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quarta-feira, 2 de maio de 2018

O uso do vinho na Antiguidade- Resposta a igreja Adventista

Este vídeo acima afirma erroneamente:
1- A fervura não era conhecida na antiguidade
2- Um pouco de vinho na água purifica 1 a 2 por cento de vinho [que contém alcool], purifica a água, deixa livre de germes e bactérias
3- O unico tipo de vinho que era comumente bebido era feito de uva passas
4- O texto de Paulo a Timóteo fala de água diluída no vinho e não vinho diluído



Diluir 1 a  2 por cento de vinho na água a torna livre de germes e bactérias?
Resposta:
  • O vinho fermentado contém alcool, mas a maior proporção é de água, assim a diluição de 1 a 2 por cento de vinho torna a proporção de alcool ínfima.
  • Mesmo que a proporção fosse de 1 a 2 por cento de alcool (o que de fato não é) isto de forma alguma  deixa a água livre de germes e bactérias como afirma o vídeo


Paulo indicou a Timóteo purificar a água com vinho ou tomar vinho?
Resposta:

1 Timóteo 5:23  Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades.

De acordo com a literatura da época se indicava o uso do vinho diluído e não da água purificada com um pouco de vinho:

Mas se algum de nós achar isso irritante, deixe-o levar antes  jantar um pouco de vinho doce morno diluído, de preferência o que se chama protropos  (o doce Lésbico), que é bom para o estômago. Vinho que é bastante doce não faz a cabeça pesada, como Hipócrates diz no seu livro Deipnosophistae de Athenaeus publicado no vol. I da edição da Loeb Classical Library, 1927  Livro 2   http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Athenaeus/2A*.html
 
Mas o mais seguro e o remédio mais óbvio é mudar a dieta que a pessoa usa, e em vez de trigo dar pão e em vez de carne crua,  cozida e beber vinho além destes; por fazer essas mudanças é impossível que ele não melhore, a menos que completamente desorganizado pelo tempo e dieta.
(Medicina Antiga Hipócrates- parte 13)
Assim, para ilustrar o meu significado por um exemplo, vinho não diluído bebido em grande quantidade torna o homem fraco; e todo mundo vendo isto sabe que tal é o poder do vinho, e o que ele causa, e nós sabemos, além disso, em que partes do corpo de um homem exerce esta ação (Medicina Antiga Hipócrates- parte 20)   http://classics.mit.edu/Hippocrates/ancimed.mb.txt
No intercurso diário, para aqueles que o misturam e bebem moderadamente, dá bom ânimo; mas se você ultrapassar os limites, traz violência. Misture metade e metade, e você ficará louco; não misturado, colapso corporal.   Deipnosophistae de Athenaeus publicado no vol. I da edição da Loeb Classical Library, 1927 Livro 2   http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Athenaeus/2A*.html
85 O hóspede Mentes campeão dos Táfios. Ao pórtico acha intrusos pretendentes Sobre coiros de bois que morto haviam, Os dados a jogar. Servos e arautos Misturam nas crateras água e vinho, Odisséia livro 1
300 E genros parte; e, em ordem colocados, Ele o vinho mistura de anos onze Odisséia livro 3
 144 Novas, que às encetadas acrescenta. Come Ulisses e bebe, e o rei com força: “Mistura, tu Pontono, e da cratera o vinho distribui, para ao Fulmíneo, Que assiste a honrados hóspedes, libarmos.”
 O arauto o brando vinho que mistura. Em copos vaza e o distribui aos chefes. Depois Alcino: “Egrégios conselheiros, Ide saciados repousar, vos digo. Od
isséia livro 7
A água não era fervida na antiguidade?

O rei da Pérsia, como nos diz Heródoto no primeiro livro, traz água potável trazida de Choaspes, que corre por Susa; essa é a única água que ele bebe. Dessa água, que foi fervida pela primeira vez, um número muito grande de vagões de quatro rodas puxados por mulas transporta um suprimento em potes de prata e segue em seu trem. Ctesias de Cnidus também diz a como esta água para o rei é fervida e como é colocada nos vasos e transportada para seu uso, acrescentando que é muito leve e agradável. Deipnosophistae de Athenaeus publicado no vol. I da edição da Loeb Classical Library, 1927  http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Athenaeus/2A*.html 


Havia meios de evitar a fermentação na antiguidade?Na produção do vinho só se usava uva passas?

ESTUDOS DOUTRINÁRIOS O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO
 (1) Lc 7.33,34 “Porque veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demônio. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos pecadores.”
VINHO: FERMENTADO OU NÃO FERMENTADO?
 Segue-se um exame da palavra bíblica mais comumente usada para vinho.
A palavra grega para “vinho”, em Lc 7.33, é oinos. Oinos pode referir-se a dois tipos bem diferentes de suco de uva:
(1) suco não fermentado,
 e (2) vinho fermentado ou embriagante. Esta definição apoia-se nos dados abaixo.
(1) A palavra grega oinos era usada pelos autores seculares e religiosos, antes da era cristã e nos tempos da igreja primitiva, em referência ao suco fresco da uva (ver Aristóteles, Metereologica, 387.b.9-13).
 (a) Anacreontes (c. de 500 a.C.) escreve: “Esprema a uva, deixe sair o vinho [oinos]” (Ode 5).
(b) Nicandro (século II a.C.) escreve a respeito de espremer uvas e chama de oinos o suco daí produzido (Georgica, fragmento 86).
 (c) Papias (60-130 d.C.), um dos pais da igreja primitiva, menciona que quando as uvas são espremidas produzem “jarros de vinho [oinos]” (citado por Ireneu, Contra as Heresias, 5.33.3–4).
 (d) Uma carta em grego escrita em papiro (P. Oxy. 729; 137 d.C.), fala de “vinho [oinos] fresco, do tanque de espremer” (ver Moulton e Milligan, The Vocabulary of the Greek Testament, p. 10).
(e) Ateneu (200 d.C.) fala de um “vinho [oinos] doce”, que “não deixa pesada a cabeça” (Ateneu, Banquete, 1.54). Noutro lugar, escreve a respeito de um homem que colhia uvas “acima e abaixo, pegando vinho [oinos] no campo” (1.54). Para considerações mais pormenorizadas sobre o uso de oinos pelos escritores antigos, ver Robert P. Teachout: “O Emprego da Palavra ‘Vinho’ no Antigo Testamento”. (Dissertação de Th.D. no Seminário Teológico de Dallas, 1979).
  (2) Os eruditos judeus que traduziram o AT do hebraico para o grego c. de 200 a.C. empregaram a palavra oinos para traduzir várias palavras hebraicas que significam vinho (ver o estudo VINHO NOS TEMPOS DO ANTIGO TESTAMENTO). Noutras palavras, os escritores do NT entendiam que oinos pode referir-se ao suco de uva, com ou sem fermentação.
  (3) Quanto a literatura grega secular e religiosa, um exame de trechos do NT também revela que oinos pode significar vinho fermentado, ou não fermentado. Em Ef 5.18, o mandamento: “não vos embriagueis com vinho [oinos]” refere-se ao vinho alcoólico. Por outro lado, em Ap 19.15 Cristo é descrito pisando o lagar. O texto grego diz: “Ele pisa o lagar do vinho [oinos]”; o oinos que sai do lagar é suco de uva (ver Is 16.10 nota; Jr 48.32,33 nota). Em Ap 6.6, oinos refere-se às uvas da videira como uma safra que não deve ser destruída. 
Logo, para os crentes dos tempos do NT, “vinho” (oinos) era uma palavra genérica que podia ser usada para duas bebidas distintivamente diferentes, extraídas da uva: o vinho fermentado e o não fermentado.
(4) Finalmente, os escritores romanos antigos explicam com detalhes vários processos usados para tratar o suco de uva recém-espremido, especialmente as maneiras de evitar sua fermentação.
 (a) Columela (Da Agricultura, 12.29), sabendo que o suco de uva não fermenta quando mantido frio (abaixo de 10 graus C.) e livre de oxigênio, escreve da seguinte maneira: “Para que o suco de uva sempre permaneça tão doce como quando produzido, siga estas instruções: Depois de aplicar a prensa às uvas, separe o mosto mais novo [i.e., suco fresco], coloque-o num vasilhame (amphora) novo, tampe-o bem e revista-o muito cuidadosamente com piche para não deixar a mínima gota de água entrar; em seguida, mergulhe-o numa cisterna ou tanque de água fria, e não deixe nenhuma parte da ânfora ficar acima da superfície. Tire a ânfora depois de quarenta dias. O suco permanecerá doce durante um ano” (ver também Columela: Agricultura e Árvores; Catão: Da Agricultura).
O escritor romano Plínio (século I d.C.) escreve: “Tão logo tiram o mosto [suco de uva] do lagar, colocam-no em tonéis, deixam estes submersos na água até passar a primeira metade do inverno, quando o tempo frio se instala” (Plínio, História Natural, 14.11.83).
 Este método deve ter funcionado bem na terra de Israel (ver Dt 8.7; 11.11,12; Sl 65.9-13).
 (b) Outro método de impedir a fermentação das uvas é fervê-las e fazer um xarope (para mais detalhes, ver o estudo O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (2)). Historiadores antigos chamavam esse produto de “vinho” (oinos).
 O Cônego Farrar (Smith’s Bible Dictionary, p. 747) declara que “os vinhos assemelhavam-se mais a xarope; muitos deles não eram embriagantes”. Ainda, O Novo Dicionário da Bíblia , observa que “sempre havia meios de conservar doce o vinho durante o ano inteiro”. 
 ESTUDOS DOUTRINÁRIOS O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO 2
 (1).O VINHO: MISTURADO OU INTEGRAL? Os dados históricos sobre o preparo e uso do vinho pelos judeus e por outras nações no mundo bíblico mostram que o vinho era:  
(a) frequentemente não fermentado; e (b) em geral misturado com água. O estudo anterior O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO, aborda um dos processos usados para manter o suco da uva fresco em estado doce e sem fermentação. O presente estudo menciona dois outros processos de preparação da uva para posteriormente ser misturada com água. 
 (1) Um dos métodos era desidratar as uvas, borrifá-las com azeite para mantê- las úmidas e guardá-las em jarras de cerâmica (Enciclopédia Bíblica Ilustrada de Zondervan, V. 882; ver também Columella, Sobre a Agricultura 12.44.1-8). Em qualquer ocasião, podia-se fazer uma bebida muito doce de uvas assim conservadas. Punha-se-lhes água e deixava-as de molho ou na fervura. Políbio afirmou que as mulheres romanas podiam beber desse tipo de refresco de uva, mas que eram proibidas de beber vinho fermentado (ver Políbio, Fragmentos, 6.4; cf. Plínio, História Natural, 14.11.81). 
 (2) Outro método era ferver suco de uva fresco até se tornar em pasta ou xarope grosso (mel de uvas); este processo deixava-o em condições de ser armazenado, ficando isento de qualquer propriedade inebriante por causa da alta concentração de açúcar, e conservava a sua doçura (ver Columella, Sobre a Agricultura, 12.19.1- 6; 20.1-8; Plínio, História Natural, 14.11.80). Essa pasta ficava armazenada em jarras grandes ou odres. Podia ser usada como geleia para passar no pão, ou dissolvida em água para voltar ao estado de suco de uva (Enciclopédia Bíblica Ilustrada, de Zondervan, V. 882-884). É provável que a uva fosse muito cultivada para produção de açúcar. O suco extraído no lagar era engrossado pela fervura até tornar-se em líquido conhecido como “mel de uvas” (Enciclopédia Geral Internacional da Bíblia, V. 3050).
Referências ao mel na Bíblia frequentemente indicam o mel de uva (chamado debash pelos judeus), em vez do mel de abelha. 
 (3) A água, portanto, pode ser adicionada a uvas desidratadas, ao xarope de uvas e ao vinho fermentado. Autores gregos e romanos citavam várias proporções de mistura adotadas. Homero (Odisséia, IX 208ss.) menciona uma proporção de vinte partes de água para uma parte de vinho. Plutarco (Symposíacas, III.ix) declara: “Chamamos vinho diluído, embora o maior componente seja a água”. 
Plínio (História Natural, XIV.6.54) menciona uma proporção de oito partes de água para uma de vinho.
 (4) Entre os judeus dos tempos bíblicos, os costumes sociais e religiosos não permitiam o uso de vinho puro, fermentado ou não. O Talmude (uma obra judaica que trata das tradições do judaísmo entre 200 a.C. e 200 d.C.) fala, em vários trechos, da mistura de água com vinho (e.g., Shabbath 77a; Pesahim 1086). Certos rabinos insistiam que, se o vinho fermentado não fosse misturado com três partes de água, não podia ser abençoado e contaminaria quem o bebesse. Outros rabinos exigiam dez partes de água no vinho fermentado para poder ser consumido.
  (5) Um texto interessante temos no livro de Apocalipse, quando um anjo, falando do “vinho da ira de Deus”, declara que ele será “não misturado”, i.e., totalmente puro (Ap 14.10). Foi assim expresso porque os leitores da época entendiam que as bebidas derivadas de uvas eram misturadas com água (ver Jo 2.3 notas).

Em resumo, o tipo de vinho usado pelos judeus nos dias da Bíblia não era idêntico ao de hoje. Tratava-se de
 (a) suco de uva recém-espremido;
 (b) suco de uva assim conservado;
(c) suco obtido de uva tipo passas;
 (d) vinho de uva feito do seu xarope, misturado com água; e
 (e) vinho velho, fermentado ou não, diluído em água, numa proporção de até 20 para 1. Se o vinho fermentado fosse servido não diluído, isso era considerado indelicadeza, contaminação e não podia ser abençoado pelos rabinos...."

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