiva, e o som das mós, e a luz do candeeiro.
11  Toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos.
12  Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniqüidade do rei da Babilônia e a desta nação, diz o SENHOR, como também a da terra dos caldeus; farei deles ruínas perpétuas.
13  Farei que se cumpram sobre aquela terra todas as minhas ameaças que proferi contra ela, tudo quanto está escrito neste livro, que profetizou Jeremias contra todas as nações.
14  Porque também eles serão escravos de muitas nações e de grandes reis; assim, lhes retribuirei segundo os seus feitos e segundo as obras das suas mãos.


Ez 22:1 ¶ Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
2  Filho do homem, houve duas mulheres, filhas de uma só mãe.
3  Estas se prostituíram no Egito; prostituíram-se na sua mocidade; ali foram apertados os seus peitos e apalpados os seios da sua virgindade.
4  Os seus nomes eram: Oolá, a mais velha, e Oolibá, sua irmã; e foram minhas e tiveram filhos e filhas; e, quanto ao seu nome, Samaria é Oolá, e Jerusalém é Oolibá.
5  Prostituiu-se Oolá, quando era minha; inflamou-se pelos seus amantes, pelos assírios, seus vizinhos,
6  que se vestiam de azul, governadores e sátrapas, todos jovens de cobiçar, cavaleiros montados a cavalo.
7  Assim, cometeu ela as suas devassidões com eles, que eram todos a fina flor dos filhos da Assíria, e com todos aqueles pelos quais se inflamava; com todos os seus ídolos se contaminou.
8  As suas impudicícias, que trouxe do Egito, não as deixou; porque com ela se deitaram na sua mocidade, e eles apalparam os seios da sua virgindade e derramaram sobre ela a sua impudicícia.
9  Por isso, a entreguei nas mãos dos seus amantes, nas mãos dos filhos da Assíria, pelos quais se inflamara.
10  Estes descobriram as vergonhas dela, levaram seus filhos e suas filhas; porém a ela mataram à espada; e ela se tornou falada entre as mulheres, e sobre ela executaram juízos.
11 ¶ Vendo isto sua irmã Oolibá, corrompeu a sua paixão mais do que ela, e as suas devassidões foram maiores do que as de sua irmã.
12  Inflamou-se pelos filhos da Assíria, governadores e sátrapas, seus vizinhos, vestidos com primor, cavaleiros montados a cavalo, todos jovens de cobiçar.
13  Vi que se tinha contaminado; o caminho de ambas era o mesmo.
14  Aumentou as suas impudicícias, porque viu homens pintados na parede, imagens dos caldeus, pintados de vermelho:
15  de lombos cingidos e turbantes pendentes da cabeça, todos com aparência de oficiais, semelhantes aos filhos da Babilônia, na Caldéia, em terra do seu nascimento.
16  Vendo-os, inflamou-se por eles e lhes mandou mensageiros à Caldéia.
17  Então, vieram ter com ela os filhos da Babilônia, para o leito dos amores, e a contaminaram com as suas impudicícias; ela, após contaminar-se com eles, enojada, os deixou.
18  Assim, tendo ela posto a descoberto as suas devassidões e sua nudez, a minha alma se alienou dela, como já se dera com respeito à sua irmã.
19  Ela, todavia, multiplicou as suas impudicícias, lembrando-se dos dias da sua mocidade, em que se prostituíra na terra do Egito.
20  Inflamou-se pelos seus amantes, cujos membros eram como o de jumento e cujo fluxo é como o fluxo de cavalos.
21  Assim, trouxeste à memória a luxúria da tua mocidade, quando os do Egito apalpavam os teus seios, os peitos da tua mocidade.
22 ¶ Por isso, ó Oolibá, assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu suscitarei contra ti os teus amantes, os quais, enojada, tu os deixaras, e os trarei contra ti de todos os lados:
23  os filhos da Babilônia e todos os caldeus de Pecode, de Soa, de Coa e todos os filhos da Assíria com eles, jovens de cobiçar, governadores e sátrapas, príncipes e homens de renome, todos montados a cavalo.
24  Virão contra ti do Norte, com carros e carretas e com multidão de povos; pôr-se-ão contra ti em redor, com paveses, e escudos, e capacetes; e porei diante deles o juízo, e julgar-te-ão segundo os seus direitos.
25  Porei contra ti o meu zelo, e eles te tratarão com furor; cortar-te-ão o nariz e as orelhas, e o que restar cairá à espada; levarão teus filhos e tuas filhas, e quem ainda te restar será consumido pelo fogo.
26  Despojar-te-ão dos teus vestidos e tomarão as tuas jóias de adorno.
27  Assim, farei cessar em ti a tua luxúria e a tua prostituição, provenientes da terra do Egito; não levantarás os olhos para eles e já não te lembrarás do Egito.
28  Porque assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu te entregarei nas mãos daqueles a quem aborreces, nas mãos daqueles que, enojada, tu deixaste.
29  Eles te tratarão com ódio, e levarão todo o fruto do teu trabalho, e te deixarão nua e despida; descobrir-se-á a vergonha da tua prostituição, a tua luxúria e as tuas devassidões.
30  Estas coisas se te farão, porque te prostituíste com os gentios e te contaminaste com os seus ídolos.
31  Andaste no caminho de tua irmã; por isso, entregarei o seu copo na tua mão.
32  Assim diz o SENHOR Deus: Beberás o copo de tua irmã, fundo e largo; servirás de riso e escárnio; pois nele cabe muito.
33  Encher-te-ás de embriaguez e de dor; o copo de tua irmã Samaria é copo de espanto e de desolação.
34  Tu o beberás, e esgotá-lo-ás, e lhe roerás os cacos, e te rasgarás os peitos, pois eu o falei, diz o SENHOR Deus.
35  Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Como te esqueceste de mim e me viraste as costas, também carregarás com a tua luxúria e as tuas devassidões.
36 ¶ Disse-me ainda o SENHOR: Filho do homem, julgarás tu a Oolá e a Oolibá? Declara-lhes, pois, as suas abominações.
37  Porque adulteraram, e nas suas mãos há culpa de sangue; com seus ídolos adulteraram, e até os seus filhos, que me geraram, ofereceram a eles para serem consumidos pelo fogo.
38  Ainda isto me fizeram: no mesmo dia contaminaram o meu santuário e profanaram os meus sábados.
39  Pois, havendo sacrificado seus filhos aos ídolos, vieram, no mesmo dia, ao meu santuário para o profanarem; e assim o fizeram no meio da minha casa.
40  E mais ainda: mandaram vir uns homens de longe; fora-lhes enviado um mensageiro, e eis que vieram; por amor deles, te banhaste, coloriste os olhos e te ornaste de enfeites;
41  e te assentaste num suntuoso leito, diante do qual se achava mesa preparada, sobre que puseste o meu incenso e o meu óleo.
42  Com ela se ouvia a voz de muita gente que folgava; com homens de classe baixa foram trazidos do deserto uns bêbados, que puseram braceletes nas mãos delas e, na cabeça, coroas formosas.
43  Então, disse eu da envelhecida em adultérios: continuará ela em suas prostituições?
44  E passaram a estar com ela, como quem freqüenta a uma prostituta; assim, passaram a freqüentar a Oolá e a Oolibá, mulheres depravadas,
45  de maneira que homens justos as julgarão como se julgam as adúlteras e as sanguinárias; porque são adúlteras, e, nas suas mãos, há culpa de sangue.
46  Pois assim diz o SENHOR Deus: Farei subir contra elas grande multidão e as entregarei ao tumulto e ao saque.
47  A multidão as apedrejará e as golpeará com as suas espadas; a seus filhos e suas filhas matarão e as suas casas queimarão.
48  Assim, farei cessar a luxúria da terra, para que se escarmentem todas as mulheres e não façam segundo a luxúria delas.
49  O castigo da vossa luxúria recairá sobre vós, e levareis os pecados dos vossos ídolos; e sabereis que eu sou o SENHOR Deus.

EZ 24:20  Eu lhes disse: Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
21  Dize à casa de Israel: Assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu profanarei o meu santuário, objeto do vosso mais alto orgulho, delícia dos vossos olhos e anelo de vossa alma; vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, cairão à espada.

Os Assírios destroem as 10 tribos  representadas por Israel (capital Samaria) e os babilônicos as 2 tribos dos sul representadas por Judá (capital Jerusalém):

2 Rs 23:26  Nada obstante, o SENHOR não desistiu do furor da sua grande ira, ira com que ardia contra Judá, por todas as provocações com que Manassés o tinha irritado.
27  Disse o SENHOR: Também a Judá removerei de diante de mim, como removi Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém, que escolhi, e a casa da qual eu dissera: Estará ali o meu nome.

Lm 2:5  Tornou-se o Senhor como inimigo, devorando Israel; devorou todos os seus palácios, destruiu as suas fortalezas e multiplicou na filha de Judá o pranto e a lamentação.
 Demoliu com violência o seu tabernáculo, como se fosse uma horta; destruiu o lugar da sua congregação; o SENHOR, em Sião, pôs em esquecimento as festas e o sábado e, na indignação da sua ira, rejeitou com desprezo o rei e o sacerdote.
7  Rejeitou o Senhor o seu altar e detestou o seu santuário; entregou nas mãos do inimigo os muros dos seus castelos; deram gritos na Casa do SENHOR, como em dia de festa.
8  Intentou o SENHOR destruir o muro da filha de Sião; estendeu o cordel e não retirou a sua mão destruidora; fez gemer o antemuro e o muro; eles estão juntamente enfraquecidos.

9  As suas portas caíram por terra; ele quebrou e despedaçou os seus ferrolhos; o seu rei e os seus príncipes estão entre as nações onde já não vigora a lei, nem recebem visão alguma do SENHOR os seus profetas.
17  Fez o SENHOR o que intentou; cumpriu a ameaça que pronunciou desde os dias da antiguidade; derrubou e não se apiedou; fez que o inimigo se alegrasse por tua causa e exaltou o poder dos teus adversários.


2 Cr 36:14  Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam mais e mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa que o SENHOR tinha santificado em Jerusalém.
15  O SENHOR, Deus de seus pais, começando de madrugada, falou-lhes por intermédio dos seus mensageiros, porque se compadecera do seu povo e da sua própria morada.
16  Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas, até que subiu a ira do SENHOR contra o seu povo, e não houve remédio algum.
17  Por isso, o SENHOR fez subir contra ele o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário; e não teve piedade nem dos jovens nem das donzelas, nem dos velhos nem dos mais avançados em idade; a todos os deu nas suas mãos.
18  Todos os utensílios da Casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da Casa do SENHOR e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou ele para a Babilônia.
19  Queimaram a Casa de Deus e derribaram os muros de Jerusalém; todos os seus palácios queimaram, destruindo também todos os seus preciosos objetos.
20  Os que escaparam da espada, a esses levou ele para a Babilônia, onde se tornaram seus servos e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia;

21  para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram.


4- Destruição do segundo templo (templo da época de Jesus)
Dn 9:24  Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos [o santíssimo].
Dn 9:25  Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
Dn 9:26  Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido  (Messias)e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.
27  Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.




principais aspectos da profecia de Daniel
a-  profecia específica o inicio das 70 semanas (a ordem para restaurar e edificar jerusalem
b-Messias aparece no final de 69 semanas
 c- morte do messias depois da 69 semanas
d- destruição da cidade e do santuario pelo príncipe que há de vir.
e-aliança entre Israel e o príncipe que há de vir na última semana
f-a alinça é quebrada  no meio desta última semana.Isso exige a reconstrução do templo de Israel, o qual até hoje está em ruínas e o restabelecimento dos sacrifícios no templo, fazendo com que a profecia seja cumprida só no futuro!

quantidade de  tempo das 70 semanas:
No hebraico esta escrito “setenta setes”. Em Dn 10:2-3, o hebraico diz “três sete DIAS” ou seja 21 dias, o termo dias não se encontra em Dn 9:24, logo se refere a anos.
Levítico 25:2-4 ilustra o fato acima. Levitico 25:8 mostra que havia um múltiplo de semana de anos.
Daniel já havia pensado em termos de múltiplos de anos e múltiplos de anos Dn 9:1-2
Enfim o texto se refere a 70 semanas de anos

duração do ano profético:
 o ano nas profecias bíblicas tem 360 dias(compare Ap 12:6,14), portanto para se ter exatidão do cálculo, deve-se transformar os anos da profecia em anos do nosso calendário que tem 365,24236 dias ou seja, para se transformar na duração dos dias atuais se multiplica por 0,9856469.

o inicio das 70 semanas (Dn 9:24)
O texto diz que é a ordem para se restaurar e edificar Jerusalém  e não o templo! A ordem para se restaurar o templo foi em 539 a.C  conforme diz Esdras 1:1-4.
Veja Neeemias 2:1-8
1  Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu tomei o vinho e o dei ao rei; porém nunca, antes, estivera triste diante dele.
 8 e disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a edifique.
Isso se deu no ano 444 a.C no dia 5 de março.

As semanas de anos separadas por grupos:
1ª sete semanas- restauração da cidade: levou 49 (49x 0.9856469=48,29) anos para restaurar a cidade
62 semanas posteriores- (apresentação publica de Jesus como o messias Zc 9:9)= 62 +7=69 . 69 multiplicado por 7 é igual a 483 anos (de 360 dias). 
Então transformando esses anos em danos atuais (o ano tropical tem 365 dias, 5 horas e 48 minutos e 45 segundos, arrendondando para 49 minutos ):483x 0.9856469=  476,06745 anos. Isso equivale a 476 anos e 24 dias. Se fizermos as contas: 476 anos menos 444 dá 32 anos. Como não existe ano zero, deve-se somar 1 ano, dando 33 d.C. Para ser mais preciso, como a data inicial era 5 de março de 444a.C , somando-se os 24 dias ao dia inicial (5 de março de 444 a.C) dá 29 de março de 33 d.C, que era 9 de nisã  [data da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém , a qual caiu num domingo] veja Zacarias 9:9 e compare com os evangelhos.(Jo 12:1,12 ou seja, Jesus foi recebido como messias 5 dias antes da Páscoa)

Depois das 7 +62 semanas, ou seja 69 semanas será morto o Messias! A 69ª semana de anos terminou em 29 de março de 33 d.C, num domingo de acordo com os evangelhos e a crucificação se deu na sexta feira, que caiu no dia 3 de abril de 33 d.C   
                                                                                                               
Obs. Como nosso calendário tem um erro de cerca de 4 anos, devemos diminui de 33 anos , 4 anos, o que dá 29 d.C. Ou seja 29 d.C (33d.C).

Depois das 7+62 semanas    destruição da cidade e do templo pelo  povo do príncipe que havia de vir: isso se cumpriu no ano 70 d.C , quando o general Tito invadiu com seu exército!

Última semana de anos (70ª semana)- como depois da 69ª semana o templo foi destruído (ano 70 d.C), a profecia prevê que o príncipe que a de vir (o anti-cristo) fará uma acordo com Israel por 7 anos (uma semana), mas na metade da semana quebrará o acordo com Israel , fazendo cessar o sacrifício e a oferta de manjares (o que requer a reconstrução do templo 2 Ts 2:3-4). Esse período de 3,5 anos é descrito em Ap 12:6,14 11:2; 13:5 , e é uma referencia ao anticristo

Respondendo a possíveis objeções:
1- Não se pode afirmar que o livro de Daniel foi escrito depois de cumprida a profecia, pois a Septuaginta (Tradução Judaica do AT para o grego) e manuscritos do mar morto, são anteriores a destruição de Jerusalém e do templo.
2-A profecia só pode ser interpretada desta forma por que a cidade e o templo foram destruídos apenas em 70 d.C.
3-O próprio historiador Flavio Josefo em seu livro “Antiguidades judaicas, livro 10, cap. 11) aplicou esta profecia de Daniel se referindo que Jerusalém iria se tornar uma desolação por Roma, certamente se referindo ao ano 70 d.C


 Mt 23:34 ¶ Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade;
35  para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o santuário e o altar.
36  Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre a presente geração.
37  Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!
38  Eis que a vossa casa vos ficará deserta.
39  Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!

Mt 24:1 ¶ Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo.
2  Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.

Mt 21:12 Tendo Jesus entrado no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam; também derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.

13  E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores.

Jesus fez alusão a destruição do primeiro templo para profetizar da destruição do segundo
Jr 12:12  Mas ide agora ao meu lugar que estava em Siló, onde, no princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo de Israel.
13  Agora, pois, visto que fazeis todas estas obras, diz o SENHOR, e eu vos falei, começando de madrugada, e não me ouvistes, chamei-vos, e não me respondestes,
14  farei também a esta casa que se chama pelo meu nome, na qual confiais, e a este lugar, que vos dei a vós outros e a vossos pais, como fiz a Siló.
15  Lançar-vos-ei da minha presença, como arrojei a todos os vossos irmãos, a toda a posteridade de Efraim.



5- Deus usava os profetas para falar da  construção do templo, dando detalhes específicos:
  • Na construção do tabernáculo usou Moisés (em seu tempo). 
  • Na construção do primeiro templo usou Natã (em seu tempo).
  • Na construção do segundo templo usou Daniel, Jeremias, Joel e Zacarias (em seu tempo)
Construção do tabernáculo


Ex 25:9  Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis.


Construção do templo de Salomão
1 Cr 17:1 ¶ Sucedeu que, habitando Davi em sua própria casa, disse ao profeta Natã: Eis que moro em casa de cedros, mas a arca da Aliança do SENHOR se acha numa tenda.
2  Então, Natã disse a Davi: Faze tudo quanto está no teu coração, porque Deus é contigo.
3  Porém, naquela mesma noite, veio a palavra do SENHOR a Natã, dizendo:
4  Vai e dize a meu servo Davi: Assim diz o SENHOR: Tu não edificarás casa para minha habitação;
5  porque em casa nenhuma habitei, desde o dia que fiz subir a Israel até ao dia de hoje; mas tenho andado de tenda em tenda, de tabernáculo em tabernáculo.
6  Em todo lugar em que andei com todo o Israel, falei, acaso, alguma palavra com algum dos seus juízes, a quem mandei apascentar o meu povo, dizendo: Por que não me edificais uma casa de cedro?
7  Agora, pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Tomei-te da malhada e de detrás das ovelhas, para que fosses príncipe sobre o meu povo de Israel.
8  E fui contigo, por onde quer que andaste, eliminei os teus inimigos de diante de ti e fiz grande o teu nome, como só os grandes têm na terra.
9  Prepararei lugar para o meu povo de Israel e o plantarei para que habite no seu lugar e não mais seja perturbado; e jamais os filhos da perversidade o oprimam, como dantes,
10  desde o dia em que mandei houvesse juízes sobre o meu povo de Israel; porém abati todos os teus inimigos e também te fiz saber que o SENHOR te edificaria uma casa.
11  Há de ser que, quando teus dias se cumprirem, e tiveres de ir para junto de teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que será dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino.
12  Esse me edificará casa; e eu estabelecerei o seu trono para sempre.
13  Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; a minha misericórdia não apartarei dele, como a retirei daquele que foi antes de ti.
14  Mas o confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será estabelecido para sempre.

15  Segundo todas estas palavras e conforme toda esta visão, assim falou Natã a Davi.

1 Cr 28:10  Agora, pois, atende a tudo, porque o SENHOR te escolheu para edificares casa para o santuário; sê forte e faze a obra.
11 ¶ Deu Davi a Salomão, seu filho, a planta do pórtico com as suas casas, as suas tesourarias, os seus cenáculos e as suas câmaras interiores, como também da casa do propiciatório.
12  Também a planta de tudo quanto tinha em mente, com referência aos átrios da Casa do SENHOR, e a todas as câmaras em redor, para os tesouros da Casa de Deus e para os tesouros das coisas consagradas;
13  e para os turnos dos sacerdotes e dos levitas, e para toda obra do ministério da Casa do SENHOR, e para todos os utensílios para o serviço da Casa do SENHOR,
14  especificando o peso do ouro para todos os utensílios de ouro de cada serviço; também o peso da prata para todos os utensílios de prata de cada serviço;
15  o peso para os candeeiros de ouro e suas lâmpadas de ouro, para cada candeeiro e suas lâmpadas, segundo o uso de cada um;
16  também o peso do ouro para as mesas da proposição, para cada uma de per si; como também a prata para as mesas de prata;
17  ouro puro para os garfos, para as bacias e para os copos; para as taças de ouro o devido peso a cada uma, como também para as taças de prata, a cada uma o seu peso;
18  o peso do ouro refinado para o altar do incenso, como também, segundo a planta, o ouro para o carro dos querubins, que haviam de estender as asas e cobrir a arca da Aliança do SENHOR.
19  Tudo isto, disse Davi, me foi dado por escrito por mandado do SENHOR, a saber, todas as obras desta planta.


Reconstrução do templo de Salomão:

Jeremias 29:10  Assim diz o SENHOR: Logo que se cumprirem para a Babilônia setenta anos, atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar.

Esdras 1:1 ¶ No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremiasdespertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo:
2  Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém de Judá.
3  Quem dentre vós é, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém de Judá e edifique a Casa do SENHOR, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém.

Esdras 5:1 ¶ Ora, os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém, em nome do Deus de Israel, cujo Espírito estava com eles.
2  Então, se dispuseram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e começaram a edificar a Casa de Deus, a qual está em Jerusalém; e, com eles, os referidos profetas de Deus, que os ajudavam.

Dn 9:2  no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos.
3  Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza.
4 ¶ Orei ao SENHOR, meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
 temos pecado e cometido iniqüidades, procedemos perversamente e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;
6  e não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes e nossos pais, como também a todo o povo da terra.
7  A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, o corar de vergonha, como hoje se vê; aos homens de Judá, os moradores de Jerusalém, todo o Israel, quer os de perto, quer os de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas transgressões que cometeram contra ti.
8  Ó SENHOR, a nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes e aos nossos pais, porque temos pecado contra ti.
9  Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos temos rebelado contra ele
10  e não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas.
11  Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso, a maldição e as imprecações que estão escritas na Lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós, porque temos pecado contra ti.
12  Ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós e contra os nossos juízes que nos julgavam, e fez vir sobre nós grande mal, porquanto nunca, debaixo de todo o céu, aconteceu o que se deu em Jerusalém.
13  Como está escrito na Lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não temos implorado o favor do SENHOR, nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniqüidades e nos aplicarmos à tua verdade.
14  Por isso, o SENHOR cuidou em trazer sobre nós o mal e o fez vir sobre nós; pois justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras que faz, pois não obedecemos à sua voz.
17  Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e as suas súplicas e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor.
18  Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
19  Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.

Is 44:1 ¶ Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão.
2  Eu irei adiante de ti, endireitarei os caminhos tortuosos, quebrarei as portas de bronze e despedaçarei as trancas de ferro;
3  dar-te-ei os tesouros escondidos e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome.
4  Por amor do meu servo Jacó e de Israel, meu escolhido, eu te chamei pelo teu nome e te pus o sobrenome, ainda que não me conheces.
9  Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça.
10  Ai daquele que diz ao pai: Por que geras? E à mulher: Por que dás à luz?
13  Eu, na minha justiça, suscitei a Ciro e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade e libertará os meus exilados, não por preço nem por presentes, diz o SENHOR dos Exércitos.


6-Conclusão:
1-O pacto da aliança mosaica de Deus com Israel diz que toda vez que eles violaram o pacto eles seriam desterrados e o templo destruído.

2-O  segundo templo foi destruído no ano 70 d.C e até hoje não foi reconstruído, isto prova que o povo Judeu não tem a aprovação de Deus e deve se arrepender. Não é em vão que Deus chama Jerusalém de Sodoma e Egito.

Ap 11:8  e o seu cadáver ficará estirado na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.


3-A Bíblia prevê um futuro arrependimento ao povo Judeu como nação. embora alguns poucos indivíduos tem sido salvos desde que foi pronunciada a profecia:

Romanos 9:27  Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo.


Rm 11:14  para ver se, de algum modo, posso incitar à emulação os do meu povo e salvar alguns deles.

15  Porque, se o fato de terem sido eles rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos?

16  E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão.

17  Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira,

18  não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti.

19  Dirás, pois: Alguns ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado.

20  Bem! Pela sua incredulidade, foram quebrados; tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme.
21  Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará.
22  Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado.
23  Eles também, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para os enxertar de novo.
24  Pois, se foste cortado da que, por natureza, era oliveira brava e, contra a natureza, enxertado em boa oliveira, quanto mais não serão enxertados na sua própria oliveira aqueles que são ramos naturais!
25  Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios.
26  E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades.




4-  Sem arrependimento não há ordem de Deus para reconstrução do templo. Como visto acima não há aprovação de Deus sem que esteja levantado um novo templo, e Deus usou os profetas para profetizar e ordenar a reconstrução do templo destruído. 


  • Na construção do tebernáculo usou Moisés (em seu tempo). 
  • Na construção do primeiro templo usou Natã (em seu tempo).
  • Na construção do segundo templo usou Daniel, Jeremias, Joel e Zacarias (em seu tempo)
Seria então permitido reconstruir o templo sem a intervenção de um profeta??
Tudo indica que não!





sexta-feira, 29 de março de 2019

Visões e Ilusões Pólíticas- Análise e Crítica de ideologias: Conservadorismo, Liberalismo, Nacionalismo, Democracia, Socialismo.

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"O chamado inicial e mais básico de Deus é: Frutificai e multipliai-vos, enchei a terra e sujeitai-a" . Esse chamado é comumente chamado de "mandato cultural". Os seres humanos são seres culturais. Na sua vida normal, les cultivam ou desenvolvem o mundo à sua volta. Do ponto de vista normativo, eles não fazem isso de maneira desconexa, mas de forma ordeira, segundo a intenção de Deus. Em outras palavras, as atividades humanas que moldam a cultura estão de acordo com a intenção criativa de Deus....A cultura humana inclui a política; logo a politica é  parte da criação". p. 231-232




FRASES DE EFEITO DAS IDEOLOGIAS:

A- SOCIALISMO

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B- DEMOCRACIA
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C- CONSERVADORISMO

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D- NACIONALISMO

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E- LIBERALISMO

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Esta análise é tirada da obra Visões e Ilusões Politicas de David T. Koyzis.

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A natureza distorcida de todo pensamento ideológico deveria ser o bastante para nos mostrar de imediato por que o cristão não pode simplesmente aderir a uma ou várias dessas ideologias e defender seus programas p. 229
A única alternativa não idólatra restante é um tipo de pluralismo, que rejeita os monismos reducionistas das ideologias. 


1- O que é ideologia?
É apenas Destutt de Tracy que retrata positivamente a ideologia; mas que para ele o termo tem um sentido diferente daquele que veio a ter para os pensadores posteriores...[Marx, Arendt, Crick, Havel e Mannheim]. Deixando Destutt de Tracy  de lado, os outros cinco concordam com a noção geral de que a  ideologia envolve , uma falsificação da realidade. p. 25

"as ideologias tem uma uma percepção fragmentária da verdade" p. 41
I

2- Ideologia, idolatria e gnosticismo
"Como nas idolatrias bíblicas, cada ideologia se fundamenta em isolar um elemento da totalidade criada, elevando-o acima do resto da criação e fazendo com que este elemento orbite em torno desse elemento e o sirva. A ideologia também se fundamenta no pressuposto  de que esse ídolo tema capacidade de nos salvar do mal real ou imaginário que há no mundo." p. 18

"o liberalismo idolatra  o indivíduo; o socialismo., a classe econômica; o nacionalismo, o Estado-nação ou a comunidade étnica

As ideologias tentam fornecer uma explicação total do mundo e de sua história, e portanto 'toda ideologia tem elementos totalitários'. Elas leem toda a realidade por meio de uma só ideia central... É bem pequena a distância entre ideologia e o totalitarismo, o qual além de interpretar o mundo a partir de uma só ideia, também tenta moldá-lo com uma lógica inexorável... Ele [totalitarismo] tenta reduzir a complexidade da sociedade a uma visão monolítica, geralmente de caráter utópico"  p. 24

Cada uma das ideologias... promete aos eres humanos o livramento de algum mal fundamental visto como a fonte de uma ampla gama de problemas humanos, entre os quais a tirania, a opressão, a anarquia, a pobreza e assim por diante. p. 34

As ideologias dizem que a salvação vem a nós por exemplo, da maximização da liberdade individual [liberalismo], da propriedade comum [socialismo], da libertação do domínio estrangeiro [nacionalismo], da submissão dos indivíduos à vontade geral etc. p. 35

as ideologias tendem a localizar a fonte deste mal básico na própria criação... Assim a ideologia parece com a antiga heresia gnóstica, para a qual o mundo físico é intrinsecamente pecaminoso e a salvação é uma libertação das restrições físicas... os gnósticos julgam sr o mundo  'intrinsecamente mal organizado'. Eles creem que a salvação dos males do mundo  é possível num processo histórico imanente e isso requer uma mudança estrutural na 'ordem do ser', ...o meio para essa mudança é a busca de um conhecimento especial - a gnosis- que se  faz acessível somente aos próprios  gnósticos p. 36

O liberalismo vê a comunidade ou qualquer outra autoridade heterônoma como uma grave ameaça ao bem estar  do indivíduo autônomo,..os libertários identificam o governo como essa fonte do mal. Os conservadores  tendem a ver o caráter dinâmico da criação - suas mudanças e desenvolvimentos -como fonte do mal. As ideologias coletivistas  - como por exemplo, o socialismo e o nacionalismo - tendem a desconfiar da liberdade individual e das comunidades externas, identificando sua existência com o mal.. p. 37




3- Ideologias Políticas
Incluo na categoria das 'ideologias', o liberalismo, o conservadorismo,  o nacionalismo, a democracia ideológica e o socialismo, entre outros sistemas" p. 27


3.1 Liberalismo- a soberania do Indivíduo
O liberalismo parte de uma crença fundamental na autonomia humana... ser autônomo é dirigir a si mesmo, governar a si segundo a lei que se escolheu para si p. 56

O primeiro e mais básico princípio do liberalismo  é: cada um é proprietário ou dono de si mesmo e, portanto,  deve ser libre para governar a si mesmo de acordo com usas próprias escolhas, desde que  essas escolhas não infrinjam o igual direito dos outros de fazer o mesmo p. 57

Os liberais entenderam adequadamente que existe uma esfera legítima de responsabilidade inidvidual na qual nenhum outro indivíduo ou comunidade deve interferir. Eles nos alertaram para a importância dos direitos humanos... p. 227

No liberalismo, a individualidade dada por Deus -um dos bens da criação - se transforma num individualismo em que todas as instituições  sociais são consideradas  derivadas da volição dos indivíduos e sujeita a soberania de suas vontades. p. 160


Liberalismo clássico
Se os indivíduos são de fato soberanos, e se os seus direitos realmente são anteriores à comunidade, faz sentido dizer que os indivíduos existem enquanto tais desde antes da formação da sociedade e do corpo político. Os liberais dão a essa condição pré-social ou pré-política o nome de estado de natureza.

Antes da formação da comunidade (especificamente, da comunidade política), o indivíduo vivia nesse estado de natureza em que ele era completamente soberano e limitado somente pelas barreiras impostas pelo mundo natural e pela soberania dos demais indivíduos. 

Os teóricos políticos divergem quanto ao suposto caráter desse estado de natureza. Locke afirmou que “no princípio, o mundo inteiro era como a América”, querendo dizer que, antes da introdução da comunidade civil na Europa, a vida no continente parecia-se com a do hemisfério ocidental no século 17, território esparsamente povoado por comunidades aborígenes primitivas.20 Outros teóricos liberais imaginaram que o estado de natureza fosse simplesmente uma abstração, e por isso não fizeram esforço nenhum para localizá-lo na pré-história. A “posição original de igualdade” de Rawls enquadra-se nesta categoria. 

Como quer que se caracterizasse esse estado de natureza, e quer ele tivesse existido, quer não, acreditava-se que ele fora marcado por algumas inconveniências ou dificuldades que precisavam ser superadas a fim de que a vida humana fosse mais segura e produtiva. Na opinião de Thomas Hobbes, uma vez que nesse estado pré-político tudo era lícito e cada um poderia fazer o que fosse necessário para sobreviver, o estado de natureza era invariavelmente um estado de guerra generalizada, dentro do qual a vida era “solitária, pobre, desagradável, brutal e curta”.21 Locke tendia um pouco mais a enxergar o estado de natureza como uma realidade pacífica, em que a razão teria tido suficiente força e influência. A lei da razão determina que “ninguém deve causar dano a outrem em sua vida, saúde, liberdade ou bens”.22 Porém, mesmo para Locke, o estado de natureza implicava em que a propriedade não pudesse ser desfrutada de modo seguro e estável. Por esse e outros motivos, as pessoas decidiram que era preciso transcender esse estado em busca de algo capaz de conduzir à paz e à prosperidade. O que substitui o estado de natureza? A comunidade civil, respondem os liberais. Como é possível transcender o estado de natureza? Por meio de uma promessa mútua ou contrato, o que caracteriza a próxima cena na narrativa liberal. A teoria política liberal é frequentemente chamada de teoria do “contrato social”. O contrato é importante para os liberais porque deriva da sua fé na liberdade de escolha. 



Liberalismo Tardio

Dependendo de onde os liberais professos se posicionam dentro dessa história mais ampla, é provável que eles abordem a liberdade de diferentes maneiras. Isso, por sua vez, afetará a intensidade da confiança que eles depositam no Estado. Para Hobbes, a liberdade consiste simplesmente em poder fazer o que bem se entende sem qualquer impedimento. De Hobbes em diante, os liberais expandiram aos poucos o escopo da liberdade para abarcar mais elementos que também consideramos fazer parte da vontade individual. Com isso, os liberais — deliberadamente ou não — expandiram o papel do governo. Esse processo ocorreu em cinco estágios ao longo de vários séculos.



Os cinco estágios do liberalismo
De Hobbes em diante, os liberais expandiram aos poucos o escopo da liberdade... expandiram o papel do governo. Esse processo ocorreu em cinco estágios ao longo de vários séculos.  p. 43

Praticamente todos os liberais, com a possível exceção de Hobbes, defendem que o contrato deve ser voluntário. ...Isso não implica necessariamente a democracia no sentido moderno. Com efeito os primeiros teóricos do do liberalismo não viam muito problema na monarquia constitucional ou no voto baseado em privilégios censitários.p. 61
Os primeiros  liberais pressupunham que a liberdade se resume à capacidade de o indivíduo agir conforme lhe apraz, sem curvar-se perante de ditames de terceiros... p. 61


Primeiro Estágio- comunidade política hobbesiana
Hobbes acreditava que a liberdade mais básica é o direito a auto-preservação... o soberano por ser a fonte de toda a lei, da justiça e da própria moral, permanecia acima da lei..nada disso parece liberal o suficiente, e talvez possa ser descrito como p´re-liberal ou proto-liberal, pois situa-se no começo do desenvolvimento do liberalismo.

Segundo Estágio- Estado Guarda-noturno
foco no direito à autopreservação se alarga para abranger a propriedade ...A ênfase na propriedade produziu a opção preferencial do liberalismo clássico pelo livre-mercado e sua aversão à intervenção governamental nas transações econômicas. p. 64-65

Terceiro Estágio- Estado regulatório
Os "liberais 'reformistas'  perceberam que a liberdade individual poder ameaçada não só pelo governo, mas também por concentrações privadas de poder, chegaram a conclusão de que o poder governamental pdoe ser usado legitimamente a serviço da liberdade....os liberais tardios...concluíram que o Estado é autorizado a proteger a liberdade contra os centros não estatais de poder. Nos Estados Unidos, essa formulação do Estado é ilustrada pelas leis antitruste de Sherman (1890) e Clayton (1914) cujo intuito era barrar os monopólios do mercado e impedir que grandes grupos empresariais enfraquecessem a competição em determinados setores da economia. p. 70

Quarto Estágio - Estado de Igualdade de Oportunidades- Estado de bem-estar social  predominou  de 1930-1973

defende a igualdade de oportunidades como uma forma de assegurar que todos tenham a mesma  chance de progredir... Assim os liberais tardios acabaram por adotar o Estado de bem -estar social, com uma série de programas governamentais que tentam ao menos instituir uma 'rede de segurança' para ajudar quem passa por dificuldades, ou procuram, em alguns casos, nivelar o jogo e buscar maior igualdade econômica na sociedade como um todo. p. 72


Quinto Estágio -Estado de apoio a escolha.
Neste estágio "a  chamada legislação da moralidade não deve ser permitida no Estado Liberal. "p. 74
"igualdade moral dos impulsos" p. 76

"deseja subsidiar a  a liberdade de escolha" p.78

Nesse quinto estágio...Se duas pessoas decidem se casar, ou viver juntas num relacionamento extraoficial, ou pular de relação em relação, a lei não favorece ninguém e se abstém de ditar como os dois lados devem se comportar na sua privacidade...  p. 75

Os liberais de quinto estágio apelam cada vez mais ao governo para aliviar ou até tentar diminuir estas consequências, a fim de que essa busca utópica possa continuar...Isso leva sem dúvida a uma expansão do âmbito do Estado. p. 76

Esse estágio final do liberalismo exige que o governo subsidie o comportamento irresponsável.p. 77



A narrativa mais ampla constituída pela história do liberalismo parece ter chegado a uma conclusão nesse quinto estágio. No entanto, dado que a história não chega ao fim na presente era, poderíamos muito bem perguntar se seria possível haver um sexto estágio e que forma ele assumiria. Obviamente, não podemos saber com certeza a forma futura, mas se os acontecimentos passados servem como indicação, é possível observar um desenvolvimento que nos levará de volta ao início da história — ou seja, para um Estado onicompetente, que não conhece nada, a não ser os limites práticos, juntamente com a supressão da liberdade, mas tudo em nome da liberdade! Como muitos podem considerar isso contraintuitivo, cabe uma explicação. Conforme os indivíduos se libertam progressivamente de variedade cada vez maior de restrições, é inevitável que entrem em confronto não somente com padrões comunitários de todo tipo, como também de outros indivíduos. E com isso, o nível de conflito em uma sociedade maior aumenta na mesma proporção. O Estado então intervém, a fim de resolver as disputas criadas por essa visão ideológica liberal tardia. A ironia, como aponta Patrick Deneen, é que “quanto mais a esfera de autonomia é completamente assegurada, mais abrangente o Estado deve se tornar”. 

Por exemplo, com a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Suprema Corte dos Estados Unidos (Obergefell vs. Hodges, em 2015), aqueles que persistem em acreditar que o casamento é uma instituição específica da qual a complementariedade sexual é uma característica intrínseca são cada vez mais compelidos a agir contra suas convicções na vida pública. De forma similar, à medida que alguns indivíduos buscam emancipar-se até da divisão natural da humanidade em homem e mulher, aumentam as batalhas verbais e mesmo legais acerca de pronomes de gêneros, e os governos são chamados a mediar as disputas que inevitavelmente surgem quando se espera que pessoas comuns abandonem as evidências de seus próprios sentidos. Por fim, se as pessoas insistirem em referir-se a uma criança no ventre materno como “bebê”, em lugar de tecido fetal, aqueles que acreditam que a mulher tem direito irrevogável ao aborto serão tentados a suprimir tais expressões. 

Um ano antes de o primeiro-ministro Justin Trudeau ser eleito como chefe do governo canadense, em 2015, ele anunciou que o Partido Liberal não mais apoiaria os candidatos que fossem “antiaborto” a assentos no parlamento, alegando que os direitos da mulher tinham prioridade sobre as convicções de candidatos a membros de seu comitê parlamentar.  Dois anos antes, o ministro da educação de Ontário havia publicamente argumentado que mesmo as escolas católicas, que recebem fundos governamentais, não poderiam ensinar que o aborto é errado, uma vez que isso violaria os direitos humanos.

 Esse é o tipo de liberalismo que suscita alertas entre os conservadores professos. Como Ryszard Legutko escreve, o liberalismo contemporâneo não é adequado para resolver tais conflitos, pois sua velha alegação de que apoia o pluralismo é falsa: “A democracia liberal criou sua própria ortodoxia, o que faz com que se torne menos um fórum para articular posições e concordar com ações do que — em extensão muito maior — um mecanismo político para a seleção de pessoas, organizações e ideias alinhadas com a ortodoxia”. Enquanto o liberalismo continua a empurrar essa ortodoxia para uma sociedade recalcitrante, o nível de conflitos aumenta de forma concomitante, ainda que sem um partido genuinamente desinteressado para arbitrar. James Kalb vai além ao alertar sobre o caráter tirânico do liberalismo, que “rejeita qualquer autoridade que o transcenda, considera ilegítimo o que quer que não se conforme a ele, e não reconhece nenhum princípio restritivo sobre a infinita extensão da liberdade igualitária que não seja a praticidade”.51 Isso sugere que o futuro liberal pode nos fazer voltar à soberania hobbesiana, trazida para colocar um fim a um novo bellum ominum contra omnes provocado conforme a lógica do liberalismo se desenvolve ao longo do tempo. 2ª edição 







Críticas ao liberalismo:

"o liberalismo é permeado de um espírito cuja lógica é contrária ao testemunho cristão público e cujo individualismo é difícil de conter dentro de limites normativos.p. 83
"os seguidores das religiões tradicionais só podem expressar suas crenças no nível da família, do lar e da igreja, devendo manter sua fé fora da vida pública..." p. 80

O liberalismo tem dificuldade para diferir que verdade de que os seres humanos foram criados para a vida em comunidade; e os liberais tem dificuldade para admitir a existência de obrigações legítimas e outras restrições que não sejam redutíveis a acordos voluntários. p. 85

"...o liberalismo...tende a reduzir toda comunidade à mera agregação de vontades individuais. Se todas as comunidades, desde a família até o Estado e a igreja, podem se entendidas redutivamente da mesma forma, acabamos inevitavelmente por negar as diferenças entre uma comunidade e outra -..." p. 256
 No liberalismo a individualidade dada por Deus... se transforma num individualismo em que todas as instituições sociais são consideradas derivadas da volição dos indivíduos e sujeitas à soberania de suas vontades. p. 160

" A deificação liberal  do indivíduo levou a fragmentação da sociedade norte americana e ao colapso dos casamentos, das famílias,  e de outras comunidades básicas, p. 228

Um mercado sem restrição alguma  pode levar facilmente à concentração de recursos econômicos, seguida da concomitante exclusão de muitas pessoas em relação ao uso desses recursos.... apesar da promessa de que um mercado livre sempre haverá de distribuir equitativamente os benefícios econômicos, esse sistema foi historicamente incapaz de impedir  a acumulação de bens produtivos nas mãos de oligopólios e monopólios, como a Standard Oil e a AT &T. ...No século 19 e mesmo no começo do séc. 20, o mercado desregulamentado facilitou a exploração do trabalho infantil, a miséria entre os pobres operários e outros abusos semelhantes..
. p. 216





3.2 Conservadorismo
 " não há uma teoria da comunidade política que possa exclusivamente se chamar conservadora" p. 113

"segundo Amthony Quinton, o conservadorismo tem três princípios:

  •  um tradicionalismo que respeita costumes e instituições estabelecidas; 
  • um organicismo segundo o qual a sociedade é sujeita a um crescimento natural, não às invenções mecânicas;
  •  um ceticismo diante das especulações teóricas abstratas.p. 114
"O conservadorismo parece se uma tendência presente dentro das demais ideologias... há capitalistas conservadores e socialistas conservadores... p. 88

Os conservadores não se unem em torno de uma visão do papel do governo, da natureza da comunidade ou do status do indivíduo." p. 91
"O conservadorismo...seu conteúdo mudar significativamente de época para época e de lugar para lugar...um americano típico... cultura islâmica radical... e um conservador num ambiente de monarquia tradicional... p. 91
Em resumo, se alguém se diz conservador, é preciso antes de tudo esclarecer o que a pessoa deseja conservar. Dependendo do lugar e da época, as respostas podem ser bem diferentes p. 91

Se um conservador americano do seculo 20 acredita no governo limitado e no livre mercado,ao passo que um conservador russo acredita na autoridade do czar e da igreja Ortodoxa Russa, talvez seja melhor reconhecer que o conservadorismo é um fenômeno inteiramente historicista, sendo incapaz de oferecer qualquer tipo de cosmovisão coerente e muito menos um programa concreto de ação política. p. 91 


Dez pontos principais do pensamento conservador de Russell Kirk(baseado no liberalismo clássico):
  • ordem moral duradoura
  • costume, convenção, continuidade
  • respeito pelas coisas estabelecidas pelo uso a longo do tempo
  • prudencia...que estuda as possíveis consequências de longo prazo
  • variedade e complexidades criativas, contrapostas a uniformidade
  • imperfectiblidade humana
  • relação entre propriedade privada e liberdade
  • comunidade voluntaria, contraposta ao coletivismo involuntário
  • impor limites ao poder e ás paixões
  • necessidade de conciliar permanência e mudança na sociedade

" mas uma tendência que se alimenta das demais ideologias. Não obstante... conservadorismo apresenta, sim, as principais marcas e uma ideologia.
Conservar significa manter alguma coisa, preservá-la, enfrentando as forças que tendem a eliminá-la com o passar do tempo. p. 88

O que faz alguém conservador é a forma de lidar com a tradição e com a mudança no contexto da comunidade humana em desenvolvimento.p. 92

Em contraponto às ideologias orientadas para a mudança, como o liberalismo e socialismo, o conservadorismo reconhece as limitações da razão humana rejeita todas as propostas que, por exemplo, gostariam de rearranjar a instituição do casamento e da família para acompanhar a mentalidade igualitária dos nosso dias,.. p. 95

Críticas ao conservadorismo:
O que o conservadorismo como um todo parece incapaz de fazer é formular um critério universalmente aceitável, trans-histórico, para discernir o que numa tradição vale a pena preservar e o que deve ser descartado.

Além disso, eles subestimam o caráter dinâmico dessa ordem. A mudança e o desenvolvimentismo não são defeitos, mas partes inalienáveis da criação tal como Deus a estruturou. p. 105

Observamos que o liberalismo e o conservadorismo são popularmente vistos como polos opostos, mas também ..isso não é exato. O liberalismo é uma ideologia particular que se atém à soberania do indivíduo, enquanto o conservadorismo está mais relacionado com a atitude que temos em relação à tradição e á mudança... o verdadeiro oposto ao conservadorismo é o progressismo.

Mas mesmo os progressistas são em certo sentido, conservadores...Em qualquer civilização, os elementos de continuidade que ligam uma geração à outra são bem maiores que as descontinuidades que as separam. p. 111

...a maior parte dos reformistas reconhece de forma bem adequada que vale a pena preservar o enorme acervo da nossa civilização e construir sobre esses alicerces.p 111

Para todo cristão dotado de discernimento, o progresso e a preservação caminham lado a lado. Um não existe sem o outro.

No mandato cultural (Gn 1:28) que estipula nossa missão aqui na terra 'há tanto um elemento conservador quanto um elemento progressivo ou dinâmico'. 'Adão recebeu a ordem de cultivar o jardim e cuidar dele.... Tornar absoluto um ou outro desses elementos é cair num tipo e idolatria, a qual, conforme vimos, é a raiz de toda ideologia. O cristão dotado de discernimento entende que a excelente criação de Deus contém possibilidades de desenvolvimentismo futuro...e esse fato por si só é suficiente para nos vacinar contra um conservadorismo purista" p. 112-113

No conservadorismo ,a tradição, ...passa a ser vista como soberana sobre toda a gama de atividades, associações e comunidades humanas. p. 160

Os conservadores nem sempre conseguem formular teoricamente a principal tarefa do Estado e curvam-se, em vez disso, a qualquer tradição política ou de outra categoria que eles creiam ter provado usa utilidade social. p. 191


3.3 Nacionalismo -A nação deificada
"nem todos dos nacionalismos são do mesmo tipo...O nacionalismo político ou cívico tem seu foco específico de lealdade no Estado, ou seja, na comunidade política de que todos o cidadãos são membros....Revolução Americana e Revolução Francesa.., Assim.americanos e franceses tentaram cimentar a unidade de seus respectivos países por meio de um novo nacionalismo cívico, isto é, por meio de uma ideologia cujo foco principal são as instituições concretas de uma comunidade política existente. " p. 132-133

o nacionalismo étinico,... o nacionalismo se tornou tribal,  e começou a enfatizar  as características culturais  comuns que agrupam  o povo numa sublime unidade espiritual. p. 134

"devemos reconhecer um papel modesto para a nação, como quer que ela se defina, e  manter-nos sempre distantes das pretensões totalitárias do nacionalismo'  p. 148

"o nacionalismo de forma análoga tenta emancipar a nação do controle de quem se encontra fora de seus limites autodefinidos...os nacionalistas identificam o mal, em última análise, com o domínio de quem é diferente deles, seja em matéria de raça, cultura ou religião." p. 128




Críticas ao nacionalismo exacerbado
"o desejo de não ter nenhuma responsabilidade para com quem é diferente não é prático nem muito menos, teoricamente defensável. Em primeiro lugar é impossível sermos governados somente por nós mesmos e por quem se parece conosco.  ... Em segundo lugar,a  alegação de que só se tem condições de governar um determinado grupo quem fala seu idioma como língua materna é simplesmente falsa... é bem verdade que as pessoas rais, de carne e osso, são capazes de defender os interesses de quem não se parece nada consigo. p. 128-129

"No nacionalismo... a nação recebe o status de divindade, e todas as demais  comunidades são vistas como meras partes do todo. As famílias, as escolas, o automóvel-clube, o sindicato,a  empresa e a cooperativa de consumidores devem subordinar-se à comunidade nacional: devem, portanto, servir aos interesses mais grandiosos da nação. p. 160

"o nacionalismo traz em si a semente de ideologias mais destrutivas, como o fascismo e o nacional-socialismo.p. 161.."

"O nacionalismo, em suma, é potencialmente expansionista, seja na sua forma cívica, seja na forma étnica" ´. 136





3.4 Democracia - a tirania da maioria?

Numa democracia direta, os cidadãos se reúnem para votar diretamente no que estiver em pauta e, por assim dizer que eles governam a si mesmos.

Numa democracia representativa, a participação dos cidadãos consiste em grande medida na escolha de representantes que governem em nome deles. p. 172

"é preciso definir duas concepções básicas de representação...A primeira delas é...  a teoria da agência ou delegação, segundo a qual o representante age seguindo diretrizes das por seus representados. p. 175-176  é bem verdade que, num mundo decaído, a tutela está sujeita a o abuso e pode se tornar pesada e autoritária

a outra concepção é a do "curador ou tutor, eleito para fazer não necessariamente o que o povo quer

"Embora a democracia seja em si uma forma de governo - e provavelmente, a melhor atualmente disponível na nossa sociedade complexa e diferenciada - ela pode assumir dimensões ideológicas na medida em que incorpora uma crença na quase infalibilidade da voz populi - a voz do povo" p. 149

foi somente no séc. 20 que a democracia adquiriu uma conotação totalmente positiva no discurso feral. p. 150

elementos comuns ...nas democracias do mundo ocidental:
  • sufrágio [voto] universal
  • valor de todos os votos igual
  • decisões são tomadas conforme o princípio do domínio da maioria
  • direito de votar vem... com o direito a se candidatar
  • liberdade considerável de expressão e de imprensa
  • a maior parte dos sistemas políticos democráticos protege a liberdade dos cidadãos junatamente com o direito das minorias, em gral consolidados numa carta de direitos
  • as democracias ocidentais se pautam pelos princípios gerais do Estado de direito, incorporados, ao menos, parcialmente, numa constituição, seja ela escrita ou não.
Certamente não existe nada de intrinsecamente democrático no Estado de direito, por se tratar de um princípio antigo, com raízes mesopotãmicas, hebraicas, gregas e romanas. Todavia deve-se admitir que sem esse princípio pré democrático, talvez até não democrático, a democracia rapidamente descambaria para uma tirania da maioria... p.151-152


Em suma, a democracia pode colocar em perigo a politica na medida em que procura impor um interesse majoritário único sobre uma comunidade política diversa e pluriforme

"Ademais, a democracia ideológica, além de favorecer a tirania da maioria, também leva em si um potencial totalitário p. 164

"Parece então que os controles democráticos do poder político são insuficientes para prevenir sua expansão totalitária, especialmente se não houver uma forma compensatória de controlar a própria democracia p 165

A ideologia democrática é, portanto, incapaz de estabelecer limites normativos ao poder do Estado democrático. Há porém outro sentido em que a democracia pode se tornar totalitária: quando tenta aplicar o princípio democrático a todo o sistema político e até mesmo a todas as áreas da vida, incluindo esferas em que pelas mais diversas razões, a democracia é absolutamente inadequada. è dessa forma que a democracia deixa de ser simplesmente uma forma de governo e se transforma num estilo de vida com raízes nitidamente idólatras. p.166

Aqui também é onde vemos o democratismo assumir o papel de uma narrativa redentora, guiando a humanidade por incrementos em direção à meta final. A história geralmente consiste em uma expansão gradual do sufrágio para incluir o maior número de cidadãos e, mais que isso, consiste em uma extensão da própria democracia para além da comunidade política, incluindo as muitas comunidades não estatais dentro de sua jurisdição territorial. O Estado final previsto não é somente um sistema político democrático, mas toda uma forma de vida democrática. 2ª edição







Quer sejam democráticos ou não, todos os sistemas políticos devem permitir que forças externas ponham limites ao poder expansivo do Estado. p. 166

A democracia como credo, seguindo sua crença central na soberania popular, tenta estender o princípio democrático por todo o governo e procura ate se infiltrar em instituições não estatais, como a empresa, a escola, a igreja institucional e a família. O problema dessa intromissão é que a democracia... acaba causando a intrusão opressiva de uma massa social indiferenciada em comunidades normativamente estabelecidas com base numa variedade de princípios alternativos. E isso a democracia como credo não entende. p. 172

Os democratas ideológicos sujeitam a política e Estado às paixões da maioria popular p.191

3.5 Socialismo- a salvação pela propriedade comum

Embora diferentes socialismos contem diferentes histórias, não é difícil discernir uma narrativa redentora que inspira a visão socialista mais ampla. O episódio inicial pode ou não ser explicitamente articulado, mas geralmente consiste de um suposto estado primitivo de igualdade original, no qual os bens da terra são compartilhados entre os membros da comunidade. Talvez sejam comunidades tribais ou comunidades nômades às quais faltem propriedades estáveis, e todos trabalham juntos para o bem comum como parte de uma rede familiar estendida. Podem ser caçadores e catadores ou pastores e seus rebanhos migrando de acordo com as estações, bem como uma comunidade agrária estabelecida em um pedaço de terra.

 Mas assim que a comunidade se estabelece, é praticamente inevitável que a próxima cena na história seja uma divisão inicial da terra entre parcelas privadas, um desenvolvimento que se equipara à queda bíblica do pecado. Uma vez que isso acontece, o estado original de igualdade se rompe em um monopólio de proprietários no uso da propriedade, com a consequente exclusão de outros. Se a terra é passada para o filho mais velho ou dividida entre a próxima geração, a propriedade rapidamente se torna desigualmente distribuída, com algumas pessoas tendo maiores ou menores quantidades, enquanto outras trabalham para os proprietários, mas sem gozar das propriedades. Tal desigualdade produz um conflito social e competição sobre os meios de produção. Alguns se tornam ricos, e muitos outros, pobres, uma situação que os socialistas de todos os lugares lamentam. Cada história redentora oferece uma solução para o problema histórico central da sociedade. Se desigualdade é o problema básico, então os socialistas devem providenciar uma resposta. O desejado estado final é aquele no qual os membros da comunidade possuem de forma igualitária os bens da terra. A questão então é como torná-lo efetivo. Para os socialistas, o meio para atingir a igualdade geralmente passa pela ideia de que todos devem colocar seus recursos em um pote metafórico, ao qual todos possam recorrer quando necessário. A posse comum das propriedades, dessa maneira, substitui a posse individual. Isso pode ser alcançado reunindo pessoas voluntariamente em uma comunidade baseada nesse princípio ou, se os socialistas tiverem aspirações políticas mais fortes, ganhando o controle do aparato governamental, de modo a implementar tal sistema de propriedade em larga escala; nesse caso, o poder coercitivo do Estado se coloca acima do elemento voluntário, forçando os cidadãos a entregarem seus bens, pretensamente para o bem de toda a comunidade. Se levado às últimas consequências, tal esforço requer uma transformação, não somente das instituições políticas, mas de toda a sociedade. É aqui que o potencial totalitário do socialismo aparece.2ª edição 






A maioria dos socialistas, sejam eles teóricos, como Marx ou socialistas Fabianos, ou práticos, como Robert Owen e Vladimir Lenin, esposavam o pressuposto de que os seres humanos vivem inseridos em sistemas que operam à revelia de sua vontade , mais ainda, de que as virtudes humanas - especialmente as relacionadas  com a capacidade produtiva tenderão a desabrochar num ambiente radicalmente transformado...
Por um lado o socialismo parece se basear num pressuposto de que os seres humanos são espontaneamente virtuosos quando são emancipados de sistemas sociais, econômicos e políticos viciados. p. 185

Mesmos os socialistas utópicos ...  tendem a basear-se em valores éticos provenientes de uma crença na bondade e fraternidade humanas. p. 187

"precisamos diferenciar entre as variedades estatistas e não estatistas de socialismo. Introduz-se aí a distinção ente o socialismo propriamente dito e o anarquismo p. 186


O socialismo...no seu nível mais básico, ele pode ser definido pelo seu foco no igualitarismo econômico, ou seja, no desejo de distribuir os frutos da terra de forma mais equitativa dentro de uma certa comunidade. Para além dessa predileção básica, como já vimos, as definições variam, bem como as estratégias para obter essa igualdade tão estimada p. 191


Críticas ao Socialismo
Alegar que toda a propriedade pertence a uma coletividade tão indefinida e nebulosa leva inevitavelmente a que uma instituição particular exerça de fato o controle como representante dessa coletividade. .. surge o problema de quem será responsável pela redistribuição. Em praticamente todos os casos,a a resposta é que um órgão do governo passa a planificar a economia de cima para baixo....um partido socialista ou comunista tem de aspirar a tomar o controle direto sobre o governo para esse propósito. Isso pode ser feito por meios democráticos regulares, e muitos socialistas professos valorizam as instituições da democracia parlamentar.

A esta altura, no entanto,  o socialismo, particularmente em sua forma marxista, começa a se tornar gravemente antidemocrático na prática, apesar de ter sua raiz espiritual na doutrina da soberania popular. Se o capitalismo e o socialismo representam dois estágios históricos irreversíveis, conforme dita o esquema marxista, a passagem de um ao outro é nada menos que figa da servidão ruma a emancipação. e uma vez dado esse passo, seria inconcebível compactuar com uma regressão ao estágio anterior...Quando o partido socialista chega ao poder, mesmo através de meios parlamentares, ele deve tomar medidas para se manter no poder afim de completar a transição para nova ordem...eles terão de consolidar seu poder, agindo para eliminar os demais partidos da competição. p. 196

O que a propaganda panfletária chama de propriedade comum é, na realidade, a monopolização de toda a propriedade por uma elite autonomeada, que na prática não presta contas a ninguém p. 197

A ideologia do socialismo, portanto, baseia-se no pressuposto de que uma forma única de propriedade comum é capaz de suplantar todas outras formas de propriedades, sejam elas individuais ou comuns p. 202

Os sujeitos da propriedade são diversos: famílias, escolas, sociedades anônimas, clubes particulares, bibliotecas, museus, sindicatos trabalhistas e obviamente, comunidades políticas ou Estados....O modo como o museu administra seus bens, por exemplo, é fundamente diferente do modo pelo qual a empresa administra os seus. O parque nacional trata seus bens diferente de uma madeireira. p. 199
Além disso as várias formas de propriedade devem coexistir, e nenhuma delas deve tentar assimilar ou abolir as demais...Mesmo na família, nem tudo é propriedade comum. Os filhos tem suas próprias camas, roupas, brinquedos, escova de dentes, bicicleta,  livros e assim por diante...Enfim, as sociedades humanas incorporam uma variedade de formas de propriedade compartilhada, e qualquer tentativa de reduzir essa diversidade a uma forma única corre o risco de degenerar em totalitarismo. p. 200

Um dos pressupostos centrais do marxismo é que um número imenso de fenômenos são redutíveis à luta de classes economicamente fundamentada. Entre esses fenômenos, incluem-se o governo politico, os sistemas jurídicos, o casamento, a vida familiar, a religião, a filosofia e a solidariedade nacional....p. 212
a fonte do mal para Marx é precisamente a divisão do trabalho. p. 211


 Por repudiarem explicitamente os devaneios dos socialistas utópicos e não desejarem seguir a abordagem platônica de projetar cidades imaginárias de caráter platônico, eles alegam estar apenas prevendo a direção da história em seus termos mais gerais. Todavia, em uns poucos trechos de seus escritos, Marx e Engels não resistem e acabam especulando um pouco sobre o futuro socialista. Em uma das passagens mais conhecidas, eles descrevem assim a sociedade comunista: 

Nela, ninguém tem uma esfera exclusiva de atividade, mas cada um se torna capaz em qualquer área que desejar. A sociedade regula a produção geral, tornando possível que eu faça uma coisa hoje e outra amanhã; caçar de manhã, pescar pela tarde, pastorear o gado ao pôr do sol e fazer crítica depois do jantar, ao meu bel-prazer, isso tudo sem que eu jamais me torne caçador, pescador, pastor ou crítico.27 Essa sociedade do futuro corresponde à visão bíblica do novo céu e da nova terra, onde Deus “lhes enxugará dos olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem lamento, nem dor” (Ap 21.4). A própria divisão do trabalho cessará, deixando os seres humanos livres para edificar uma nova sociedade sem as opressões do passado. A virtude humana poderá desabrochar nessa nova ordem, porque todos os obstáculos à virtude terão sido abolidos. É claro que a principal diferença entre a visão marxiana e a cristã é que esta aguarda a plenitude última da criação no retorno de Cristo, quando só então o processo da redenção será cumprido e todas as coisas serão renovadas, ao passo que a primeira entende que o clímax emergirá a partir da própria história.p. 211 







O Papel do governo:

Primeiro, o governo é obrigado a cuidar daquilo que é comum a todos os cidadãos do Estado...ambiente físico, regulando e ,se possível, proibindo a poluição do ar, da água e do solo. Deve tomar conta... parques nacionais, estaduais, e municipais, empresas públicas e monumentos históricos entram nesta categoria.... segurança pública...

Em segundo lugar o governo tem uma responsabilidade redistributiva mínima dentro do corpo político...A justiça não demanda a igualdade absoluta. Além disso , o governo também não deve ter a pretensão de tronar-se a principal fonte do bem-estar econômico dos seus cidadãos....Porém... assegurar que os cidadãos e as comunidades tenham recursos suficientes para cumprir as vocações recíprocas... , mantendo, por exemplo, um ambiente jurídico protetor
. p. 217

Terceiro, o governo tem um papel  a desempenhar na proteção dos economicamente carentes.... acesso ao sistema legal... governo desempenhar um papel mais direto no alívio à pobreza, desde que ele não ultrapasse sua competência normativa. p. 218


Teoria da soberania das esferas ou Responsabilidade Diferenciada




A noção de soberania das esferas ou de responsabilidade diferenciada, pressupõe uma concepção não hierárquica da sociedade...não é uma hierarquia ontológica... isso não implica necessariamente a ausência de autoridade. ...No entanto essas hierarquias são limitadas pela própria natureza dos postos de autoridade em questão, natureza essa que, por sua vez, é limitada pelo contexto institucional.
p. 287

Cada pessoa ocupa uma posição de autoridade que se manifesta de modo limitado em diferentes contextos institucionais. Nem Norman nem Tereza são intrinsecamente subordinados um ao outro fora de suas posições respectivas. Norman, o aluno está sujeito à professora Tereza, porque matriculou-se no curso dela. E Tereza, a motorista está sujeita à autoridade policial  Norman quando estiver dirigindo..." p. 287

Deus redime a pessoa como um todo, não somente a sua vida espiritual ou moral. Assim, o alcance cósmico da redenção em Jesus Cristo e da renovação do Espírito Santo não se resume à oração diária, à leitura da Escritura e à presença semanal na reunião da igreja, embora essas coisas certamente façam parte dessa vida. O alcance cósmico da redenção significa que a vida como um todo é redimida, incluindo a família, o trabalho, a recreação, a vida acadêmica e a vida política. Se o cosmos inteiro é um campo de batalha contínua entre os espíritos da fé e os da incredulidade, temos a responsabilidade dada por Deus de discernir os espíritos em cada uma dessas esferas." (p.230).

"O chamado inicial e mais básico de Deus é: Frutificai e multipliai-vos, enchei a terra e sujeitai-a" . Esse chamado é comumente chamado de "mandato cultural". Os seres humanos são seres culturais. Na sua vida normal, les cultivam ou desenvolvem o mundo à sua volta. Do ponto de vista normativo, eles não fazem isso de maneira desconexa, mas de forma ordeira, segundo a intenção de Deus. Em outras palavras, as atividades humanas que moldam a cultura estão de acordo com a intenção criativa de Deus....A cultura humana inclui a política; logo a politica é  parte da criação. p. 231-232
Teoria da Soberania das Esferas


Classificação das ideologias: esquerda e direita 

Não existe nenhum esquema universalmente aceito para classificar as ideologias políticas, e os que temos à nossa disposição não ajudam muito. Um dos métodos mais comuns e, creio eu, menos
esclarecedor, consiste em agrupá-las em um espectro que vai da esquerda à direita. O uso dos termos esquerda e direita é tão amplo que merece algum comentário. 

Muitos usam esses rótulos como se eles tivessem um conteúdo invariável, universalmente conhecido
desde tempos imemoriais. Se chamamos Margaret Thatcher (1925- 2013) de direitista, o que precisamente estamos dizendo sobre suas crenças políticas e sua plataforma de governo?
 Se rotulamos François Mitterrand (1916-1996) de esquerdista, o que poderemos esperar que nosso interlocutor entenda a respeito do falecido líder francês? 
Usamos esses termos geralmente de forma pejorativa, como um modo de desacreditar aquele que discorda de nós. Sem querer, acabamos revelando muito mais sobre nós mesmos do que sobre os nossos adversários políticos. Por que usar esses rótulos, então? Será que eles comunicam alguma coisa? Será que vale a pena mantê-los em uso?

O uso dos termos esquerda e direita originou-se unicamente da disposição dos assentos dos deputados na Assembleia Nacional Francesa depois de 1789. Os monarquistas tradicionais sentavamse à direita do líder da casa e os republicanos, à esquerda. Com o tempo, o monarquismo deixou de ser uma força importante e o radicalismo e o socialismo ganharam espaço. A configuração dos partidos políticos mudou e seus lugares na câmara parlamentar migraram para o lado direito do líder.
40 No começo, os da direita favoreciam a soberania do monarca, enquanto os da esquerda defendiam a soberania popular. Assim, o critério básico para localizar os partidos e suas ideologias ao longo do espectro era sua atitude em relação à posse do poder político. Desnecessário será dizer que esse critério está completamente obsoleto hoje em dia. Os significados de esquerda e direita mudaram ao longo das décadas, à medida que diferentes grupos de questões passaram a suplantar em importância questões anteriores.

 Em vários momentos, na França e em outros lugares, a questão primordial estava entre clericalismo e anticlericalismo — entre aqueles que se sentavam à direita, apoiando as prerrogativas de uma igreja institucional e aqueles sentados à esquerda, desejosos de que a igreja perdesse completamente o seu poder. Talvez como consequência dessa particularidade histórica, haja uma tendência popular que persiste em entender qualquer envolvimento cristão na política, desde os partidos democráticos cristãos da Europa até a American Christian Coalition [Coalizão Cristã da América] de 1990, como um fenômeno da direita. Além disso, muitos cristãos tendem à aproximação de partidos posicionados à direita, um fenômeno agravado em parte pelos de esquerda, que consideram a fé religiosa
como resquício de um passado pouco iluminado.41

Ao longo do século 20, no entanto, a posição de qualquer pessoa no espectro esquerda-direita foi determinada em boa parte por sua atitude diante da igualdade social e econômica. Os sociaisdemocratas e os comunistas, apesar de discordarem em vários pontos, querem no fundo distribuir igualmente a renda da sociedade.
Os liberais clássicos e os fascistas são tão diferentes como a noite é do dia, especialmente no que se refere à liberdade individual, mas ambos creem que os seres humanos são intrinsecamente desiguais
ou se tornam desiguais no exercício de seus diferentes potenciais individuais. Os racistas estão na extrema direita porque, além de acreditar que algumas pessoas são superiores às outras, creem que
essa superioridade é biologicamente determinada. 
Os comunistas estão na extrema esquerda porque creem que praticamente todas as diferenças e desigualdades humanas são economicamente determinadas e podem, portanto, ser eliminadas. (Na prática, as sociedades comunistas têm sido invariavelmente marcadas pela desigualdade e só conseguiram criar o que Milovan Djilas chama de uma “nova classe”, constituída pelos membros da burocracia e do partido.42

 Apesar dessa realidade bem diferente da teoria, as aspirações comunistas continuam igualitárias até o fim.) No mundo ocidental do século 21, entretanto, os componentes religiosos e culturais se reafirmaram de modo a justificar mais alterações na definição de esquerda e direita, refletindo assim de alguma forma a divisão clerical-anticlerical do período da Revolução Francesa.

Dessa maneira, mesmo que alguém favoreça o Estado de bem estar social e as políticas de redistribuição econômica, temas antes vistos como totalmente de esquerda, e mesmo assim persista na
oposição à liberação do aborto ou em acreditar que a complementaridade sexual é inerente à estrutura do casamento, essa pessoa será rejeitada por ser vista como alguém de extremadireita, ou mesmo como um completo fanático. 

Isso sugere mais uma vez que o critério econômico pode não ser mais tão proeminente como outrora, com o critério cultural voltando à tona. Assim, os termos esquerda e direita são de pouca utilidade por três razões principais.

 Primeiro, eles sempre se relacionam aos assuntos que estão em voga em determinada época e, portanto,
não podem ter um sentido único e universalmente aceito. Essa talvez não seja a razão mais importante para a rejeição desses termos; no entanto, devemos ao menos estar cientes de que, se criticarmos alguém por estar muito à esquerda ou muito à direita, nós usaremos um critério que não é permanente e que provavelmente mudará no futuro.

Segundo, o espectro esquerda-direita é unidimensional e necessariamente prioriza um determinado critério de avaliação sobre diversos outros critérios possíveis. Por que enfocar tão obsessivamente a distribuição de recursos econômicos? Por que não analisar as ideologias em termos de suas atitudes em relação à dimensão do poder do governo? Ou diversidade versus unidade? Ou democracia versus aristocracia? Assim, pois, podemos empregar diversas matrizes em um modelo multidimensional. Se
tivéssemos que escolher somente duas matrizes, colocando-as em
posição perpendicular, o resultado final seria algo como a figura 2.




Trata-se de uma forma bidimensional de organizar as ideologias políticas e é, sem dúvida, mais esclarecedora que o contínuo unidimensional.

Existe, porém, uma terceira razão para se rejeitar o espectro esquerda-direita, razão essa que nem mesmo um modelo multidimensional consegue superar. Essa classificação não explica as diferenças religiosas que existem entre as várias ideologias. A maior parte das ideologias modernas fazem parte da mesma família religiosa, conforme já observamos. De um jeito ou de outro, cada uma delas transforma a humanidade em um deus, e por isso todas têm muito em comum. No entanto, divergem no tocante a qual manifestação da humanidade elas preferem adorar. Conforme veremos adiante, o liberalismo idolatra o indivíduo; o socialismo, a classe econômica; o nacionalismo, o Estado-nação ou a comunidade étnica. Embora possamos, em tese, criar um contínuo de ideologias com “comunidade” de um lado e “indivíduo” do outro, ainda não teremos como distinguir os diversos tipos de comunidade. 

Além disso, há um conjunto de doutrinas políticas que seria difícil encaixar em qualquer contínuo. Incluem-se aí a democracia cristã europeia, o radicalismo islâmico da Al-Qaeda e do Hamas e o nacionalismo hindu do Partido Janata indiano. As diferenças básicas entre essas religiões históricas não podem ser facilmente colocadas em um esquema uni, bi ou multidimensional. Por todos esses motivos, eu preferiria banir os termos esquerda e direita do discurso político. Mas, uma vez que isso não vai acontecer, peço ao leitor que esteja ciente das deficiências desses termos e não lhe lhes atribua demasiada importância. Entretanto, há dois outros rótulos que podem ter mais validade: progressista e conservador, frequentemente vistos como sinônimos de esquerda e direita. A esse respeito, basta-me dizer por ora que, em tese, vejo o progressismo e o conservadorismo como duas atividades mutuamente compatíveis e necessárias. Elas não devem ser rigidamente contrapostas.