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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Suicídio, liberdade, doença e salvação. Suicídio: Uma morte evitável



























 1. DEFINIÇÃO

A Etmologia da palavra vem de ¹sui- pronome reflexivo e não do ²sui -porco, como erradamente disse o CFP:

"Estou falando em pobreza terminológica porque, em geral, são derivações da palavra suicídio, que viria supostamente do latim clássico, mas que se formos ver, não tem uma relação tão direta assim, já que sui, no latim clássico, não significa ‘de si’, como se entende na formação da palavra suicídio, mas suíno (sus/sui). Se um romano, como Cícero, escutasse o termo suicídio, imaginaria provavelmente que teria carne de porco na refeição. Encontraremos somente no alemão a palavra Freitod, que significa morte livre, e não estabelece uma conotação pejorativa como, por exemplo, auto assassinato (self-killer), assassino de si (self-murderer) e coisas do gênero"😨😨😨😨 CFP, CONSELHOS REGIONAIS DE PSICOLOGIA,  CENTRO DE REFERÊNCIA TÉCNICA EM PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS O SUICÍDIO E OS DESAFIOS PARA A PSICOLOGIA Brasília, dezembro, 2013 1ª Edição
 "¹sui- elemento de composição:
antepositivo, do latim sui, genitivo do pronome reflexivo se, conexo com o gr. autós - ver aut(o)- , de muito maior vitalidade em port.; ocorre nos cultismos suicida, suicidado, suicidante, suicidar, suicídio, suicidomania, suicidomaníaco, suicidômano, do s XIX em diante" 
Dicionário Houaiss Eletronico
²sui elemento de composição
antepositivo, do lat. sus,suis 'porco', conexo com o gr. hûs,huós - ver hio- ; ocorre em voc. já orign. lat., como suíno (em curso no vern. desde o sXVII), já em cultismos do sXIX em diante, alguns dos quais verdadeiros subcompostos: suida, suídeo, suiforme, suil, suília, suinicídio, suinícola, suinicultura/suinocultura, suinofagia, suinófago, suinofobia, suinófobo 
Dicionário  Houaiss Eletronico

"-cida  elemento de composição:
pospositivo, do latim -cída 'que mata, que corta, que deita abaixo' (como em homicída adj.s.2g., de homo,ìnis 'homem' + -cída), der. do radical de caedo,is,cecídi,caesum,caedère 'cortar, deitar abaixo, imolar', com apofonia, ver ces- ; em comp. cultos do s XIV em diante, como: angüicida, animicida, apicida, bactericida, bernicida, calicida, carrapaticida, deicida, ervicida, feticida, filicida, formicida, fradicida, fratricida, fungicida, gaticida, germicida, herbicida, homicida, infanticida, inseticida, liberticida, loculicida ('que rompe, destrói os lóculos', em botânica), lumbricida, mariticida, matricida, microbicida, parasiticida, parricida, poricida, raticida, regicida, republicida, septicida, suicida, tauricida, tiranicida, uxoricida, vermicida; a partir de 1945, com a consagração da pal. genocida/genocídio, a série, até então fiel à vogal -i- lat. de ligação, passou a admitir também a gr. -o-: etnocida/etnocídio, ecocida/ecocídio, fitocida/fitocídio, geocida/geocídio, glotocida/glotocídio, zoocida/zoocídio; a emergência do fr. suicidaire (1901) ensejou pouco tempo depois o adj. suicidário, parcialmente sinônimo (como adj.) de suicida; suicidário passou assim a ser padrão potencial para com todos os casos aqui relacionados" 
Dicionário Houaiss Eletronico
"suicida  adjetivo de dois gêneros, relativo a ou que envolve suicídio
sinônimo de autocida"  Dicionário Houaiss Eletronico
" suicidar-se verbo  pronominal
1-pôr termo à própria vida; matar-se
Ex.: suicidou-se por não suportar mais a vida" 
Dicionário Huoaiss Eletronico
 O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal. Também fazem parte do que habitualmente chamamos de comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio. Uma pequena proporção do comportamento suicida chega ao nosso conhecimento. A figura 1 ilustra a prevalência de comportamento suicida na população brasileira ao longo da vida mostrando, por exemplo, que 17% das pessoas no Brasil pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014

2-TIPOS DE SUICÍDIO
"O risco de morte intencional autoinfligida é classificada na sociologia como:
  •  altruísta (por uma causa tida como nobre e importante),
  •  fatalista (como nos casos do moribundo que pensa em abreviar o sofrimento antes de uma morte já prevista),
  •  anômica (quando o sujeito sente que a sociedade em seu entorno está degenerada a ponto de não mais haver condições de sobrevivência) e
  •  egoísta (por motivos pessoais, como nas depressões, nos transtornos de personalidade borderline e explosiva e outros transtornos psíquicos)1 . "
 1 SERRANO, A.I. Suicídio: epidemiologia e fatores de risco. . In: CATALDO NETO, A.; GAUER, AG.J.C.; FURTADO, N.R. Psiquiatria para estudante de medicina. 1ª. ed.. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2003.  Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial, baseado em evidências, para a abordagem do risco e das tentativas de suicídio. Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015.

3-CLASSIFICAÇÃO NA CID- Código Internacional de Doenças
 X60 a X84 Lesões autoprovocadas intencionalmente 
X60 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a analgésicos, antipiréticos e antireumáticos, não-opiáceos 
X61 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a drogas anticonvulsivantes [antiepilépticos] sedativos, hipnóticos, antiparkinsonianos e psicotrópicos não classificados em outra parte 
X62 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a narcóticos e psicodislépticos [alucinógenos] não classificados em outra parte
X63 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a outras substâncias farmacológicas de ação sobre o sistema nervoso autônomo 
X64 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a outras drogas, medicamentos e substâncias biológicas e às não especificadas 
X65 Auto-intoxicação voluntária por álcool
 X66 Auto-intoxicação intencional por solventes orgânicos, hidrocarbonetos halogenados e seus vapores
 X67 Auto-intoxicação intencional por outros gases e vapores X68 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a pesticidas
 X69 Auto-intoxicação por e exposição, intencional, a outros produtos químicos e substâncias nocivas não especificadas 
X70 Lesão autoprovocada intencionalmente por enforcamento, estrangulamento e sufocação X71 Lesão autoprovocada intencionalmente por afogamento e submersão 
X72 Lesão autoprovocada intencionalmente por disparo de arma de fogo de mão 
X73 Lesão autoprovocada intencionalmente por disparo de espingarda, carabina, ou arma de fogo de maior calibre 
X74 Lesão autoprovocada intencionalmente por disparo de outra arma de fogo e de arma de fogo não especificada X75 Lesão autoprovocada intencionalmente por dispositivos explosivos 
X76 Lesão autoprovocada intencionalmente pela fumaça, pelo fogo e por chamas
 X77 Lesão autoprovocada intencionalmente por vapor de água, gases ou objetos quentes
 X78 Lesão autoprovocada intencionalmente por objeto cortante ou penetrante 
X79 Lesão autoprovocada intencionalmente por objeto contundente
 X80 Lesão autoprovocada intencionalmente por precipitação de um lugar elevado 
X81 Lesão autoprovocada intencionalmente por precipitação ou permanência diante de um objeto em movimento X82 Lesão autoprovocada intencionalmente por impacto de um veículo a motor 
X83 Lesão autoprovocada intencionalmente por outros meios especificados 
X84 Lesão autoprovocada intencionalmente por meios não especificados São de baixa urgência os casos em que há ideação suicida mas não há planejamento específico e a intencionalidade é baixa. Nestes casos o paciente ainda vislumbra alternativas para lidar com o sofrimento. 

São de média urgência os casos em que o paciente apresenta planos suicidas possíveis, mas não tem acesso fácil aos meios para concretizá-los. Visualiza seu planejamento como algo possível, para o futuro, caso a situação não melhore. Nestes casos o paciente deve ter consulta agendada em serviço especializado de saúde mental, como o CAPS, num período máximo de 7 a 10 dias. Neste interim, a equipe da unidade básica de saúde deve manter contato com ele. 

Os casos de urgência elevada são os que há planejamento claro, com convicção, e há intenção de leva-lo a cabo nas próximas horas ou dias. A convicção nunca é absoluta, pois todos os pacientes têm uma ambivalência, que abre possibilidade para a intervenção. Casos com risco muito grave podem exigir internação em serviço de saúde mental de hospital geral ou em hospital psiquiátrico. Em geral é possível montar uma relação boa com o paciente, evitando um desfecho ruim.  Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial, baseado em evidências, para a abordagem do risco e das tentativas de suicídio. Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015.

4-CLASSIFICAÇÃO DA URGÊNCIA
São de baixa urgência os casos em que há ideação suicida mas não há planejamento específico e a intencionalidade é baixa. Nestes casos o paciente ainda vislumbra alternativas para lidar com o sofrimento. 

São de média urgência os casos em que o paciente apresenta planos suicidas possíveis, mas não tem acesso fácil aos meios para concretizá-los. Visualiza seu planejamento como algo possível, para o futuro, caso a situação não melhore. Nestes casos o paciente deve ter consulta agendada em serviço especializado de saúde mental, como o CAPS, num período máximo de 7 a 10 dias. Neste interim, a equipe da unidade básica de saúde deve manter contato com ele. 

Os casos de urgência elevada são os que há planejamento claro, com convicção, e há intenção de leva-lo a cabo nas próximas horas ou dias. A convicção nunca é absoluta, pois todos os pacientes têm uma ambivalência, que abre possibilidade para a intervenção. Casos com risco muito grave podem exigir internação em serviço de saúde mental de hospital geral ou em hospital psiquiátrico. Em geral é possível montar uma relação boa com o paciente, evitando um desfecho ruim.  Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial, baseado em evidências, para a abordagem do risco e das tentativas de suicídio. Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015.

5-PREVALÊNCIA E RISCO DE SUICÍDIO NO BRASIL-  revista debates em psiquiatria - Mar/Abr 2017, p. 10-14
  • Entre 1980 e 2006, a taxa de suicídio subiu 30%1, e o número de jovens que o cometeram chegou a 3.590 em 20105. 
  • Houve um aumento total entre 2000 e 2012 em todas as faixas etárias, sendo 22,7% entre pessoas de 25 a 59 anos, 21,8% entre jovens de 10 a 24 anos e 16,2% em maiores de 60 anos ...
  •  Houve aumento crescente de ideação suicida entre os homens, pessoas casadas e maiores de 60 anos6,7. O sexo masculino teve maior prevalência de suicídio8, com uma razão que variou entre 3:1 e 7,5:13,9. 
  • No sexo feminino, ocorreu maior taxa de tentativas, correspondendo a 66,65% do total5,7.
  •  Porém, a morte como resultado foi mais frequente no sexo masculino (76,5%) do que no feminino (23,5%). Os homens ti veram um risco 6,98 vezes maior de morte durante uma tentati va do que as mulheres7 . Além disso, a maioria das mulheres que o fi zeram eram mais jovens que os homens. A taxa de suicídio para homens e mulheres no Brasil foi de 5,8 e 2,3 por 100.000 habitantes, respectivamente10.
  • Em relação aos fatores socioambientais, 63% dos indivíduos que se suicidaram possuíam até 7 anos de estudo, enquanto apenas 10,5% frequentaram a escola por 12 anos ou mais.
  •  No quesito raça/cor, os indígenas foram os que apresentaram maior taxa de mortalidade, 8,6/100.000 habitantes, seguidos pelos amarelos, 6,4/100.000, e pelos brancos, 5,4/100.0001,2. A desigualdade teve associação positiva com o suicídio; a renda per capita e o desemprego foram associados negativamente; e a taxa de indivíduos que se divorciaram teve associação negativa apenas para as mulheres 2,10.
  • Em idosos, a depressão foi o fator de risco mais relevante 9 . 
  • A frequência do uso de álcool foi maior entre homens (55,8%) do que entre mulheres (44,2%). 
  • Dos indivíduos em tratamento psiquiátrico, 31,4% dos que estavam em abstinência de drogas (exceto tabaco) já tentaram tirar a própria vida, assim como 41,7% dos que estavam em uso de álcool e 46,2% em uso de outras drogas, totalizando 40% do grupo 11...
  • A frequência do uso de álcool foi maior entre homens (55,8%) do que entre mulheres (44,2%), e 9,3% das tentativas registradas em pronto-socorro ocorreram sob a influência de álcool7 .
  • A decisão de se suicidar tem relação com a organização e as interações sociais. A sua taxa diminuiu com o aumento da população, o que sugere que contatos e interações sociais podem funcionar como um antídoto para o ato12. Além disso, a diminuição da desigualdade de renda na Região Sul e na Região Centro-Oeste do Brasil teve relação com a tendência de diminuição das suas taxas nas mesmas regiões1"
Referências 
1. Machado DB. Santos DN. Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012. J Bras Psiquiatr. 2015;64:45-54.
2. Machado DB, Rasella D, Santos DN. Impact of income inequality and other social determinants on suicide rate in Brazil. J Plos One. 2015;10:e124934. 
3. Faria NMX, Fassa AG, Meucci RD. Associati on between pesti cide exposure and suicide rates in Brazil. Neurotoxicology. 2014;45:355-62.
4. Vieira LP, Santana VTP, Suchara EA. Caracterização de tentati vas de suicídios por substâncias exógenas. Cad Saude Colet. 2015;23:118-23.
 5. Silva LLT, Alvim CGG, Costa CC, Ramos TM, Costa EE. O suicídio na adolescência nas publicações da enfermagem brasileira: revisão integrati va da literatura. R Enferm Cent O Min. 2015;5:1871-84.
 6. Pinto LW, Assis SG. Estudo descriti vo das tentati vas de suicídio na população idosa brasileira, 2000- 2014. Cienc Saude Coleti va. 2015;20:1681-92. 
7. Alves Vde M, Silva AM, Magalhães AP, Andrade TG, Faro ACM, Nardi AE. Suicide att empts in a emergency hospital. Arq Neuropsiquiatr. 2014;72:123-8.
 8. Ceccon RF, Meneghel SN, Tavares JP, Lautert L. [Suicide and work in Brazilian metropolises: an ecological study]. Cienc Saude Colet. 2014;19:2225-34. 
9. Cavalcante FG, Minayo MCS. Estudo qualitati vo sobre tentati vas e ideações suicidas em 60 pessoas idosas brasileiras. Cienc Saude Colet. 2015;20:1655-66. 
10. Bando DH, Lester D. An ecological study on suicide and homicide in Brazil. Cienc Saude Colet. 2014;19:1179-89. 
11. Formiga MB, Vasconcelos SC, Galdino MKC, Lima MDC. Presence of dual diagnosis between users and non-users of licit and ilicit drugs in Brazil. J Bras Psiquiatr. 2015;64(4):288-95. 
12. Melo HP, Moreira AA, Bati sta E, Makse HA, Andrade JS. Stati sti cal signs of social infl uence on suicides. Sci Rep. 2014;4:6239. 
13. Sgobin SM, Traballi AL, Botega NJ, Coelho OR. Direct and indirect cost of att empted suicide in a general hospital: cost-of-illness study. Sao Paulo Med J. 2015;133:218-26. 
14. Oliveira FF, Suchara EA. [Epidemiological profi le of exogenous poisoning in children and adolescents from a municipality in the state of Mato Grosso]. Rev Paul Pediatr. 2014;32:299-305.


O suicido no Brasil em 2000 era de 4,8 e em 2016 é 6,5

Fonte: WHO (Organização Mundial da Saúde)  http://apps.who.int/gho/data/view.main.MHSUICIDEv?lang=en




6- FATORES DE RISCO

 SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014



 "Os dois principais fatores de risco são: • Tentativa prévia de suicídio: É o fator preditivo isolado mais importante. Pacientes que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar suicídio novamente. Estima-se que 50% daqueles que se suicidaram já haviam tentado previamente.
Doença mental: Sabemos que quase todos os suicidas tinham uma doença mental, muitas vezes não diagnosticada, frequentemente não tratada ou não tratada de forma adequada. 17 Os transtornos psiquiátricos mais comuns incluem depressão, transtorno bipolar, alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas e transtornos de personalidade e esquizofrenia. Pacientes com múltiplas comorbidades psiquiátricas têm um risco aumentado, ou seja, quanto mais diagnósticos, maior o risco. Na figura 2 tem-se os diagnósticos mais frequentemente associados ao suicídio.Related image

Destacam-se outros fatores de risco: 

Desesperança, desespero, desamparo e impulsividade: Sentimentos de desesperança, desamparo e desespero são fortemente associados ao suicídio. É preciso estar atento, pois a desesperança pode persistir mesmo após a remissão de outros sintomas depressivos. Impulsividade, principalmente entre jovens e adolescentes, figura como importante fator de risco. A combinação de impulsividade, desesperança e abuso de substâncias pode ser particularmente letal.
  • Idade: O suicídio em jovens aumentou em todo o mundo nas últimas décadas e também no Brasil, representando a terceira principal causa de morte nessa faixa etária no país. Os comportamentos suicidas entre jovens e adolescentes envolvem motivações complexas, incluindo humor depressivo, abuso de substâncias, problemas emocionais, familiares e sociais, história familiar de transtorno psiquiátrico, rejeição familiar, negligência, além de abuso físico e sexual na infância. O suicídio também é elevado entre os idosos, devido a fatores como: perda de parentes, sobretudo do cônjuge; solidão; existência de enfermidades degenerativas e 19 dolorosas; sensação de estar dando muito trabalho à família e ser um peso morto para os outros. 
 Gênero: Os óbitos por suicídio são em torno de três vezes maiores entre os homens do que entre mulheres. Inversamente, as tentativas de suicídio são, em média, três vezes mais frequentes entre as mulheres. Papéis masculinos tendem a estar associados a maiores níveis de força, independência e comportamentos de risco. O reforço a esse papel de gênero muitas vezes impede os homens de procurar ajuda para os sentimentos suicidas e depressivos. Nos homens, a solidão e o isolamento social são os principais fatores associados.
 Mulheres se suicidam menos porque têm redes sociais de proteção mais fortes e se engajam mais facilmente do que os homens em atividades domésticas e comunitárias, o que lhes confere um sentido de participação até o final da vida. Atualmente, há evidências de que os conflitos em torno da identidade sexual causem um maior risco de comportamento suicida, fazendo-se necessária a sensibilidade para estas questões na criação de qualquer programa de prevenção do suicídio. Entretanto, não se deve perder a presença de qualquer transtorno mental associado, bem como abordar as questões mais óbvias dos vários graus de aceitação social e estar de acordo com os pontos de vista culturais e individuais de cada um. Ressalta-se que no atestado de óbito não consta orientação sexual, apenas gênero masculino e feminino. 

Doenças clínicas não psiquiátricas: Doenças clínicas não psiquiátricas foram associadas ao suicídio de maneira independente de outros dois fatores de risco bem estabelecidos, como a depressão e o abuso de substâncias
As taxas de suicídio são maiores em pacientes com câncer; HIV; doenças neurológicas, como esclerose múltipla, doença de Parkinson, doença de Huntington e epilepsia; doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico; doença pulmonar obstrutiva crônica; além de doenças reumatológicas, como o lúpus eritematoso sistêmicoOs sintomas não responsivos ao tratamento e os primeiros meses após o diagnóstico também constituem situações de risco. Pacientes com doenças clínicas crônicas apresentam comorbidades com transtornos psiquiátricos, com taxas variando de 52% a 88%. Portanto, é necessário rastrear sintomas depressivos e comportamento suicida nesses pacientes, especialmente diante de problemas de adesão ao tratamento. 21 


Eventos adversos na infância e na adolescência: Maus tratos, abuso físico e sexual, pais divorciados, transtorno psiquiátrico familiar, entre outros fatores, podem aumentar o risco de suicídio. Na assistência ao adolescente, os médicos, os professores e os pais devem estar atentos para o abuso ou a dependência de substâncias associados à depressão, ao desempenho escolar pobre, aos conflitos familiares, à incerteza quanto à orientação sexual, à ideação suicida, ao sentimento de desesperança e à falta de apoio social.Um fator de risco adicional de adolescentes é o suicídio de figuras proeminentes ou de indivíduo que o adolescente conheça pessoalmente. Existe, também, o fenômeno dos suicidas em grupo ou comunidades semelhantes que emitem o estilo de vida. 

História familiar e genética: O risco de suicídio aumenta entre aqueles com história familiar de suicídio ou de tentativa de suicídio. Estudos de genética epidemiológica mostram que há componentes genéticos, assim como ambientais envolvidos. O risco de suicídio aumenta entre aqueles que foram casados com alguém que se suicidou.
Fatores sociais: O sociólogo Emile Durkheim assinalou, no século XIX, um conceito de laço social que ainda hoje nos é muito útil. Quanto maiores os laços sociais em uma determinada comunidade, menores seriam as taxas de mortalidade por suicídio. Este conceito sociológico pode ser transposto para o nível individual: quanto menos laços sociais tem um indivíduo, maior o risco de suicídio. As pessoas que emigram são, pela sua própria definição privada de apoios sociais estáveis, mais suscetíveis ao suicídio. No entanto, novamente o próprio fato de migração não deve ser utilizado a fim de minimizar a importância de perturbações mentais, quando estas estão presentes. 
Desempregados com problemas financeiros ou trabalhadores não qualificados têm maior risco de suicídio: a taxa referente a mortes deste tipo aumenta em períodos de recessão econômica, principalmente nos três primeiros meses da mudança de situação financeira ou de desemprego. Viver sozinho parece aumentar o risco de suicídio, com taxas mais elevadas entre indivíduos divorciados ou que nunca se casaram."   SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014

7- FATORES PROTETORES
  • autoestima elevada;bom suporte familiar;
  •  laços sociais bem estabelecidos com família e amigos;
  • religiosidade independente da afiliação religiosa e razão para viver; 
  • ausência de doença mental; estar empregado; 
  • ter crianças em casa; senso de responsabilidade com a família; 
  • gravidez desejada e planejada; 
  • capacidade de adaptação positiva; 
  • capacidade de resolução de problemas e relação terapêutica positiva, além de acesso a serviços e cuidados de saúde mental.
Durante uma avaliação do risco de suicídio em um indivíduo, os fatores de proteção não devem ser usados para obscurecer aqueles fatores que identificam o risco de suicídio.


8- TRATAMENTO
 Os pacientes de baixo risco (pensamentos suicidas ocasionais, sem planos) orienta-se fornecer suporte emocional e encaminhar para acompanhamento com profissional de saúde mental ou médico. Os de médio risco (pensamento e planos suicidas de caráter não imediato) também devem ser estimulados quanto a trabalhar seus sentimentos suicidas e sua possível ambivalência e às alternativas ao suicídio, com encaminhamento o mais breve possível para acompanhamento de sua saúde mental, assim como a família e amigos devem ser contatados. 
Os de alto risco (plano definido, meios de execução e de caráter imediato) devem ser acompanhados em tempo integral. Para os mais graves deve se providenciar hospitalização. A família deve ser contatada e informada, caso não saiba da situação. Se houver meios de suicídio em posse do paciente, eles devem ser removidos. Os critérios de hospitalização abrangem, além do quadro clínico em si: a) Constância de pensamentos autodestrutivos permanentes ou recorrentes; b) Alto nível de intenção de morrer nas próximas horas ou nos próximos dias; c) Agitação ou pânico; d) Existência de plano destrutivo imediato, realista, envolvendo métodos eficazes; e) Suporte social precário e dificuldades para montar vínculo adequado. A abordagem psicossocial imediata e sequencial implica: a) Esforços para reduzir as forças de tensão sobre o mundo psíquico da pessoa b) Reforço das ligações afetivas positivas, não tanáticas c) Controle de armas, venenos, remédios, etc. d) Entender que se deve abordar o transtorno de base, que gera o ímpeto suicida, pois não há fármaco específico contra suicídio e) Evitar dar receitas médicas com grande quantidade de remédios, para evitar seu uso como meio de morte. f) Discutir os aspectos envolvendo a proteção possível, como nos casos de gravidez na adolescência e de solidão nos idosos.  Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial, baseado em evidências, para a abordagem do risco e das tentativas de suicídio. Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015.

9-- O SUICIDA TEM LIVRE ARBÍTRIO?

 O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal. Também fazem parte do que habitualmente chamamos de comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio. Uma pequena proporção do comportamento suicida chega ao nosso conhecimento. A figura 1 ilustra a prevalência de comportamento suicida na população brasileira ao longo da vida mostrando, por exemplo, que 17% das pessoas no Brasil pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014
"O suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu livre arbítrio. FALSO.
Os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção do suicídio. Após o tratamento da doença mental o desejo de se matar desaparece.
SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014
Resposta:
O conceito de livre arbítrio não exclui interferências, tendências ou mesmo coações internas ou externas
O conceito de livre arbítrio é que nos leva a agir além da impulsão dos instintos. Um animal age instintivamente, não tem autodeterminismo.
O suicídio na verdade é anti-instintivo, de tal forma que a escolha voluntária da pessoa contraria seu instinto de sobrevivência
A própria classificação do grau de urgência já explicita a intencionalidade da escolha:


São de baixa urgência os casos em que há ideação suicida mas não há planejamento específico e a intencionalidade é baixa. Nestes casos o paciente ainda vislumbra alternativas para lidar com o sofrimento. 
São de média urgência os casos em que o paciente apresenta planos suicidas possíveis, mas não tem acesso fácil aos meios para concretizá-los. Visualiza seu planejamento como algo possível, para o futuro, caso a situação não melhore. Nestes casos o paciente deve ter consulta agendada em serviço especializado de saúde mental, como o CAPS, num período máximo de 7 a 10 dias. Neste interim, a equipe da unidade básica de saúde deve manter contato com ele. 
Os casos de urgência elevada são os que há planejamento claro, com convicção, e há intenção de leva-lo a cabo nas próximas horas ou dias. A convicção nunca é absoluta, pois todos os pacientes têm uma ambivalência, que abre possibilidade para a intervenção. Casos com risco muito grave podem exigir internação em serviço de saúde mental de hospital geral ou em hospital psiquiátrico. Em geral é possível montar uma relação boa com o paciente, evitando um desfecho ruim.  Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial, baseado em evidências, para a abordagem do risco e das tentativas de suicídio. Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015.

10- MITOS SOBRE SUICÍDIO
 Há diversos mitos a respeito do comportamento suicida. Alguns dos mais comuns são: 

Mito 1: As pessoas que falam sobre o suicídio não farão mal a si próprias, pois querem apenas chamar a atenção. Isto é FALSO. Um conselheiro deve tomar todas as precauções necessárias sempre que confrontado com um indivíduo que fale de ideação, de intenção ou de um plano suicida. Todas as ameaças de se fazer mal devem ser levadas muito a sério. 

Mito 2: O suicídio é sempre impulsivo e acontece sem aviso. FALSO. Morrer pelas suas próprias mãos pode parecer ter sido impulsivo, mas o suicídio pode ter sido ponderado durante algum tempo. Muitos indivíduos suicidas comunicam algum tipo de mensagem verbal ou comportamental sobre as suas ideações da intenção de se fazerem mal.

 Mito 3: Os indivíduos suicidas querem mesmo morrer ou estão decididos a matar-se. FALSO. A maioria das pessoas que se sentem suicidas partilham os seus pensamentos com pelo menos
uma outra pessoa, ou ligam para uma linha telefónica de emergência ou para um médico, o que constitui prova de ambivalência, e não de empenhamento em se matar. observação: A pessoa na verdade quer fiar livre na angústia (seja por egoísmo, anomismo ou fatalismo- ver pergunta 2)

Mito 4: Quando um indivíduo mostra sinais de melhoria ou sobrevive a uma tentativa de suicídio, está fora de perigo. FALSO. Na verdade, um dos períodos mais perigosos é imediatamente depois da crise, ou quando a pessoa está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada e em perigo de se fazer mal. Como um preditor do comportamento futuro é o comportamento passado, a pessoa suicida muitas vezes continua em risco. 

Mito 5: O suicídio é sempre hereditário. FALSO. Nem todos os suicídios podem ser associados à hereditariedade e estudos conclusivos são limitados. Uma história familiar de suicídio, no entanto, é um factor de risco importante para o comportamento suicida, particularmente em famílias onde a depressão é comum.

 Mito 6: Os indivíduos que tentam ou cometem suicídio têm sempre alguma perturbação mental. FALSO. Os comportamentos suicidas têm sido associados à depressão, abuso de substâncias, esquizofrenia e outras perturbações mentais, além de aos comportamentos destrutivos e agressivos. No entanto, esta associação não deve ser sobrestimada. A proporção relativa destas perturbações varia de lugar para lugar e há casos em que nenhuma perturbação mental foi detectada. 

Mito 7: Se um conselheiro falar com um cliente sobre suicídio, o conselheiro está a dar a ideia de suicídio à pessoa. FALSO. Um conselheiro obviamente não causa comportamento suicida simplesmente por perguntar aos clientes se estão a considerar fazer-se mal. Na verdade, reconhecer que o estado emocional do indivíduo é real, e tentar normalizar a situação induzida pelo stress são componentes necessários para a redução da ideação suicida.

 Mito 8: O suicídio só acontece “àqueles outros tipos de pessoas,” não a nós. FALSO. O suicídio acontece a todos os tipos de pessoas e encontra-se em todos os tipos de sistemas sociais e de famílias. 

Mito 9: Após uma pessoa tentar cometer suicídio uma vez, nunca voltará a tentar novamente. FALSO. Na verdade, as tentativas de suicídio são um preditor crucial do suicídio. 

Mito 10: As crianças não cometem suicídio dado que não entendem que a morte é final e são cognitivamente incapazes de se empenhar num acto suicida. FALSO. Embora seja raro, as crianças cometem suicídio e, qualquer gesto, em qualquer idade, deve ser levado muito seriamente. Dadas estas concepções erróneas acerca do suicídio, alguns conselheiros podem sentir-se ansiosos ou mal preparados para trabalhar com indivíduos suicidas e devem desenvolver competências de aconselhamento eficazes para lidar com esta população. A informação, a formação, e a experiência de intervenção em crises contribuem para aumentar a competência do conselheiro. A formação deve incluir o reforço da capacidade para tolerar os sentimentos intensos de outros, a redução das reacções de defesa e da passividade do conselheiro, e a superação de questões de sofrimento ainda por resolver. Para além disto, estar consciente dos factores de risco e compreender situações de risco também são actividades essenciais para o conselheiro. PREVENÇÃO DO SUICÍDIO UM RECURSO PARA CONSELHEIROS Departamento de Saúde Mental e de Abuso de Substâncias Gestão de Perturbações Mentais e de Doenças do Sistema Nervoso Organização Mundial de Saúde — OMS Genebra 2006


11-EXISTEM CAUSAS ESPIRITUAIS?
Embora haja relatos bíblicos de pessoas endemoniadas que se suicidaram, não se pode afirmar que toda pessoa que tem demônios suicida-se. Assim a presença da perturbação malígna apenas é um agravante perigoso, mas não determinante do suicídio:

Lc 22:2  Preocupavam-se os principais sacerdotes e os escribas em como tirar a vida a Jesus; porque temiam o povo.

3  Ora, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze.

4  Este foi entender-se com os principais sacerdotes e os capitães sobre como lhes entregaria a Jesus;
5  então, eles se alegraram e combinaram em lhe dar dinheiro.
6  Judas concordou e buscava uma boa ocasião de lho entregar sem tumulto.


João 13:2  Durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que traísse a Jesus,
Jo 13:27  E, após o bocado, imediatamente, entrou nele Satanás. Então, disse Jesus: O que pretendes fazer, faze-o depressa.

Mateus 27:5  Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se.

1 Samuel 18:10  No dia seguinte, um espírito maligno, da parte de Deus, se apossou de Saul, que teve uma crise de raiva em casa; e Davi, como nos outros dias, dedilhava a harpa; Saul, porém, trazia na mão uma lança,
1 Samuel 31:4  Então, disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada e atravessa-me com ela, para que, porventura, não venham estes incircuncisos, e me traspassem, e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não o quis, porque temia muito; então, Saul tomou da espada e se lançou sobre ela.


Nenhuma menção de demonio é feita sobre Aitofel e o escudeiro de Saul ou Zinri em todos estes casos eles foram frustrados em seus intentos ou sob iminente morte como no caso do escudeiro de Saul
1 Samuel 31:5  Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada e morreu com ele.
2 Sm 17:23  Vendo, pois, Aitofel que não fora seguido o seu conselho, albardou o jumento, dispôs-se e foi para casa e para a sua cidade; pôs em ordem os seus negócios e se enforcou; morreu e foi sepultado na sepultura do seu pai.

1 Rs 16:18  Vendo Zinri que a cidade era tomada, foi-se ao castelo da casa do rei, e o queimou sobre si, e morreu,


Os Samurais tinham esta prática:
'Os seppuku voluntários evoluíram durante as guerras do século XII como um método de suicídio usado com frequência por guerreiros que, derrotados em batalha, optaram por evitar a desonra de cair nas mãos do inimigo."  https://www.britannica.com/topic/seppuku


12- SUICÍDIO, AUTO SACRIFÍCIO  E A ÉTICA CRISTÃ

Tirar uma vida é errado, mesmo que seja a nossa. O suicídio é um ato de ódio contra o “eu”, assim como o homicídio é um ato de ódio contra outrem. O suicídio é tão errado quanto o homicídio porque viola o mandamento de amar a si mesmo, assim como o assassinato viola o mandamento de amar aos outros. O amor se opõe a ambos. O suicídio é um ato egoísta para terminar nossos problemas sem preocupação em ajudar os outros que também têm problemas. Tomar o “caminho fácil” para livrar-se do sofrimento da vida não é a resposta mais amorosa e responsável. O amor nunca perde todo o propósito na vida. A pessoa que se concentra em proteger e ajudar os outros não tem razão para odiar a sua vida. Amar é o antídoto à tentação de autodestruir-se.
Tirar uma vida não demonstra amor, mas salvar uma vida, sim. Jesus declarou: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos”(João 15:13). Cristo exemplificou o princípio de sacrificar a própria vida pelos outros. Ele disse: “Eu dou a minha vida […] Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou” (João 10:17-18). Portanto, um princípio bíblico de valor que governa nossa vida pessoal é: O suicídio é errado, mas sacrificar a vida é justificável e nobre na tentativa amorosa de salvar a vida de outrem.Aos olhos de Deus, um auto-sacrifício que salva vidas é a suprema expressão do amor de Cristo, a própria antítese do suicídio egoísta.
Porém, nem todo aparente sacrifício de nossa vida “a favor de outros” é, um verdadeiro ato de amor. Paulo tornou isto claro no grande capítulo do amor: “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (1 Cor. 13:3). Nem todo mártir morre necessariamente em conseqüência de uma manifestação de amor a outros. Alguns podem estar sacrificando vida pelo seu compromisso obstinado com uma causa egocêntrica. Há vários exemplos de suicídio egoísta na Bíblia. O rei Saul, mortalmente ferido, caiu sobre a sua espada para poupar-se da vergonha de morrer às mãos dos inimigos (1 Sam. 31:4), dificilmente um motivo de amor. O “suicídio assistido” de Abimeleque foi também egoísta e orgulhoso (Juí. 9:54). 
 https://juberdonizete.blogspot.com.br/2018/

O suicídio é uma ato da liberdade (autodeterminação) que tira a liberdade. Uma contradição. (Sartre)
O suicídio é uma ato de descrença em si, nas promessas de Deus.
O suicídio é um ato de irresponsabilidade e indiferença das obrigações e sentimentos de /e  perante Deus, da família ,da profissão e dos amigos.
O suicídio é a negação da fé, da esperança, da ajuda médica, da ajuda de Deus, da ajuda psicológica, da ajuda dos amigos, da ajuda dos parentes,...
O suicídio via de regra é uma escolha de fechar-se em si e para si, um ato egocêntrico
O suicídio, especialmente ao que diz professar a fé cristã, é a negação do amor de Deus derramado no coração, capacitando o homem a amar ao próximo como a si mesmo.


13- SUICIDIO É APENAS UM PECADO ISOLADO?
O suicídio é um processo de morte da fé, da esperança, do amor, da gratidão, das potencialidades individuais. Enfim, suicidar é a consequencia de tomar um caminho perigoso e não aceitar ajuda para sair dele, mesmo sabendo que o fim é a morte. É se matar a cada dia, até o ponto de perder toda a vida.

14 - SUICÍDIO NO MUNDO - números e seu impacto
http://worldpopulationreview.com/countries/suicide-rate-by-country/  acesso em 26/11/2019

A Organização Mundial da Saúde mostra a posição do Brasil,  em 2016, em 113 lugar no ranking mundial de suicídio e uma taxa de 6,5 a cada 100000 habitantes. Esses dados são da Organização Mundial da Saúde 


NO BRASIL, A CADA DIA, 32 PESSOAS SE SUICIDAM Coeficientes de mortalidade por suicídio são estimados em número de suicídios para cada 100 mil habitantes, ao longo de um ano. O do Brasil gira em torno de 11,4 (15 em homens; 8,0 em mulheres). Esse índice pode ser considerado baixo, quando comparado aos de outros países. O leste da Europa, por exemplo, possui coeficiente 27, enquanto o mundo apresenta taxa de 14,5.
Se, em vez de coeficiente de mortalidade, considerarmos o número total de mortes por suicídio, o Brasil atingirá o oitavo lugar numa escala mundial. Isso se dá por sermos um país populoso. Foram 11.821 suicídios oficialmente registrados em 2012, o que representa, em média, 32 mortes por dia. Estes dados são encontrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. A base do SIM consolida os registros das certidões de óbito emitidas no Brasil, de acordo com o local da ocorrência do evento. “Comportamento Suicida: Conhecer para Prevenir”.2017  Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP e CFM p. 6-7





15- SUICÍDIO E A INFLUENCIA DA MIDIA


Há vários registros mostrando que, dependendo do foco dado a uma reportagem, pode haver aumento no número de casos de suicídio ou, ao contrário, pode-se prestar ajudar a pessoas que se encontram sob risco de suicídio ou mesmo enlutadas pela perda de um ente querido que pôs fim à vida. ...“Comportamento Suicida: Conhecer para Prevenir”.2017  Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP e CFM p. 5
 Quando o suicídio for notícia (e esse critério varia entre os órgãos de imprensa) sugerese reportagem discreta, cuidadosa com parentes e amigos enlutados, sem detalhismo exagerado do método suicida, notadamente quando o falecido era celebridade ou pessoa muito estimada localmente. Acredita-se que carregar a reportagem de tensão, por meio de descrições e imagens de amigos e de familiares impactados, acabe por encorajar algumas pessoas mais vulneráveis a tomarem o suicídio como forma de chamar a atenção ou de retaliação contra outros. O suicídio não deveria ser enaltecido nem tomado como ato de coragem, num processo de “romantização” do ato, ou de “heroicisação” do falecido. Cuidado para não ressaltar reações “positivas”, ou o lado “solucionador” de um suicídio, como numa matéria online da revista Time de 28 de maio de 2007, sobre o suicídio de um ministro japonês, cujo título dizia: “Suicídio põe fim a escândalo no Japão”.“Comportamento Suicida: Conhecer para Prevenir”.2017  Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP e CFM p. 14
DICAS
• Evitar a palavra suicídio em chamadas e manchetes. Melhor incluí-la no corpo do texto.
• Evitar a colocação da matéria em primeira página.
• Evitar chamadas dramáticas ou ênfase no impacto da morte sobre as pessoas próximas.
• Pessoas sob o impacto do suicídio estão à procura de uma “causa” para o ocorrido e podem, nas entrevistas, transmitir sua “teoria” que coloca a culpa em algo ou em alguém.
• Alguns entrevistados, inicialmente, poderão negar que a vítima tivesse dado sinais de que planejava se matar. Essa percepção costuma mudar com o passar do tempo.
• Não repetir a reportagem, nem produzir novas matérias sobre o caso.
• Não fornecer detalhes do método letal nem fotos.
• Evitar termos valorativos, como por exemplo: no lugar de “cometeu” suicídio, utilizar
“infelizmente, interrompeu a sua vida”; em vez de “tentou o suicídio sem sucesso”, usar
“felizmente, não conseguiu realizar o ato” ou, ainda, “felizmente, continua viva”; evitar termos generalizantes, como por exemplo “os suicidas”, ao referir-se a pessoas falecidas
por suicídio, trocando por “as pessoas que morreram por suicídio”.
• Aproveite a oportunidade para conscientizar a população sobre prevenção do suicídio.
Apenas falar que o suicídio é frequente, dar muitas estatísticas, só colabora para o aumento das taxas de suicídio. O ideal é enfatizar pessoal que enfrentaram problemas sem suicidarem, focando na superação de problemas.
• Mostrar que ideação suicida é algo frequente em doenças mentais e/ou frente a graves dificuldades, mas que a imensa maioria das pessoas consegue lidar de modo eficaz com os problemas e percebem que tem mais “força” do que imaginavam. 
“Comportamento Suicida: Conhecer para Prevenir”.2017  Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP e CFM p. 15


BIBLIOGRAFIA:

WHO http://apps.who.int/gho/data/view.main.MHSUICIDEv?lang=en

Encyclopædia Britannica on line

Dicionário Houaiss Eletronico

Comportamento Suicida: Conhecer para Prevenir”.  Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP e CFM. 2017

PREVENÇÃO DO SUICÍDIO UM RECURSO PARA CONSELHEIROS. Departamento de Saúde Mental e de Abuso de Substâncias Gestão de Perturbações Mentais e de Doenças do Sistema Nervoso Organização Mundial de Saúde — OMS Genebra 2006

SUICÍDIO: INFORMANDO PARA PREVENIR Conselho Federal de Medicina (CFM) Brasília, 2014

 Protocolo da Rede de Atenção Psicossocial, baseado em evidências, para a abordagem do risco e das tentativas de suicídio. Sistema Único de Saúde Estado de Santa Catarina, 2015.

Revista debates em psiquiatria - Mar/Abr 2017, p. 10-14

https://juberdonizete.blogspot.com.br/2018/

http://thecheesebasket.me/map-of-depression-in-us-2016.html/who-suicide-data-inside-map-of-depression-in-us-2016