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sábado, 3 de outubro de 2015

Jesus vem até 2027-2028 ou 2048? O mito de Israel e a figueira





Veja abaixo em preto as teorias, e em vermelho uma resposta bíblica e definitiva sobre o assunto. As citações bíblicas estão em verde


http://i.ytimg.com/vi/Vhk31L6gU0I/hqdefault.jpg

Segundo os profetas da volta de Cristo:

  • Israel é a figueira  Mateus 24:32-36 Joel 1:12
  • A figueira floresceu em 1948. Salmos 90:10
  • A geração que viu a figueira florescer não passará até que Jesus volte.
  • Uma geração tem setenta a oitenta anos.
  • Logo: 1948 + 70 ou 80= 2018 a 2028
  • Ou divindo 400 anos por 4 gerações da 100 anos uma geração, o que daria 2048 Gn 15:13-16
Outra teoria (Rabbi Isser Weisberg)
  • O domo da Rocha é o abominável da desolação estabelecido em 692d.C
  • Dn 12:11-12 fala de anos e não dias
  • Dn 12:11 diz que Jesus vem depois de 1982, pois 692 +1290=1982
  • Dn 12:12 diz que Jesus vem  até 2027, pois 692 + 1335= 2027
"Weisberg previu abertamente que a eleição está longe de terminar e Trump permanecerá no poder . “Parece claro, por todas as profecias, que Donald Trump ficará na Casa Branca por mais quatro anos”, afirmou.
Weisberg explicou que a "abominação terrível" mencionada no Livro de Daniel é a http://Cúpula da Rocha no Monte do Templo em Jerusalém , que foi concluída no ano 692. Contando 1290 (mil duzentos e noventa) anos a partir da conclusão da Cúpula da Rocha "você tem 1982 e 1335 (mil trezentos e trinta e cinco) termina em 2027. Essa é a janela (1982-2027) quando o Mashiach tem que vir."
Finalmente, Weisberg conectou essas duas previsões - que o presidente Trump permanecerá no cargo para terminar o trabalho que começou há quatro anos, e que Mashiach chegará antes de 2027. “O que quer que tenha que ser feito antes que Mashiach venha, deve ser feito por meio do Presidente Trump. Não há tempo para outra pessoa. O prazo de 2027 está definido em pedra, com base novamente no meu entendimento, o que é claro que posso estar errado, mas parece que não estou. Não há outra interpretação dessas profecias ”, afirmou.   https://www.israel365news.com/160717/time-frame-of-messiahs-arrival-revealed-in-book-of-daniel/  acesso em 11/01/2021



"EVIDÊNCIAS BÍBLICAS SOBRE A ÉPOCA DA VOLTA DE JESUS

"O dia e a hora não sabemos (Mateus 24: 36), mas a época do arrebatamento que dá início à 2ª Vinda de Jesus  não nos surpreenderá (I Tessalonicenses 5: 4). Há uma enorme diferença entre se saber o dia e a hora (dado este que ninguém sabe a não ser Deus) e a época do arrebatamento que o Senhor nos revela através de sua Santa Palavra. "
 
Da mesma forma que Deus anunciou, 800 anos antes, à Abraão (Gen 15:13) que o povo de Israel seria libertado do Egito após 400 anos de aflição;

Da mesma forma que Deus anunciou à Jeremias (Jer. 29:10), 100 anos antes, que o povo de Judá e Israel seria libertado da Babilônia após 70 anos de cativeiro;

Da mesma forma que Deus anunciou à Daniel (Dan 9:24-26), 550 anos antes, a época da 1ª vinda de Jesus, o Messias e Redentor de Israel;

Desta mesma forma, o próprio Jesus e seus profetas nos revelaram sobre a época de sua 2ª vinda que, em suma, será o maior acontecimento de toda a história do povo de Deus (Igreja e Israel) e de toda a humanidade, e que será desencadeada pelo arrebatamento da Igreja fiel. Serão estas evidências inquestionáveis que abordaremos nas próximas linhas.      

Em Mateus 24:32-36, Jesus nos revela um limite temporal para que todas estas coisas aconteçam, ou seja, um limite temporal para sua 2ª vinda, através da parábola da figueira, inclusive garantindo que estas Palavras são mais firmes do que o céu e a terra.   


32 Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão.

33 Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas.

34 Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.

35 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

Israel na Bíblia é comparado freqüentemente com uma videira e com uma figueira (Joel 1:12). Ora, a figueira passou a brotar folhas e tornar seus ramos tenros a partir de 14 de maio de 1948, quando da fundação do Estado de Israel. Ocorre que o Senhor nos revela que não passará a geração dos ramos e das folhas da figueira sem que todas estas coisas aconteçam. Ora, de acordo com a Bíblia uma geração dura cerca de 70 anos, no mais tardar 80 anos. É o que nos revela o Livro dos Salmos 90:10:     


10 Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando.

Assim 70 anos depois da figueira (Israel) ter brotado suas folhas e seus ramos, chegamos ao ano de 1948 + 70 = 2018, que seria o limite para o cumprimento de toda a Palavra Profética relativa à 2ª vinda do Senhor.   

Ora, como o arrebatamento deve ocorrer pelo menos 7 anos antes da vinda gloriosa do Senhor Jesus, poderíamos entender que este se daria a partir de 2011, ano este que já se foi, o que exige de nós maior vigilância. Se considerarmos o último limite de 80 anos, então teríamos de considerar que o arrebatamento poderia se dar até 2021. De qualquer forma, entre 2011 (já passado) e 2021 se daria o arrebatamento da Noiva do Senhor Jesus.

Há muitas outras evidências, e TODAS apontam que a 2ª vinda do Senhor é para os nossos dias."

Fonte: http://www.oarrebatamento.net/a-palavra-nas-escrituras/evidencias-biblicas-revelam-a-epoca-da-volta-de-jesus.html

Respostas:
1- A geração que Jesus falou, a geração que não passará, se refere a geração que presenciará "todas essas coisas" especificamente
a- o abominável da desolação 
b- a  grande tribulação 
c- estrelas que cairão na terra

Esta geração ainda é futura, não começou em 1948 veja:

Mt 24:15  Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda),
16  então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes;
17  quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa;
18  e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa.
19  Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
20  Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado;
21  porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais.
22  Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados.
23  Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis;
24  porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.
25  Vede que vo-lo tenho predito.
26  Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto!, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa!, não acrediteis.
27  Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem.
28  Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres.
29  Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados.
30  Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.
31  E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.
32 ¶ Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.
33  Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas.

2- Como pode ser percebido Jesus não comparou Israel à figueira, mas os eventos que imediatamente precedem sua vinda para estabelecer seu reino.
O verão é discernido pelo fato da figueira E AS OUTRAS ÁRVORES ter seus ramos e folhas brotando, assim também todas essas coisas mencionadas  mostrarão o fim iminente;


O texto paralelo diz de várias árvores e não somente Israel!
Lucas 21:29 ¶ Ainda lhes propôs uma parábola, dizendo: Vede a figueira e todas as árvores.
30  Quando começam a brotar, vendo-o, sabeis, por vós mesmos, que o verão está próximo.

3- O salmo 90:10 apenas trata da expectativa de vida de seus contemporâneos de seu contexto geográfico , não diz respeito a uma regra matemática de cálculo de uma geração bíblica.   

5- Dn 12:11-12 se refere ao ato de retirar o sacrifício e colocar a abominação como um ato conjunto e não separado de 70d.C (destruição do templo) a 692d.C (construção do Domo da Rocha), assim como foi com Antíoco Epifãneo que ao proibiu a oferta de sacrifícios e ofereceu sacrifícios pagãos além de colocar uma imagem sua e de Zeus no santuário. (Para um estudo completo veja aqui-  http://igrejaadventistanamiradaverdade.blogspot.com/2012/09/erros-de-dn-814-chifre-pequeno-e.html


6-  Dn 11:31 fala da abominação colocada por Antíoco e Dn 12:11 fala de um rei futuro do tempo do fim (conhecido como anticristo). - Vide link acima
Se Antíoco tivesse cumprido as duas profecias, Jesus não teria dito desta futura profanação em Mt 24;15, nem Nero ou outro rei ou indivíduo do seculo 1 cumpre esta profecia 
 http://averacidadedafecrista.blogspot.com/2020/03/marca-da-besta-um-sinal-literal-nero-em.html


7- Joel 1:12 não se refere a Israel, mas o texto fala de uma seca em Israel que atingia toda vegetação.
Joel 1:10 O campo está assolado, e a terra, de luto, porque o cereal está destruído, a vide se secou, as olivas se murcharam.
11 Envergonhai-vos, lavradores, uivai, vinhateiros, sobre o trigo e sobre a cevada, porque pereceu a messe do campo.
12 A vide se secou, a figueira se murchou, a romeira também, e a palmeira e a macieira; todas as árvores do campo se secaram, e já não há alegria entre os filhos dos homens.




Sl 90:10 Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando.

4-Dn 12:11-12 fala de dias e não de anos


Dn 12:9 Ele respondeu: Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até ao tempo do fim.
10 Muitos serão purificados, embranquecidos e provados; mas os perversos procederão perversamente, e nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão.
11 Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias.
12 Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias.

Isso é o contrário de Dn 9: 25-27 que fala dos setenta sete (anos) , que são anos, click http://averacidadedafecrista.blogspot.com/2020/04/arrebatamento-pre-tribulacionismo-midi.html


8- A previsão do Rabino Weisberg sobre Donald Trump falhou, pois Biden é o novo presidente dos EUA , sua posse é dia 20/01/2021

Conclusão:

Não dá para fazer cálculos matemáticos para volta de Cristo.
1948 não tem nada a ver com a renovação da figueira e de todas as árvores. 
O Domo da rocha em Israel não é a abominação desoladora.


Para saber mais sobre  Volta de Cristo e mitos click

Lucas 12:40 Ficai também vós apercebidos, porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá.

A Serpente de Gn 3 era uma Cobra ou um anjo? e o leviatã?




Por que o diabo é comparado a uma serpente?


Gênesis 3:14  Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida.
Gn 3:1 ¶Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
2  Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,
3  mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais.
4  Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.

"A s opiniões divergem quanto a se essa foi um a cobra inspirada por Satanás ou se é um nome para o próprio Satanás (J. O. BUSWELL, Systematic theology o f the Christian religion, Zondervan, 1962, v. 1, p. 264-5). " (Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, Vida Nova, p.952)

1- Características da serpente em Gênesis

1- Uma criatura. Um ser vivo.  Veja o Lexico de Strong:
02416 yx chay-   
adj
1) vivente, vivo
1a) verde (referindo-se à vegetação)
1b) fluente, frescor (referindo-se à água)
1c) vivo, ativo (referindo-se ao homem)
1d) reflorecimento (da primavera)

n m
2) parentes
3) vida (ênfase abstrata)
3a) vida
3b) sustento, manutenção

n f
4) ser vivente, animal
4a) animal
4b) vida
4c) apetite
4d) reavimamento, renovação
5) comunidade

2- Astuto, Sagaz, Inteligente. Veja o Lexico de Strong:
06175 Mwre ‘aruwm

part. pass. de 06191; DITAT-1698c; adj.

1) sútil, sagaz, astuto, matreiro, sensato
1a) astuto
1b) sagaz, sensato, prudente

3- Capaz de falar
Gn 3:1 ¶ Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
2  Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,
3  mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais.
4  Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.

4- Tinha uma natureza decaída, capaz de enganar, tentar, seduzir.
2 Coríntios 11:3  Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.
Apocalipse 12:9  E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.
Gênesis 3:13  Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
1 Timóteo 2:14  E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.

Surgem 3 perguntas
Será que uma serpente literal tema a capacidade de fazer tal coisa?
Não!

Não seria uma manifestação do diabo numa serpente literal?

 Seria uma ação direta do anjo caído?


2- A Bíblia diz que a serpente era o diabo, o anjo caído
Gn 3:1 ¶ Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?

Observe que a serpente é identificada como uma criatura, um ser vivo sagaz, esperto, inteligente e capaz de falar.

O novo testamento identifica este ser como sendo o diabo. E usa o texto de Gn3 para se referir ao esmagamento de Satanás, a serpente.

2 Coríntios 11:3  Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.
Apocalipse 12:9  E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.

Romanos 16:20  E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor Jesus seja convosco.


A linguagem de Gn 3 sobre a serpente é simbólica
Gn 3:14 ¶ Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida.

15  Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

  • O ato de ferir a cabeça da serpente não é literal
  • O ato de ferir o calcanhar não é literal
  • O ato de rastejar é usado frequentemente  de modo simbólico como um ato de humilhação
Sl 72:9  Curvem-se diante dele os habitantes do deserto, e os seus inimigos lambam o pó.
Is 49:23  Reis serão os teus aios, e rainhas, as tuas amas; diante de ti se inclinarão com o rosto em terra e lamberão o pó dos teus pés; saberás que eu sou o SENHOR e que os que esperam em mim não serão envergonhados.

Mq 7:17  Lamberão o pó como serpentes; como répteis da terra, tremendo, sairão dos seus esconderijos e, tremendo, virão ao SENHOR, nosso Deus; e terão medo de ti.
Enfim, se usa o rastejar da serpente literal como simbolo da humilhação

 "2. O jardim do Éden. Gênesis 3 apresenta a cobra (nãhãs, LXX ophis) como uma das criações de Deus, não uma cópia dualística de Javé. Ainda assim a cobra é extremamente astuciosa (‘ãrüm, formando um jogo de palavras com o adj. ‘êrõm em 2.25 e 3.7, significando nudez). Esse ser ainda é distinto dos outros animais no jardim por estar atento aos assuntos divinos, ter o poder da palavra, e ser algo que, claramente, não era “bom” (1.31). A conversa sagaz da serpente com Eva está cheia de meias verdades: ter os olhos abertos e tomar-se como Deus apenas resulta em vergonha e separação...Comer pó é característico da humilhação de um inimigo (SI 72.9; Is 49.23; Mq 7.17),...O Gênesis não nomeia a semente da mulher, mas de uma perspectiva canônica esta figura só pode ser Cristo, que transforma o conflito em conquista (Ap 20.1-10). O inimigo é o próprio Satanás, aparecendo como um dragão gigantesco com sete cabeças e dez diademas — “a antiga serpente (ophis), que se chama diabo” (Ap 12.1-9). A inimizade (Gn 3.15) que o Senhor pôs entre o diabo e a mulher finalmente chega à plenitude de expressão. Insatisfeito em enganar, seu intento é guerrear contra todo o céu (Ap 12.17; 13.4; 16.13-14).(Dicionario Internacional de  teologia e exegese do AT, vol 3 p. 88)

 Satanás foi identificado como uma serpente por causa do simbolismo da época. A serpente representava dentre outras coisas:

  • o mal
  • esperteza, sagacidade
  • comportamento ímpio
  • morte
  • e o seu rastejar a humilhação
"A cobra era universalmente temida em todo o OMA e simbolizava soberania, vida, fertilidade, sabedoriacaos e morte. Datando dos tempos calcolíticos, as cobras na Mesopotâmia apareceram como símbolos de culto em panelas e figuras de bronze. Na Epopéia de Gilgamés, a serpente sábia rouba do herói uma planta que poderia dar a ele imortalidade. Faraós egípcios usavam um aparato na cabeça que tinha uma cobra ereta na frente, significando poder divino e proteção. A cobra entretanto é também símbolo de morte e caos, coisa evidente na vitória de Marduque sobre a serpente do mar Tiamate e quando Ré subjuga a maligna Apepe. Os cananeus tomaram emprestado o símbolo da serpente dos hicsos e usaram-no para representar o poder divino da vida.(Dicionario Internacional de  teologia e exegese do AT, vol 3 p. 87)
4. Uso figurado e didático. Serpentes usadas como analogia e metáfora indicam um comportamento ímpio que fere a sociedade (Dt 32.33; SI 58.4[5]; 140.3[4]; Is 59.5),

Os escritores do NT e At usaram  figuras da cultura do Antigo Oriente para descrever a derrota das forças do mal, essas figuras incluíam serpentes
O profeta Isaías usa as imagens da mitologia cananita para descrever a vitória escato- lógica de Javé sobre todos os que se opõem a ele, aqui descritos como as forças do caos (Is 27.1; observe-se a íntima semelhança entre essa passagem e KTU, 1.5 I, 1-3; CML, 68: “Tu castigaste o Leviatã, a serpente veloz, e deste um fim à serpente sinuosa, o déspota com sete cabeças...”).(Dicionário Internacional de  teologia e exegese do AT, vol 3 p. 463)
Num texto posterior (KTU, 1.3 III, 34-39), Anate, a consorte de Baal, vangloria-se da vitória dela sobre Iam: “Qual é o inimigo que se levanta contra Baal, qual é o inimigo contra o cavaleiro das nuvens? Eu não destruí Iam [mar], o querido de El? Eu não dei um fim a Naar [rio], o grande deus? O dragão não foi capturado e conquistado? Eu destruí a serpente sinuosa, o tirano de sete cabeças...” (CML. 50). Embora seja, de algum modo, ambígua, essa referência a um dragão (tnn), a uma serpente (chamada Lotã/Leviatã; KTU, 1.5 I, I), e a um tirano com sete cabeças, parece ser uma referência a Iam, o deus marítimo conquistado. (Dicionário Internacional de  teologia e exegese do AT, vol 3 p. 461)


 Sl 74:2 ¶ Todavia, Deus é o meu Rei desde a antiguidade, operando a salvação no meio da terra.
13 Tu dividiste o mar pela tua força; quebrantaste a cabeça dos monstros das águas.14 Fizeste em pedaços as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento aos habitantes do deserto.
Is 27:1 Naquele dia, o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, a serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão que está no mar.

A palavra Leviatã (ARA, dragão) é cognata com a ugarítico Itn, o monstro de sete cabeças, que é descrito em Isaías 27.1 como uma “serpente que voa”, “serpente sinuosa” e “monstro que está no mar”, atingido por Baal; ANET, 137-38. São conhecidas muitas histórias sobre a batalha entre um deus e um monstro do mar/caos: ANET, 66-68 e 125-26. Cf. ANEP nos. 651, 670, 671 e 691. A criação é o assunto da história babilónica da morte de Tiamate (o mar) nas mãos do deus Marduque...
A descrição mais explícita é encontrada em Jó 41.1 -34[40.25-41.26]. Em geral os comentaristas a tomam como uma referência a um crocodilo ou até mesmo a uma baleia (G. R. Driver); todavia, em cada caso, algumas características da descrição não se aplicam. Por exemplo, o lado inferior como fragmentos de cerâmica, o bafo quente/faíscas de fogo, a grande força do pescoço, e o fato de que ele se move no mar (em vez de em um rio), menospreza outros animais e é invencível. A descrição indica que o corpo do Leviatã era impenetrável às armas humanas.
No final do livro de Jó, Javé o desafia a mostrar seu domínio sobre as grandes criaturas, Beemote e Leviatã, que são símbolos das forças cósmicas que, às vezes, hostilizam o governo dc Javé. Se Jó não puder vencê-los, ele não estará em posição de duvidar de Deus, seu criador e Mestre, tratando-o injustamente.
2. Conflito. Em muitas passagens no AT, tais como os Salmos 74,89,93, 104, Jó 9,26 e 38, existem alusões a um conflito entre Javé e um dragão (mencionado de modo variado como Leviatã, Raabe, serpente sinuosa, ou simplesmente dragão) ou o mar na época da criação. Esse uso do AT da imagem do conflito divino com o dragão e o mar encontra paralelo na mitologia cananéia. especificamente a partir do mito do conflito de Baal com o deus marítimo Iam e seu dragão, associado ao Leviatã de sete cabeças, ao bezerro Atique de El, etc. Pode aqui, portanto, tratar-se de um elemento polêmico contra o baalismo. Embora o monoteísmo do AT seja incompatível com a crença de que o dragão e o mar eram deuses, é compatível com o conceito de que eles representavam forças demoníacas, que são muitas vezes retratadas na forma animal no mundo antigo. A derrota do monstro do caos por Javé, no passado, é invocada como uma base de confiança para sua ação de libertar seu povo no presente, quando os poderes do caos parecem ter triunfado.
 Ap 12:3  Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas.
4  A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse.
 7  Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos;8  todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles.9  E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.
Eva não demonstrou estranheza ao ver a serpente falando com ela.
  • Se fosse uma cobra isto lhe causaria estranheza, pois cobras não falam.
  • Mas se era um anjo,  este não lhe causaria estranheza, já que anjos podem aparecer a humanos.

O querubim, antes de sua queda, já esteve no jardim de Deus.
Ao descrever o rei de Tiro a bíblia o compara com Satanás
Ez 18:12  Filho do homem, levanta uma lamentação contra o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus: Tu és o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura.
13  Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados.
14  Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas.
15  Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti.
16  Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras.
17  Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem.

3- Justino Mártir tinha este entendimento

5 Deu ao diabo o nome de leão que ruge contra ele, o qual Moisés chama de serpente, que em Jó e Zacarias é chamado de diabo, e que é apelidado por Jesus de Satanás, nome composto cujo significado foi tomado daquilo mesmo que o diabo fazia. Justino de Roma. Diálogo com Trifon, 103. São Paulo: Paulus.1995, p. 270
 3 Todavia, na versão dos Setenta, se diz: “Vede que morrereis como homens e caireis como um dos príncipes”, aludindo à desobediência dos homens, isto é, de Adão e Eva, e à queda de um dos príncipes, aquele que se chama serpente, e deu uma grande queda por ter enganado Eva.Justino de Roma. Diálogo com Trifon, 124. São Paulo: Paulus.1995, p. 300.
Conclusão
Sem dúvida, a tese que a serpente de Gn 3 era Lúcifer, que se tornou o diabo, Satanás, explica bem melhor o texto do que defender uma possessão demoníaca.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Parafilias e transtornos parafílicos- sexo com cadáveres é normal?



"O termo parafilia representa qualquer interesse sexual intenso e persistente que não aquele voltado para a estimulação genital ou para carícias preliminares com parceiros humanos que consentem e apresentam fenótipo normal e maturidade física. Em certas circunstâncias, o critério "intenso e persistente" pode ser de difícil aplicação, como na avaliação de pessoas muito idosas ou clinicamente doentes e que podem não ter interesses sexuais "intensos" de qualquer espécie. Nesses casos, o termo parafilia pode ser definido como qualquer interesse sexual maior ou igual a interesses sexuais normofílicos. Existem, ainda, parafilias específicas que são geralmente mais bem descritas como interesses sexuais preferenciais do que como interesses sexuais intensos.

Algumas parafilias envolvem principalmente as atividades eróticas do indivíduo; outras têm a ver sobretudo com seus alvos eróticos. Exemplos das primeiras incluem interesses intensos e persistentes em espancar, chicotear, cortar, amarrar ou estrangular outra pessoa, ou um interesse por essas atividades que seja igual ou maior do que o interesse do indivíduo em copular ou em interagir de forma equivalente com outra pessoa. Exemplos das demais incluem interesse sexual intenso ou preferencial por crianças, cadáveres ou amputados (como classe), bem como interesse intenso ou preferencial por animais, como cavalos ou cães, ou por objetos inanimados, como sapatos ou artigos de borracha...

Um transtorno parafílico é uma parafilia que está causando sofrimento ou prejuízo ao indivíduo ou uma parafilia cuja satisfação implica dano ou risco de dano pessoal a outros. Uma parafilia é condição necessária, mas não suficiente, para que se tenha um transtorno parafílico, e uma parafilia por si só não necessariamente justifica ou requer intervenção clínica." 



No conjunto de critérios diagnósticos para cada transtorno parafílico listado,
o Critério A especifica a natureza qualitativa da parafilia (p. ex., foco erótico em crianças ou em expor a genitália a estranhos), e o
Critério B especifica suas conseqüências negativas (i.e., sofrimento, prejuízo ou dano a outros). Para manter a distinção entre parafilias e transtornos parafílicos, o termo diagnóstico deve ser reservado a indivíduos que atendam aos Critérios A e B (i.e., indivíduos que têm um transtorno parafílico).

Se um indivíduo atende ao Critério A mas não ao Critério B para determinada parafilia - circunstância esta que pode surgir quando uma parafilia benigna é descoberta durante a investigação clínica de alguma outra condição -, pode-se dizer, então, que ele tem aquela parafilia, mas não um transtorno parafílico... " (DSM V- grifo acrescentado)



Transtorno Pedofílico  302.2 (F65.4)

Critérios Diagnósticos
Os critérios diagnósticos para transtorno pedofílico existem com o intuito de serem aplicados tanto a indivíduos que revelam abertamente essa parafilia quanto àqueles que negam qualquer atração sexual por crianças pré-púberes (em geral, 13 anos ou menos), apesar de evidências objetivas substanciais do contrário. Exemplos de revelação dessa parafilia incluem reconhecer abertamente interesse sexual intenso por crianças e a indicação de que o interesse sexual por crianças é maior ou igual ao interesse sexual por indivíduos fisicamente maduros. Se essas pessoas também se queixam de que suas atrações e preferências sexuais por crianças lhes estão causando dificuldades psicossociais, podem ser diagnosticadas com transtorno pedofílico.

No entanto, se relatam ausência de sentimentos de culpa, vergonha ou ansiedade em relação a esses impulsos, não apresentam limitação funcional por seus impulsos parafílicos (conforme autorrelato, avaliação objetiva ou ambos), e seu autorrelato e sua história legal registrada indicam que jamais colocaram em prática esses impulsos, essas pessoas, então, apresentam orientação sexual pedofílica, mas não transtorno pedofílico. (DSM V- grifo acrescentado)


Outro Transtorno Parafílico Especificado
302.89 (F65.89)

"Esta categoria aplica-se a apresentações em que sintomas característicos de um transtorno parafílico que causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo predominam, mas não satisfazem todos os critérios para qualquer transtorno na classe diagnóstica de transtornos parafílicos.

A categoria outro transtorno parafílico especificado é usada nas situações em que o clínico opta por comunicar a razão específica pela qual a apresentação não satisfaz os critérios para qualquer transtorno parafílico específico. Isso é feito por meio do registro de “outro transtorno parafílico especificado”, seguido pela razão específica (p. ex., “zoofilia”).


Exemplos de apresentações que podem ser especificadas mediante uso do termo “outro transtorno parafílico especificado” incluem, embora não se limitem a, excitação sexual recorrente e intensa envolvendo escatologia telefônica (telefonemas obscenos), necrofilia (cadáveres), zoofilia (animais) coprofilia (fezes), clismafilia (enemas)* ou urofilia (urina) que tenham estado presentes durante pelo menos seis meses causando sofrimento intenso ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Outro transtorno parafílico especificado pode ser especificado como em remissão e/ou ocorrendo em um ambiente protegido." (DSM V- grifo acrescentado)
 *introdução de líquido no ânus (recto e sigmóide) para lavagem, purgação ou administração de medicamentos através de uma sonda rectal.

Comentário:
Pessoas que tem excitação sexual forte ou intensa com cadáveres, sondas retais, fezes, urina etc. e não sofrem com isso ou não tem prejuízo social na Pratica são pessoas que não precisam de tratamento!!  NORMAIS! embora tenham um interesse sexual não normofílico!!




Reza o artigo 212 do Código Penal que:
Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

DSM V e DSM V Tr disforia de Gênero


DSM V -  2013
DSM V Tr  - 2022


Até o DSM IV Tr a disforia de gênero era classificada como transtorno mental,  TRANTORNO DA IDENTIDADE SEXUAL isso mudou com o lançamento do DSM V em 2013

O DSM V Tr acrescentou poucas coisas. Aparece no texto abaixo em ITÁLICO E ENTRE COLCHETES as principais mudanças ou acréscimos

"o termo gênero surgiu a partir da constatação de que, para indivíduos com indicadores biológicos conflitantes ou ambíguos de sexo (i.e., "intersexuais"), o papel desempenhado na sociedade e/ou a identificação como masculino ou feminino não poderiam ser associados de maneira uniforme com ou ser preditos a partir de indicadores biológicos e, mais tarde, de que alguns indivíduos desenvolvem uma identidade masculina ou feminina em desacordo com seu conjunto uniforme de indicadores biológicos clássicos.

Assim, o termo gênero é utilizado para denotar o papel público desempenhado (e em geral juridicamente reconhecido) como menino ou menina, homem ou mulher; porém, diferentemente de determinadas teorias construcionistas sociais, os fatores biológicos, em interação com fatores sociais e psicológicos, são considerados como contribuindo para o desenvolvimento do gênero.

[Gênero é usado para denotar o papel vivido em público, sociocultural (e geralmente legalmente
reconhecido) como menino ou menina, homem ou mulher, ou outro gênero.]( DSM V Tr)


Designação de gênero refere- -se à designação inicial como homem ou mulher. Geralmente isso ocorre ao nascimento e, por conseguinte, cria o "gênero de nascimento"

Atípicas com o gênero refere-se a características somáticas ou comportamentais não típicas (estatisticamente falando) de indivíduos com a mesma designação de gênero em determinada sociedade em determinado momento histórico;

Não conforme com o gênero é um termo descritivo alternativo para se referir a um comportamento.

[Os tratamentos de afirmação de gênero são procedimentos médicos (hormônios ou cirurgias ou ambos) que visam alinhar as características físicas de um indivíduo com seu gênero experiente.] DSM V Tr

Redesignação de gênero denota uma alteração oficial (e geralmente legal) de gênero.

Identidade de gênero é uma categoria de identidade social e refere-se à identificação de um indivíduo como homem, mulher ou, ocasionalmente, alguma categoria diferente de masculino ou feminino.

[A identidade de gênero é uma categoria de identidade social e se refere à identificação de um indivíduo como masculino, feminino, alguma categoria intermediária (ou seja, gênero fluido) ou uma categoria diferente de masculino ou feminino (ou seja, gênero neutro).] DSM V TR

Disforia de gênero, como termo descritivo geral, refere-se ao descontentamento afetivo/cognitivo de um indivíduo com o gênero designado, embora seja definida mais especificamente quando utilizada como categoria diagnóstica.

Transgênero refere-se ao amplo espectro de indivíduos que, de forma transitória ou persistente, se identificam com um gênero diferente do de nascimento.

Transexual indica um indivíduo que busca ou que passa por uma transição social de masculino para feminino ou de feminino para masculino, o que, em muitos casos (mas não em todos), envolve também uma transição somática por tratamento hormonal e cirurgia genital (cirurgia de redesignação sexual).

[Transexual, termo histórico, denota um indivíduo que busca, está passando, ou passou por uma transição social de homem para mulher ou mulher para homem, que em muitos casos, mas
não em todos, também envolve uma transição somática por tratamento hormonal de afirmação de gênero e cirurgia genital, mamária ou outra de afirmação de gênero (historicamente referida como como cirurgia de mudança de sexo).] DSM V Tr

Disforia de gênero refere-se ao sofrimento que pode acompanhar a incongruência entre o gênero experimentado ou expresso e o gênero designado de uma pessoa. Embora essa incongruência não cause desconforto em todos os indivíduos, muitos acabam sofrendo se as intervenções físicas desejadas por meio de hormônios e/ou de cirurgia não estão disponíveis. O termo atual é mais descritivo do que o termo anterior transtorno de identidade de gênero, do DSM-IV, e foca a disforia como um problema clínico, e não como identidade por si própria.

[A disforia de gênero como um termo descritivo geral refere-se ao sofrimento que pode acompanhar a incongruência entre o gênero experimentado ou expresso e o gênero atribuído. No entanto, é mais especificamente definido quando usado como categoria diagnóstica. Não se refere ao sofrimento relacionado ao estigma, uma característica distinta, embora possível fonte de sofrimento concomitante.] DSM V Tr

Características Diagnósticas
Indivíduos com disforia de gênero apresentam incongruências acentuadas entre o gênero que lhes foi designado (em geral ao nascimento, conhecido como gênero de nascimento) e o gênero experimentado/expresso. Essa discrepância é o componente central do diagnóstico. Deve haver também evidências de sofrimento causado por essa incongruência. O gênero experimentado pode incluir identidades de gêneros alternativas além dos estereótipos binários. 
Em conseqüên-cia, o sofrimento não se limita ao desejo de simplesmente pertencer ao outro gênero, podendo incluir também o desejo de ser de um gênero alternativo, desde que diferente do designado.

A disforia de gênero manifesta-se de formas diferentes em grupos etários distintos. 

Meninas pré-puberais com disforia de gênero podem expressar o desejo de serem meninos, afirmar que são meninos ou declarar que serão homens quando crescerem
Preferem usar roupas e cortes de cabelo de meninos, com frequência são percebidas como meninos por estranhos e podem pedir para serem chamadas por um nome de menino. 
Geralmente apresentam reações negativas intensas às tentativas dos pais de fazê-las usar vestidos ou outros trajes femininos. 
Algumas podem se recusar a participar de eventos escolares ou sociais que exigem o uso de roupas femininas. 
Essas meninas podem demonstrar identificação transgênero acentuada em brincadeiras, sonhos e fantasias. 
Com frequência, sua preferência é por esportes de contato, brincadeiras agressivas e competitivas, jogos tradicionalmente masculinos e ter meninos como pares.
 Elas demonstram pouco interesse por brinquedos (p. ex., bonecas) ou atividades (p. ex., usar vestidos ou desem-penhar papéis femininos em brincadeiras) tipicamente femininos
Às vezes, recusam-se a urinar na posição sentada
Algumas meninas podem expressar o desejo de ter um pênis, afirmar ter um pênis ou que terão um pênis quando forem mais velhas.
 Também podem afirmar que não querem desenvolver seios ou menstruar.

Meninos pré-puberais com disforia de gênero podem expressar o desejo ou afirmar que são meninas ou que serão meninas quando crescerem. 
Preferem usar trajes de meninas ou de mulheres ou podem improvisar roupas com qualquer material disponível (p. ex., usar toalhas, aventais e xales como cabelos longos ou como saias). 
Essas crianças podem desempenhar papéis femininos em brincadeiras (p. ex., brincar de "mãe") e com frequência se interessam intensamen-te por bonecas.
 Na maioria das vezes, preferem atividades, jogos estereotípicos e passatempos tradicionalmente femininos (p. ex., "brincar de casinha", desenhar quadros femininos, assistir a programas de televisão ou vídeos com personagens femininos favoritos). 
Bonecas estereotípicas femininas (p. ex., Barbie) geralmente são os brinquedos favoritos, e as meninas são as companheiras de brincadeira preferidas. 
Eles evitam brincadeiras agressivas e os esportes competitivos e demonstram pouco interesse por brinquedos estereotipicamente masculinos (p. ex., carrinhos, caminhões). 
Alguns fingem que não têm pênis e insistem em urinar sentados. Mais raramente, podem dizer que sentem repulsa pelo pênis ou pelos testículos, que gostariam que eles fossem removidos ou que têm, ou gostariam de ter, uma vagina.

Em adolescentes jovens com disforia de gênero, as características clínicas podem se assemelhar às de crianças ou de adultos com a mesma condição, dependendo do nível de desenvolvi-mento. Como as características sexuais secundárias de adolescentes jovens ainda não estão totalmente desenvolvidas, esses indivíduos podem não manifestar nenhum sentimento de repulsa em relação a elas, mas se preocupam com as mudanças físicas iminentes.


Em adultos com disforia de gênero, a discrepância entre a experiência de gênero e as características físicas sexuais é frequentemente, mas nem sempre, acompanhada por um desejo de livrar-se das características sexuais primárias e/ou secundárias e/ou por um forte desejo de adquirir algumas características sexuais primárias e/ou secundárias do outro gênero. Em maior ou menor grau, adultos com disforia de gênero podem adotar o comportamento, as vestimentas e os maneirismos do gênero experimentado. Sentem-se desconfortáveis com o fato de serem con-siderados pelos outros ou de funcionar na sociedade como membros do seu gênero designado. Alguns adultos podem sentir desejo intenso de pertencer a um gênero diferente e de ser tratados como tal e podem ter a convicção interior de sentirem e reagirem como o gênero experimentado sem procurar tratamento médico para alterar as características corporais. Eles podem encontrar outras maneiras de solucionar a incongruência entre o gênero experimentado/expresso e o gênero designado, vivendo parcialmente o papel desejado ou adotando um papel de gênero que não seja.convencionalmente masculino nem convencionalmente feminino.

Disforia de Gênero em Crianças 302.6 (F64.2)
A. Incongruência acentuada entre o gênero experimentado/expresso e o gênero designado de uma pessoa, com duração de pelo menos seis meses, manifestada por no mínimo seis dos seguintes (um deles deve ser o Critério A1):
1. Forte desejo de pertencer ao outro gênero ou insistência de que um gênero é o outro (ou algum gênero alternativo diferente do designado).
2. Em meninos (gênero designado), uma forte preferência por cross-dressing (travestismo) ou simulação de trajes femininos; em meninas (gênero designado), uma forte preferência por vestir somente roupas masculinas típicas e uma forte resistência a vestir roupas femininas típicas.
3. Forte preferência por papéis transgêneros em brincadeiras de faz de conta ou de fantasias.
4. Forte preferência por brinquedos, jogos ou atividades tipicamente usados ou preferidos pelo outro gênero.
5. Forte preferência por brincar com pares do outro gênero.
6. Em meninos (gênero designado), forte rejeição de brinquedos, jogos e atividades tipicamente masculinos e forte evitação de brincadeiras agressivas e competitivas; em meninas (gênero designado), forte rejeição de brinquedos, jogos e atividades tipicamente femininas.
7. Forte desgosto com a própria anatomia sexual.
8. Desejo intenso por características sexuais primárias e/ou secundárias compatíveis com o gênero experimentado.

B. A condição está associada a sofrimento clinicamente significativo ou a prejuízo no funcionamento social, acadêmico ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.


Associação com pensamentos ou comportamentos suicidas
 [As taxas de suicídio e tentativas de suicídio para indivíduos transgêneros variam de 30% a 80%, com
fatores de risco incluindo maus-tratos anteriores, vitimização de gênero, depressão, abuso de substâncias e idade mais jovem. Adolescentes transgêneros encaminhados para clínicas de gênero têm taxas substancialmente mais altas de pensamentos e comportamentos suicidas quando comparados com
adolescentes não encaminhados. Antes de receber tratamento de afirmação de gênero e mudança legal
de gênero, adolescentes e adultos com disforia de gênero correm maior risco de pensamentos suicidas
e tentativas de suicídio. Após o tratamento de afirmação de gênero, o ajuste varia e, embora a melhora
nos sintomas coexistentes seja frequentemente observada, alguns indivíduos continuam a sentir
ansiedade e sintomas afetivos proeminentes e permanecem em risco aumentado de suicídio.

Um estudo com 572 crianças encaminhadas por questões de identidade de gênero no Canadá e vários
grupos de comparação (irmãos, outras crianças encaminhadas e crianças não encaminhadas) em grande parte de outros países de alta renda descobriu que as crianças encaminhadas por gênero eram 8,6 vezes mais propensas a se automutilar ou tentativa de suicídio do que crianças de comparação, mesmo após ajuste para comportamento geral e problemas de relacionamento com colegas, e particularmente na segunda metade da infância. Entre os adolescentes, a maior taxa de tentativa de suicídio é entre os homens jovens transgêneros, seguidos por aqueles que se definem nem como homens nem como mulheres.] DSM V Tr

A cirurgia de mudança de sexo resolve?
"Antes da redesignação de gênero, adolescentes e adultos com disforia de gênero estão sob risco elevado de ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio. Após a redesignação de gênero, a adaptação pode variar, e o risco de suicídio pode persistir." (DSM V, p. 455)

Prevalência
Para indivíduos do sexo masculino ao nascimento a prevalencia varia de  0.005 a 0.014, e para indivíduos do sexo femino ao nascimento de 0,002 a 0,003 % . è provável que as taxas estejam subestimadas, tendo em vista que nem todos os adultos que pretendem fazer terapia horomonal e cirurgia de redesignação de gênero procurem clínicas especializadas. Em crianças, as proporções entre meninos em comparação com meninas variam de 2:1 a 4,5:1. Em adolescentes, essa proporção se aproxima da paridade; em adultos, a proporção é favorável aos indivíduos do sexo masculino ao nascimento e varia de 1:1 a 6,1:1. Em dois países, aparentemente a proporção entre os sexos é favorável aos indivíduos do sexo feminino ao nascimento (Japão: 2,2:1; Polônia: 3,4:1). (DSM V, p. 455)

[Não há estudos populacionais em larga escala sobre disforia de gênero. Com base em populações que procuram tratamento de afirmação de gênero, a prevalência de diagnóstico de disforia de gênero em todas as populações foi avaliada em menos de 1/1.000 (ou seja, < 0,1%) para indivíduos designados do sexo masculino no nascimento e indivíduos designados do sexo feminino ao nascimento. Como muitos adultos com disforia de gênero não procuram atendimento em programas de tratamento especializado, as taxas de prevalência provavelmente são subestimadas. Estimativas de prevalência baseadas em pesquisas de amostras de população geral autorrelatadas nos Estados Unidos e na Europa sugerem números mais altos, embora métodos variados de avaliação dificultem as comparações entre os estudos. A autoidentificação como transgênero varia de 0,5% a 0,6%; vivenciar-se como tendo uma identidade de gênero incongruente varia de 0,6% a 1,1%; sentir-se uma pessoa de sexo diferente varia de 2,1% a 2,6%; e o desejo de fazer tratamento médico varia de 0,2% a 0,6%.] DSM V Tr


Fatores de Risco e Prognóstico

Temperamentais. Para indivíduos com disforia de gênero sem um transtorno do desenvolvimento sexual, o comportamento de gênero atípico entre pessoas com disforia de gênero de início precoce se desenvolve logo no início da idade pré-escolar. É também possível que um grau elevado de atipicidade torne o desenvolvimento de disforia de gênero, assim como sua persistência na adolescência e na vida adulta, mais provável.

Ambientais. Entre indivíduos com disforia de gênero sem um transtorno do desenvolvimento sexual, é mais comum que homens com disforia de gênero (na infância e na adolescência) tenham irmãos mais velhos do que homens sem a condição. Fatores predisponentes adicionais que estão sendo avaliados, especialmente em indivíduos com disforia de gênero de início tardio (adolescência, vida adulta), incluem a transformação do travestismo fetichista habitual em auto- ginecofilia (i.e., excitação sexual associada ao pensamento ou à imagem de si mesmo como uma mulher) e outras formas mais gerais de problemas sociais, psicológicos ou do desenvolvimento.

Genéticos e fisiológicos. Evidências de familiaridade (fraca) de transexualismo entre irmãos não gêmeos, concordância aumentada para transexualismo em gêmeos monozigóticos em com-paração com gêmeos dizigóticos do mesmo sexo, em indivíduos com disforia de gênero sem um transtorno do desenvolvimento sexual, sugerem alguma contribuição genética e algum grau de herdabilidade do transtorno. No que diz respeito aos achados endócrinos, não foram encontradas anormalidades endógenas sistêmicas nos níveis dos hormônios sexuais em indivíduos 46,XY, enquanto parecem ocorrer níveis aumentados de andrógenos (na faixa encontrada em mulheres hirsutas, porém muito abaixo dos níveis masculinos normais) em indivíduos 46,XX. De maneira geral, as evidências atuais são insuficientes para rotular disforia de gênero sem um transtorno do desenvolvimento sexual como uma forma de intersexualidade limitada ao sistema nervoso central. (DSM V, p. 457)

[Na disforia de gênero associada a um DSD, a probabilidade de disforia de gênero posterior aumenta se a produção pré-natal e a utilização (via sensibilidade do receptor) de andrógenos forem grosseiramente variantes em relação ao que é geralmente visto em indivíduos com o mesmo.Indivíduos designados do sexo masculino ao nascimento com disforia de gênero sem DDS (na infância e adolescência) mais comumente têm irmãos mais velhos quando comparados aos homens cisgêneros.

Indivíduos com disforia de gênero foram relatados em muitos países e culturas .Para indivíduos com disforia de gênero sem DSD, alguma contribuição genética é sugerida pela evidência de familiaridade (fraca) de disforia de gênero entre irmãos não gêmeos, maior concordância para disforia de gênero em monozigóticos em comparação com gêmeos dizigóticos do mesmo sexo e algum grau de herdabilidade de gênero disforia. Pesquisas sugerem que a disforia de gênero tem uma base poligenética envolvendo interações de vários genes e polimorfismos que podem afetar a diferenciação sexual in utero do cérebro, contribuindo para a disforia de gênero em indivíduos atribuídos ao sexo masculino ao nascer.

Gênero sexual. Exemplos incluem indivíduos 46,XY com história de meio hormonal pré-natal masculino normal, mas defeitos genitais não hormonais inatos (como na extrofia da bexiga cloacal ou agenesia peniana) e que foram atribuídos ao sexo feminino. A probabilidade de disforia de gênero é ainda aumentada pela exposição adicional, prolongada e altamente variante de gênero ao andrógeno pós-natal com virilização somática, como pode ocorrer em indivíduos 46,XY criados por mulheres e não castrados com deficiência de 5-alfa redutase-2 ou 17-beta-hidroxiesteróide deficiência de desidrogenase-3 ou em indivíduos 46,XX criados pelo sexo feminino com hiperplasia adrenal congênita clássica com períodos prolongados de não adesão à terapia de reposição de glicocorticóides. No entanto, o meio androgênico pré-natal está mais relacionado ao comportamento de gênero do que à identidade de gênero. Muitos indivíduos com DSDs e comportamento marcadamente variante
de gênero não desenvolvem disforia de gênero. Assim, o comportamento de não conformidade de gênero por si só não deve ser interpretado como um indicador de disforia de gênero atual ou futura. Parece haver uma taxa mais alta de disforia de gênero e mudança de gênero iniciada pelo paciente de mulher para homem do que de homem para mulher em indivíduos expostos no pré-natal a um complemento completo de influências hormonais masculinizantes. DSM V Tr

Disforia de gênero em crianças:
As taxas de persistência da disforia de gênero da infância até a adolescência ou a fase adulta variam. Em indivíduos do sexo masculino ao nascimento, a persistência varia de 2,2 a 30%. Em indivíduos do sexo feminino ao nascimento, a persistência varia de 12 a 50%. Há modesta correlação entre persistência da disforia de gênero e medidas dimensionais da gravidade apuradas no momento da avaliação inicial da criança. Em uma amostra de indivíduos do sexo masculino ao nascimento, foi identificada também modesta correlação entre persistência e histórico socio- econômico mais baixo. Não está suficientemente claro se abordagens terapêuticas específicas para a disforia de gênero em crianças estão relacionadas a taxas de persistência a longo prazo. As amostras de acompanhamento existentes consistem em crianças que não receberam nenhuma intervenção terapêutica formal ou que receberam vários tipos de intervenção terapêutica, variando desde esforços ativos para reduzir a disforia de gênero até uma abordagem mais neutra de "espera vigilante". 
Não está claro se crianças "encorajadas" ou apoiadas a viver socialmente no gênero desejado apresentam taxas mais elevadas de persistência, visto que elas ainda não foram acompanhadas longitudinalmente de forma sistemática. (DSM V, p. 455)

[Em indivíduos designados do sexo masculino ao nascer, estudos da América do Norte e Holanda
descobriram que a persistência variou de 2% a 39%. Em indivíduos designados do sexo feminino ao
nascimento, a persistência variou de 12% a 50%. A persistência da disforia de gênero é modestamente
correlacionada com medidas dimensionais de gravidade verificadas no momento de uma avaliação inicial da infância. A transição social precoce também pode ser um fator de persistência da disforia de gênero na adolescência. ]DSM V Tr


Relação entre disforia de gênero e orientação sexual
...Tanto entre indivíduos do sexo masculino como entre indivíduos do sexo feminino ao nascimento com evidências de persistência da disforia de gênero, quase todos sentem atração sexual por indivíduos do seu sexo de nascimento. No caso de crianças do sexo masculino ao nascimento cuja disforia de gênero não persiste, a maioria é androfílica (sente atração física por homens) e frequentemente identifica a si mesmo como gay ou homossexual (variando de 63 a 100%). No caso de crianças do sexo feminino ao nascimento cuja disforia de gênero não persiste, o percentual de ginecofílicas (sentem atração física por mulheres) e que identificam a si mesmas como lésbicas é menor (variando de 32 a 50%)." (DSM V, p. 456)


Adolescentes e adultos do sexo masculino ao nascimento, com disforia de gênero de início precoce, quase sempre sentem atração sexual por homens (androfüicos). 

Adolescentes e adultos com disforia de gênero de início tardio frequentemente adotam comportamento de travestismo com excitação sexual. A maioria desses indivíduos é ginecofílica ou sente atração sexual por outros indivíduos de sexo masculino ao nascimento com disforia de gênero tardio que já iniciaram a transição de gênero. 

Uma porcentagem substancial de indivíduos masculinos adultos com disforia de gênero de início tardio coabita ou é casada com indivíduos femininos ao nascimento. Após a transição de gênero, muitas dessas pessoas se identificam como lésbicas. (DSM V, p. 456)



Em indivíduos femininos ao nascimento, tanto adultos como adolescentes, o curso mais comum é a forma de início precoce de disforia de gênero. A forma de início tardio é muito me-nos comum em indivíduos do sexo feminino em comparação com os do sexo masculino ao nascimento. Assim como em indivíduos masculinos ao nascimento com disforia de gênero, pode ter ocorrido um período no qual houve recuo da disforia de gênero, e essas pessoas passaram a se identificar como lésbicas. Entretanto, com a recorrência da disforia de gênero, elas buscam ajuda clínica, em geral com a intenção de fazer tratamento hormonal ou cirurgia de redesignação. Os pais de adolescentes femininos ao nascimento com a forma de início tardio também demonstram surpresa, visto que não havia sinais evidentes de disforia de gênero na infância. As expressões de disforia anatômica são muito mais comuns e proeminentes em adolescentes e adultos do que em crianças.

Indivíduos adolescentes e adultos femininos ao nascimento com disforia de gênero de início precoce são quase sempre ginecofílicos. 

Adolescentes e adultos com a forma de início tardio são geralmente androfílicos e, após a transição de gênero, identificam-se como homens gays. Indivíduos femininos ao nascimento com a forma de início tardio não apresentam comportamento de travestismo com excitação sexual.